domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Os Caras Malvados – A DreamWorks volta à boa forma com uma animação surpreendente!

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O time formado pelo Sr. Lobo (Sam Rockwell), Cobra (Marc Maron), Tubarão (Craig Robinson), Piranha (Anthony Ramos) e a senhora Tarântula (Awkwafina) é uma equipe de ladrões que já aprontou bastante por ter muita afinidade e sincronia. Quando os cinco trabalham juntos e usam suas habilidades, nenhum tesouro no mundo está a salvo. Porém os seus dias de gatunos chegam ao fim quando eles tentam roubar um golfinho dourado e são pegos. Dessa vez, só um milagre agora pode salvá-los da prisão.

Algo que de certa forma acontece, quando o Sr. Lobo se lembra que já ajudou uma senhora idosa, de forma bastante altruísta, e de alguma maneira se sentiu bem fazendo isso. Dessa forma o sujeito convence o filantropo e Professor Marmelada de que a sua turma merece uma segunda chance. Proposta que deixa o Professor feliz, que ver ali a oportunidade de transformar a trupe de ladrões em animais do bem.



Antes de qualquer coisa, vale lembrar que, nos últimos anos, as produções da DreamWorks Animation não têm atraído tanta atenção do público quanto antes. Mesmo com ‘Trolls 2‘ ou ‘O Poderoso Chefinho‘ gerando continuações e sendo bem-sucedidos, com bilheterias sólidas de maneira geral, os demais títulos, porém, não despertaram muito o interesse do público, a exemplo do próprio ‘Abominável‘, que não ofende, mas também não empolga.

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Já este ‘Os Caras Malvados‘ foi vendido pelo estúdio de maneira atípica dos demais citados, dito como algo realmente original e de maior orçamento. Literalmente falando, tal afirmação não é totalmente verdade, pois o filme se trata de uma espécie de adaptação da série de livros infantis de aventura ‘The Bad Guys‘ (que também é o título original). E como a obra de Aaron Blabey já vendeu 16 milhões de cópias vendidas no mundo todo, não podemos dizer que a franquia é desconhecida e original. Então quer dizer que essa é mais um filme animado genérico dentre tantos outros do estilo? Não, nem de longe.

Sim, também podemos destacar, inicialmente, a velha formula de pegar várias raças de animais e coloca-los vivendo como uma sociedade de humanos – o que a Disney já faz há décadas, seja nas animações clássicas em 2D ou nas recentes em 3D, a exemplo do sensacional ‘Zootopia: Essa Cidade é o Bicho‘. Ainda que, no caso de ‘Os Caras Malvados‘, o mote é de também fazer alusão a filmes de assalto, como ‘Cães de Aluguel‘ e ‘11 Homens e um Segredo‘, com tudo isso sendo traduzido em tela de maneira orgânica e funcional.

Por outro lado, o filme fica mais interessante quando a trama dele mesmo se acha, ou finalmente se mostra, e é aí que percebemos que a história não é apenas uma adaptação ou um filme de gangue com ladrões que querem roubar algo. Na realidade, o longa de estreia do diretor francês Pierre Perifel discute a respeito de vários preconceitos, dos quais os seus personagens centrais são expostos. E, nesse sentido, a analogia com a figuras de cada animal se mostra inteligente e, finamente, original.

De propósito, o time é composto por aquelas espécies de animais que, geralmente, provocam associações negativas na maioria das pessoas. Ou seja, não é por acaso que temos aqui um tubarão, um lobo, uma aranha, uma cobra e uma piranha. Todas essas criaturas são assustadoras e até malignas pra muita gente – por sinal, ainda existem ignorantes que caçam tubarões por considerarem a espécie perniciosa para o ser humano.

De modo que o filme traz um questionamento bastante pungente, que inclusive podemos traçar uma alegoria dentro de várias camadas da nossa sociedade, pois, já que eles, essencialmente, serão considerados figuras nefastas dentro de sua comunidade, e não terão as mesmas oportunidades das demais espécies, estariam então fadados a virarem criminosos e, nesse caso, ladrões para sobreviver?

Ou seja, sem que o espectador perceba, o longa de Perifel começa a discutir questões sociais interessantes de maneira sutil, sendo então travestidas dentro do gênero de ação e aventura com uma pegada de filmes de assalto. E, sim, a animação funciona perfeitamente bem nesse aspecto, se focada apenas na mais pura diversão, porém ganha novos contornos quando paramos para avaliar o troço mais a fundo.

Os Caras Malvados’ também proporciona cenas de aventuras grandiosas e bem realizadas, obrigado. Com momentos de ação bem orquestrados e que remetem aos filmes já citados. Assim como também é capaz de emocionar em certos andamentos, digamos, mais contemplativos na trama – aliás, o elenco original já destacado é muito responsável por conseguir chegar nesse lado mais dramático.

Por sinal, a produção também é perspicaz em se distanciar da antropomorfia forçada, com os seus traços mais cartunescos e utilizando uma estética colorida. Vemos ali figuras que são de fato desenhos animados, cheias de caras e bocas. Temos então, dessa vez, uma produção da DreamWorks Animation que realmente se destaca entre as últimas lançadas, e que funciona não apenas dentro do escapismo pelo escapismo, mas também nos temas que discute, tal qual a Pixar, podendo surpreender até os mais chatos.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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O time formado pelo Sr. Lobo (Sam Rockwell), Cobra (Marc Maron), Tubarão (Craig Robinson), Piranha (Anthony Ramos) e a senhora Tarântula (Awkwafina) é uma equipe de ladrões que já aprontou bastante por ter muita afinidade e sincronia. Quando os cinco trabalham juntos e usam suas habilidades, nenhum tesouro no mundo está a salvo. Porém os seus dias de gatunos chegam ao fim quando eles tentam roubar um golfinho dourado e são pegos. Dessa vez, só um milagre agora pode salvá-los da prisão.

Algo que de certa forma acontece, quando o Sr. Lobo se lembra que já ajudou uma senhora idosa, de forma bastante altruísta, e de alguma maneira se sentiu bem fazendo isso. Dessa forma o sujeito convence o filantropo e Professor Marmelada de que a sua turma merece uma segunda chance. Proposta que deixa o Professor feliz, que ver ali a oportunidade de transformar a trupe de ladrões em animais do bem.

Antes de qualquer coisa, vale lembrar que, nos últimos anos, as produções da DreamWorks Animation não têm atraído tanta atenção do público quanto antes. Mesmo com ‘Trolls 2‘ ou ‘O Poderoso Chefinho‘ gerando continuações e sendo bem-sucedidos, com bilheterias sólidas de maneira geral, os demais títulos, porém, não despertaram muito o interesse do público, a exemplo do próprio ‘Abominável‘, que não ofende, mas também não empolga.

Já este ‘Os Caras Malvados‘ foi vendido pelo estúdio de maneira atípica dos demais citados, dito como algo realmente original e de maior orçamento. Literalmente falando, tal afirmação não é totalmente verdade, pois o filme se trata de uma espécie de adaptação da série de livros infantis de aventura ‘The Bad Guys‘ (que também é o título original). E como a obra de Aaron Blabey já vendeu 16 milhões de cópias vendidas no mundo todo, não podemos dizer que a franquia é desconhecida e original. Então quer dizer que essa é mais um filme animado genérico dentre tantos outros do estilo? Não, nem de longe.

Sim, também podemos destacar, inicialmente, a velha formula de pegar várias raças de animais e coloca-los vivendo como uma sociedade de humanos – o que a Disney já faz há décadas, seja nas animações clássicas em 2D ou nas recentes em 3D, a exemplo do sensacional ‘Zootopia: Essa Cidade é o Bicho‘. Ainda que, no caso de ‘Os Caras Malvados‘, o mote é de também fazer alusão a filmes de assalto, como ‘Cães de Aluguel‘ e ‘11 Homens e um Segredo‘, com tudo isso sendo traduzido em tela de maneira orgânica e funcional.

Por outro lado, o filme fica mais interessante quando a trama dele mesmo se acha, ou finalmente se mostra, e é aí que percebemos que a história não é apenas uma adaptação ou um filme de gangue com ladrões que querem roubar algo. Na realidade, o longa de estreia do diretor francês Pierre Perifel discute a respeito de vários preconceitos, dos quais os seus personagens centrais são expostos. E, nesse sentido, a analogia com a figuras de cada animal se mostra inteligente e, finamente, original.

De propósito, o time é composto por aquelas espécies de animais que, geralmente, provocam associações negativas na maioria das pessoas. Ou seja, não é por acaso que temos aqui um tubarão, um lobo, uma aranha, uma cobra e uma piranha. Todas essas criaturas são assustadoras e até malignas pra muita gente – por sinal, ainda existem ignorantes que caçam tubarões por considerarem a espécie perniciosa para o ser humano.

De modo que o filme traz um questionamento bastante pungente, que inclusive podemos traçar uma alegoria dentro de várias camadas da nossa sociedade, pois, já que eles, essencialmente, serão considerados figuras nefastas dentro de sua comunidade, e não terão as mesmas oportunidades das demais espécies, estariam então fadados a virarem criminosos e, nesse caso, ladrões para sobreviver?

Ou seja, sem que o espectador perceba, o longa de Perifel começa a discutir questões sociais interessantes de maneira sutil, sendo então travestidas dentro do gênero de ação e aventura com uma pegada de filmes de assalto. E, sim, a animação funciona perfeitamente bem nesse aspecto, se focada apenas na mais pura diversão, porém ganha novos contornos quando paramos para avaliar o troço mais a fundo.

Os Caras Malvados’ também proporciona cenas de aventuras grandiosas e bem realizadas, obrigado. Com momentos de ação bem orquestrados e que remetem aos filmes já citados. Assim como também é capaz de emocionar em certos andamentos, digamos, mais contemplativos na trama – aliás, o elenco original já destacado é muito responsável por conseguir chegar nesse lado mais dramático.

Por sinal, a produção também é perspicaz em se distanciar da antropomorfia forçada, com os seus traços mais cartunescos e utilizando uma estética colorida. Vemos ali figuras que são de fato desenhos animados, cheias de caras e bocas. Temos então, dessa vez, uma produção da DreamWorks Animation que realmente se destaca entre as últimas lançadas, e que funciona não apenas dentro do escapismo pelo escapismo, mas também nos temas que discute, tal qual a Pixar, podendo surpreender até os mais chatos.

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Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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