sexta-feira , 21 fevereiro , 2025

Crítica | ‘Pantera Negra: Wakanda para Sempre’ é uma incrível aventura da Marvel e uma tocante carta de amor a Chadwick Boseman


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Em 2018, a Marvel Studios lançava um de seus melhores títulos – o incrível e aclamado Pantera Negra. Além de se configurar como uma das grandes produções da companhia, o título também ganhou reconhecimento internacional pelas importantes questões que trouxe à tona, incluindo um elenco de peso que destilou representatividade, guiado pela tour-de-force do saudoso Chadwick Boseman como T’Challa. Agora, quatro anos depois, está na hora de retornarmos para esse universo absolutamente incrível com o vindouro Pantera Negra: Wakanda para Sempre.

Trazendo Ryan Coogler de volta à cadeira de direção, a trama já se inicia com uma potente sequência que anuncia a trágica morte de T’Challa (uma saída tocante encontrada pelos realizadores após o precoce falecimento de Boseman), impulsionando a Rainha Ramonda (interpretada pela sempre impecável Angela Bassett) e a Princesa Shuri (Letitia Wright) a reorganizarem tanto o reino de Wakanda quanto a visão de mundo – visto que devem lidar com a pungência de um luto desmedido e com o fato de que pessoas dependem de sua liderança. Nesse quesito, o longa trata essa dor da perda de forma muito cândida, colocando em xeque a crença espiritual de Ramonda contra a mente calculista e factial de Shuri – mostrando que cada uma lida à sua própria maneira e enfrentam as consequências do modo que as convêm.



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Mas isso não é tudo: além do sólido impacto que a morte de T’Challa emplaca, um outro problema surge no horizonte. Diferente do que todos pensavam, o valioso metal conhecido como vibranium não era característico apenas em Wakanda, mas sim em um mundo submarino conhecido como Talocan, que é um reduto da mesma substância. Ainda que as grandes potências do planeta não tenham descoberto a localização desse novo reino, o divinal soberano Namor (Tenoch Huerta) se vê obrigado a realizar uma ofensiva contra aqueles que escavam o fundo do mar, pedindo a ajuda dos wakandanos para proteger Talokan, seus habitantes e toda a cultura que lutam para manterem viva. E de que forma eles podem ajudar? Encontrando o paradeiro da jovem cientista que criou a tecnologia que detecta o uso do vibranium, Riri Williams (Dominique Thorne), que futuramente ficaria conhecida como Coração de Ferro.

É claro que as coisas não são tão simples como parecem e o embate entre Wakanda e Talokan se concretiza e dá início a uma batalha pincelada com coreografias incríveis que ofuscam os pontuais problemas de efeitos visuais (algo já recorrente no MCU há algum tempo). Mais do que isso, a certeira direção de Coogler é um deleite para os olhos e permite que a produção não seja apenas uma ótima e instigante aventura, mas um amoroso tributo a Boseman, cujo legado permite que a obra ganhe camadas de profundidade e humanidade de tirar o fôlego. De fato, as quase três horas do filme passam em um piscar de olhos, refletindo a capacidade do compente time em nos manter vidrados do começo ao fim.


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Além dos visuais, os obstáculos se estendem para uma insistente previsibilidade em certos diálogos, que são antecipados até mesmo pelo público não-aficionado pelo universo Marvel. Porém, tais deslizes também são varridos para debaixo do tapete pelas assustadoras performances do elenco protagonista e coadjuvante. Wright é a verdadeira protagonista e aproveita o longa anterior para pegar elementos emprestados da complexa configuração de T’Challa, inclusive numa cena-chave que lhe arremessa para um arco misto de vingança, redenção e perdão; Bassett volta a nos encantar como Ramonda, reafirmando seu icônico status no cenário do entretenimento; Thorne e Huerta fazem uma impecável estreia no MCU e servem como contraponto um do outro, ainda que quase não dividam as cenas; e Danai Gurira nos rouba a atenção ao reprisar o papel de Okoye, general das Dora Milaje.

Um dos emblemáticos aspectos de Pantera Negraé o respeito com que trata as raízes africanas que inspiram as engrenagens de Wakanda – e isso não seria diferente no segundo capítulo da franquia. A irretocável trilha sonora de Ludwig Göransson pode lhe render mais uma indicação ao Oscar, sabendo como ditar a atmosfera de qualquer sequência através de instrumentos inusitados, como a sutil presença do cajón e dos atabaques; a fotografia de Autumn Durald Arkapaw glorifica o conflito imagético entre Wakanda e Talokan, contrastando o misticismo submarino e a imponência terrestre; e, para completar, temos um resgate da cultura mesoamericana que funciona em boa parte da produção – mas não podemos deixar de sentir um gostinho agridoce por essa parte não ser mais explorada do que deveria.

Assista também: 
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Pantera Negra: Wakanda para Sempre é uma ótima e refrescante adição ao MCU, principalmente depois de recentes títulos duvidosos. Ainda que não tenha o mesmo peso de seu predecessor, o longa nos envolve ao celebrar o poder saudosista da memória e dos entes que já se foram – nos relembrando de que, mesmo caindo, conseguimos nos levantar mais fortes e prontos para voltar ao campo de guerra.

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IMPERDÍVEL! Você vai VICIAR nessa história de Vingança à moda antiga....

Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Trazendo Ryan Coogler de volta à cadeira de direção, a trama já se inicia com uma potente sequência que anuncia a trágica morte de T’Challa (uma saída tocante encontrada pelos realizadores após o precoce falecimento de Boseman), impulsionando a Rainha Ramonda (interpretada pela sempre impecável Angela Bassett) e a Princesa Shuri (Letitia Wright) a reorganizarem tanto o reino de Wakanda quanto a visão de mundo – visto que devem lidar com a pungência de um luto desmedido e com o fato de que pessoas dependem de sua liderança. Nesse quesito, o longa trata essa dor da perda de forma muito cândida, colocando em xeque a crença espiritual de Ramonda contra a mente calculista e factial de Shuri – mostrando que cada uma lida à sua própria maneira e enfrentam as consequências do modo que as convêm.

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Mas isso não é tudo: além do sólido impacto que a morte de T’Challa emplaca, um outro problema surge no horizonte. Diferente do que todos pensavam, o valioso metal conhecido como vibranium não era característico apenas em Wakanda, mas sim em um mundo submarino conhecido como Talocan, que é um reduto da mesma substância. Ainda que as grandes potências do planeta não tenham descoberto a localização desse novo reino, o divinal soberano Namor (Tenoch Huerta) se vê obrigado a realizar uma ofensiva contra aqueles que escavam o fundo do mar, pedindo a ajuda dos wakandanos para proteger Talokan, seus habitantes e toda a cultura que lutam para manterem viva. E de que forma eles podem ajudar? Encontrando o paradeiro da jovem cientista que criou a tecnologia que detecta o uso do vibranium, Riri Williams (Dominique Thorne), que futuramente ficaria conhecida como Coração de Ferro.

É claro que as coisas não são tão simples como parecem e o embate entre Wakanda e Talokan se concretiza e dá início a uma batalha pincelada com coreografias incríveis que ofuscam os pontuais problemas de efeitos visuais (algo já recorrente no MCU há algum tempo). Mais do que isso, a certeira direção de Coogler é um deleite para os olhos e permite que a produção não seja apenas uma ótima e instigante aventura, mas um amoroso tributo a Boseman, cujo legado permite que a obra ganhe camadas de profundidade e humanidade de tirar o fôlego. De fato, as quase três horas do filme passam em um piscar de olhos, refletindo a capacidade do compente time em nos manter vidrados do começo ao fim.

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Além dos visuais, os obstáculos se estendem para uma insistente previsibilidade em certos diálogos, que são antecipados até mesmo pelo público não-aficionado pelo universo Marvel. Porém, tais deslizes também são varridos para debaixo do tapete pelas assustadoras performances do elenco protagonista e coadjuvante. Wright é a verdadeira protagonista e aproveita o longa anterior para pegar elementos emprestados da complexa configuração de T’Challa, inclusive numa cena-chave que lhe arremessa para um arco misto de vingança, redenção e perdão; Bassett volta a nos encantar como Ramonda, reafirmando seu icônico status no cenário do entretenimento; Thorne e Huerta fazem uma impecável estreia no MCU e servem como contraponto um do outro, ainda que quase não dividam as cenas; e Danai Gurira nos rouba a atenção ao reprisar o papel de Okoye, general das Dora Milaje.

Um dos emblemáticos aspectos de Pantera Negraé o respeito com que trata as raízes africanas que inspiram as engrenagens de Wakanda – e isso não seria diferente no segundo capítulo da franquia. A irretocável trilha sonora de Ludwig Göransson pode lhe render mais uma indicação ao Oscar, sabendo como ditar a atmosfera de qualquer sequência através de instrumentos inusitados, como a sutil presença do cajón e dos atabaques; a fotografia de Autumn Durald Arkapaw glorifica o conflito imagético entre Wakanda e Talokan, contrastando o misticismo submarino e a imponência terrestre; e, para completar, temos um resgate da cultura mesoamericana que funciona em boa parte da produção – mas não podemos deixar de sentir um gostinho agridoce por essa parte não ser mais explorada do que deveria.

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Pantera Negra: Wakanda para Sempre é uma ótima e refrescante adição ao MCU, principalmente depois de recentes títulos duvidosos. Ainda que não tenha o mesmo peso de seu predecessor, o longa nos envolve ao celebrar o poder saudosista da memória e dos entes que já se foram – nos relembrando de que, mesmo caindo, conseguimos nos levantar mais fortes e prontos para voltar ao campo de guerra.

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