domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Vai Ter Troco – Evelyn Castro BRILHA ao lado de Nanny People em Comédia Nacional

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Brasileiro adora uma comédia, afinal, rir é o melhor remédio para aguentar o dia a dia. E quando a realidade está difícil de suportar, são os filmes de comédia que conseguem aliviar a angústia das pessoas, inclusive por muitas vezes retratarem nas suas tramas aspectos da realidade vivida pelo cidadão trabalhador brasileiro – e que são bem comuns ao cotidiano de pessoas em outras partes do mundo. Disso se trata a universalidade de um determinado tema. Surfando nessa pegada, estreia nessa semana nos cinemas nacionais a comédia de riso fácil ‘Vai Ter Troco’.



Há três meses que os salários de Tonha (Evelyn Castro), Zildete (Nanny People, bastante diferente na caracterização), e Nivaldo (Edmilson Filho), está atrasado. Por outro lado, a vida anda às mil maravilhas às vésperas do noivado de Miranda (Giovanna Grigio), na mansão do casal Sarita (Miá Mello) e Afonso (Marcos Veras). No momento em que chega o pai do noivo, que é deputado, a polícia federal aparece no recinto e prende os dois. Isso acaba mudando a rotina da família completamente, que, do luxo, se vê totalmente sem recursos, com seus bens bloqueados. Num ato de revolta, os funcionários da casa decidem dar um basta na situação e forçar a família a vender parte de seus pertences para conseguir dinheiro para pagar os salários atrasados. Só que para que isso aconteça o grupo irá se meter em diversas confusões.

O cenário luxuoso de uma mansão em São Paulo abriga uma das histórias mais comuns desde a revolução industrial: o embate empregados versus patrões. No contraste dos dois núcleos ganha destaque, obviamente, o núcleo das pessoas simples que precisam se virar nos trinta pra pagar os boletos. A química entre Evelyn Castro e Nanny People garante as risadas em praticamente todas as cenas das duas juntas. Com seu jeito espontâneo e um tanto explosivo, Evelyn brilha, carregando para si o protagonismo do filme, mostrando que é uma atriz versátil pronta para assumir todo tipo de papel. O elenco traz ainda participações especiais do cantor Falcão e de Ludmilla, em mais uma aparição nos cinemas, com direito a fala e tudo.

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Partindo de uma história bem da realidade brasileira – a questão da corrupção, do desvio de verba pública, e como isso afeta a vida do cidadão comum – o roteiro de Juliana Araripe, Otávio Martins e Marcio Castro traz diversas cenas cômicas que isoladamente funcionariam como uma esquete de humor. Assim, na hora da montagem, o filme de  Mauricio Eça às vezes escorrega sem conseguir costurar uma sequência lógica entre uma cena e outra, deixando a edição solta por alguns segundos a mais (por exemplo, na cena em que Sarita e Afonso estão conversando e, depois, Sarita fica mais uns dez segundos em cena aleatoriamente cantando uma música, se balançando no jardim, sem que isso tenha qualquer interferência na trama). Por outro lado, as cenas de comédia que funcionam, funcionam e muito.

Vai Ter Troco’ é um alívio para o fim do dia do trabalhador que pega transporte público e quer se ver representado (e vingado) nas telonas. Uma comédia fácil, para rir alto e descansar dos boletos do mês.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Brasileiro adora uma comédia, afinal, rir é o melhor remédio para aguentar o dia a dia. E quando a realidade está difícil de suportar, são os filmes de comédia que conseguem aliviar a angústia das pessoas, inclusive por muitas vezes retratarem nas suas tramas aspectos da realidade vivida pelo cidadão trabalhador brasileiro – e que são bem comuns ao cotidiano de pessoas em outras partes do mundo. Disso se trata a universalidade de um determinado tema. Surfando nessa pegada, estreia nessa semana nos cinemas nacionais a comédia de riso fácil ‘Vai Ter Troco’.

Há três meses que os salários de Tonha (Evelyn Castro), Zildete (Nanny People, bastante diferente na caracterização), e Nivaldo (Edmilson Filho), está atrasado. Por outro lado, a vida anda às mil maravilhas às vésperas do noivado de Miranda (Giovanna Grigio), na mansão do casal Sarita (Miá Mello) e Afonso (Marcos Veras). No momento em que chega o pai do noivo, que é deputado, a polícia federal aparece no recinto e prende os dois. Isso acaba mudando a rotina da família completamente, que, do luxo, se vê totalmente sem recursos, com seus bens bloqueados. Num ato de revolta, os funcionários da casa decidem dar um basta na situação e forçar a família a vender parte de seus pertences para conseguir dinheiro para pagar os salários atrasados. Só que para que isso aconteça o grupo irá se meter em diversas confusões.

O cenário luxuoso de uma mansão em São Paulo abriga uma das histórias mais comuns desde a revolução industrial: o embate empregados versus patrões. No contraste dos dois núcleos ganha destaque, obviamente, o núcleo das pessoas simples que precisam se virar nos trinta pra pagar os boletos. A química entre Evelyn Castro e Nanny People garante as risadas em praticamente todas as cenas das duas juntas. Com seu jeito espontâneo e um tanto explosivo, Evelyn brilha, carregando para si o protagonismo do filme, mostrando que é uma atriz versátil pronta para assumir todo tipo de papel. O elenco traz ainda participações especiais do cantor Falcão e de Ludmilla, em mais uma aparição nos cinemas, com direito a fala e tudo.

Partindo de uma história bem da realidade brasileira – a questão da corrupção, do desvio de verba pública, e como isso afeta a vida do cidadão comum – o roteiro de Juliana Araripe, Otávio Martins e Marcio Castro traz diversas cenas cômicas que isoladamente funcionariam como uma esquete de humor. Assim, na hora da montagem, o filme de  Mauricio Eça às vezes escorrega sem conseguir costurar uma sequência lógica entre uma cena e outra, deixando a edição solta por alguns segundos a mais (por exemplo, na cena em que Sarita e Afonso estão conversando e, depois, Sarita fica mais uns dez segundos em cena aleatoriamente cantando uma música, se balançando no jardim, sem que isso tenha qualquer interferência na trama). Por outro lado, as cenas de comédia que funcionam, funcionam e muito.

Vai Ter Troco’ é um alívio para o fim do dia do trabalhador que pega transporte público e quer se ver representado (e vingado) nas telonas. Uma comédia fácil, para rir alto e descansar dos boletos do mês.

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