quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica | Os Odiados do Casamento – Uma comédia instável e pouco funcional

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A cineasta Claire Scanlon já fez diversas comédias para TV, participando de boas séries como ‘Brooklyn Nine-Nine‘ e ‘Glow‘, além de comandar outras curiosas produções como ‘Unbreakable Kimmy Schmidt‘. A diretora então tenta, de certo modo, repetir a mesma formula neste ‘Os Odiados do Casamento‘, que tem como o seu maior problema a falta de personalidade, clareza naquilo quer focar e um viés, digamos, mais cinematográfico para justificar a sua existência.

A dupla de roteiristas Lizzie Molyneux-Logelin e Wendy Molyneaux foram incumbidas de transformar o livro homônimo de Grant Ginder em um longa-metragem ao menos funcional, no entanto parece que nunca conseguem dominar o conceito da ideia original e transpor o título para o cinema. Entregando assim uma trama disfuncional, que tenta criar momentos tragicômicos, só que ao mesmo tempo se assume como um pastelão que aposta romances rasos e piadas bobas, não sabemos ao certo no que está focando.



Na trama, Alice (Kristen Bell) e Paul (Ben Platt) são irmãos que não querem mais contato com a mãe, Donna (Allison Janney), porém ambos são chamados para uma reunião familiar quando a filha primogênita da matriarca, Eloise (Cynthia Addai-Robinson), vai se casar em Londres, perto de seu pai e o ex-namorado da mãe. Alice e Paul não são lá muito fãs da sua meia-irmã, no entanto concordam em comparecer, carregando todo rancor e certo desconforto por estar ali, além de viverem dilemas pessoais.

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Alice, que teve um relacionamento fracassado com o seu chefe (que é casado), encontra um rosto amigo no parceiro de viagem, Dennis (Dustin Mulligan). Paul viaja com o seu namorado, Dominic (Karan Soni), que sempre procura as aventuras sexuais mais ousadas, no intuito de esquentar o relacionamento.

Já Donna volta a se reencontrar com Henrique (Isaach De Bankole), seu ex-namorado, trazendo de volta antigos sentimentos do homem que partiu o seu coração em outro momento. Nesse contexto, enquanto Eloise tenta se casar, todos parecem buscar algum sentido para suas vidas, seja com romances frívolos ou respirando novos ares.

Dessa forma, ‘Os Odiados do Casamento‘ passa a maior parte do tempo, sobretudo em seus primeiros atos, tentando entender os problemas dos seus personagens. Alice é talvez a mais complicada do grupo, tentando trazer normalidade à sua vida, mas também se envolvendo em situações conflituosas, como fazer sexo com o seu chefe que, como falamos, já tem um casamento.

Alice então afoga as mágoas na bebida e nunca tem tempo para sua mãe, o que também acontece com Paul, que trabalha no centro de terapia e começa a sentir desinteresse por parte do seu namorado. Isso porque as taras sexuais de Dominic nunca são saciadas, deixando o sujeito nervoso, além do contato diário com sua mãe piorar as coisas. Para Donna, que agora é viúva, a situação complicada a faz ter um reencontro com Henrique, que continua elegante e charmoso.

São muitos pontos apresentados e diversas confusões que precisam ser resolvidas, porém algumas decisões equivocadas deixam o filme um tanto desinteressante, isso pelo longa nunca possuir uma narrativa envolvente. A diretora tenta fazer uma comédia com um cunho adulto, mas que é pouco eficaz, justamente por trocar algumas cenas cômicas tradicionais apenas por palavrões ou situações mais pesadas, para parecer mais madura.

Também tenta flertar com o humor inglês, mas acaba se tornando exagerado por trazer cenas deslocadas, como o jantar onde vemos cenas de vômito e embaraços dignos de Walcyr Carrasco. ‘Os Odiados do Casamento’ tenta abordar momentos leves e outros mais conflitantes, mas acaba não indo bem em ambas as intenções. Aposta em piadas bobas, mas ao mesmo tempo aborda um caso em que uma personagem é emocionalmente destruída por um aborto espontâneo. Faz humor com vômito e também quer falar sério sobre relações humanas.

O elenco até se esforça para fazer a coisa funcionar como deveria, mas o longa é completamente instável e dificilmente acerta ou funciona, mesmo para o seu público alvo. Talvez Claire Scanlon se saia melhor fazendo as boas comédias ácidas já presentes em seu currículo, do que essa aposta emocional e sem equilíbrio.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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A cineasta Claire Scanlon já fez diversas comédias para TV, participando de boas séries como ‘Brooklyn Nine-Nine‘ e ‘Glow‘, além de comandar outras curiosas produções como ‘Unbreakable Kimmy Schmidt‘. A diretora então tenta, de certo modo, repetir a mesma formula neste ‘Os Odiados do Casamento‘, que tem como o seu maior problema a falta de personalidade, clareza naquilo quer focar e um viés, digamos, mais cinematográfico para justificar a sua existência.

A dupla de roteiristas Lizzie Molyneux-Logelin e Wendy Molyneaux foram incumbidas de transformar o livro homônimo de Grant Ginder em um longa-metragem ao menos funcional, no entanto parece que nunca conseguem dominar o conceito da ideia original e transpor o título para o cinema. Entregando assim uma trama disfuncional, que tenta criar momentos tragicômicos, só que ao mesmo tempo se assume como um pastelão que aposta romances rasos e piadas bobas, não sabemos ao certo no que está focando.

Na trama, Alice (Kristen Bell) e Paul (Ben Platt) são irmãos que não querem mais contato com a mãe, Donna (Allison Janney), porém ambos são chamados para uma reunião familiar quando a filha primogênita da matriarca, Eloise (Cynthia Addai-Robinson), vai se casar em Londres, perto de seu pai e o ex-namorado da mãe. Alice e Paul não são lá muito fãs da sua meia-irmã, no entanto concordam em comparecer, carregando todo rancor e certo desconforto por estar ali, além de viverem dilemas pessoais.

Alice, que teve um relacionamento fracassado com o seu chefe (que é casado), encontra um rosto amigo no parceiro de viagem, Dennis (Dustin Mulligan). Paul viaja com o seu namorado, Dominic (Karan Soni), que sempre procura as aventuras sexuais mais ousadas, no intuito de esquentar o relacionamento.

Já Donna volta a se reencontrar com Henrique (Isaach De Bankole), seu ex-namorado, trazendo de volta antigos sentimentos do homem que partiu o seu coração em outro momento. Nesse contexto, enquanto Eloise tenta se casar, todos parecem buscar algum sentido para suas vidas, seja com romances frívolos ou respirando novos ares.

Dessa forma, ‘Os Odiados do Casamento‘ passa a maior parte do tempo, sobretudo em seus primeiros atos, tentando entender os problemas dos seus personagens. Alice é talvez a mais complicada do grupo, tentando trazer normalidade à sua vida, mas também se envolvendo em situações conflituosas, como fazer sexo com o seu chefe que, como falamos, já tem um casamento.

Alice então afoga as mágoas na bebida e nunca tem tempo para sua mãe, o que também acontece com Paul, que trabalha no centro de terapia e começa a sentir desinteresse por parte do seu namorado. Isso porque as taras sexuais de Dominic nunca são saciadas, deixando o sujeito nervoso, além do contato diário com sua mãe piorar as coisas. Para Donna, que agora é viúva, a situação complicada a faz ter um reencontro com Henrique, que continua elegante e charmoso.

São muitos pontos apresentados e diversas confusões que precisam ser resolvidas, porém algumas decisões equivocadas deixam o filme um tanto desinteressante, isso pelo longa nunca possuir uma narrativa envolvente. A diretora tenta fazer uma comédia com um cunho adulto, mas que é pouco eficaz, justamente por trocar algumas cenas cômicas tradicionais apenas por palavrões ou situações mais pesadas, para parecer mais madura.

Também tenta flertar com o humor inglês, mas acaba se tornando exagerado por trazer cenas deslocadas, como o jantar onde vemos cenas de vômito e embaraços dignos de Walcyr Carrasco. ‘Os Odiados do Casamento’ tenta abordar momentos leves e outros mais conflitantes, mas acaba não indo bem em ambas as intenções. Aposta em piadas bobas, mas ao mesmo tempo aborda um caso em que uma personagem é emocionalmente destruída por um aborto espontâneo. Faz humor com vômito e também quer falar sério sobre relações humanas.

O elenco até se esforça para fazer a coisa funcionar como deveria, mas o longa é completamente instável e dificilmente acerta ou funciona, mesmo para o seu público alvo. Talvez Claire Scanlon se saia melhor fazendo as boas comédias ácidas já presentes em seu currículo, do que essa aposta emocional e sem equilíbrio.

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Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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