quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica | Olivia Rodrigo abandona o bedroom pop e aposta em inflexões do rock com a música “vampire”

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Depois de ter participado da elogiada série High School Musical: O Musical: A Série’Olivia Rodrigo ascendeu a uma fama meteórica – e aproveitou para dar início a uma carreira musical marcada por sucessos. Em 2021, Rodrigo entregaria ao público seu álbum débutSOUR, que lhe garantiria sucesso de vendas, de críticas e nada menos que três estatuetas do Grammy Awards, incluindo Artista Revelação. Agora, dois anos mais tarde, ela retorna com a antecipada faixa “vampire”lead single do vindouro compilado GUTS.

A cantora e compositora já se consagrou como uma das porta-vozes da Gen-Z, por sua capacidade invejável de traduzir sentimentos conflitantes de uma geração que lida com problemas mais íntimos, permeados pela busca da felicidade e por crises identitárias em um escopo metamórfico angustiante. Não é surpresa que suas predileções pelo bedroom pop, subgênero que ajudou a popularizar ao lado de nomes como Billie EilishClairo, permitiram que ela se conectasse com o público mais jovem, construindo narrativas impecáveis com um teor dramático dilacerante.



“vampire” mantém Rodrigo firme à identidade apresentada em seu primeiro álbum, mas de uma forma mais amadurecida. O estilo mencionado no parágrafo acima é deixado de lado em prol de um retorno a meados dos anos 2000, em que o pop rock ganhava vida através de uma ótica teen; é a partir daí que a progressão sonora de track emerge, iniciando com um piano melódico e propositalmente dissonante, marcado por uma arquitetura que nos leva de volta ao folk explorado por Lana Del Rey em “A&W”, também deste ano.

A produção da música, cortesia do conhecido colaborador de Olivia, Dan Nigro, é certeira em todos os seus aspectos. É claro que a amálgama de piano, baixo e guitarra já foi explorada ad nauseam em inúmeras inflexões fonográficas – mas isso não é o suficiente para destituir “vampire” de sua beleza. A montanha-russa sinestésica de Nigro combina perfeitamente com a cadência vocal da artista, auxiliando-a a encontrar as notas altas nos momentos certos. Ora, é possível traçar semelhanças com o blues rock adotado por Lady Gaga em ‘The Fame’ – e tudo isso amparado por pungentes versos como “eu cometi grandes erros, mas você faz com que o pior deles pareça bem”.

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lead single do novo álbum de Olivia Rodrigo marca um claro amadurecimento estético em relação aos esforços de SOUR. Dessa forma, “vampire” já pode ser considerada uma das melhores músicas do ano, nos deixando ainda mais animados para o que uma das artistas mais interessantes da contemporaneidade nos reservou.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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A cantora e compositora já se consagrou como uma das porta-vozes da Gen-Z, por sua capacidade invejável de traduzir sentimentos conflitantes de uma geração que lida com problemas mais íntimos, permeados pela busca da felicidade e por crises identitárias em um escopo metamórfico angustiante. Não é surpresa que suas predileções pelo bedroom pop, subgênero que ajudou a popularizar ao lado de nomes como Billie EilishClairo, permitiram que ela se conectasse com o público mais jovem, construindo narrativas impecáveis com um teor dramático dilacerante.

“vampire” mantém Rodrigo firme à identidade apresentada em seu primeiro álbum, mas de uma forma mais amadurecida. O estilo mencionado no parágrafo acima é deixado de lado em prol de um retorno a meados dos anos 2000, em que o pop rock ganhava vida através de uma ótica teen; é a partir daí que a progressão sonora de track emerge, iniciando com um piano melódico e propositalmente dissonante, marcado por uma arquitetura que nos leva de volta ao folk explorado por Lana Del Rey em “A&W”, também deste ano.

A produção da música, cortesia do conhecido colaborador de Olivia, Dan Nigro, é certeira em todos os seus aspectos. É claro que a amálgama de piano, baixo e guitarra já foi explorada ad nauseam em inúmeras inflexões fonográficas – mas isso não é o suficiente para destituir “vampire” de sua beleza. A montanha-russa sinestésica de Nigro combina perfeitamente com a cadência vocal da artista, auxiliando-a a encontrar as notas altas nos momentos certos. Ora, é possível traçar semelhanças com o blues rock adotado por Lady Gaga em ‘The Fame’ – e tudo isso amparado por pungentes versos como “eu cometi grandes erros, mas você faz com que o pior deles pareça bem”.

lead single do novo álbum de Olivia Rodrigo marca um claro amadurecimento estético em relação aos esforços de SOUR. Dessa forma, “vampire” já pode ser considerada uma das melhores músicas do ano, nos deixando ainda mais animados para o que uma das artistas mais interessantes da contemporaneidade nos reservou.

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