terça-feira, abril 23, 2024

Crítica | Minions

Ao longo dos 91 minutos de projeção, não houve um momento em que fiquei na ponta da cadeira ou gargalhei. ‘Minions soa como se estivesse tentando se tornar uma diversãozinha de sábado a tarde, no pior dos sentidos, sem em nenhum momento a aspirar por nada além disso. E ainda pior, não realiza nem esse objetivo medíocre, o que é uma pena, já que o filme tem um potencial enorme para ser algo criativo, mas seus diretores parecem estar satisfeitos em estar abaixo da média, celebrando a falta de sensibilidade e o lugar comum.

Em um primeiro momento se adota uma lógica que logo depois é abandonada, sendo que esta primeira abordagem é muito mais interessante e inteligente que a segunda, o que torna essa mudança extremamente irritante. O humor, que é fundamental para esta obra e a acompanha por toda a sua duração, também é bastante flácido e pouco criativo, assim como a maioria dos outros aspectos, se apoiando na mediocridade e na obviedade. Adicione a isso, também, que a maioria das principais piadas foram divulgadas no trailer, o que torna o filme além de monótono, desagradável em alguns momentos.

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Nos primeiros minutos nós vemos uma espécie de Travelogue, filmes de viagem que exploram lugares exóticos, algo que poderia se sustentar por si só, ainda mais se os diretores tivessem trabalhado no humor. Passamos, praticamente, por toda história da vida orgânica na terra. Organismos de uma célula, dinossauros, homens das cavernas e até Napoleão e o Drácula, numa viagem interessante e dinâmica. Depois dessa pequena colagem, vemos os Minions chegando à Nova York, no final dos anos sessenta, o que é bastante divertido e intrigante já que acompanhamos esses pequenos seres amarelos enquanto passam por lojas e ruas, desvendando aquele espaço e se metendo em confusões.

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Após ser adotada esta abordagem vídeo gamesca, onde se explora os espaços, inovadora e ainda pouco experimentada pelo cinema em geral, o longa dá uma guinada em direção a uma tática narrativa de eventos rápidos e ação. Nesse momento, já é tarde demais para adotar esta postura, já que não se gastou tempo suficiente para que criemos laços com os personagens e nos importemos com eles. É frustrante perceber como o filme trilha um caminho inteligente e novo, para em seguida regressar a um ultrapassado. Estava divertido acompanhar os Minions enquanto passeavam por Nova York, não havia necessidade de uma camada narrativa fajuta. Bastava trocar de lugar de vez em quando, trabalhar nas piadas e não utilizar referências obvias e preguiçosas, como um Outdoor contendo Richard Nixon sorridente e pessoas marchando por “paz e amor” nas ruas.

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As piadas, além de serem constituídas de Gags visuais mal trabalhadas, como as inúmeras vezes em que um policial de bigode aparece em meio a um coro de vozes femininas, são completamente sabotadas pela exposição anterior no trailer. As melhores passagens, como quando os minions confundem Kevin com uma banana e quando Stuart tenta paquerar um hidrante amarelo, são completamente anuladas por isso. E nem o enorme carisma dos Minions, principalmente Bob, tão fofinho que dá vontade de apertar (só eu fiquei com essa vontade?), é capaz de sustentar o filme, que acaba se afirmando como um entretenimento de baixa qualidade.

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