Crítica | Recruta: Noah Centineo coloca seu talento pra jogo em excelente série de ação da Netflix

Ascendendo ao estrelato como o novo crush teen da Netflix, Noah Centineo fez de sua jovem carreira nos cinemas uma pequena overdose de comédias românticas formulaicas que rapidamente conquistaram o público majoritariamente feminino. Da fofa trilogia de Para Todos os Garotos que Já Amei à mais pura cafonice de O Date Perfeito, ele naturalmente se vinculou a um gênero que – embora renda a popularidade necessária -, nem sempre lhe garante o prestígio devido. Mas na tentativa de provar-se em uma indústria cruel, ele faz de Recruta sua entrada na espionagem/ação, em uma série que não prometeu nada e, por incrível que pareça, entregou (quase) tudo.

Criado por Alexi Hawley, conhecido pela também série policial The Rookie, Recruta acompanha Owen Hendricks (Centineo) como um recém-formado da Faculdade de Direito, que conquista seu primeiro emprego na CIA. Ao contrário da promessa de um trabalho de gabinete, ele acidentalmente se torna um espião por conveniência, se tornando um despreparado alvo de uma sucessão infindável de burocracias institucionais, missões arriscadíssimas e confrontos perigosos. Desmistificando a glamourização hollywoodiana de organizações como a CIA e o FBI, a série – que também é produzida por Noah – consegue ir além de seu próprio formato, em uma combinação excelente de ação, espionagem, drama e comédia.

Com coadjuvantes pouco carismáticos e às vezes irritantemente pedantes, Recruta quase nos perde em seus primeiros capítulos por justamente não saber construir personagens de apoio que sejam igualmente eficientes como o protagonista. Mas com Noah Centineo brilhando em tela de forma mais madura e perspicaz, a original Netflix consegue superar seu próprio obstáculo, tornando seus oito episódios da 1ª temporada em um deleite inesperado – principalmente para os fãs do gênero.

Trazendo cenas de ação bem executadas, que destacam um grande valor de produção investido, a série de espionagem não poupa seu protagonista, sabe desenvolvê-lo da forma correta e ainda conquista o público com um humor irônico salpicado em meio aos capítulos. De ritmo acelerado, os assinantes da Netflix são surpreendidos com cenas de impacto logo em seu primeiro episódio. E em meio às catarses psicoemocionais e familiares, os personagens são entremeados em um suspense que uma vez mais coloca os Estados Unidos em confronto com a Rússia, seguindo a nova vertente de país-vilão que se firmou na indústria cinematográfica nos anos recentes.

E ainda que a série de espionagem tenha seus clichês, é inegável o apelo grandioso que ela possui. Com Centineo destilando seu carisma para todos os lados e com uma trama simples que funciona dentro daquilo que se propõe, Recruta é um ótimo investimento para a Netflix a longo prazo – agradando facilmente um público bem mais amplo. Se distanciando da agenda progressista, mas corretamente dando espaço para a diversidade em tela, a original do streaming é o que tantas outras produções da plataforma deveriam ser: divertida, envolvente e sem sinalização de virtude forçada.

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