domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Moonfall: Ameaça Lunar – Diretor de ‘2012’ destrói a Terra novamente em filme mais sério e bem menos divertido

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Não é de hoje que Hollywood tenta acabar com o mundo. Os chamados “filme catástrofe” é um dos mais rentáveis da indústria estadunidense, e já nos rendeu icônicos títulos como ‘Independence Day’, ‘2012’, ‘Ad Astra’ e por aí vai. Nós, seres humanos, sabemos, no fundo, no fundo, que nosso planeta não está bem, que a gente está destruindo tudo e, portanto, quando assistimos a um filme catástrofe há qualquer coisa de possível que nos faz acreditar que aquilo podia acontecer. Essa é a premissa do mais novo filme do gênero, ‘Moonfall: Ameaça Lunar’, que chega hoje aos cinemas brasileiros.



KC Houseman (John Bradley) é um fanático por ciência, astronomia e, embora seja inteligentíssimo, suas ideias nunca são ouvidas porque é apenas um civil perdedor. Quando, num dia comum, ele descobre algo inacreditável – que a lua mudou sua rota no universo, e, portanto, estaria se aproximando do planeta Terra com o intuito de destruí-la – ele tenta avisar a NASA e os órgãos competentes, mas, para variar, ninguém o ouve. Até que o ex-astronauta Brian Harper (Patrick Wilson) decide dar atenção ao rapaz após misteriosamente sua ex-comandante Jocinda Fowl (Halle Berry) pedir sua ajuda em uma missão suicida. Juntos os três tentarão salvar o planeta Terra, colocando a Lua de volta à sua órbita e salvando suas famílias de um destino terrível.

Em pouco mais de duas horas de duração, o que segura mesmo o espectador em ‘Moonfall: Ameaça Lunar’ é, ironicamente, a lua. Os efeitos especiais e visuais utilizados para criar a aproximação da lua à paisagem da Terra são realmente de encher os olhos, dando aquela sensação de “vai dar ruim” toda vez que os personagens param e tentam se salvar porque a gravidade puxa tudo e todos na sua direção. É, sem dúvida, uma grande produção.

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Entretanto, se tirarmos os efeitos de pós-produção de ‘Moonfall: Ameaça Lunar’, a história criada por Roland Emmerich, Harald Kloser e Spenser Cohen é uma grande bagunça, e seu principal entrave é se levar a sério demais. Filmes catástrofe com tons de comédia (como aqueles estrelados pelo The Rock) funcionam melhor se se assumem como tal, tirando a responsabilidade do roteiro de fazer qualquer sentido. Por se levar a sério, a justificativa do roteiro acaba pedindo uma grande dose de desprendimento do espectador, e nem todo mundo aceitará de boa as explicações dadas pelo filme.

O grande elenco selecionado para o filme ajuda a puxar a atenção do espectador, mas quem melhor funciona em cena é justamente John Bradley, o alívio cômico da história. Halle Berry se apresenta quase sem emoções faciais, entregando o mesmo tipo de reação quando descobre que a lua está caindo e quando descobre que sua babá estrangeira talvez não seja aceita no abrigo das Forças Armadas.

Feitas as ressalvas, ‘Moonfall: Ameaça Lunar’ é um filme pipocão que você, espectador, tem que ir ver sem compromisso com a verdade. Numa pegada ‘Transformers’ encontra com ‘Star Wars e vira um ‘Velozes e Furiosos’ tudo ao mesmo tempo no mesmo liquidificador, o filme traz um início desinteressante, mas, do meio para o final, o arco que se constrói (mais leve) entrega, por fim, um divertido entretenimento. Uma aventura pra ver sem se preocupar com a lógica.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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KC Houseman (John Bradley) é um fanático por ciência, astronomia e, embora seja inteligentíssimo, suas ideias nunca são ouvidas porque é apenas um civil perdedor. Quando, num dia comum, ele descobre algo inacreditável – que a lua mudou sua rota no universo, e, portanto, estaria se aproximando do planeta Terra com o intuito de destruí-la – ele tenta avisar a NASA e os órgãos competentes, mas, para variar, ninguém o ouve. Até que o ex-astronauta Brian Harper (Patrick Wilson) decide dar atenção ao rapaz após misteriosamente sua ex-comandante Jocinda Fowl (Halle Berry) pedir sua ajuda em uma missão suicida. Juntos os três tentarão salvar o planeta Terra, colocando a Lua de volta à sua órbita e salvando suas famílias de um destino terrível.

Em pouco mais de duas horas de duração, o que segura mesmo o espectador em ‘Moonfall: Ameaça Lunar’ é, ironicamente, a lua. Os efeitos especiais e visuais utilizados para criar a aproximação da lua à paisagem da Terra são realmente de encher os olhos, dando aquela sensação de “vai dar ruim” toda vez que os personagens param e tentam se salvar porque a gravidade puxa tudo e todos na sua direção. É, sem dúvida, uma grande produção.

Entretanto, se tirarmos os efeitos de pós-produção de ‘Moonfall: Ameaça Lunar’, a história criada por Roland Emmerich, Harald Kloser e Spenser Cohen é uma grande bagunça, e seu principal entrave é se levar a sério demais. Filmes catástrofe com tons de comédia (como aqueles estrelados pelo The Rock) funcionam melhor se se assumem como tal, tirando a responsabilidade do roteiro de fazer qualquer sentido. Por se levar a sério, a justificativa do roteiro acaba pedindo uma grande dose de desprendimento do espectador, e nem todo mundo aceitará de boa as explicações dadas pelo filme.

O grande elenco selecionado para o filme ajuda a puxar a atenção do espectador, mas quem melhor funciona em cena é justamente John Bradley, o alívio cômico da história. Halle Berry se apresenta quase sem emoções faciais, entregando o mesmo tipo de reação quando descobre que a lua está caindo e quando descobre que sua babá estrangeira talvez não seja aceita no abrigo das Forças Armadas.

Feitas as ressalvas, ‘Moonfall: Ameaça Lunar’ é um filme pipocão que você, espectador, tem que ir ver sem compromisso com a verdade. Numa pegada ‘Transformers’ encontra com ‘Star Wars e vira um ‘Velozes e Furiosos’ tudo ao mesmo tempo no mesmo liquidificador, o filme traz um início desinteressante, mas, do meio para o final, o arco que se constrói (mais leve) entrega, por fim, um divertido entretenimento. Uma aventura pra ver sem se preocupar com a lógica.

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