sexta-feira , 15 novembro , 2024

Crítica Netflix | Cobra Kai – 3ª Temp.: Lutas insanas e uma incrível viagem à saga original

Certas coisas do passado caminham lado a lado com o presente, como sombras que jamais se vão. E Cobra Kai nos ensinou, logo em sua primeira temporada, que esses tais fantasmas de outrora possuem um peso tão grande, que podem afetar drasticamente todos que estão ao redor. E a 3ª temporada da aclamada websérie da plataforma do YouTube, que fora adquirida pela Netflix, explora o efeito dominó dessa antiga treta entre dois homens que vez outra se comportam como moleques. Johnny Lawrence (William Zabka) e Daniel Larusso (Ralph Macchio) ainda não se reconhecem um no outro, mas tudo está prestes a mudar nessa que já se consolida com uma das mais vibrantes temporadas da série.

COBRA KAI (L to R) WILLIAM ZABKA as JOHNNY LAWRENCE, MARTIN KOVE as JOHN KREESE, and RALPH MACCHIO as DANIEL LARUSSO in episode 308 of COBRA KAI Cr. COURTESY OF NETFLIX © 2020

O caos instaurado na 2ª temporada de Cobra Kai abriu brecha para uma nova leva de episódios que guardariam grande incógnitas. Como fazer tudo voltar a se reconectar ao redor de uma arte marcial agora maculada e proibida? Entre o fim do glamour do karatê e um acidente quase fatal, a série co-criada por John Hurwitz, Josh Heald e Hayden Schlossberg se ocupa em mostrar os reflexos dos instantes finais do ciclo anterior, alicerçando parte da sua narrativa novamente no que já aconteceu na franquia Karatê Kid. Levando a audiência para a sequência A Hora da Verdade Continua, a série nos lembra de um tempo distinto da saga original e encontra o seu equilíbrio de forma impressionante no passado.

Repetindo as conexões com o passado de forma a calcar o presente, Cobra Kai segue como aquela rara série sequência que não apenas honra o material fonte e original, como o vangloria de forma atemporal, tornando-o fundamental para o desdobramento da narrativa atual. Conectando as audiências mais novas e mais velhas pelo mesmo ponto de contato, a produção mantém seu vigor ainda mais fresco, conversa com os novatos – que não tiveram o prazer de viver a juventude de Johnny e Daniel nas telonas, à medida que se revela de forma nostálgica com referências oitentistas propositais e concisas. Absolutamente contextualizada, a nova temporada não se apropria da tendência hollywoodiana de jogar referências POP aleatórias no público. Inteligente e perspicaz, a nova temporada é referencial por sua construção narrativa, trilha sonora e pela genuína galinha dos ovos de ouro: O próprio Johnny Lawrence.



E Zabka faz desse novo ciclo o seu momento. Ainda irreverente e sem filtro, ele é a expressão da masculinidade nos anos 80 em redenção. Criando um contraste maravilhoso ao lado de Xolo Maridueña (Miguel), ele é o dono das melhores piadas e dos momentos mais agridoces de toda a temporada. Sempre no limite entre o humor e o drama, Johnny Lawrence é o personagem que – nos idos oitentistas – jamais pensávamos que amaríamos tanto. Como o pêndulo que conduz a trama para onde quer, ele faz com que todos os demais personagem de certa forma orbitem ao seu redor e essa sacada é um dos grandes trunfos de Hurwitz, Heald e Schlossberg. Sua dinâmica com Macchio é ainda a eclosão de mais de 34 anos de uma saga que venceu – e com maestria, diga-se de passagem – o teste do tempo. Cobra Kai nunca foi tão válida como hoje.

A 3ª temporada ainda nos surpreende por explorar com exatidão clínica a jornada do sensei John Kreese (Martin Kove). Com sua história sendo construída de forma sólida e concreta, o genuíno vilão de Karate Kid recebe seu momento de glória, em alicerces que não apenas o promovem para personagem fixo, como o tornam ainda mais relevante e essencial para a trama. Você pode até detestá-lo veementemente, mas nunca o respeitou tanto como agora. E a expansão de seu arco é apenas uma prova da versatilidade de Cobra Kai, que sabe explorar seus personagens coadjuvantes de forma madura e concisa, respeitando o tempo de tela de maneira que a trama siga o seu curso sem problemas e enrolação.

E sabendo equilibrar a leveza natural da série com o fator quase melodramático dos seus personagens – tanto jovens como adultos, a produção se mantém firme na sua proposta original, que consiste em não se levar tão a sério assim. Provando que é possível fazer a audiência se identificar com seus personagens em meio a tantos aspectos piegas, a série da Netflix une o elemento cafona e exagerado dos anos 80 a uma trama bem contemporânea, e entrega uma experiência televisiva primorosa, divertidíssima e vibrante. Com cenas de luta bem coreografadas, que pecam em apenas algumas tomadas, a 3ª temporada da série segue resistente e poderosa. Bem dirigida e com o final que esperamos assistir por mais de 34 anos, Cobra Kai se entrega nos braços da audiência como a série conforto que já parece anunciar um 2021 infinitamente melhor. E que assim seja.

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COBRA KAI (L to R) WILLIAM ZABKA as JOHNNY LAWRENCE, MARTIN KOVE as JOHN KREESE, and RALPH MACCHIO as DANIEL LARUSSO in episode 308 of COBRA KAI Cr. COURTESY OF NETFLIX © 2020

O caos instaurado na 2ª temporada de Cobra Kai abriu brecha para uma nova leva de episódios que guardariam grande incógnitas. Como fazer tudo voltar a se reconectar ao redor de uma arte marcial agora maculada e proibida? Entre o fim do glamour do karatê e um acidente quase fatal, a série co-criada por John Hurwitz, Josh Heald e Hayden Schlossberg se ocupa em mostrar os reflexos dos instantes finais do ciclo anterior, alicerçando parte da sua narrativa novamente no que já aconteceu na franquia Karatê Kid. Levando a audiência para a sequência A Hora da Verdade Continua, a série nos lembra de um tempo distinto da saga original e encontra o seu equilíbrio de forma impressionante no passado.

Repetindo as conexões com o passado de forma a calcar o presente, Cobra Kai segue como aquela rara série sequência que não apenas honra o material fonte e original, como o vangloria de forma atemporal, tornando-o fundamental para o desdobramento da narrativa atual. Conectando as audiências mais novas e mais velhas pelo mesmo ponto de contato, a produção mantém seu vigor ainda mais fresco, conversa com os novatos – que não tiveram o prazer de viver a juventude de Johnny e Daniel nas telonas, à medida que se revela de forma nostálgica com referências oitentistas propositais e concisas. Absolutamente contextualizada, a nova temporada não se apropria da tendência hollywoodiana de jogar referências POP aleatórias no público. Inteligente e perspicaz, a nova temporada é referencial por sua construção narrativa, trilha sonora e pela genuína galinha dos ovos de ouro: O próprio Johnny Lawrence.

E Zabka faz desse novo ciclo o seu momento. Ainda irreverente e sem filtro, ele é a expressão da masculinidade nos anos 80 em redenção. Criando um contraste maravilhoso ao lado de Xolo Maridueña (Miguel), ele é o dono das melhores piadas e dos momentos mais agridoces de toda a temporada. Sempre no limite entre o humor e o drama, Johnny Lawrence é o personagem que – nos idos oitentistas – jamais pensávamos que amaríamos tanto. Como o pêndulo que conduz a trama para onde quer, ele faz com que todos os demais personagem de certa forma orbitem ao seu redor e essa sacada é um dos grandes trunfos de Hurwitz, Heald e Schlossberg. Sua dinâmica com Macchio é ainda a eclosão de mais de 34 anos de uma saga que venceu – e com maestria, diga-se de passagem – o teste do tempo. Cobra Kai nunca foi tão válida como hoje.

A 3ª temporada ainda nos surpreende por explorar com exatidão clínica a jornada do sensei John Kreese (Martin Kove). Com sua história sendo construída de forma sólida e concreta, o genuíno vilão de Karate Kid recebe seu momento de glória, em alicerces que não apenas o promovem para personagem fixo, como o tornam ainda mais relevante e essencial para a trama. Você pode até detestá-lo veementemente, mas nunca o respeitou tanto como agora. E a expansão de seu arco é apenas uma prova da versatilidade de Cobra Kai, que sabe explorar seus personagens coadjuvantes de forma madura e concisa, respeitando o tempo de tela de maneira que a trama siga o seu curso sem problemas e enrolação.

E sabendo equilibrar a leveza natural da série com o fator quase melodramático dos seus personagens – tanto jovens como adultos, a produção se mantém firme na sua proposta original, que consiste em não se levar tão a sério assim. Provando que é possível fazer a audiência se identificar com seus personagens em meio a tantos aspectos piegas, a série da Netflix une o elemento cafona e exagerado dos anos 80 a uma trama bem contemporânea, e entrega uma experiência televisiva primorosa, divertidíssima e vibrante. Com cenas de luta bem coreografadas, que pecam em apenas algumas tomadas, a 3ª temporada da série segue resistente e poderosa. Bem dirigida e com o final que esperamos assistir por mais de 34 anos, Cobra Kai se entrega nos braços da audiência como a série conforto que já parece anunciar um 2021 infinitamente melhor. E que assim seja.

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