sábado, maio 4, 2024

Crítica | ‘Jogos Mortais X’ tenta trazer frescor à franquia, mas se perde no próprio jogo

Para uma franquia cinematográfica que chega ao seu décimo filme em uma série ininterrupta, ou seja, sem reboots ou remakes, isso certamente só pode ser mérito de um fator: uma base de fãs fiéis e um retorno lucrativo altíssimo nas bilheterias. É o caso de ‘Jogos Mortais’, que mesmo tendo seu “final” proclamado lá em 2010, no sétimo filme, ainda conseguiu encontrar (ou não) justificativas para mais três entradas durante esse meio-tempo, sendo ‘Jogos Mortais X’, o décimo da saga, seu mais novo lançamento.

Jogos Mortais X’ é uma prequela da grande maioria de seus filmes, e situa-se entre os acontecimentos de ‘Jogos Mortais’ (2004) e ‘Jogos Mortais 2’ (2005). John Kramer (Tobin Bell), também conhecido como o serial killer Jigsaw, encontra-se lutando contra um câncer no cérebro, e com as esperanças já desfalcadas, recorre a um tratamento alternativo com um grupo de médicos que estão situados no México. Quando ele percebe que a operação cirúrgica de remoção do tumor foi uma farsa, Kramer busca vingança contra aqueles que lhe passaram a perna, e é aí que os jogos começam. Uma premissa um pouco mais diferente e que chama atenção daqueles já familiarizados com a franquia.

Os filmes de ‘Jogos Mortais’ nunca foram um exemplo de aclamação pela crítica, mas sempre teve uma fanbase consolidada ao redor do mundo, então é fácil apostar no sucesso de suas iterações. Mas óbvio, para uma saga cujo chamariz sempre foi o gore e torture porn, não são todos os públicos que aderem à esses filmes, mesmo os que estão inseridos no gênero do terror. ‘X’ se propõe a trazer um frescor à franquia, mas sem deixar seus principais atrativos de lado, assim como alguns de seus problemas.

A decisão de ter um protagonismo focado em John Kramer, que sempre foi o antagonista dos principais filmes, indica um senso de novidade que não se via há muito tempo nas produções da franquia. O ator Tobin Bell reprisa seu icônico papel e consegue carregar bem a trama, mas nota-se que, ao tentar inovar dentro de seu próprio jogo, a produção acaba por trilhar caminhos previsíveis e extremamente convencionais para o desdobramento de seus conflitos, assim como um terceiro ato sem grandes surpresas. Porém, nessa altura, é improvável que os fãs se importem com os furos de roteiro, visto que já são bem presentes pela saga.

O diretor Kevin Greutert, que já trabalhou na franquia anteriormente, conduz a primeira metade da trama para estabelecer e apresentar os elementos dramáticos e os personagens que serão trabalhados ao decorrer do filme. Como já mencionado, Bell consegue sustentar a narrativa e se destaca por ser a espinha dorsal do enredo, além de mostrar um lado mais “humano” (que não fora muito explorado anteriormente) de Kramer.

Quanto ao resto do elenco, ter a veterana da saga Shawnee Smith de volta como Amanda Young é de grande agrado, e sua personagem consegue ser bem aproveitada mesmo aparecendo apenas a partir do segundo ato do longa e também como sustento para o arco do personagem interpretado por Tobin Bell. Aos personagens periféricos, já é de praxe na franquia: personalidades unidimensionais que evidentemente vão servir apenas como peças no sádico jogo de Jigsaw.

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Outra novidade no longa é a ambientação do filme, que dessa vez se passa em boa parte no México, mas não agrega em nada à trama. Se não fosse pela etnia de alguns atores e o incessante filtro amarelo, que já virou clichê em produções estadunidenses ao retratar o país, não seria nem notado pelo espectador. Para as armadilhas inéditas de Jigsaw, elas com certeza irão render momentos de agonia e repulsa até mesmo àqueles com estômago de ferro, com uma sequência que possivelmente irá entrar no hall das mais memoráveis da saga.

Jogos Mortais X’ é mais uma entrada na franquia que busca expandir o universo tão reverenciado pelos fãs com mais cenas violentas e macabras. Apesar de ter um roteiro com inconsistências mesmo ao tentar justificar-se como uma ideia diferente, é notável que o longa consegue ser melhor do que muitas das iterações que foram lançadas desde 2005.

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