segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica | Loucos por Justiça – Mads Mikkelsen brilha em INSANO thriller de ação

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Seria possível misturar dois gêneros tão opostos como um thriller de ação e uma produção de autoajuda? E se alguém fizesse isso, o resultado seria bom? Jogamos aqui essa maravilhosa e improvável inquietação para você prestar atenção no longa ‘Loucos por Justiça’, que chega nesse final de semana no VOD e na Apple TV+.



Markus (Mads Mikkelsen) é do exército e está em uma missão quando recebe uma ligação dizendo que sua esposa e sua filha, Mathilde (Andrea Heick Gadeberg) haviam sofrido um acidente de trem, no qual a esposa falecera. Markus volta para a Dinamarca para ficar com a filha e tenta seguir com sua vida, incapaz de se permitir viver o luto. Até que é surpreendido pela visita de Otto (Nikolaj Lie Kaas), que diz ter estado no mesmo trem em que a esposa de Markus morrera e acredita que tudo não teria sido um acidente, mas sim um atentado proposital para eliminar uma importante testemunha que estava no mesmo vagão que eles. Assim, com a ajuda de Lennart (Lars Brygmann) e Emmenthaler (Nicolas Bro) eles vão buscar justiça com as próprias mãos para vingar a injusta morte dos inocentes do trem.

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A ideia proposta por Nikolaj Arcel e Anders Thomas Jensen, com roteiro deste último, é muito curiosa: pegar um típico protagonista de filme de ação (o cara fechadão, com problemas para expressar sentimentos) com uma motivação válida (a vingança da morte da esposa) sendo auxiliado pelos Três Patetas, que, em vez de servirem como antagonistas em atrapalhar a missão, funcionam como terapeutas para esse protagonista que precisa cuidar de sua saúde mental. A improbabilidade de um grupo tão distinto como esse se juntar para combater os malfeitores é o grande tempero do filme, que é abrilhantado com muita competência por um elenco afinado que transmite exatamente o que os personagens são. Mads Mikkelsen impressiona desde a primeira cena, tamanha sua capacidade de mudar sua própria estética drasticamente de um trabalho para o outro. O contraste de sua sisudez com a potência histérica do grupo de apoio que o acompanha realça a enormidade artística deste ator dinamarquês.

Some a isso um roteiro muito inteligente que vai inserindo os elementos de maneira tão natural, que faz com que o espectador constantemente se pergunte o que é aquilo que ele está assistindo. A construção do insólito como pano de fundo para a ação que é analisada de perto pela psicologia se apresenta no longa quase como uma hipérbole da metalinguagem, corroborada por teoria da conspiração e dados probabilísticos. Ou seja, é como se os personagens do thriller de ação estivessem em terapia enquanto estão na ação. Isso é tão doido, que é genial!

Apesar do título em português que nos remete a comédias nacionais praianas, ‘Loucos por Justiça’ tem uma proposta bem inusitada. Mesclando diferentes gêneros, o longa de Anders Thomas Jensen se aproxima da obra dos Irmãos Cohen para construir uma história absurda, divertida e completamente inesperada. É uma excelente opção para assistir neste final de semana em casa, pois você com certeza vai se surpreender.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Seria possível misturar dois gêneros tão opostos como um thriller de ação e uma produção de autoajuda? E se alguém fizesse isso, o resultado seria bom? Jogamos aqui essa maravilhosa e improvável inquietação para você prestar atenção no longa ‘Loucos por Justiça’, que chega nesse final de semana no VOD e na Apple TV+.

Markus (Mads Mikkelsen) é do exército e está em uma missão quando recebe uma ligação dizendo que sua esposa e sua filha, Mathilde (Andrea Heick Gadeberg) haviam sofrido um acidente de trem, no qual a esposa falecera. Markus volta para a Dinamarca para ficar com a filha e tenta seguir com sua vida, incapaz de se permitir viver o luto. Até que é surpreendido pela visita de Otto (Nikolaj Lie Kaas), que diz ter estado no mesmo trem em que a esposa de Markus morrera e acredita que tudo não teria sido um acidente, mas sim um atentado proposital para eliminar uma importante testemunha que estava no mesmo vagão que eles. Assim, com a ajuda de Lennart (Lars Brygmann) e Emmenthaler (Nicolas Bro) eles vão buscar justiça com as próprias mãos para vingar a injusta morte dos inocentes do trem.

A ideia proposta por Nikolaj Arcel e Anders Thomas Jensen, com roteiro deste último, é muito curiosa: pegar um típico protagonista de filme de ação (o cara fechadão, com problemas para expressar sentimentos) com uma motivação válida (a vingança da morte da esposa) sendo auxiliado pelos Três Patetas, que, em vez de servirem como antagonistas em atrapalhar a missão, funcionam como terapeutas para esse protagonista que precisa cuidar de sua saúde mental. A improbabilidade de um grupo tão distinto como esse se juntar para combater os malfeitores é o grande tempero do filme, que é abrilhantado com muita competência por um elenco afinado que transmite exatamente o que os personagens são. Mads Mikkelsen impressiona desde a primeira cena, tamanha sua capacidade de mudar sua própria estética drasticamente de um trabalho para o outro. O contraste de sua sisudez com a potência histérica do grupo de apoio que o acompanha realça a enormidade artística deste ator dinamarquês.

Some a isso um roteiro muito inteligente que vai inserindo os elementos de maneira tão natural, que faz com que o espectador constantemente se pergunte o que é aquilo que ele está assistindo. A construção do insólito como pano de fundo para a ação que é analisada de perto pela psicologia se apresenta no longa quase como uma hipérbole da metalinguagem, corroborada por teoria da conspiração e dados probabilísticos. Ou seja, é como se os personagens do thriller de ação estivessem em terapia enquanto estão na ação. Isso é tão doido, que é genial!

Apesar do título em português que nos remete a comédias nacionais praianas, ‘Loucos por Justiça’ tem uma proposta bem inusitada. Mesclando diferentes gêneros, o longa de Anders Thomas Jensen se aproxima da obra dos Irmãos Cohen para construir uma história absurda, divertida e completamente inesperada. É uma excelente opção para assistir neste final de semana em casa, pois você com certeza vai se surpreender.

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