sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | Sky Rojo – Terceira Temporada é Puro Lenga-Lenga com Final Acelerado

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Você já ouviu falar do nome Álex Pina, certamente. Ele é simplesmente o criador do fenômeno global ‘La Casa de Papel’, cujo sucesso entrou para a história do entretenimento mundial, ao ponto de, ano passado, a história ganhar uma versão sul-coreana. A essa altura da vida, Álex Pina pode apresentar quase qualquer tipo de projeto que muito provavelmente vai ganhar carta branca para produzir, afinal, tem público e potencial para sucesso. Mais ou menos assim ele conseguiu emplacar a primeira temporada de seu novo produto, ‘Sky Rojo’, lá no iniciozinho da pandemia, que conquistou o público, pois contava a história de destemidas prostitutas indo contra o sistema e seu cafetão. Então, veio a segunda temporada, que foi uma enrolação só, mas trouxe algumas cenas e desfechos interessantes. Só que deveria ter terminado ali a história, porém (e essa está começando a se tornar uma característica irritante de Álex Pina) seu criador decidiu prolongar a coisa, de modo que nesse início de 2023 a Netflix finalmente trouxe a terceira e última temporada de ‘Sky Rojo’ aos seus assinantes.



Após fugirem da boate Las Novias, Coral (Verónica Sánchez),Wendy  (Lali Espósito) e Gina (Yany Prado) tentam viver uma vida normal, escondidas no sul da Espanha, onde assumiram novas identidades como proprietárias de uma confeitaria. Enquanto Coral finge superar um detox das drogas, Wendy se interessa por uma jovem frentista do posto e Gina se apaixona por um mergulhador, com quem sonha em formar uma família, uma vez que está grávida. Gina acaba telefonando para sua mãe em Cuba para dar-lhe as boas novas, mas era exatamente isso que Romeo (Asier Etxeandia) estava esperando, e, dessa forma, consegue localizar o esconderijo das amigas. Por isso Moisés (Miguel Ángel Silvestre) é enviado em sua última caçada, mesmo sem saber que o verdadeiro inimigo é aquele que está próximo a ele.

Com oito episódios de meia hora cada, a terceira e última temporada de ‘Sky Rojo’ não fala absolutamente nada de novo e é uma enrolação só. O enredo começa com o trio vivendo esse conto de fadas de vida normal, literalmente se agarrando em qualquer pessoa que lhe dê confiança para tentar sobreviver à realidade do passado que assombra à noite; o cafetão e seus capangas viraram um bando de bocó com sentimentos protagonizando cenas de afeto mal construídas e zoadas por eles mesmos: tudo isso se prolonga por absurdos sete episódios e meio, literalmente, para só então, nos últíssimos minutos finais da temporada, a coisa toda ter um desfecho que era o que esperávamos, mas ocorre de maneira muito acelerada. Em outras palavras: o trio protagonista saliva pela vingança por três temporadas para desfrutá-las por apenas dois minutos no fim. Frustrante.

Isso nos leva a concluir que Álex Pina mais uma vez não tinha o que falar em sua série, mas a prolongou tão somente para ganhar audiência (como fez em ‘La Casa de Papel’). Esta terceira temporada poderia não ter existido, e os cinco minutos finais poderiam ter sido incluídos na segunda temporada (que, por sua vez, poderiam ter sido apenas dois episódios extras da primeira temporada). Portanto, só a primeira parte de ‘Sky Rojo’ é realmente interessante; todo o resto é um lenga lenga sem fim recheado de cenas de violência contra a mulher para corroborar um pouco convincente empoderamento feminino. Para quem chegou até aqui na série, fica a dica.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Após fugirem da boate Las Novias, Coral (Verónica Sánchez),Wendy  (Lali Espósito) e Gina (Yany Prado) tentam viver uma vida normal, escondidas no sul da Espanha, onde assumiram novas identidades como proprietárias de uma confeitaria. Enquanto Coral finge superar um detox das drogas, Wendy se interessa por uma jovem frentista do posto e Gina se apaixona por um mergulhador, com quem sonha em formar uma família, uma vez que está grávida. Gina acaba telefonando para sua mãe em Cuba para dar-lhe as boas novas, mas era exatamente isso que Romeo (Asier Etxeandia) estava esperando, e, dessa forma, consegue localizar o esconderijo das amigas. Por isso Moisés (Miguel Ángel Silvestre) é enviado em sua última caçada, mesmo sem saber que o verdadeiro inimigo é aquele que está próximo a ele.

Com oito episódios de meia hora cada, a terceira e última temporada de ‘Sky Rojo’ não fala absolutamente nada de novo e é uma enrolação só. O enredo começa com o trio vivendo esse conto de fadas de vida normal, literalmente se agarrando em qualquer pessoa que lhe dê confiança para tentar sobreviver à realidade do passado que assombra à noite; o cafetão e seus capangas viraram um bando de bocó com sentimentos protagonizando cenas de afeto mal construídas e zoadas por eles mesmos: tudo isso se prolonga por absurdos sete episódios e meio, literalmente, para só então, nos últíssimos minutos finais da temporada, a coisa toda ter um desfecho que era o que esperávamos, mas ocorre de maneira muito acelerada. Em outras palavras: o trio protagonista saliva pela vingança por três temporadas para desfrutá-las por apenas dois minutos no fim. Frustrante.

Isso nos leva a concluir que Álex Pina mais uma vez não tinha o que falar em sua série, mas a prolongou tão somente para ganhar audiência (como fez em ‘La Casa de Papel’). Esta terceira temporada poderia não ter existido, e os cinco minutos finais poderiam ter sido incluídos na segunda temporada (que, por sua vez, poderiam ter sido apenas dois episódios extras da primeira temporada). Portanto, só a primeira parte de ‘Sky Rojo’ é realmente interessante; todo o resto é um lenga lenga sem fim recheado de cenas de violência contra a mulher para corroborar um pouco convincente empoderamento feminino. Para quem chegou até aqui na série, fica a dica.

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