Obra promete continuar tradição recente do MCU de utilizar o máximo de nomes possíveis
Ao passo que foi lançado o mais recente trailer de Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura mais informações acabaram sendo divulgadas para o público, bem como as mais diversas teorias. Afinal, um filme que tem abertamente a pretensão de misturar elementos de terror com as variabilidades do multiverso tem a seu favor o fator surpresa.
Todavia essa ainda é uma adaptação de quadrinhos, portanto a priori segue as regras de precisar apresentar uma força antagonista para contrapor e colidir com o herói. Em uma produção que, como dito, vai flertar com o terror, não à toa Sam Raimi foi escolhido como diretor por seu passado com quadrinhos e horror independente, o leque de inimigos é bastante amplo.
Não só isso, mas o fato dele estar ligado à mitologia do Dr. Estranho torna as opções ainda mais variadas; o mago supremo da Marvel constantemente lida com universos além da imaginação, verdadeiros caleidoscópios infinitos e criaturas tipicamente Lovecraftianas.
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O próprio filme anterior do personagem já o havia colocado frente a frente com Dormammu, possivelmente o antagonista mais poderoso do MCU até o momento e criatura de outra dimensão, bem como tradicional rival do herói nos quadrinhos.
A produção assinada por Scott Derrickson também, desde já, ensaiou uma origem para o Barão Mordo, interpretado por Chiwetel Ejiofor, ainda que ele não tenha assumido o posto de vilão até o momento. Com o ator confirmado na escalação é certo que a sua jornada para o mal deve se acelerar, no entanto o quanto dos quadrinhos ela deve ser fiel ainda é incerto.
Mordo e Stephen compartilham de boa relação, como visto anteriormente, e o grande motivo que leva o feiticeiro a se tornar um inimigo, conforme visto em Strange Tales #111, é a preferência do Ancião por Strange em detrimento do Barão. Isso o levou não só a um caminho de antagonismo com o Mago Supremo como também de lealdade com o mencionado Dormammu.
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Já em determinado trecho do mencionado trailer há uma breve, porém importante, aparição de outro inimigo: Shuma-Gorath. Este em particular é a mais pura inspiração no estilo de monstros que o autor norte americano, Howard P. Lovecraft, em suas obras de horror cósmico.
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Criaturas não só gigantescas em escala mas que literalmente são divindades universais que não podem ser derrotadas ou sequer contempladas pelos humanos; a persistência de se opor a qualquer uma delas invariavelmente leva o indivíduo à mais profunda das insanidades. Um exemplo é o famoso Cthulhu apresentado no conto O Chamado de Cthulhu.
Shuma-Gorath é uma criação de Robert E. Howard, o criador de Conan, para uma história de Kull, o Conquistador. A história foi publicada pelo selo da Heroic Signature, hoje incorporada pela Funcom, o que torna a editora a detentora dos direitos do Bárbaro e dos contos do Conquistador.
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Até então a Marvel possuía um acordo para a publicação das histórias envolvendo criações de Howard, porém em 2021 foi anunciado pela Funcom a aquisição total de marcas como a do personagem mencionado, Solomon Kane e outros. Logo, a decisão implica diretamente sobre um detalhe muito importante do monstro cósmico que é a inviabilização do uso do nome em qualquer produção da Marvel Studio.
Apesar de ser um empecilho quanto à adoção de referências, que é o grande trunfo dos filmes do estúdio desde 2008, isso não inviabiliza uma participação ou aparição rápida da criatura. Somado ainda ao boato de que a própria Wanda pode abraçar um papel antagonista, de um ponto de vista geral, a partir do filme tem-se como saldo final a dúvida de quem irá se opor ao Dr. Estranho.
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A Feiticeira Escarlate, num panorama pós Wandavision, já possui apresentado para o público da minissérie a ideia que ela é um indivíduo emocionalmente instável e que pode trilhar um caminho perigoso. Esse inclusive é uma posição que o programa do Disney Plus precisou acelerar bastante para tornar a versão do MCU próxima da contraparte dos quadrinhos, a mesma que se fez famosa por começar a saga da Dinastia M.
Todas as opções apresentadas indicam boas escolhas de vilões para o longa, isso excluindo as contrapartes malignas no multiverso do próprio protagonista. Tanto Mordo quanto Wanda tiveram caminhos construídos que vão levá-los para algum tipo de ressentimento, ainda que o primeiro é, canonicamente falando, certo de pender para o mal, a segunda ainda tem seu destino em aberto; recebendo uma definição em Multiverso da Loucura.
Assista:
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