O cineasta brasileiro Walter Salles, conhecido por seu aclamado filme ‘Central do Brasil’, está de volta à direção com ‘Eu Ainda Estou Aqui’, um drama histórico que será estrelado pelas lendárias atrizes Fernanda Montenegro (‘O Auto da Compadecida’) e Fernanda Torres (‘Os Normais’).

Segundo o Deadline, o longa, ambientado no Brasil em 1971, retrata um período turbulento da história do país, marcado pela repressão da ditadura militar. Baseado no livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva.

“Baseado em uma história real, a trama segue a jornada de Eunice Paiva, uma mãe de cinco filhos que precisa se reinventar quando seu marido é levado da casa de praia deles pela polícia militar e desaparece sob custódia”. 

O roteiro foi escrito por Murilo Hauser e Heitor Lorega.

Dirigir ‘Eu Ainda Estou Aqui’ representa a realização de um sonho antigo para Walter Salles. Amigo da família Paiva desde a juventude, o cineasta acompanhou de perto os eventos que inspiraram o filme e se sentiu profundamente tocado pela história de Eunice.

“A maioria dos meus projetos pessoais exigiu processos de desenvolvimento muito longos, voltando a Central do Brasil, que foi de cinco anos, e Diários de Motocicleta foi de quatro. Nenhum levou tanto tempo quanto este que eu em parte fui testemunha quando tinha 13 anos. O que o disparou foi a emoção que senti ao ler o livro, escrito por este amigo meu, Marcel. Ele era um dos cinco filhos da família que ele descreveu no livro autobiográfico que é realmente sobre essa família completamente normal composta por pai, mãe e filhos de nove a 16 anos. Eles tinham essa vida rica com amigos, leveza, humor e uma luz que fez muitos de nós gravitarmos ao redor de sua casa. Um dia, o inesperado aconteceu quando o pai foi levado para a sede militar para um interrogatório. Ninguém naquele momento sabia que seria a última vez que o veriam novamente. Isso coincidiu com um momento deste regime totalitário brasileiro, onde as coisas começaram a se tornar extremamente violentas, e onde havia censura e tortura”, declarou Walter Salles.