quinta-feira, março 28, 2024

Do Pior ao Melhor | Todos os Filmes de Horror do diretor Alexandre Aja

Com o cinema no sangue, o parisiense Alexandre Aja após dois longas-metragens abandonou a França para fazer os filmes que Hollywood adora: o terror gore. Lançado no dia 12 de maio pela Netflix, Oxigênio é a sua quase volta às origens ao lado de Mélanie Laurent. Com um jeito peculiar de trazer graça e sufoco, além de muito sangue, o diretor de 42 anos soma nove longa-metragens na direção, além dos roteiros de Maniac (2012) e P2: Sem Saída (2007); e a participação como ator em outros quatro títulos. 

Filho do cineasta Alexandre Arcady e da crítica de cinema Marie-Jo Jouan, o que soa engraçado, uma vez que os filmes de Aja são frequentemente vilipendiados pela crítica. Por outro lado, não agradar aos críticos e fazer o público se contorcer na poltrona é o normal no gênero terror. Ainda que o diretor tenha poucos filmes no currículo, o CinePOP preparou um ranking do pior ao melhor para você conhecer toda a obra desse novo gênio do horror. 

Para classificar os títulos, a gente se baseou na opinião pública do IMDB e dos críticos do Rotten Tomatoes (RT), mas é a análise da autora deste artigo que prevaleceu a fim de mediar a discrepância entre o público e a mídia. Você já viu todos esses filmes? Comente e faça a sua própria lista de preferidos!  

9. Espelhos do Medo (2008)

IMDB 6.1 (103.059 votos) – RT 15%

Era para ser um remake do terror sul-coreano Espelho (2003), no entanto, Alexandre Aja, não gostou da história original. Assim, o cineasta manteve a ideia básica envolvendo espelhos e incorporou algumas cenas próprias. Desse modo, ele mudou a história dramaticamente e, consequentemente, não agradou os espectadores nem a crítica. Ou seja, o exemplo de refilmagem que não corresponde às expectativas da primeira obra e não à toa ocupa a última posição do ranking. Vale ressaltar que o filme promove sustos, mas você aproveita mais a versão de Kim Sung-ho. Ao longo desta lista, você perceberá que Aja adora refilmagens. 

8. A Nona Vida de Louis Drax (2016)

IMDB 6.3 (13.629 votos) – RT 39%

Baseado no romance de Liz Jensen, Aja deixa o gore de lado nesta obra e traz o suspense e o fantástico, o que não deixa de nos aterrorizar. Protagonizado por Aaron Paul (da série Breaking Bad) e Jamie Dornan (Cinquenta Tons de Cinza), o filme trata da síndrome de Münchhausen, que é caracterizada pela produção de sintomas físicos pela própria pessoa a fim de receber tratamentos médicos. Ou seja, para evitar os spoilers, vamos nos ater a esta revelação da história. Com um visual atraente e intrigante, o enredo, no entanto, não sustenta a resolução de todas as tramas e o resultado é insatisfatório. 

7. Fúria (1999) 

IMDB 5.4 (521 votos) – RT 36%

O primeiro longa-metragem do diretor conta com Marion Cotillard (Piaf – Um Hino ao Amor) também em início de carreira. Na época, Alexandre Aja escalou Cotillard por recomendação do ator Julien Rassam, seu então namorado, e com base em seu trabalho em Chloé (1996). Adaptação do conto Graffiti (1981) do argentino Júlio Cortázar, o filme se situa em um mundo pós-apocalíptico, no qual o governo proíbe qualquer oposição política e todas as atividade criativa, como artes e música. Então, um jovem rebelde desafia o regime repressivo pintando slogans anti-governamentais em espaços públicos. Seu primeiro longa já mostra sua paixão por adaptações e ficção científica, além de fazer os seus espectadores se sentirem aprisionados e sufocados. 

6. Amaldiçoado (2013)

IMDB 6.5 (79.019 votos) – RT 42%

Mais uma adaptação literária, dessa vez de Joe Hill, filho do mestre do horror Stephen King. Como habitualmente, há algumas diferenças entre o livro e o filme, no entanto, nada que comprometesse o enredo. Protagonizada por Daniel Radcliffe cujo trabalho tem sido concentrado em personagens esquisitos, a obra mistura fantasia, comédia e crime, o cenário perfeito de Aja. Após a misteriosa morte de sua namorada (Juno Temple), um jovem (Radcliffe) acorda e encontra chifres brotando de sua testa e o poder de fazer as pessoas revelarem seus mais obscuros segredos. À princípio confuso, o título pode animar entusiastas do gênero, mas o humor sombrio não é tão cativante. 

5. Piranha 3D (2010)

IMDB 5.4 (86.575 votos) – RT 74%

Com certeza, esta é a obra mais popular do diretor e igualmente uma refilmagem. Desta vez, Aja cria com ajuda do 3D uma galhofa sangrenta que mistura as filmagens de um filme pornô com um massacre gore das piranhas entre jovens durante o recesso de primavera. Vale dizer que Alexandre Aja convidou os diretores dos originais Piranha (1978), Joe Dante, e Piranhas 2: Assassinas Voadoras (1982), James Cameron, mas ambos não quiseram participar da “homenagem”. Segundo a crítica, o filme correspondeu às expectativas do gênero ao misturar sangue, gargalhadas e nudez gratuita. 

4. Alta Tensão (2003)

IMDB 6.8 (68.403 votos) – RT 41%

Esta não é uma refilmagem ou adaptação, no entanto, o roteiro escrito a quatro mãos, por Alexandre Aja e seu amigo de infância Grégory Levasseur, é uma homenagem aos filmes de terror dos anos 1970 e 1980. Levasseur trabalhou com Aja em todos os seus projetos, seja como co-roteirista seja como co-produtor. Segundo o próprio diretor, a cena de Cécile de France no banheiro do posto é uma cópia de Maniac (1980), de William Lustig. Com litros de sangue na tela, Alta Tensão acompanha as amigas Marie (de France) e Alexia (Maïwenn) em um fim de semana tranquilo na casa de fazenda isolada dos pais de Alexia. Ao cair da noite, no entanto, a paz delas transforma-se em pesadelo. O bê-a-bá do gênero com direito a muita tensão, mas com um final pouco credível. 

3. Viagem Maldita (2006)

IMDB 6.4 (160.517 votos) – RT 52%

Em seu primeiro filme nos Estados Unidos, Alexandre Aja recebeu o convite do próprio Wes Craven, diretor da versão original Quadrilha de Sádicos (1997), para fazer esta refilmagem do seu filme. Após o sucesso dos remakes de O Massacre da Serra Elétrica (1974), de Tobe Hooper, e Horror em Amityville (1979), de Stuart Rosenberg, Craven e seus produtores acreditam que uma nova versão da obra seria um ótimo negócio. O convite foi feito por conta da realização de Alta Tensão (2003), a qual Wes Craven declarou que o diretor francês “demonstrou uma compreensão multifacetada do que é profundamente assustador”. Tendo como base o caso real dos Agent Orange no Vietnã, que provocaram deformidades de nascença nos nativos do país, Viagem Maldita é assustador, desesperante e uma das melhores obras do gênero. É também o maior sucesso de bilheteria do diretor.

2. Predadores Assassinos (2019)

IMDB 6.1 (71.747 votos) – RT 84%

Sucesso de crítica e público, o filme entrou na lista de favoritos de 2019 de ninguém menos que Quentin Tarantino. Nervoso e angustiante, este é um roteiro original dos irmãos Michael e Shawn Rasmussen, com produção de Sam Raimi, em outras palavras, uma fórmula de sucesso. Com uma criatura apavorante, ágil e repleto de ação, o longa conta ainda com uma inspirada Kaya Scodelario (Maze Runner: Prova de Fogo). Aqui, Alexandre Aja cria um clima de tensão de arrepiar até o último fio de cabelo, além de divertir o público. 

Veja também: Crítica | Predadores Assassinos é aterrorizante e vai fazer você se contorcer no cinema

1. Oxigênio (2021)

IMDB 6.4 (2.498 votos) – RT 94%

Sim! O melhor filme de Alexandre Aja é o seu último. Sabe o que isso quer dizer? Que a exigência vai ser grande a cada lançamento. Oxigênio aproveita o máximo de seu cenário claustrofóbico e da estrela Mélanie Laurent (Bastardos Inglórios) para construir um suspense e sci-fi imperdível. O que vocês talvez não saibam é que Anne Hathaway (Os Miseráveis) e Noomi Rapace (Prometheus) foram cotadas inicialmente para viver o papel da protagonista. A gente não sabe como seria o resultado, mas uma coisa é fato: Mélanie Laurent está ótima. 

Leia também: Crítica Netflix | Oxigênio – Suspense é TENSO e prende o fôlego até os últimos minutos

0. Bônus: Over the Rainbow (1997)

Como assim um filme surpresa? Para que este ranking pudesse existir hoje, Alexandre Aja e Grégory Levasseur começaram suas carreiras a partir desta pequena obra-prima, na tradução o título seria Além do Arco-íris. Se você gosta de terror, suspense e um pouquinho de gore, confira a primeiríssima obra do cineasta, com menos de 10 minutos, abaixo. De nada!

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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