quinta-feira, abril 25, 2024

Crítica | How it Ends: Diretora do reboot de ‘Jovens Bruxas’ estrela dramédia à la pandemia

Filme assistido durante o Festival de Sundance 2021

A quietude das ruas vazias e das casas fechadas prepara um cenário semelhante ao da vida real. Carros estacionados e mercados desabastecidos revelam o retrato de uma fotografia semelhante e – inevitavelmente – nos remetem aos dias mais tensos da pandemia do Coronavírus. Mas na comédia dramática How it Ends, o fim ganha um sabor agridoce diferenciado, em que a doçura dos recomeços, do perdão e da remissão se sobrepõem ao peso do fim do mundo. Aqui, um meteoro pode até estar prestes a dizimar o planeta Terra, mas nem por isso os últimos instantes precisam ser amargos.

Zoe Lister-Jones, escritora, roteirista e produtora do reboot de Jovens Bruxas, migra para um lado completamente oposto deste gênero nessa nova dramédia, que explora a realidade física de uma pandemia, para trazer uma adorável e inspiradora história sobre aceitação, reconhecimento e até mesmo responsabilidade afetiva. Se apropriando do delicado contexto mundial, ela e o seu esposo, Daryl Wein, assumem a direção e o roteiro de How it Ends com pulso firme e bom humor. Usando a oportunidade única oferecida pelo momento atual para ocupar as ruas vazias de Los Angeles, eles operam com poucos equipamentos de filmagem, mas trazem na manga muitas experiências incríveis para compartilhar.

Apresentando uma produção de caráter pré-apocalíptico, a dupla faz de How it Ends uma carta inspiradora e cômica sobre a importância do perdão. Por meio da premissa do iminente fim do mundo, o longa traz Liza (Lister-Jones), uma mulher que sai em uma jornada de arrependimento pelas ruas de LA no último dia do planeta Terra, a fim de se redimir com as pessoas do seu passado. E à medida que a protagonista encara os seus erros e os dos outros por uma ótica muito mais libertadora, mais ela também será forçada a confrontar a autodepreciação e todos os motivos que a levaram a uma epifania de autoflagelação e isolamento social.

Convidando a audiência a ir além dos efeitos socioemocionais que uma catástrofe global é capaz de proporcionar no íntimo de cada um de nós, a comédia dramática na verdade nos leva a refletir sobre como encaramos a nossa própria vida e como lidamos com os traumas e com as consequências de cada um dos nossos relacionamentos, sejam eles familiares, profissionais ou amorosos. Motivando o público com leveza, humor, mas também com uma dose reforçada de drama, How it Ends fica entre o otimismo e o medo das incertezas, sendo um reflexo simbólico e emocional do tempo de pandemia – mas transcendendo o zeitgeist por sua mensagem que, de fato, é bem atemporal e sempre bem-vinda.

Simples em sua execução técnica, mas com argumentos poderosos e essenciais, a produção é calcada em seus diálogos e nas reflexões que Liza tem com sua versão mais jovem e inocente. Divertido, mas também profundo, o filme tem seus pontos fortes no clímax, que faz um confronto sobre o peso da falta do amor próprio e como ele afeta diretamente nossa percepção sobre tudo e todos. Uma comédia dramática sobre relacionamentos, o longa é repleto de participações especiais de astro hollywoodianos, como Olivia Wilde e Helen Hunt. Acalentador, How it Ends ainda nos convida a enxergar a nossa versão mais jovem, para que talvez possamos aprender a conviver em paz com as feridas que insistimos em cultivar, mesmo depois de tantos anos.

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