domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Obi-Wan Kenobi – Série de ‘Star Wars’ Serena o Ritmo e Preenche Lacuna da Trilogia Clássica

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Não é exagero dizer que a série ‘Obi-Wan Kenobi’ é a história mais aguardada do universo ‘Star Wars’ desde o fim da saga original. Dentre séries e filmes derivados, como as duas temporadas de ‘O Mandaloriano’, ‘Han Solo: Uma História Star Wars’ e ‘O Livro de Boba Fett’, era mesmo a jornada de um dos jedi mais queridos da galáxia que estava sendo aguardada pelos fãs de todas as idades. E, no maior clima de festa (literalmente, uma vez que sua estreia mundial aconteceu na Celebration, a reunião anual dos fãs de ‘Guerra nas Estrelas’), os primeiros dois episódios finalmente estrearam na plataforma da DisneyPlus nesta sexta-feira 27, mesmo dia em que o saudoso ator Christopher Lee (o temido Conde Dooku) faria 100 anos.



Desde que Padmé (Natalie Portman) dera a luz à Luke e Leia, Obi-Wan (Ewan McGregor) se refugiara em Tatooine, uma vez que todos os jedi da galáxia estão sendo caçados pelo Império. Lá ele vive uma vida comum, trabalhando, e mantendo a Força controlada, ao mesmo tempo em que fica de olho no jovem Luke (Grant Feely), que está sendo criado pelo seu tio, Owen (Joel Edgerton). Porém, quando Leia (Vivien Lyra Blair) é sequestrada da Casa dos Organa, Bail Organa (Jimmy Smits) pede a ajuda de Obi-Wan para salvá-la, lembrando-lhe da promessa de proteger às duas crianças Skywalker. Porém, Kenobi ainda sofre conflitos internos por sua última batalha com Anakin, certo de que tirara a vida de seu aprendiz, o que o deixa completamente fora de forma e uma presa fácil para a Inquisidora Reva (Moses Ingram).

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Uma gentileza no roteiro de Joby Harold é que no primeiro episódio o espectador já ganha de brinde uma recapitulação da história, situando tempo e espaço para a série (o que significa que se você não maratonou a saga nem nada, tá tudo bem, porque você vai entender o contexto da história). Além disso, há uma quebra de expectativa do que veio sendo entregue na história até então: se por um lado passamos trinta anos acompanhando a jornada de Luke, em ‘Obi-Wan Kenobi’, ao contrário, a história será centrada em Leia, e como ela, à força do destino, acabou construindo uma relação parental com Kenobi, mostrando-se muito mais do que a saga original apresentou. Esta bem-vinda reparação, além de acertada, expande ainda mais o universo ao jogar luz na trajetória pessoal da menina teimosa que se torna uma grande líder no futuro, mas cuja história veio chegando à gente a conta-gotas.

Ainda que o coração de fã embale o ritmo, os olhos de crítica devem prevalecer, portanto, não passam despercebidos alguns exageros e liberdades que o roteio assume, por exemplo (SPOILER: quando, após ter pulado dezenas de prédios a la parkour, Reva simplesmente deixa a nave de Obi-Wan fugir, sem sequer pular nela ou machucá-la com seu sabre de luz; ou quando Leia cai do prédio, Obi-Wan usa a Força para segurá-la e, dois segundos depois, aparece andando na rua para pegar a criança, como se tivesse usado um elevador para chegar lá embaixo, e toda a batalha nos telhados fica em suspenso). Enfim, liberdades de ‘Star Wars’, às quais já estamos acostumados a de vez em quando termos que simplesmente aceitar.

A direção de Deborah Chow se mostra competente, mas passa também a sensação de estar com o pé no freio, segurando toda a sua potência. É claro que sabemos que o melhor está ainda por vir na metade final da temporada, pois há um reencontro muito, muito esperado, porém, isso não deveria implicar que os primeiros episódios fossem tão serenos demais. Uma sequência inteira de quase quinze minutos sem Obi-Wan falar absolutamente nada causa certa impaciência (e sua primeira fala é “Estamos atrasados”. Estão mesmo! Mais de vinte anos de espera!).

Ewan McGregor se conecta com o público ao trazer um protagonista cansado, velho e confuso, afinal, o tempo passou. Porém, quando se tem uma missão de vida, é preciso cumpri-la até o fim! Para os fãs, é absolutamente emocionante ver o personagem, após dez anos do tempo dramatúrgico, pegar em seu sabre pela primeira vez, usar a Força para proteger Leia e descobrir que Anakin (Hayden Christensen) está vivo. Nós sabemos, mas ele não, e assistir a verdade entrar em cada célula do corpo do mestre jedi é simplesmente TUDO.

Obi-Wan Kenobi’ definitivamente veio para preencher uma importante lacuna da trilogia clássica acerca de Leia Organa (Carrie Fisher), além de se conectar diretamente com a segunda trilogia. Nós esperamos muito tempo para ver essa história, mas paciência é uma virtude jedi que ‘Star Wars’ ensina aos fãs na prática mesmo. Ainda bem que aprendemos!

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | Obi-Wan Kenobi – Série de ‘Star Wars’ Serena o Ritmo e Preenche Lacuna da Trilogia Clássica

Não é exagero dizer que a série ‘Obi-Wan Kenobi’ é a história mais aguardada do universo ‘Star Wars’ desde o fim da saga original. Dentre séries e filmes derivados, como as duas temporadas de ‘O Mandaloriano’, ‘Han Solo: Uma História Star Wars’ e ‘O Livro de Boba Fett’, era mesmo a jornada de um dos jedi mais queridos da galáxia que estava sendo aguardada pelos fãs de todas as idades. E, no maior clima de festa (literalmente, uma vez que sua estreia mundial aconteceu na Celebration, a reunião anual dos fãs de ‘Guerra nas Estrelas’), os primeiros dois episódios finalmente estrearam na plataforma da DisneyPlus nesta sexta-feira 27, mesmo dia em que o saudoso ator Christopher Lee (o temido Conde Dooku) faria 100 anos.

Desde que Padmé (Natalie Portman) dera a luz à Luke e Leia, Obi-Wan (Ewan McGregor) se refugiara em Tatooine, uma vez que todos os jedi da galáxia estão sendo caçados pelo Império. Lá ele vive uma vida comum, trabalhando, e mantendo a Força controlada, ao mesmo tempo em que fica de olho no jovem Luke (Grant Feely), que está sendo criado pelo seu tio, Owen (Joel Edgerton). Porém, quando Leia (Vivien Lyra Blair) é sequestrada da Casa dos Organa, Bail Organa (Jimmy Smits) pede a ajuda de Obi-Wan para salvá-la, lembrando-lhe da promessa de proteger às duas crianças Skywalker. Porém, Kenobi ainda sofre conflitos internos por sua última batalha com Anakin, certo de que tirara a vida de seu aprendiz, o que o deixa completamente fora de forma e uma presa fácil para a Inquisidora Reva (Moses Ingram).

Uma gentileza no roteiro de Joby Harold é que no primeiro episódio o espectador já ganha de brinde uma recapitulação da história, situando tempo e espaço para a série (o que significa que se você não maratonou a saga nem nada, tá tudo bem, porque você vai entender o contexto da história). Além disso, há uma quebra de expectativa do que veio sendo entregue na história até então: se por um lado passamos trinta anos acompanhando a jornada de Luke, em ‘Obi-Wan Kenobi’, ao contrário, a história será centrada em Leia, e como ela, à força do destino, acabou construindo uma relação parental com Kenobi, mostrando-se muito mais do que a saga original apresentou. Esta bem-vinda reparação, além de acertada, expande ainda mais o universo ao jogar luz na trajetória pessoal da menina teimosa que se torna uma grande líder no futuro, mas cuja história veio chegando à gente a conta-gotas.

Ainda que o coração de fã embale o ritmo, os olhos de crítica devem prevalecer, portanto, não passam despercebidos alguns exageros e liberdades que o roteio assume, por exemplo (SPOILER: quando, após ter pulado dezenas de prédios a la parkour, Reva simplesmente deixa a nave de Obi-Wan fugir, sem sequer pular nela ou machucá-la com seu sabre de luz; ou quando Leia cai do prédio, Obi-Wan usa a Força para segurá-la e, dois segundos depois, aparece andando na rua para pegar a criança, como se tivesse usado um elevador para chegar lá embaixo, e toda a batalha nos telhados fica em suspenso). Enfim, liberdades de ‘Star Wars’, às quais já estamos acostumados a de vez em quando termos que simplesmente aceitar.

A direção de Deborah Chow se mostra competente, mas passa também a sensação de estar com o pé no freio, segurando toda a sua potência. É claro que sabemos que o melhor está ainda por vir na metade final da temporada, pois há um reencontro muito, muito esperado, porém, isso não deveria implicar que os primeiros episódios fossem tão serenos demais. Uma sequência inteira de quase quinze minutos sem Obi-Wan falar absolutamente nada causa certa impaciência (e sua primeira fala é “Estamos atrasados”. Estão mesmo! Mais de vinte anos de espera!).

Ewan McGregor se conecta com o público ao trazer um protagonista cansado, velho e confuso, afinal, o tempo passou. Porém, quando se tem uma missão de vida, é preciso cumpri-la até o fim! Para os fãs, é absolutamente emocionante ver o personagem, após dez anos do tempo dramatúrgico, pegar em seu sabre pela primeira vez, usar a Força para proteger Leia e descobrir que Anakin (Hayden Christensen) está vivo. Nós sabemos, mas ele não, e assistir a verdade entrar em cada célula do corpo do mestre jedi é simplesmente TUDO.

Obi-Wan Kenobi’ definitivamente veio para preencher uma importante lacuna da trilogia clássica acerca de Leia Organa (Carrie Fisher), além de se conectar diretamente com a segunda trilogia. Nós esperamos muito tempo para ver essa história, mas paciência é uma virtude jedi que ‘Star Wars’ ensina aos fãs na prática mesmo. Ainda bem que aprendemos!

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