sábado , 16 novembro , 2024

Crítica | Kimi: Alguém Está Escutando – Atira para todo lado até que acaba acertando

YouTube video

Um ano após lançar um dos primeiros filmes originais do serviço de streaming HBO Max, ‘Nem um Passo em Falso’, o experiente e oscarizado cineasta Steven Soderbergh (‘Onze Homens e um Segredo’) está de volta com um thriller no mínimo peculiar estrelado por Zoë Kravitz (‘The Batman’), que chegou essa semana na mesma plataforma.

Escrito pelo também premiado roteirista David Koepp (‘Jurassic Park’), ‘Kimi: Alguém Está Escutando’ começa de maneira atípica, bem diferente daquilo que realmente se tornará. O título foca, primeiramente, na rotina e o enclausuramento pandêmico, bem como ressalta os efeitos causados por essa nova e necessária rotina. Logo em seguida descobrimos que, para além de tudo, a protagonista Angela Childs (Kravitz) possui transtornos e fobias que vão além de implicações movidas pelo isolamento social.

Angela sofre do que chamam de agorafobia – o medo de lugares e situações que possam causar pânico ou constrangimento – seguindo assim uma rotina extremante rigorosa na segurança do seu apartamento em Seattle. Angela, que é analista de tecnologia e revisa fluxos de dados para uma empresa chamada Amygdala Corporation, aproveita as pausas que tira para flertar com o seu vizinho de prédio e, entre outras coisas, se comunicar com sua mãe ou médicos essenciais, como dentistas e terapeutas, através de videoconferências, claro.



O motivo por trás disso é revelado no caminhar da história, só que tudo muda, inclusive o próprio filme, quando Angela escuta algo estranho no meio de uma das suas análises. Imediatamente, procura repassar tais informações para seus superiores que, de certa forma, ignoram o alerta. Dessa maneira, ela decide enfrentar seus medos e seguir pessoalmente para o escritório da empresa, no intuito de falar com a chefe executiva de segurança da Amygdala, Natalie Chowdhury (Rita Wilson), para então alertá-la de toda situação.

A garota também é ignorada por lá e chega até ser chamada de louca, quando Natalie insinua que tudo aquilo não passa de coisas da sua cabeça, devido ao trauma sofrido, que também é responsável por seu comportamento. Então, a partir daí, ‘Kimi: Alguém Está Escutando’ se transforma num thriller repleto de suspense, tensão e muita perseguição, flertando até com um esquema de organização secreta dos Estados Unidos, que, através de aplicativos como Amazon Alexa e Siri, obtém informações de usuários através do que chamam de Kimi.

Do ponto de vista narrativo, Steven Soderbergh constrói bem toda tensão e consegue deixar o espectador apreensivo, sobretudo no momento em que Angela decide abandonar o loft. O cineasta capta Zoë Kravitz de maneira bem inusitada, com câmeras que acompanham a atriz por ângulos pouco habituais, chegando ao ponto de fixar uma desses lentes em seu corpo. Trucagens que causam estranheza no público, que presencia esses andamentos deveras incômodos e constrangedores. Soderbergh consegue fazer bem essa transição da fobia social para um thriller externo e solar.

Não deixe de assistir:

YouTube video

Por outra lado, fica claro como ‘Kimi: Alguém Está Escutando’ parece apontar para todos os lados e não sabe muito bem no que e em qual história focar, sendo, no fim das contas, um filme que possui uma trama um tanto perdida – ainda que, propositalmente, o roteirista David Koepp queira deixar o espectador um pouco confuso e querendo entender o que está acontecendo ao redor de Angela.

Só que falo exatamente sobre o que longa está tratando de fato… Se é um filme que fala sobre uma personagem afetada por um problema psicológico; trata a respeito dos males como transtornos mentais causados pelo isolamento; ou aborda a prática dessas inteligências artificiais entre a sociedade. São perguntas difíceis de responder, o certo é que a produção de Steven Soderbergh até funciona, no fim das contas, já que prende o espectador pelo seu lado visceral. E tudo isso acontece devido a ótima performance de Zoë Kravitz, que se entrega totalmente e dar vida a uma personagem difícil e psicologicamente abalada.

YouTube video

Mais notícias...

Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS

Crítica | Kimi: Alguém Está Escutando – Atira para todo lado até que acaba acertando

YouTube video

Um ano após lançar um dos primeiros filmes originais do serviço de streaming HBO Max, ‘Nem um Passo em Falso’, o experiente e oscarizado cineasta Steven Soderbergh (‘Onze Homens e um Segredo’) está de volta com um thriller no mínimo peculiar estrelado por Zoë Kravitz (‘The Batman’), que chegou essa semana na mesma plataforma.

Escrito pelo também premiado roteirista David Koepp (‘Jurassic Park’), ‘Kimi: Alguém Está Escutando’ começa de maneira atípica, bem diferente daquilo que realmente se tornará. O título foca, primeiramente, na rotina e o enclausuramento pandêmico, bem como ressalta os efeitos causados por essa nova e necessária rotina. Logo em seguida descobrimos que, para além de tudo, a protagonista Angela Childs (Kravitz) possui transtornos e fobias que vão além de implicações movidas pelo isolamento social.

Angela sofre do que chamam de agorafobia – o medo de lugares e situações que possam causar pânico ou constrangimento – seguindo assim uma rotina extremante rigorosa na segurança do seu apartamento em Seattle. Angela, que é analista de tecnologia e revisa fluxos de dados para uma empresa chamada Amygdala Corporation, aproveita as pausas que tira para flertar com o seu vizinho de prédio e, entre outras coisas, se comunicar com sua mãe ou médicos essenciais, como dentistas e terapeutas, através de videoconferências, claro.

O motivo por trás disso é revelado no caminhar da história, só que tudo muda, inclusive o próprio filme, quando Angela escuta algo estranho no meio de uma das suas análises. Imediatamente, procura repassar tais informações para seus superiores que, de certa forma, ignoram o alerta. Dessa maneira, ela decide enfrentar seus medos e seguir pessoalmente para o escritório da empresa, no intuito de falar com a chefe executiva de segurança da Amygdala, Natalie Chowdhury (Rita Wilson), para então alertá-la de toda situação.

A garota também é ignorada por lá e chega até ser chamada de louca, quando Natalie insinua que tudo aquilo não passa de coisas da sua cabeça, devido ao trauma sofrido, que também é responsável por seu comportamento. Então, a partir daí, ‘Kimi: Alguém Está Escutando’ se transforma num thriller repleto de suspense, tensão e muita perseguição, flertando até com um esquema de organização secreta dos Estados Unidos, que, através de aplicativos como Amazon Alexa e Siri, obtém informações de usuários através do que chamam de Kimi.

Do ponto de vista narrativo, Steven Soderbergh constrói bem toda tensão e consegue deixar o espectador apreensivo, sobretudo no momento em que Angela decide abandonar o loft. O cineasta capta Zoë Kravitz de maneira bem inusitada, com câmeras que acompanham a atriz por ângulos pouco habituais, chegando ao ponto de fixar uma desses lentes em seu corpo. Trucagens que causam estranheza no público, que presencia esses andamentos deveras incômodos e constrangedores. Soderbergh consegue fazer bem essa transição da fobia social para um thriller externo e solar.

Por outra lado, fica claro como ‘Kimi: Alguém Está Escutando’ parece apontar para todos os lados e não sabe muito bem no que e em qual história focar, sendo, no fim das contas, um filme que possui uma trama um tanto perdida – ainda que, propositalmente, o roteirista David Koepp queira deixar o espectador um pouco confuso e querendo entender o que está acontecendo ao redor de Angela.

Só que falo exatamente sobre o que longa está tratando de fato… Se é um filme que fala sobre uma personagem afetada por um problema psicológico; trata a respeito dos males como transtornos mentais causados pelo isolamento; ou aborda a prática dessas inteligências artificiais entre a sociedade. São perguntas difíceis de responder, o certo é que a produção de Steven Soderbergh até funciona, no fim das contas, já que prende o espectador pelo seu lado visceral. E tudo isso acontece devido a ótima performance de Zoë Kravitz, que se entrega totalmente e dar vida a uma personagem difícil e psicologicamente abalada.

YouTube video
Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS