quarta-feira, agosto 20, 2025
More
    InícioCríticasCrítica | Sabrina Carpenter destila ironia e acidez no divertido single "Manchild"

    Crítica | Sabrina Carpenter destila ironia e acidez no divertido single “Manchild”

    Sabrina Carpenter tem tido uma carreira muito interessante: após despontar como uma das principais atrizes do Disney Channel, ela investiu em sua carreira musical e entregou a nós não apenas poderosos vocais, mas canções muito interessantes que remaram de encontro às incursões de que jovens performers se dispunham à época. Carpenter é a voz por trás de ótimas produções, como “Thumbs”, “Paris”, “Fast Times” e, mais recentemente, “Espresso”, que inclusive lhe rendeu uma estatueta do Grammy Awards. Alcançando uma fama invejável que foi catapultada após ser escalada para abrir os shows da titânica Taylor Swift, ela agora tornou-se uma queridinha da crítica e dos charts – e, agora, está pronta para embarcar em sua nova era.

    Através de um críptico teaser divulgado em suas redes sociais, a artista causou uma grande comoção entre seus fãs e, considerando a impressionante estreia que teve nos streamings, debutando em primeiro lugar no Spotify Global e reiterando uma fama crescente e exponencial, bem como sua contínua legião de fãs que anseiam por mais. Intitulado “Manchild”, o lead single de seu próximo álbum de estúdio é uma mistura de country, disco e pop extremamente despojada que mantém-se fiel à identidade irônica e sarcástica explorada por Carpenter em seu compilado de originais anterior, ‘Short N’ Sweet’ – ainda que certos elementos poderiam ter sido pensados com maior cautela.

    A canção, que veio acompanhada de um irretocável e nostálgico videoclipe, emerge como uma narrativa em que a cantora e compositora atravessa o meio-oeste norte-americano em uma percepção derradeira sobre os homens – que passaram ou irão passar por sua vida. Ora, o título da track já dá uma clara pista do que podemos esperar dessa nova empreitada, nos garantindo uma viagem divertida e jocosa por relacionamentos falidos e esperanças desmanteladas de encontrar alguém que simplesmente a deixe ser. “Qual a palavra? Estúpido ou lento? Talvez seja incompetente” é a retórica questão que ela se faz antes de engrenar em um vibrante e prático refrão marcado pelo violão, pelo piano e por cristalinos vocais (que não são nenhuma surpresa, considerando a capacidade artística da performer).

    O single, que também se apropria de certas incursões do synth-pop para construir uma ponte entre passado e presente, traz Jack Antonoff como co-produtor ao lado de Carpenter – e sabemos que, quando dedicado a algum projeto, ele faz mágica. Afinal, Antonoff trabalhou ao lado de lendas da música, como Swift, Lorde e The Chicks, imprimindo uma estética revitalizadora que lhe rendeu atenção mundial. Aqui, ele se mostra dentro de uma zona bastante reconfortante e dialógica, mas se recusa a explorar elementos originais em prol de uma visão mercadológica que, é óbvio, auxilia na manutenção da imagem recém-reconstruída da artista – e, talvez, esse seja o motivo pelo qual sentimos falta de algo.

    Não se enganem: “Manchild” é uma faixa bem-produzida, delineada com exageros propositas em certos momentos, metáforas ácidas e uma sólida entrega de Carpenter. Porém, em comparação com “Espresso”, reverberada em uma maximização da ironia e de uma persona estilo pin-up adotada pela performer, esta investida soa como um descarte de seu álbum anterior e um capítulo contínuo de uma história que acreditávamos ter acabado.

    YouTube video

    Últimas Notícias

    Sabrina Carpenter tem tido uma carreira muito interessante: após despontar como uma das principais atrizes do Disney Channel, ela investiu em sua carreira musical e entregou a nós não apenas poderosos vocais, mas canções muito interessantes que remaram de encontro às incursões de que...Crítica | Sabrina Carpenter destila ironia e acidez no divertido single "Manchild"