sexta-feira, abril 19, 2024

Framboesa de Ouro | Relembre os Filmes Indicados ao PIOR do Cinema que Completam 10 Anos em 2022

O inimigo público número 1 da indústria do cinema, também conhecido como o “Anti-Oscar”, o “prêmio” Framboesa de Ouro segue incomodando muita gente, e fazendo outros tantos darem boas risadas. A cerimônia é uma grande brincadeira com filmes que foram execrados pela crítica, que grande parte do público torceu o nariz, mas que ninguém tem coragem de gritar aos quatro ventos o quão desagradáveis foram. Bem, não tinha. Numa época em que o politicamente correto impera, quem sabe algum dia o Framboesa de Ouro possa vir a ser extinto. Mas enquanto isso, continuamos celebrando estes filmes ruins que todos nós adoramos.

É claro que como toda premiação que se preze, o Framboesa de Ouro já errou muito, e terminou indicado filmes bons de verdade. Ah, a ironia das coisas. Na maioria das vezes, acerta em cheio ao lembrar-nos de produções que nem as mães dos envolvidos teriam coragem de defender, vide A Reconquista (2000), com John Travolta, e Mulher-Gato (2004), com Halle Berry. Os indicados deste ano já foram revelados, mas enquanto o prêmio para eles não sai – em geral ocorrem na véspera do Oscar – propomos algo diferente. O Framboesa está firme e forte até hoje, tendo iniciado seus trabalhos em 1981, bem a tempo para indicar a primeira leva de filmes dos anos 80. E a brincadeira não poderia ter começado em época melhor, senão a fanfarrona década de 80.

Aqui, porém, sairemos dos anos 80 e pularemos alguns anos no futuro do Framboesa de Ouro, para relembrar com você quais os filmes que completam 10 anos em 2022 estiveram indicados ou venceram o prêmio. Você lembra de todos? Confira abaixo.

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A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2

Não podia ser outro! A chamada “Saga Crepúsculo” é definitivamente uma das superproduções de sucesso mais odiadas pelos críticos e por grande parte do público. Ao contrário de franquias como Harry Potter e Jogos Vorazes, Crepúsculo falhou em estourar sua bolha de fãs e penetrar no imaginário coletivo de pessoas que não conheciam seu material fonte, ou seja, os livros nos quais são baseados. Crepúsculo é recomendado quase que exclusivamente para seu nicho. Todos os demais, em especial os adultos, possuem muito pouca estima pelos longas que apenas brincam com a mitologia de seres sobrenaturais mais associados ao terror, vide vampiros e lobisomens. Tudo aqui, é claro, voltado a um teor de romance adolescente. No entanto, grande parte das reclamações acusavam o texto pobre da autora Stephanie Meyer – de difícil desassociação do melodrama barato.

Os livros eram apenas quatro, mas no cinema ganhamos cinco filmes – a fim de gerar o dobro do lucro. Deu certo. O último exemplar não deixou de ser alvo de críticas e zoeiras. No Framboesa de Ouro levou o “prêmio” de pior filme do ano, pior continuação, pior atriz para Kristen Stewart (que também levou por Branca de Neve e o Caçador), pior ator coadjuvante para Taylor Lautner, pior diretor para Bill Condon, pior elenco e pior casal (Lautner e a pequena Mackenzie Foy) – além de receber indicações para pior ator (Robert Pattinson), pior atriz coadjuvante (Ashley Greene), pior roteiro e outro pior casal (Pattinson e Stewart). Como o mundo dá voltas, hoje Kristen Stewart está indicada ao Oscar por Spencer, e Robert Pattinson recebe muito elogios como o novo Batman do cinema.

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As Mil Palavras

Não deixe de assistir:

Existem alguns atores que são “perseguidos” pelo Framboesa de Ouro. Mas isso se deve pela má recepção geral de seus filmes junto às bilheterias e aos críticos. Já é de se esperar que os trabalhos de gente como Sylvester Stallone e Adam Sandler estejam sempre no radar do “pior do cinema”. Outro grande favorito do Framboesa é Eddie Murphy. Desde a estreia da “premiação”, o comediante que nos anos 80 era o rei de Hollywood viu nada menos do que oito produções suas receberem indicações nas mais variadas categorias do Framboesa – todos com Murphy envolvido em alguma capacidade. É bem verdade que o ator, desde os anos 90, conhece como poucos os altos e baixos de uma carreira, se erguendo com algum grande sucesso apenas para cair de novo com um fiasco retumbante.

Ou seja, para cada Um Príncipe em Nova York, O Professor Aloprado, Os Picaretas e Dreamgirls, Murphy tratava de tropeçar de novo com Os Donos da Noite, Santo Homem, O Professor Aloprado 2 e Norbit, respectivamente. Esta, no entanto, era uma época em que o humorista andava muito em baixa, apostando em um filme infantil esquecível atrás do outro. As Mil Palavras traz o comediante como um agente que sempre usou as palavras a seu favor para mentir e enganar. Quando descobre em seu grande jardim uma árvore, um guru o explica que cada folha dela representa uma palavra sua, para que as use com sabedoria. As Mil Palavras recebeu indicações de pior filme, ator para Murphy e roteiro. Murphy recentemente deu a volta por cima e recebeu do Framboesa um prêmio de melhor redenção por Meu Nome é Dolemite (2019).

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Battleship – A Batalha dos Mares

Baseado não em um videogame, mas em um jogo de tabuleiro muito famoso (no Brasil conhecido como Batalha Naval), Battleship mirou em Transformers e acertou na água (para usar um bordão do jogo). Depois que o filme dos carros que viram robôs mostrou para Hollywood que brinquedos poderiam ser uma fonte rentável de superproduções, a Universal Pictures tratou de correr atrás dos direitos de outra propriedade da Hasbro mirada aos pequenos. Porém, ao contrário dos Transformers (que dentro do possível foram fiéis e respeitaram o conceito), Battleship não quis tomar partido ao representar em tela uma guerra entre duas nações – as quais precisaria nomear ou ao menos aludir – e trouxe algo que os jogos não possuíam, ou seja, uma guerra entre a marinha dos EUA e uma ameaça alienígena.

De fato, Battleship não é sequer o primeiro jogo de tabuleiro levado aos cinemas – com o cult Os Sete Suspeitos (1985), baseado no jogo Detetive (Clue), que receberá nova roupagem com Ryan Reynolds – o precedendo. No elenco, o azarado Taylor Kitsch protagoniza, tendo como coadjuvantes Liam Neeson, Alexander Skarsgard, Brooklyn Decker e a estreia com pé esquerdo de Rihanna como atriz. Com tentativas de piadas totalmente sem noção – como confundir deficientes com alienígenas – Battleship levou o Framboesa de pior coadjuvante para Rihanna, e foi indicado para pior filme, pior roteiro, pior elenco, pior diretor (Peter Berg), pior ator coadjuvante (Liam Neeson – também indicado por Fúria de Titãs 2) e uma segunda pior atriz coadjuvante (Brooklyn Decker – também indicada por O Que Esperar Quando Você Está Esperando).

Este é o Meu Garoto

Não seria uma premiação do Framboesa de Ouro sem um filme de Adam Sandler. Outro que é “grande favorito” da zoeira festa do cinema, o comediante sempre arruma um jeito de figurar entre os indicados. O que podemos dizer é que mesmo os fãs do humorista precisam reconhecer que com Este é o Meu Garoto, Sandler chegou a um novo ponto baixo em sua carreira. Até então os filmes do ator pareciam ser à prova de críticos, sempre se tornando sucesso de bilheteria apesar das críticas negativas. Com este filme, as coisas mudarem neste sentido, concretizando um dos primeiros grandes fiascos da carreira de Adam Sandler – no Brasil se tornando a primeira produção não lançada nos cinemas após o estrelato do ator. Nesta obra ultrajante, Sandler interpreta um menino sendo abusado por sua professora.

O abuso infantil de professores é um tema delicado, mas Sandler resolve escrachar e usar como alvo de suas piadas incorretas – bom gosto nunca foi o forte do comediante. A mulher, é claro, vai presa, e Sandler se torna o pior pai do mundo, por ser muito jovem. Quem interpreta o filho é o comediante Andy Samberg. A única coisa boa no filme, se isso, é ver Susan Sarandon e Eva Amurri, mãe e filha na vida real, dividindo a mesma personagem. Não por menos, Este é o Meu Garoto levou os Framboesa de pior ator para Sandler (que já havia recebido no ano anterior por Cada um tem a Gêmea que Merece) e pior roteiro, sendo indicado também para pior diretor (Sean Anders), pior filme, piores atores coadjuvantes (Vanilla Ice e Nick Swardson), pior elenco e pior dupla (Sandler e Samberg).

Os Oogieloves e a Aventura no Grande Balão

Sim, o Framboesa de Ouro não perdoa ninguém, o que inclui produções infantis e inofensivas. Em especial as que são bizarras como esta. A verdade é que os Oogieloves pode até soar como a adaptação para o cinema de um programa infantil dos EUA, mas não é bem assim. O desejo era por um produto mirado a crianças bem pequenas, isso é óbvio. Tudo surgiu da mente do produtor Kenn Viselman – que também é o criador das criaturinhas. Ele é o produtor da versão americana dos Teletubbies, e seu desejo era levar os personagens coloridos para as telonas. Porém, quando o criador Andrew Davenport se recusou, Viselman resolveu criar sua própria versão dos Teletubbies, mas “fazer diferente”.

E assim nasceram os Oogieloves – que consistia igualmente em atores fantasiados de criaturas coloridas, mas ao invés de quatro, aqui tínhamos somente três (tá vendo como é diferente?). Mas não para por aí, o produtor tinha dois objetivos com o filme. O primeiro é que o seu sucesso servisse para lançar a série infantil dos Oogieloves na TV. E segundo, ele desejava criar um filme interativo para os pequenos no cinema, incentivando as crianças a cantarem e a dançarem nas salas de exibição em momentos específicos do filme. Podemos dizer que nenhum de seus desejos se realizou. O fracasso foi tanto que Os Oogieloves se tornou o filme recordista com a pior estreia nos EUA para um longa ocupando mais de duas mil salas de cinema. No Framboesa foi indicado para pior filme e para pior elenco que, acredite, conta com nomes como Christopher Lloyd, Cloris Leachman, Chazz Palminteri, Jamie Pressly, Cary Elwes e a cantora Toni Braxton.

OUTRAS INDICAÇÕES

O grande Nicolas Cage também não saiu ileso de indicações ao pior do cinema há dez anos. Cage foi indicado para pior ator no Framboesa duplamente – pelos filmes Motoqueiro Fantasma: Espírito da Vingança (também indicado para pior continuação) e O Pacto.

Outro “menino de ouro” do Framboesa é o ator, produtor, diretor e roteirista Tyler Perry, que até tem seu público cativo nos EUA, mas não é muito enaltecido pelos críticos por sua qualidade dramatúrgica. Perry estava à toda há dez anos no cinema e o Framboesa não perdoou. Na época, Perry dirigiu dois filmes: o “drama” Uma Boa Ação e a “comédia” As Testemunhas de Madea. Pelo primeiro, recebeu as indicações de pior ator e pior diretor, e pelo segundo recebeu indicações como pior diretor, pior “atriz” (já que interpreta a idosa Madea), pior elenco, pior dupla (Perry e sua fantasia de Madea) e pior continuação. Mas não parou por aí, Perry também foi indicado como pior ator em sua tentativa de seriedade no thriller A Sombra do Inimigo, onde substituiu o veterano Morgan Freeman no papel do investigador Alex Cross.

Na categoria de piores atrizes, já sabemos que a vitória foi da atual indicada ao Oscar Kristen Stewart pelo último Crepúsculo, e também da indicação de Tyler Perry como Madea. Completando as cinco nomeadas, sobrou para Milla Jovovich no quinto Resident Evil, Katherine Heigl pela pseudo comédia romântica Como Agarrar Meu Ex-Namorado, e até mesmo para a veterana Oscarizada Barbra Streisand no road movie com Seth Rogen, Minha Mãe é uma Viagem.

Já em matéria dos coadjuvantes, foram “homenageados” Jennifer Lopez (O Que Esperar Quando Você Está Esperando), Jessica Biel (por ambos o remake de O Vingador do Futuro e a comédia Um Bom Partido) e o meme ambulante David Hasselhoff como ele mesmo por “terrir” Piranha 2.

Finalizando os indicados do pior do cinema que completam dez anos em 2022, tivemos menções desonrosas para o remake do oitentista Amanhecer Violento, com Chris Hemsworth (pior… bem, refilmagem); Os Três Patetas, a comédia dos irmãos Farrelly que deveria ter sido muito boa, mas foi bem ruim (indicado a pior dupla – para os integrantes do reality Jersey Shore) e a adaptação do livro polêmico que coloca o capitalismo num pedestal, A Revolta de Atlas – Parte 2 (Atlas Shrugeed), de Ayn Rand (com indicações para pior diretor John Putch e pior roteiro).

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