segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Panorama Suíço | Hafis & Mara – Com tom melancólico, documentário celebra o amor pela arte

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O cinema talvez seja a forma de expressão artística que melhor sabe mesclar o sentimentalismo do amor com a arte e a criatividade. Principalmente quando se trata de longas-documentários, que possuem como caminho mostrar a verdade e a realidade de determinada pessoa. E é nesse sentimento de nostalgia que Hafis & Mara nos faz mergulhar.

O documentário conta com a direção do sírio Mano Khalil, que nos guia, através de suas lentes atentas, para uma história carregada de sentimentalismo, mostrada com delicadeza e sutileza, ao se aprofundar em um período da vida do casal Hafis e Mara Bertschinger e seus pequenos dramas diários, dentro do mundo que construíram para si mesmos. Hafis é um artista impulsivo, enquanto Mara é uma senhora calma, caseira e que costuma não se expressar. O contraste entre o casal é o que torna toda a trama cativante.



Apesar da arte ser o pano de fundo, é o amor do casal que sobressai a maior parte da trama. O apoio pelo trabalho que Hafis tanto se dedica é deliciosamente belo e doloroso ao mesmo tempo, quando se aprofunda na alma de Mara e todos os sentimentos que mantém guardados dentro de si, talvez por ser o suporte do marido, talvez por não ter oportunidades de colocar para fora, de fato, é em seus olhos melancólicos que nossa emoção é guiada através do roteiro certeiro, que sabe a ferida certa para tocar, e a ótima trilha score composta por Mario Batkovic.

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Sentimentos à parte, o filme de Khali também encontra espaço para abordar um assunto extremamente contemporâneo: como fazer a arte resistir ao tempo. Ainda mais sendo uma forma de arte tão manual. Há certa delicadeza escondida nas pinceladas brutais de Hafis, algo que somente ele pode fazer, mesmo que haja a reprodução de suas obras, todo o trabalho manual vem dele e de sua mente em constante modificação. Uma alma viajante, curiosa e gentil, que não se limita à sua idade avançada. Além de pinceladas interessantes sobre bissexualidade e paternidade.

Outro acerto do documentário é tomar a liberdade de não reproduzir apenas planos convencionais do gênero, mostrando enquadramentos livres e planos mais fechados, que ressaltam principalmente os pontos emocionais das conversas. Triunfo de um diretor que sabe o que está fazendo e sabe como contar uma história tão peculiar, que talvez não conquiste todos os públicos por ser específica demais, focada em uma cultura pouco explorada no cinema mundial, e talvez por isso também deva se perpetuar.

Dito isso, apesar do ritmo demasiadamente lento, que pode afastar alguns espectadores esperando algo mais direto, Hafis & Mara é motivador. Com seu tom melancólico e triste, é um filme doce, que celebra estar vivo, amar e, acima de tudo, acreditar no seu trabalho e deixar seus sonhos loucos te guiar, não importando a idade e suas limitações. Emociona e também nos diverte na medida certa.

No Brasil, o documentário irá abrir o Panorama de Cinema Suíço Contemporâneo, que ocorrerá em São Paulo, no CineSesc, dia 09 de maio.

Além disso, diretor Mano Khalil virá ao Brasil para participar da abertura e também de dois debates realizados no CCBB SP, dia 10 de maio, às 18h30 e no CineSesc, dia 12 de maio, às 19h30.

Para mais informações, acesse o site do Festival.

Divulgada a programação completa do 7º Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo

Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo: Festival terá sessões com acessibilidade; Saiba mais!

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Thiago Munizhttp://cinepop.com.br/
Carioca, 26 anos, apaixonado por Cinema. Venho estudando e vivendo todas as partes da sétima arte à procura de conhecimento da área. Graduando no curso de Cinema e influenciador cinematográfico no Instagram.

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O documentário conta com a direção do sírio Mano Khalil, que nos guia, através de suas lentes atentas, para uma história carregada de sentimentalismo, mostrada com delicadeza e sutileza, ao se aprofundar em um período da vida do casal Hafis e Mara Bertschinger e seus pequenos dramas diários, dentro do mundo que construíram para si mesmos. Hafis é um artista impulsivo, enquanto Mara é uma senhora calma, caseira e que costuma não se expressar. O contraste entre o casal é o que torna toda a trama cativante.

Apesar da arte ser o pano de fundo, é o amor do casal que sobressai a maior parte da trama. O apoio pelo trabalho que Hafis tanto se dedica é deliciosamente belo e doloroso ao mesmo tempo, quando se aprofunda na alma de Mara e todos os sentimentos que mantém guardados dentro de si, talvez por ser o suporte do marido, talvez por não ter oportunidades de colocar para fora, de fato, é em seus olhos melancólicos que nossa emoção é guiada através do roteiro certeiro, que sabe a ferida certa para tocar, e a ótima trilha score composta por Mario Batkovic.

Sentimentos à parte, o filme de Khali também encontra espaço para abordar um assunto extremamente contemporâneo: como fazer a arte resistir ao tempo. Ainda mais sendo uma forma de arte tão manual. Há certa delicadeza escondida nas pinceladas brutais de Hafis, algo que somente ele pode fazer, mesmo que haja a reprodução de suas obras, todo o trabalho manual vem dele e de sua mente em constante modificação. Uma alma viajante, curiosa e gentil, que não se limita à sua idade avançada. Além de pinceladas interessantes sobre bissexualidade e paternidade.

Outro acerto do documentário é tomar a liberdade de não reproduzir apenas planos convencionais do gênero, mostrando enquadramentos livres e planos mais fechados, que ressaltam principalmente os pontos emocionais das conversas. Triunfo de um diretor que sabe o que está fazendo e sabe como contar uma história tão peculiar, que talvez não conquiste todos os públicos por ser específica demais, focada em uma cultura pouco explorada no cinema mundial, e talvez por isso também deva se perpetuar.

Dito isso, apesar do ritmo demasiadamente lento, que pode afastar alguns espectadores esperando algo mais direto, Hafis & Mara é motivador. Com seu tom melancólico e triste, é um filme doce, que celebra estar vivo, amar e, acima de tudo, acreditar no seu trabalho e deixar seus sonhos loucos te guiar, não importando a idade e suas limitações. Emociona e também nos diverte na medida certa.

No Brasil, o documentário irá abrir o Panorama de Cinema Suíço Contemporâneo, que ocorrerá em São Paulo, no CineSesc, dia 09 de maio.

Além disso, diretor Mano Khalil virá ao Brasil para participar da abertura e também de dois debates realizados no CCBB SP, dia 10 de maio, às 18h30 e no CineSesc, dia 12 de maio, às 19h30.

Para mais informações, acesse o site do Festival.

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