Chegou a época do ano que muitos fãs de terror estavam esperando. Primeiro, outubro marca o dia das bruxas, o famoso halloween, momento ideal para tudo relacionado a terror. Segundo, porque o dia das bruxas de outubro de 2018 marca o retorno de uma verdadeira lenda da data, o assassino Michael Myers.
Ao lado da Rainha do Grito Jamie Lee Curtis e da franquia Halloween, Myers chega sorrateiramente no último fim de semana de outubro para dominar os cinemas mundiais. Aqui no CinePOP, já conferimos o novo longa – cuja crítica você pode ler no link abaixo. Fora isso, decidimos como forma de homenagem, criar mais uma de nossas famosas listas – desta vez ranqueando todos os 11 filmes da franquia.
Crítica | Halloween – Michael Myers retorna em sequência clichê e frustrante
Para finalizar, lembrando que esta é nossa opinião e caso não concorde, deixe nos comentários qual sua ordem de preferência dos filmes desta franquia icônica do terror. Ah, claro, e o texto contém spoilers. Vamos conhecer.
Assista nossa crítica:
11 | H2: Halloween II (2009)
Particularmente, não sou grande fã do remake de Rob Zombie – que possui seus erros e acertos. No entanto, quando ganhou carta branca completa nesta continuação, foi que o diretor saiu de vez dos trilhos em sua insanidade. Sem as amarras de ser necessariamente uma reimaginação de Halloween 2: O Pesadelo Continua (1981) – apesar do início fazendo menção a um hospital – o cineasta pôde mergulhar por completo em suas viagens alucinantes.
Quando uma coisa assim ocorre, ou ganhamos algo muito bom ou muito ruim. Com Zombie aqui, foi o segundo. Alucinações de cavalos brancos, Sheri Moon Zombie no papel da mãe fantasminha, um Michael Myers “mendigo” sem a máscara na maior parte do filme e… falante! Além, é claro, de uma violência desnecessariamente exacerbada. Este filme prova que nem sempre o diferente é bom.
10 | Halloween: Ressurreição (2002)
Agora é que a cobra vai fumar. Depois da reciclada muito bem sucedida que a franquia recebeu com Halloween H20 (1998), é claro que os produtores não iriam sossegar, mesmo depois do fim que levou à decapitação do assassino mascarado. Como continuar? Bem, desculpas esfarrapadas são o que não faltam ao cinema, ainda mais de terror.
Assim, Michael está de volta como se nada tivesse acontecido. E finalmente consegue despachar Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) logo na cena de abertura. O início é polêmico e fez muitos torcerem o nariz, mas nada comparado ao que viria a seguir, que foi só ladeira abaixo. Um reality show produzido dentro da casa do psicopata (ei, era a época do boom de tais programas), com participantes e equipe servindo de prato principal para o maníaco.
A única coisa boa aqui é a gracinha Bianca Kajlich, que interpreta a protagonista Sara, e veio a ter uma carreira no cinema e TV. No lado negativo, o rapper Busta Rhymes como o produtor ambicioso do programa, que entre outras coisas se disfarça de Myers, consegue despachá-lo com um bronca ao confundi-lo com um funcionário e no fim ainda aplica um golpe de kung fu galhofeiro no matador. Era o ponto baixo do “mal encarnado”.
09 | Halloween 6: A Última Vingança (1995)
Nenhum outro filme da franquia foi tão problemático quanto este. Fora das telas, o ator Donald Pleasence, intérprete do icônico Doutor Loomis, já muito debilitado, faleceu antes de completar as filmagens no longa. Assim, os produtores tiveram que contornar o problema na edição, deixando a montagem do filme, assim como algumas cenas, desconexas.
Fora isso, existem duas versões de Halloween 6, a que foi aos cinemas e uma outra tratada como a edição dos produtores – por anos tida como lenda urbana, e agora lançada em DVD e Bluray. Já dentro das telas, Halloween 5 criou uma história tão bizarra que deixou os produtores em maus lençóis para continuar a franquia, já que uma porta havia sido deixada escancarada para uma sequência – que só viria de fato, seis anos depois.
Aqui, resolveram dar uma explicação para o fato de Michael Myers nunca morrer e para sua maldade. Ele na verdade era fruto de uma seita, que misturava misticismo, magia negra e ciência, criando um monstro perfeito. Muitos fãs reclamaram de se ter o assustador psicopata transformado apenas em um peão nas mãos de um grupo de sádicos. Aqui temos o primeiro filme de Paul “Homem-Formiga” Rudd.
08 | Halloween 5: A Vingança de Michael Myers (1989)
Depois do sucesso de Halloween 4 (1988), era natural que os produtores dessem continuidade para a franquia. Os fãs clamavam pela volta de seu assassino favorito, já que Myers havia ficado de fora de Halloween 3, e assim ganhavam mais uma continuação com o psicopata da máscara branca. O caminho optado pelos produtores para esta sequência, no entanto, foi errático, podemos afirmar.
Primeiro, por descartar o gancho deixado ao final, quando a menina Jamie (Danielle Harris) assumia o legado de seu tio Michael, esfaqueando a mãe adotiva na última cena. Neste filme, o comportamento psicótico é tratado como um surto e a garota apenas perde a voz!? Fora isso, ao longo do filme, uma figura espreita nas sombras. Um homem de vestimentas pretas, que no desfecho chega ao cúmulo de tirar Myers da cadeia (sim, o psicopata imortal e mudo numa cela de prisão e com a máscara!). O que veio depois disso, como sabemos, não foi muito encorajador.
07 | Halloween 4: O Retorno de Michael Myers (1988)
A ideia de transformar a franquia Halloween em uma antologia não funcionou, e os fãs não compraram a ideia de uma história diferente a cada novo filme. Assim, devido ao clamor, Michael Myers fazia seu retorno aos filmes Halloween. O problema: sete anos haviam se passado desde a última aparição do psicopata, o que pode ser uma grande lacuna geracional.
Nessa história, após ser incinerado no hospital do segundo filme, Myers passa dez anos em coma, somente para acordar e trilhar um novo caminho de corpos. Jamie Lee Curtis não aceitou retornar, assim, o centro dos ataques passa a ser sua filha, a pequena Jamie (Danielle Harris). O veterano Donald Pleasence, no entanto, volta para sua caçada na pele de Loomis, tendo sobrevivido à explosão do desfecho.
O lance aqui é que estas sequências da década de 1980 ganham atmosfera pouco sofisticada e valores de produção que os assemelham a lançamentos direto em vídeo.
06 | Halloween: O Início (2007)
Existem certas obras-primas do cinema com as quais não devemos mexer. Um exemplo disto foi Psicose (1998), de Gus Van Sant, que recriou de forma xerocada quadro a quadro o que o mestre Alfred Hitchcock havia feito em 1960. O mesmo pode ser dito de Halloween: A Noite do Terror (1978), de John Carpenter. O detalhe é que o diretor Rob Zombie não possui um décimo de sua sutileza.
Pelo contrário, o cinema de Zombie é grotesco, funcionando muito como a delicadeza de um elefante em loja de cristais. Seus filmes são viscerais, espalhafatosos, contam com atuações exageradas e violência gratuita e exacerbada. Justamente por isso, não deu muito para entender porque os produtores deram sinal verde para que ele filmasse o remake de Halloween, já que representa a antítese do filme de Carpenter.
Do lado positivo, um Dr. Loomis menos heroico e mais oportunista. De resto, soa como um show de rock pauleira se sobrepondo à música clássica do original. O maior pecado, no entanto, é querer explicar demais e resumir a psicopatia de Michael Myers à família disfuncional e os maus tratos que dela recebeu. Literalmente, uma aula do que não fazer.
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05 | Halloween 3: A Noite das Bruxas (1982)
Você pode até não saber disso, mas Halloween e Sexta-Feira 13, duas das mais icônicas séries de terror slasher de todos os tempos não utilizaram seus matadores favoritos em todos os longas da franquia. Pois é, enquanto Sexta-Feira 13 deixa Jason de fora por dois (sim, dois) exemplares – mas não diremos quais – Halloween não fica atrás, e fez Myers sentar no banco de reservas para este Halloween 3.
O fato é o seguinte: após o segundo filme, era o desejo dos produtores John Carpenter e Debra Hill criar uma série de antologia para Halloween no cinema. Ou seja, a cada novo filme, a partir do três, o título Halloween traria uma nova história de terror, com novos personagens, sem ligação com os filmes anteriores. Uma ideia ousada e que poderia ter dado certo. Mas não deu. Halloween 3 foi o único da franquia a bancar tal empreitada, e com seu fracasso financeiro, a ideia foi engavetada e a série Halloween no cinema, engavetada até o final da década de 1980.
O que aconteceu foi que os fãs já estavam apaixonados pelo maníaco da máscara branca, Michael Myers, e ver um filme com o título Halloween sem ele deixou o público bem desapontado – para dizer o mínimo. Assim, Myers foi trazido de volta no quarto filme. Aqui, a história mistura experiências científicas e magia negra, e fala sobre uma empresa maligna, fabricante de máscaras para crianças, que planeja algo satânico na noite do dia das bruxas. Halloween 3 é pura insanidade e ganha por seu teor nonsense oitentista – que mistura até mesmo androides em sua trama.
04 | Halloween (2018)
Queríamos muito que o mais recente Halloween estivesse melhor posicionado na lista. Ao mesmo tempo em que está longe do fundo do poço entre os piores exemplares da franquia, existe certa falta de coragem no novo episódio, o que termina por deixa-lo com gosto de quero mais, adentrando o terreno do genérico e se comportando como um episódio básico, quando deveria ser uma celebração muito mais eletrizante de 40 anos.
A história descarta todas as continuações e leva em consideração apenas o primeiro filme, de 1978. O clima é muito bom e o filme é repleto de referênciais ao original. Alguns elementos na parte técnica o fazem sobressair, como planos sequência nos quais Michael circunda a vizinhança atrás de suas vítimas. Já o saldo negativo se resume às oportunidades perdidas – num filme que não é de fato assustador (e poderia ser muito) – e ao roteiro, mais esburacado que as estradas do Brasil. A falta de bons personagens (até mesmo Laurie – acredite!) nos faz não ter ninguém por quem torcer.
03 | Halloween H20 (1998)
Michael Myers volta para casa a cada dez anos. Tudo começou em 1978, com o filme original (e sua sequência passada, na cronologia do filme, na mesma noite). Dez anos depois, Michael retorna em Halloween 4, de 1988. Vinte anos depois e temos este Halloween H20 – uma celebração magistral, que deveria ter servido de exemplo para o novo Halloween. Extremamente divertido, assustador e recheado de adrenalina, H20 comemora em grande estilo os vinte anos da franquia.
Tudo bem, sabemos que cada filme, mesmo dentro de uma franquia, é reflexo de sua época. Assim temos na década de 1970 um filme mais autoral e criativo. Na de 1980, filmes mais galhofeiros e exagerados. E na de 1990, obras recheadas de humor autoreferente e metalinguagem. Assim, Myers adentrava os novos tempos, se encaixando muito bem no esquema. Mesmo a trama saindo de Chicago e indo parar em Los Angeles.
Personagens carismáticos, homenagens, referências e uma trama que faz mais sentido dentro de sua proposta. Nada será tão épico quando o desfecho planejado para Michael neste filme. É para fechar o caixão.
02 | Halloween 2: O Pesadelo Continua (1981)
O filme de John Carpenter fez tanto sucesso que é claro que os produtores empurrariam uma continuação. Embora o próprio Carpenter não tenha dirigido, ele estava totalmente a bordo (assim como seu braço direito na franquia, Debra Hill), produzindo e criando o roteiro. A direção ficou com o camarada de Carpenter, Rick Rosenthal. A ideia aqui é continuar exatamente de onde o primeiro parou, reproduzindo a mesma noite, como se minutos apenas tivessem se passado entre os dois filmes.
Na trama, Laurie sobrevive ao ataque do psicopata furioso e é imediatamente levada ao hospital- depois de perceber que suas amigas não tiveram tanta sorte quanto ela. Para o azar da protagonista, novamente vivida por Jamie Lee Curtis, seu algoz Michael Myers também ficou vivo e decide fazer uma tour pelo mesmo hospital, passando o cerol em quem encontra pela frente.
Como numa continuação tudo precisa ser maior, os produtores decidem aumentar o nível de gore, com mais mortes (Myers mata quase um hospital inteiro – entre vigias, médicos e enfermeiras) e cenas de violência extrema (como quando o assassino queima a cara de uma infeliz com água fervendo). Esta sequência perde por confinar a ação a um hospital, o que pode ser relativamente enfadonho, porém, acrescenta mais elementos à mitologia, como o fato do parentesco entre vilão e heroína.
‘Halloween – A Noite do Terror’ (1978) – Muitas Curiosidades Sobre o Filme Original
01 | Halloween: A Noite do Terror (1978)
Não tem jeito. Halloween é a única obra-prima da franquia, por mais que outros filmes tenham sido muito satisfatórios. Nenhum dos envolvidos imaginou que estariam criando uma verdadeira pérola, não só do terror, mas da sétima arte, quando produziam esse pequeno filme independente de gênero. Um dos primeiros trabalhos de John Carpenter, que viria a se tornar um mestre do cinema, e o primeiro filme da atriz Jamie Lee Curtis.
De fato, Halloween não é enaltecido apenas pelos fãs e aficionados, mas sim por especialistas em cinema, técnica e críticos renomados – como Roger Ebert e Gene Siskel, que idolatravam o longa por sua eficácia no estudo de sombras, sutileza e tensão. Halloween é inclusive elogiado por alguns como digno descendente de Psicose e Hitchcock.
O que não vemos é sempre mais assustador do que o que vemos. Nosso psicológico é nosso pior monstro. E Halloween concretiza isso de forma máxima. O filme foi por muitos anos o mais lucrativo independente da história do cinema e figura com 93% de aprovação no Rotten Tomatoes.