007 – James Bond
Substituições: Sean Connery por George Lazenby / George Lazenby por Sean Connery / Sean Connery por Roger Moore / Roger Moore por Timothy Dalton / Timothy Dalton por Pierce Brosnan / Pierce Brosnan por Daniel Craig.
Essa é batata. James Bond é o personagem mais vezes trocado dentro de uma mesma franquia (sem contar Drácula, que caiu em domínio público e aparece em qualquer filme de diferentes franquias, e Jason de Sexta-Feira 13 – que com o uso de maquiagem e sem falar, pode ser vivido por qualquer um). Assim, temos diferentes versões do maior agente do cinema: truculento, charmoso, fanfarrão, sóbrio, etc. .
Bruce Wayne / Batman
Substituições: Michael Keaton por Val Kilmer / Val Kilmer por George Clooney.
E cadê Adam West, você pergunta? West viveu o personagem na TV e o longa foi uma extensão do seriado. O primeiro filme nos cinemas foi mesmo a superprodução de 1989, dirigida por Tim Burton, onde o personagem foi vivido por Michael Keaton. Depois da sequência Batman – O Retorno, onde a dupla de protagonista e diretor reprisou a dobradinha, o estúdio resolveu afastar o cineasta devido ao tom sombrio demais dos filmes. Assim, com a saída de Burton, Keaton também abandonou a capa.
Val Kilmer foi trazido para Batman Eternamente, mas os constantes embates com o diretor Joel Schumacher causaram sua saída do fiasco Batman & Robin, sendo substituído por George Clooney. E onde está Christian Bale? Bom, após o filme de 1997, a ideia da Warner era por um recomeço, já que a franquia havia sido deixada na geladeira por quase dez anos. E para isso, a escolha de outro ator era óbvia – fazendo o fato não se encaixar tanto como uma substituição por se tratar de uma série diferente, sem ligação com os filmes dos anos 1980 e 1990.
Jennifer Parker (De Volta para o Futuro)
Substituição: Claudia Wells por Elisabeth Shue.
Essa muita gente não deve ter percebido. No clássico De Volta para o Futuro (1985), a namorada de Marty McFly, Jennifer Parker, é vivida pela atriz Claudia Wells – que não ficou muito conhecida em sua carreira. Mas foi só chegar a continuação De Volta para o Futuro – Parte 2 (1989), que os mais atentos notaram uma ‘pequena grande’ diferença na personagem. A continuação começa exatamente de onde o primeiro filme parou, e mesmo assim as coisas não estavam exatamente iguais.
Acontece que Jennifer agora era vivida pela atriz Elisabeth Shue, então dona de uma carreira muito mais proeminente – tendo participado de produções como Karatê Kid – A Hora da Verdade (1984), Uma Noite de Aventuras (1987) e Cocktail (1988), com o astro Tom Cruise. Shue seguiu como Jennifer na terceira parte da franquia. Uma curiosidade é que Claudia Wells, e não Elisabeth Shue, cedeu a voz para Jennifer no game lançado em 2015, ao lado de gente como Michael J. Fox (Marty), Chrtistopher Lloyd (Dr. Brown) e Thomas F. Wilson (Biff).
Clarice Starling
Substituição: Jodie Foster por Julianne Moore.
A agente do FBI mais famosa do mundo dos thrillers não foi a primeira a caçar o psicopata Hannibal Lecter, imortalizado por Anthony Hopkins. Mas quando o assunto é O Silêncio dos Inocentes (1991), estamos falando de uma unanimidade, e um dos poucos filmes da história a ganhar o tão almejado big Five no Oscar (prêmios de melhor diretor, filme, ator, atriz e roteiro). Assim, esperava-se que ao menos os protagonistas retornassem na sequência. Não imaginamos outro no papel do canibal que não seja Hopkins (bem, quem sabe Mads Mikkelsen), e o ator britânico retornou em Hannibal (2001). Porém, quando foi a hora de Clarice, a estrela Jodie Foster deu para trás, precisando ser substituída pela igualmente talentosa Julianne Moore. O efeito não foi o mesmo.
Duas-Caras
Substituição: Billy Dee Williams por Tommy Lee Jones.
No universo do Homem Morcego, não foi só o herói que viu seu rosto mudar ao longo dos anos. Um de seus principais antagonistas também sofreu uma grande metamorfose. Em Batman (1989), de Tim Burton, o promotor Harvey Dent foi vivido pelo grande Billy Dee Williams (imortalizado como Lando Calrissian de O Império Contra-Ataca). Williams inclusive disse em entrevistas que o único motivo de ter aceitado o papel, foi a transformação que seu personagem passaria numa continuação, se tornando o implacável Duas-Caras. E esse era o plano de Burton. Porém, o novo comandante, Joel Schumacher, optou por Tommy Lee Jones para o papel em Batman Eternamente (1995). Curiosamente, ambos possuem três nomes (seria este um pré-requisito para o papel?). Williams finalmente viria a viver o personagem (ou ao menos dublá-lo em Lego Batman, 2017).
Lestat
Substituição: Tom Cruise por Stuart Townsend.
Tudo bem que A Rainha dos Condenados (2002) se passa antes de Entrevista com o Vampiro (1994), e levando em conta que vampiros não envelhecem, seria estranho ver o astro Tom Cruise com rugas a mais na pele do cínico sanguessuga. Assim, a opção foi por trazer o limitado Stuart Townsend para o interessante papel. O resultado foi uma produção naufragada – mas a culpa não é totalmente do ator, já que existe um abismo de diferença em qualidade entre as duas obras. Seria o caso de termos dado aquele famoso salto de fé na suspensão de descrença – que caiu tão bem, por exemplo, em Dragão Vermelho (2002), onde Anthony Hopkins bem mais velho, tentou parecer mais jovem uns 11 anos na pele de Hannibal Lecter.
Rachel Dawes
Substituição: Katie Holmes por Maggie Gyllenhaal.
Como estamos percebendo por esta lista, Batman é o rei das substituições de atores. Depois do próprio protagonista e de seu notório vilão, chegou a vez de uma atriz principal ser substituída no mesmo papel. Em Batman Begins (2005), reinício bem sucedido da franquia no cinema, Rachel Dawes, advogada que é o interesse romântico do herói, foi vivida por Katie Holmes. Três anos depois, no que é tido pela maioria como o melhor filme baseado em um personagem de quadrinhos de todos os tempos, O Cavaleiro das Trevas (2008), foi a hora de Maggie Gyllenhaal entrar em cena e jogar Holmes para escanteio, acrescentando novas camadas e grande dramaticidade a esta heroína trágica.
Dumbledore
Substituição: Richard Harris por Michael Gambon.
É triste, mas este é outro fator que entra em cena na hora de substituir atores em uma franquia: sua morte. O lendário veterano Richard Harris (2 vezes indicado ao Oscar) deu vida ao justo e sereno diretor do colégio de bruxos mais famoso da sétima arte, Dumbledore. Sua aparência entrou para a história como a caracterização máxima do mago que permeava nossos imaginários. Porém, em 2002, aos 72 anos, o ator viria a falecer. Ele havia gravado os dois primeiros filmes da franquia, mas precisou ser substituído às pressas para o terceiro, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004). Assim, para o papel foi convocado Michael Gambon, dez anos mais novo, que igualmente entregou um desempenho marcante, criando um Dumbledore mais jovem e dinâmico – dentro do possível.
Oráculo (Matrix)
Substituição: Gloria Foster por Mary Alice.
Aqui, o mesmo caso do item acima ocorreu. No revolucionário Matrix (1999) – o 18º filme preferido do grande público, de todos os tempos, a onisciente Oráculo foi retratada como uma dona de casa cozinheira, nas formas da atriz Gloria Foster. Papel que a atriz reprisaria na continuação Matrix Reloaded (2003). Porém, Foster viria a falecer de forma repentina durante as gravações das sequências – filmadas de forma simultânea. Assim, para a terceira parte – Matrix Revolutions -, a atriz Mary Alice foi a substituta. A explicação para a mudança é até plausível, dentro do universo surreal.
Hitman
Substituição: Timothy Olyphant por Rupert Friend.
Baseado num famoso vídeo game de ação, o personagem Hitman sempre foi imaginado no cinema como o ator Vin Diesel, devido a sua famosa careca. No entanto, o brucutu astro da franquia Velozes e Furiosos não quis saber do longa Hitman – Assassino 47 (2007), e Timothy Olyphant terminou com o papel. O filme não foi o que podemos chamar de sucesso, e mesmo assim uma espécie de continuação/reboot foi tentada oito anos depois com Hitman – Agente 47 (2015), onde o protagonista já portava as formas de Rupert Friend.
Tony (O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus)
Substituição: Heath Ledger por Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell.
Aqui, voltamos aos itens acima. Uma morte foi a responsável pela substituição. Porém, neste item temos um caso incomum. Ao invés de se tratar de uma continuação de franquia, a mudança ocorreu dentro de um único filme. O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus (2009) é um filme surreal e sobrenatural dirigido por Terry Gillian, um especialista no gênero. A obra marca também a última contribuição do jovem Heath Ledger ao mundo da sétima arte. O ator faleceu aos 28 anos , sem conseguir concluir as gravações. Assim, a ideia foi substituí-lo não por um, mas por três atores ao longo da projeção, assim que o personagem adentra um mundo mágico. Desta forma, Johnny Depp viveu Tony Imaginário 1, Jude Law viveu Tony Imaginário 2 e Colin Farrell viveu Tony Imaginário 3.
James Rhodes (Homem de Ferro)
Substituição: Terrence Howard por Don Cheadle.
A Marvel é um mundo mágico e maravilho, onde os sonhos ganham vida, certo? Bem, se você perguntar ao ator Terrence Howard, a resposta será bem diferente. Um dos atores mais prejudicados por um estúdio na história do cinema, Howard (indicado ao Oscar por Ritmo de um Sonho) foi o primeiro contratado para Homem de Ferro (2008), numa era em que filmes de heróis estavam dando os primeiros passos. Desta forma, seu salário foi maior do que o do agora astro Robert Downey Jr. – saindo de uma fase ruim. Quando chegou a hora do estúdio cumprir o prometido ao ator e elevar seu pagamento, a empresa optou por cortá-lo da franquia, privilegiar o protagonista, e substituir Howard por Don Cheadle em Homem de Ferro 2 (2010) e em todos os filmes vindouros. Já são 7 filmes de Cheadle como o personagem James Rhodes (o Máquina de Combate), incluindo o inédito Vingadores: Ultimato (2019).
Bruce Banner (Hulk)
Substituição: Eric Bana por Edward Norton/ Edward Norton por Mark Ruffalo.
Tão mutável quanto o Homem Morcego, é o grandalhão verde da empresa “rival”. Tudo bem, muitos heróis já foram substituídos, vide Superman e Homem-Aranha, mas em sua maioria tratam-se de reinícios para estas franquias. E isso pode ser até verdade quando falamos de Eric Bana, o Hulk (2003) de Ang Lee. Quando os direitos do personagens reverteram para a Marvel, a companhia optou por começar do zero, com uma equipe e elenco novos – apesar de continuar basicamente de onde a ideia geral sobre o personagem havia parado.
Assim, entra em cena Edward Norton no papel principal. Com sua fama de ser difícil e personalidade dominadora, é relatado que Norton tomou o comando de O Incrível Hulk (2008) para si, tornando o trabalho um verdadeiro pesadelo. Suas exigências ecoaram na Marvel, que não queria esta bomba relógio em mãos – assim substituindo o ator pelo mais tranquilo Mark Ruffalo (embora seja uma máquina de spoilers – risos), em Os Vingadores (2012) e mais 6 filmes, incluindo o inédito Vingadores: Ultimato (2019).
Fandral (Thor)
Substituição: Josh Dallas por Zachary Levi.
Outra substituição ocorrida no MCU bem debaixo de nossos narizes, sem que ninguém percebesse. Tudo bem que o universo de Thor não é o preferido da maioria dos fãs da casa. Fandral é um personagem secundário das histórias do Deus do Trovão, parte do trio conhecido como Os Três Guerreiros, do qual fazem parte, além do próprio, Hogun e Volstagg. A inspiração clara é na mescla de três guerreiros vindos de diferentes partes do mundo – como um viking (Volstagg), um asiático (Hogun) e europeu (Fandral). Ao lado de Lady Sif (Jaimie Alexander), o trio fez parte de inúmeras aventuras de Thor.
Ao ser lançada a continuação do filme de 2011, Thor: O Mundo Sombrio (2013), Ray Stevenson, Tadanobu Asano e Alexander estavam de volta aos seus respectivos papéis. Fandral, no entanto, soava diferente – como se atingido pelas iniciais dos deuses Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles e Mercúrio. Sim, Zachary Levi, a esperança da DC no vindouro Shazam! foi quem deu forma ao guerreiro no filme da Marvel. O ator, inclusive, reprisou o papel em Thor: Ragnarok (2017), ao lado dos colegas de cena – exceto Alexander.
Lisbeth Salander (Millenium)
Substituição: Noomi Rapace por Rooney Mara / Rooney Mara por Claire Foy.
Nem iremos contar muito a troca de Noomi Rapace, já que a atriz foi a estrela das versões suecas – a trilogia chegou a ser filmada no país. Por mais que não seja totalmente estranho o mesmo ator interpretar o seu papel na refilmagem (como foi o caso de Penélope Cruz em Preso na Escuridão e no remake Vanilla Sky), o diretor David Fincher optou por Rooney Mara no remake americano (superior em seu desempenho no papel, e com uma indicação no Oscar para provar).
A intenção era pela trilogia, mas infelizmente a cara produção não rendeu o retorno financeiro esperado pela Sony, sendo engavetada por anos. Mara mostrou toda a vontade do mundo em retornar ao papel, mas os deuses do cinema tinham outros planos. Assim, um reboot foi lançado em 2018, focando no livro A Garota na Teia de Aranha, o primeiro escrito por David Lagercrantz, e com uma nova intérprete no papel principal. A escolhida foi a talentosa Claire Foy, que não fez feio com a personagem.