sexta-feira , 22 novembro , 2024

Crítica | Rihanna faz seu retorno ao mundo da música com a frustrante e decepcionante “Lift Me Up”

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Rihanna é uma das artistas mais icônicas do século e, desde sua estreia oficial no mundo da música, nunca teve medo de explorar gêneros diferentes e construir uma identidade que se diferenciava do que o mainstream exigia. Não é surpresa que, ao longo da carreira, tenha conquistado inúmeros prêmios, incluindo nove estatuetas do Grammy Awards.

Entretanto, já fazia um belo tempo desde que a performer não nos agraciava com suas músicas – sendo sua última incursão com o impecável álbum ‘ANTI’ em 2016. Agora, ela parou o mundo novamente ao entregar-se de corpo e alma para a trilha sonora do vindouro Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, comandando a música-tema “Lift Me Up”. Mais uma vez, Rihanna rema contra a maré, mas o resultado é muito aquém do esperado, permeado por emulações cansadas e uma vazia tentativa de construir uma balada antêmica – o que é, ao mesmo tempo, frustrante e surpreendente, considerando as ótimas faixas que ela encabeçou nas décadas passadas.



Iniciando com um solene murmúrio, a cantora logo prova que seu tempo longe da música não lhe trouxe nenhuma perda vocal – ora, a primeira nota já solidifica uma rendição de tirar o fôlego, nos preparando para o refrão. Os deslizes, dessa forma, não se referem à carga emocional de Rihanna, que faz um trabalho aplaudível dentro das restrições que se autoimpõe; o problema reside na estrutura da canção, infundida em emulações contínuas que não trazem nada de original.

Em se tratando de uma música em homenagem ao saudoso Chadwick Boseman, falecido em 2020, o caráter solene funciona em partes e demonstra uma ambição considerável, ainda que não atinja o objetivo proposto. Rihanna se fecha em uma redoma angelical, acompanhada de um coro gospel que surge no terceiro ato da música, mas não há muito além disso para ouvir: o que temos é uma amálgama corrida que pega elementos tanto de um longínquo e nostálgico “I Have a Dream” quanto da recente trilha de ‘Encanto’ (e aqui me refiro à melodia pungente do violão e do piano).

“Lift Me Up” é decepcionante principalmente porque Rihanna sabe como comandar baladas poderosas – apenas a encargo de comparação, temos “Higher”, “Love On the Brain”“Stay”, que poderiam servir de inspiração para a cantora, mas, pelo contrária, são deixadas de lado. A lírica também não foge muito dos convencionalismos, evocando aqueles que já partiram com imagens já exploradas há muito tempo na indústria fonográfica – ainda que tocantes à sua própria maneira.

De qualquer forma, é muito provável que a faixa encante os fãs mais derradeiros da artista, que esperavam há tanto tempo seu retorno – e, mesmo com os inúmeros problemas, não descartaria sua aparição na corrida pelo Oscar.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Entretanto, já fazia um belo tempo desde que a performer não nos agraciava com suas músicas – sendo sua última incursão com o impecável álbum ‘ANTI’ em 2016. Agora, ela parou o mundo novamente ao entregar-se de corpo e alma para a trilha sonora do vindouro Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, comandando a música-tema “Lift Me Up”. Mais uma vez, Rihanna rema contra a maré, mas o resultado é muito aquém do esperado, permeado por emulações cansadas e uma vazia tentativa de construir uma balada antêmica – o que é, ao mesmo tempo, frustrante e surpreendente, considerando as ótimas faixas que ela encabeçou nas décadas passadas.

Iniciando com um solene murmúrio, a cantora logo prova que seu tempo longe da música não lhe trouxe nenhuma perda vocal – ora, a primeira nota já solidifica uma rendição de tirar o fôlego, nos preparando para o refrão. Os deslizes, dessa forma, não se referem à carga emocional de Rihanna, que faz um trabalho aplaudível dentro das restrições que se autoimpõe; o problema reside na estrutura da canção, infundida em emulações contínuas que não trazem nada de original.

Em se tratando de uma música em homenagem ao saudoso Chadwick Boseman, falecido em 2020, o caráter solene funciona em partes e demonstra uma ambição considerável, ainda que não atinja o objetivo proposto. Rihanna se fecha em uma redoma angelical, acompanhada de um coro gospel que surge no terceiro ato da música, mas não há muito além disso para ouvir: o que temos é uma amálgama corrida que pega elementos tanto de um longínquo e nostálgico “I Have a Dream” quanto da recente trilha de ‘Encanto’ (e aqui me refiro à melodia pungente do violão e do piano).

“Lift Me Up” é decepcionante principalmente porque Rihanna sabe como comandar baladas poderosas – apenas a encargo de comparação, temos “Higher”, “Love On the Brain”“Stay”, que poderiam servir de inspiração para a cantora, mas, pelo contrária, são deixadas de lado. A lírica também não foge muito dos convencionalismos, evocando aqueles que já partiram com imagens já exploradas há muito tempo na indústria fonográfica – ainda que tocantes à sua própria maneira.

De qualquer forma, é muito provável que a faixa encante os fãs mais derradeiros da artista, que esperavam há tanto tempo seu retorno – e, mesmo com os inúmeros problemas, não descartaria sua aparição na corrida pelo Oscar.

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