sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | Nem Um Passo Em Falso – Steven Soderbergh dirige intrincada história de gângster com grande elenco

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Steven Soderbergh é sinônimo de histórias elaboradas, intrincadas e que de uma maneira quase imperceptível consegue humanizar até mesmo os personagens mais improváveis ao público. Foi assim com ‘Traffic’, ‘Sexo, Mentiras e Videotape’ e ‘Erin Brokovich: Uma Mulher de Talento’. Agora, na semana de estreia da plataforma HBO Max no Brasil, o diretor está de volta com seu mais novo filme, ‘Nem Um Passo Em Falso’, um quebra-cabeças complicado em que ninguém é o que parece.



Na Detroit de 1954, Curt Goynes (Don Cheadle) recebe um inesperado serviço de Doug Jones (Brendan Fraser) para ficar cuidando de uma família em troca de 5 mil dólares junto com Ronald Russo (Benicio Del Toro), enquanto Charley (Kieran Culkin) leva Matt Wertz (David Harbour) para pegar um documento importante no cofre que seu chefe guarda no trabalho. Porém, como é de se esperar em filmes de gangsters, a coisa meio que sai do controle em algum momento, e Curt e Russo vão acabar se juntando para saber quem de fato contratou o serviço, afinal, a ganância fala mais alto e, se chegarem ao grande chefão, conseguirão ganhar mais dinheiro pelo serviço. Só que a ganância é justamente o problema nesse meio escuso de ganhar a vida, e o documento pode ter uma importância maior do que eles imaginam.

Não bastasse todos esses nomes já citados, ‘Nem Um Passo Em Falso’ conta ainda com participações especialíssimas de Matt Damon, Lucy Holt e Ray Liotta. Isso dá a dimensão do quanto trabalhar com Steven Soderbergh faz bem para a carreira de um ator, e não é para menos: o filme é muito bem dirigido; todos os personagens são bem construídos, com profundos backgrounds que os tornam dúbios aos olhos do espectador; a produção ganha uma atmosfera de suspense que nos mantém interessados até o fim em todas as peças apresentadas na trama, nos sentindo incapazes de adivinharmos por conta própria qual a verdadeira razão para tudo estar acontecendo.

O roteiro de Ed Solomon parte do personagem Curt Goynes para, aos poucos, ir inserindo cada um dos outros elementos, de modo que ao longo das quase duas horas de duração vamos desvendando essa árvore interligada de máfias do submundo de Detroit, que mistura descendente de italianos, pessoas que mudaram de nome ao chegar na cidade e mafiosos negros que já à época iam conquistando seus territórios de domínio. Conectando tudo isso há uma história verdadeira que surpreende o espectador no final, e nos deixa com aquele gostinho de que de fato não há como escapar de uma cadeia tão nojenta quanto a da corrupção.

Nem Um Passo Em Falso’ é como um jogo de cartas muito bem embaralhado, mas que requer atenção a cada movimentação em cena, afinal, como o próprio título diz, é preciso estar em observância para não fazer um movimento rápido demais quando o assunto é máfia. Steven Soderbergh acerta mais uma vez com esta ótima produção, com um Don Cheadle muito seguro e à vontade no protagonismo e um elenco que dá gosto ver de volta às telonas.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Na Detroit de 1954, Curt Goynes (Don Cheadle) recebe um inesperado serviço de Doug Jones (Brendan Fraser) para ficar cuidando de uma família em troca de 5 mil dólares junto com Ronald Russo (Benicio Del Toro), enquanto Charley (Kieran Culkin) leva Matt Wertz (David Harbour) para pegar um documento importante no cofre que seu chefe guarda no trabalho. Porém, como é de se esperar em filmes de gangsters, a coisa meio que sai do controle em algum momento, e Curt e Russo vão acabar se juntando para saber quem de fato contratou o serviço, afinal, a ganância fala mais alto e, se chegarem ao grande chefão, conseguirão ganhar mais dinheiro pelo serviço. Só que a ganância é justamente o problema nesse meio escuso de ganhar a vida, e o documento pode ter uma importância maior do que eles imaginam.

Não bastasse todos esses nomes já citados, ‘Nem Um Passo Em Falso’ conta ainda com participações especialíssimas de Matt Damon, Lucy Holt e Ray Liotta. Isso dá a dimensão do quanto trabalhar com Steven Soderbergh faz bem para a carreira de um ator, e não é para menos: o filme é muito bem dirigido; todos os personagens são bem construídos, com profundos backgrounds que os tornam dúbios aos olhos do espectador; a produção ganha uma atmosfera de suspense que nos mantém interessados até o fim em todas as peças apresentadas na trama, nos sentindo incapazes de adivinharmos por conta própria qual a verdadeira razão para tudo estar acontecendo.

O roteiro de Ed Solomon parte do personagem Curt Goynes para, aos poucos, ir inserindo cada um dos outros elementos, de modo que ao longo das quase duas horas de duração vamos desvendando essa árvore interligada de máfias do submundo de Detroit, que mistura descendente de italianos, pessoas que mudaram de nome ao chegar na cidade e mafiosos negros que já à época iam conquistando seus territórios de domínio. Conectando tudo isso há uma história verdadeira que surpreende o espectador no final, e nos deixa com aquele gostinho de que de fato não há como escapar de uma cadeia tão nojenta quanto a da corrupção.

Nem Um Passo Em Falso’ é como um jogo de cartas muito bem embaralhado, mas que requer atenção a cada movimentação em cena, afinal, como o próprio título diz, é preciso estar em observância para não fazer um movimento rápido demais quando o assunto é máfia. Steven Soderbergh acerta mais uma vez com esta ótima produção, com um Don Cheadle muito seguro e à vontade no protagonismo e um elenco que dá gosto ver de volta às telonas.

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