sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | Rainha de Espadas – Versão canadense do TERROR russo é ligeiramente melhor que o original

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A Rússia é um país enorme em termos territoriais, mas cuja produção cinematográfica pouco chega às nossas salas de cinema. Neste ano de 2021 a Netflix trouxe ótimos filmes da terra de Tolstói, como ‘Cidade de Gelo’ e ‘Major Grom contra o Dr. Peste’. Também na última década a distribuidora Paris Filmes dedicou uma parte de sua distribuição a trazer algumas produções da terra de Anna Karênina, e trouxe para o Brasil alguns títulos de terror interessantes, porém dublados em inglês – o que tirava metade da magia da conexão com o espectador. Dentre estes estava a versão original de ‘Rainha de Espadas’, que estreou por aqui na reabertura das salas de cinema em 2020 e cuja crítica pode ser lida aqui. E agora chega para aluguel sob demanda nas plataformas parceiras do Cinema Virtual a versão canadense dessa lenda russa do terror.



Anna (Ava Preston) é uma jovem de treze anos cuja mãe a deixa sempre sob os cuidados de Katy (Jamie Bloch), vizinha delas que é um pouco mais velha. Enquanto Mary (Kaelen Ohm) trabalha nos turnos noturnos, Anna passa o tempo com Katy e os amigos dela, Sebastian (Eric Osborne) e Matthew (Nabil Rajo), que têm um canal no youtube. Quando, numa tarde, os quatro veem um jovem se jogar do telhado da escola e, no fio de vida que lhe sobrava, pronunciar o nome ‘Rainha de Espadas’, os jovens rapidamente procuram uma explicação na internet. Ao descobrirem que se trata de uma lenda urbana russa sobre uma mulher amaldiçoada que atormenta a vida de quem invoca seu nome no espelho, os rapazes têm a brilhante ideia de colocar a maldição em teste, forçando Anna a invocar o espírito. Porém, a brincadeira pode acabar indo longe demais quando a coisa toda se prova ser mais real do que eles imaginavam.

Ao pegar a ideia original de Svyatoslav Podgaevskiy e dar uma roupagem norte-americana na construção da narrativa, esperava-se que a versão 2021 de ‘Rainha de Espadas’ trouxesse algo mais do que meramente recontar a mesma história tal qual os russos fizeram, mas é mais ou menos isso que o espectador vai encontrar neste novo filme que chega ao Brasil. Talvez até com menos sustos e menos aparições do espírito maligno, que dessa vez fica mais subjetivo e dá menos as caras na versão atual.

Escrito por John Ainslie, o roteiro não corrige falhas da versão original, debruçando-se muito mais na relação de culpa de mãe ausente de Mary do que no terror que deveria estar consumindo os jovens adolescentes. Assim, entre o drama e o terror, o filme de Patrick White recai mais para o primeiro gênero, com eventuais pitadas de suspense que basicamente não assustam – inclusive por conta da dificuldade do elenco de expressar um medo genuíno.

A nova versão de ‘Rainha de Espadas’ é ligeiramente melhor que o original, mas só um pouquinho mesmo. Por chegar alternativamente nas plataformas de aluguel sob demanda, funciona como uma opção para os fãs de terror que já tenham esgotado as opções dos streamings e gostem de se aventurar no cinema de gênero produzido por países não hegemônicos, como o Canadá. Ainda mais quando se trata de uma leitura canadense de uma lenda urbana de terror russa.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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A Rússia é um país enorme em termos territoriais, mas cuja produção cinematográfica pouco chega às nossas salas de cinema. Neste ano de 2021 a Netflix trouxe ótimos filmes da terra de Tolstói, como ‘Cidade de Gelo’ e ‘Major Grom contra o Dr. Peste’. Também na última década a distribuidora Paris Filmes dedicou uma parte de sua distribuição a trazer algumas produções da terra de Anna Karênina, e trouxe para o Brasil alguns títulos de terror interessantes, porém dublados em inglês – o que tirava metade da magia da conexão com o espectador. Dentre estes estava a versão original de ‘Rainha de Espadas’, que estreou por aqui na reabertura das salas de cinema em 2020 e cuja crítica pode ser lida aqui. E agora chega para aluguel sob demanda nas plataformas parceiras do Cinema Virtual a versão canadense dessa lenda russa do terror.

Anna (Ava Preston) é uma jovem de treze anos cuja mãe a deixa sempre sob os cuidados de Katy (Jamie Bloch), vizinha delas que é um pouco mais velha. Enquanto Mary (Kaelen Ohm) trabalha nos turnos noturnos, Anna passa o tempo com Katy e os amigos dela, Sebastian (Eric Osborne) e Matthew (Nabil Rajo), que têm um canal no youtube. Quando, numa tarde, os quatro veem um jovem se jogar do telhado da escola e, no fio de vida que lhe sobrava, pronunciar o nome ‘Rainha de Espadas’, os jovens rapidamente procuram uma explicação na internet. Ao descobrirem que se trata de uma lenda urbana russa sobre uma mulher amaldiçoada que atormenta a vida de quem invoca seu nome no espelho, os rapazes têm a brilhante ideia de colocar a maldição em teste, forçando Anna a invocar o espírito. Porém, a brincadeira pode acabar indo longe demais quando a coisa toda se prova ser mais real do que eles imaginavam.

Ao pegar a ideia original de Svyatoslav Podgaevskiy e dar uma roupagem norte-americana na construção da narrativa, esperava-se que a versão 2021 de ‘Rainha de Espadas’ trouxesse algo mais do que meramente recontar a mesma história tal qual os russos fizeram, mas é mais ou menos isso que o espectador vai encontrar neste novo filme que chega ao Brasil. Talvez até com menos sustos e menos aparições do espírito maligno, que dessa vez fica mais subjetivo e dá menos as caras na versão atual.

Escrito por John Ainslie, o roteiro não corrige falhas da versão original, debruçando-se muito mais na relação de culpa de mãe ausente de Mary do que no terror que deveria estar consumindo os jovens adolescentes. Assim, entre o drama e o terror, o filme de Patrick White recai mais para o primeiro gênero, com eventuais pitadas de suspense que basicamente não assustam – inclusive por conta da dificuldade do elenco de expressar um medo genuíno.

A nova versão de ‘Rainha de Espadas’ é ligeiramente melhor que o original, mas só um pouquinho mesmo. Por chegar alternativamente nas plataformas de aluguel sob demanda, funciona como uma opção para os fãs de terror que já tenham esgotado as opções dos streamings e gostem de se aventurar no cinema de gênero produzido por países não hegemônicos, como o Canadá. Ainda mais quando se trata de uma leitura canadense de uma lenda urbana de terror russa.

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