domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Querida Zoe – Sadie Sink é novamente Adolescente Revoltada em Drama Coming of Age

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É muito legal pensar que, a partir de uma produção de megassucesso como ‘Stranger Things’, o elenco juvenil tem conseguido alavancar suas carreiras com outros papéis para além dá sériezinha de terror. Tendo chegado depois, a atriz Sadie Sink se destacou em Hawnks por sua performance dramática, seu carisma adolescente e sua beleza angelical. De toda a turminha, é a que mais vem trabalhando em Hollywood, tendo recém-estreado o vencedor do Oscar de Melhor Ator ‘A Baleia’, e, no final do ano de 2022, lançado o filme ‘Querida Zoe’, que chega com exclusividade aos cinemas brasileiros a partir desta semana dentro do Festival Filmelier de Cinema, em cartaz em diversas cidades do país.



Tess (Sadie Sink) vivia bem com suas duas irmãs pequenas, a mãe (Jessica Capshaw) e o padrasto (Justin Bartha) em uma casa do subúrbio a estadunidense, até que um dia duas tragédias acontecem em sua vida: a nível mundial, dois aviões atingem as Torres Gêmeas; a nível particular, um carro atropela sua irmã Zoe (Mckenzie Noel Rusiewicz), tirando-lhe a vida. A partir desse dia 11 de setembro a vida de cada membro dessa família (e do mundo) nunca mais será a mesma. Presa entre a culpa que sente com relação ao acidente de sua irmã e uma raiva crescente com relação a tudo e a todos, Tess busca refúgio na casa de seu pai biológico (Theo Rossi), onde aprenderá, junto com ele, os desafios de ganhar responsabilidade na vida, e, de quebra, conhecerá o amor.

Em uma hora e meia de duração a sensação geral que o espectador tem em ‘Querida Zoe’ é que o filme tenta abraçar muitas temáticas ao mesmo tempo, o que acaba prejudicando o desenvolvimento da protagonista. O roteiro de Philip Beard, Marc Lhormer e Melissa Martin aborda temas como trauma, perda, cura, relacionamentos familiares, primeiro amor, adolescência, drogas, racismo, privilégios, só para mencionar alguns; tudo isso alimenta a história que tem que apresentar a trama e seus personagens a quem assiste o filme. O resultado é que muitas coisas acabam sendo jogadas no enredo sem serem trabalhadas, e algumas delas são mal explicadas ao final do filme, como a cisma do pai com relação ao vizinho adolescente.

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Sadie Sink novamente é uma personagem cheia de raiva juvenil contra o mundo e contra todos, algo que já está ficando característico nesta atriz e que, se ela não tomar cuidado, vai acabar engessando-a neste tipo de personagem histérico e com quem o espectador tem mais dificuldade de sentir empatia. Por outro lado, o jovem ator Kweku Collins é o grande destaque de ‘Querida Zoe’, não só por ser o melhor em cena, mas pelo seu charme natural e por sua beleza simples. Sendo este o primeiro grande trabalho do rapaz, já é um ator para ficarmos de olho.

Com atores que já possuem certo currículo em segundo plano – Theo Rossi, de ‘Sons of Anarchy’ e Justin Bartha, de ‘Se Beber, Não Case’ – ‘Querida Zoe’ é um drama que em determinado momento se transforma em romance, mas que o tempo todo volta ao drama. Toca em importante ponto do desenvolvimento dos jovens, sobre como lidar com as perdas; porém, se o roteiro tirasse alguns dos elementos que só tumultuaram a trama, talvez o engajamento com o espectador fosse mais profundo. Um bom filme que poderia ter sido melhor, mas que vale conferir por ser esta – talvez – a única oportunidade de vê-lo nos cinemas.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Tess (Sadie Sink) vivia bem com suas duas irmãs pequenas, a mãe (Jessica Capshaw) e o padrasto (Justin Bartha) em uma casa do subúrbio a estadunidense, até que um dia duas tragédias acontecem em sua vida: a nível mundial, dois aviões atingem as Torres Gêmeas; a nível particular, um carro atropela sua irmã Zoe (Mckenzie Noel Rusiewicz), tirando-lhe a vida. A partir desse dia 11 de setembro a vida de cada membro dessa família (e do mundo) nunca mais será a mesma. Presa entre a culpa que sente com relação ao acidente de sua irmã e uma raiva crescente com relação a tudo e a todos, Tess busca refúgio na casa de seu pai biológico (Theo Rossi), onde aprenderá, junto com ele, os desafios de ganhar responsabilidade na vida, e, de quebra, conhecerá o amor.

Em uma hora e meia de duração a sensação geral que o espectador tem em ‘Querida Zoe’ é que o filme tenta abraçar muitas temáticas ao mesmo tempo, o que acaba prejudicando o desenvolvimento da protagonista. O roteiro de Philip Beard, Marc Lhormer e Melissa Martin aborda temas como trauma, perda, cura, relacionamentos familiares, primeiro amor, adolescência, drogas, racismo, privilégios, só para mencionar alguns; tudo isso alimenta a história que tem que apresentar a trama e seus personagens a quem assiste o filme. O resultado é que muitas coisas acabam sendo jogadas no enredo sem serem trabalhadas, e algumas delas são mal explicadas ao final do filme, como a cisma do pai com relação ao vizinho adolescente.

Sadie Sink novamente é uma personagem cheia de raiva juvenil contra o mundo e contra todos, algo que já está ficando característico nesta atriz e que, se ela não tomar cuidado, vai acabar engessando-a neste tipo de personagem histérico e com quem o espectador tem mais dificuldade de sentir empatia. Por outro lado, o jovem ator Kweku Collins é o grande destaque de ‘Querida Zoe’, não só por ser o melhor em cena, mas pelo seu charme natural e por sua beleza simples. Sendo este o primeiro grande trabalho do rapaz, já é um ator para ficarmos de olho.

Com atores que já possuem certo currículo em segundo plano – Theo Rossi, de ‘Sons of Anarchy’ e Justin Bartha, de ‘Se Beber, Não Case’ – ‘Querida Zoe’ é um drama que em determinado momento se transforma em romance, mas que o tempo todo volta ao drama. Toca em importante ponto do desenvolvimento dos jovens, sobre como lidar com as perdas; porém, se o roteiro tirasse alguns dos elementos que só tumultuaram a trama, talvez o engajamento com o espectador fosse mais profundo. Um bom filme que poderia ter sido melhor, mas que vale conferir por ser esta – talvez – a única oportunidade de vê-lo nos cinemas.

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