domingo , 22 dezembro , 2024

Future Nostagia Tour | Dua Lipa eletriza com show espetacular em São Paulo

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Fazendo uma belíssima referência aos vídeos de malhação dos anos 1980 e aproveitando a popularização do segundo clipe de “Physical”, Dua Lipa abria o show único no Distrito Anhembi, em São Paulo, na noite desta última quinta-feira, 08 de setembro.

Dua, que começou a ganhar fama astronômica em 2017 com a popularização da faixa “New Rules”, de seu álbum de estreia, já levou para casa três estatuetas do Grammy Awards, incluindo Artista Revelação, e já devia seu retorno para os palcos brasileiros há algum tempo. É claro que a pandemia do COVID-19 atrapalhou tanto a divulgação de seu aclamado disco Future Nostalgia quanto a continuidade fluida da turnê promocional, mas isso não a impediu de cumprir a promessa. Afinal, a última vez que a cantora e compositora havia nos visitado fora em 2017, tanto como show de abertura para a banda Coldplay quanto para um show solo para três mil pessoas. E o público nacional estava há dois anos sem receber celebridades internacionais – o que tornou a presença de Lipa na capital paulistana um evento gigantesco, cujo tamanho da arena não fez jus à força descomunal que ela representa nos dias de hoje.



Em um espetáculo de luzes e de vocais potentes, Dua Lipa se entregou de corpo e alma para um público de nada menos que 35 mil pessoas (quase dez vezes mais que os espectadores que lotaram a Audio Club alguns anos antes). Logo de cara, a performer rendeu-se à ovacionada faixa “Physical”, segundo single do álbum, e promoveu um retorno às raízes com o electro-tropical de “New Rules”, que, apesar de ter saturado nas playlists radiofônicas e nos sets das baladas na metrópole, reacendeu o momento em que nos apaixonamos por essa artista que ainda tem muito a nos contar – e cujo sucesso está apenas começando. E, considerando que estamos na turnê de celebração de sua mais recente produção, era óbvio que as faixas a ganhar destaque seriam desse compilado.

Assista também:
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Mas isso não significa que a apresentação ficou livre de surpresas – pelo contrário: como já era de se esperar, faixas da versão deluxe ganharam vida em rendições aplaudíveis e recheadas de uma confiança invejável (incluindo “We’re Good” e “Fever”); sua colaboração com Elton John, “Cold Heart”, trouxe um singelo e preciso elemento de defesa da comunidade LGBTQIA+, mesmo que o tom do show não tenha tido incursões políticas, e sim uma celebração escapista da vida depois de momentos tão duros; Gwen Stefani e o clássico samba brasileiro se aglutinaram em um medley que antecipou a fusão espetacular de “One Kiss” e “Electricity”, enquanto Daft Punk foi celebrado com interpolações de “Hallucinate” – uma das faixas que arrancou o fôlego dos fãs em um belíssimo coro declamativo.

Foto: g1

Como já mencionado, o evento ocorreu no Distrito Anhembi (uma escolha duvidosa, considerando o impacto que Dua vem tendo mundialmente): e, de certa maneira, a decisão emergiu como uma faca de dois gumes. De um lado, o palco retangular, com sua divisão tripartida e uma passarela minúscula, permitiu atenção plena à performer, que dividia os holofotes com escolhas estéticas absolutamente incríveis e um corpo de baile que mostrou comprometimento total ao aplicar-se às intrincadas coreografias e à orgânica química de que nutriam com Lipa. Ora, em “Cold Heart”, alguns deles inclusive arriscaram cantar os versos, demonstrando que a música tinha importância considerável para quem eram e para o que representavam.

Porém, o palco também projetou uma espécie de restrição aos movimentos da cantora, visto que ela era obrigada a utilizar sua experiência como modelo para desfilar nos poucos metros de passarela – fazendo o máximo que pôde ao trocar algumas palavras com os espectadores durante “Good In Bed” e “Be The One”. De qualquer forma, foi notável como Dua se sentiu confortável o suficiente para se despir de uma armadura engessada pela indústria fonográfica (talvez vestida para se proteger da dura realidade da fama) e se conectar com o público, agradecendo constantemente a presença dos fãs e vertendo-se em lágrimas pelo carinho recebido em São Paulo.

Foto: g1

Se alguém ainda dúvidas do poder da artista, talvez o show de ontem tenha ajudado a colocar de lado as hesitações quanto a isso. Afinal, Lipa não apenas se sustentou em rendições praticamente iguais às versões gravadas, mas se divertiu com coreografias inusitadas, uma sensualidade empoderadora e trocas constantes de figurinos que foram recebidos com aplausos e suspiros – ainda mais em “Boys Will Be Boys”; um outro aspecto que também merece ser pontuado é o flerte de Dua com uma teatralidade desfrutada na medida certa, sem excessos e sem fazê-la perder sua identidade.

O encerramento do espetáculo não poderia ter sido mais perfeito – com a versão estendida do lead single “Don’t Start Now” e uma última salva para aqueles que foram prestigiá-la – e, agora, ficamos apenas com a memória de um dos melhores shows do ano e a esperança de que, em breve, uma das maiores cantoras da atualidade possa retornar para nosso país.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Dua, que começou a ganhar fama astronômica em 2017 com a popularização da faixa “New Rules”, de seu álbum de estreia, já levou para casa três estatuetas do Grammy Awards, incluindo Artista Revelação, e já devia seu retorno para os palcos brasileiros há algum tempo. É claro que a pandemia do COVID-19 atrapalhou tanto a divulgação de seu aclamado disco Future Nostalgia quanto a continuidade fluida da turnê promocional, mas isso não a impediu de cumprir a promessa. Afinal, a última vez que a cantora e compositora havia nos visitado fora em 2017, tanto como show de abertura para a banda Coldplay quanto para um show solo para três mil pessoas. E o público nacional estava há dois anos sem receber celebridades internacionais – o que tornou a presença de Lipa na capital paulistana um evento gigantesco, cujo tamanho da arena não fez jus à força descomunal que ela representa nos dias de hoje.

Em um espetáculo de luzes e de vocais potentes, Dua Lipa se entregou de corpo e alma para um público de nada menos que 35 mil pessoas (quase dez vezes mais que os espectadores que lotaram a Audio Club alguns anos antes). Logo de cara, a performer rendeu-se à ovacionada faixa “Physical”, segundo single do álbum, e promoveu um retorno às raízes com o electro-tropical de “New Rules”, que, apesar de ter saturado nas playlists radiofônicas e nos sets das baladas na metrópole, reacendeu o momento em que nos apaixonamos por essa artista que ainda tem muito a nos contar – e cujo sucesso está apenas começando. E, considerando que estamos na turnê de celebração de sua mais recente produção, era óbvio que as faixas a ganhar destaque seriam desse compilado.

Mas isso não significa que a apresentação ficou livre de surpresas – pelo contrário: como já era de se esperar, faixas da versão deluxe ganharam vida em rendições aplaudíveis e recheadas de uma confiança invejável (incluindo “We’re Good” e “Fever”); sua colaboração com Elton John, “Cold Heart”, trouxe um singelo e preciso elemento de defesa da comunidade LGBTQIA+, mesmo que o tom do show não tenha tido incursões políticas, e sim uma celebração escapista da vida depois de momentos tão duros; Gwen Stefani e o clássico samba brasileiro se aglutinaram em um medley que antecipou a fusão espetacular de “One Kiss” e “Electricity”, enquanto Daft Punk foi celebrado com interpolações de “Hallucinate” – uma das faixas que arrancou o fôlego dos fãs em um belíssimo coro declamativo.

Foto: g1

Como já mencionado, o evento ocorreu no Distrito Anhembi (uma escolha duvidosa, considerando o impacto que Dua vem tendo mundialmente): e, de certa maneira, a decisão emergiu como uma faca de dois gumes. De um lado, o palco retangular, com sua divisão tripartida e uma passarela minúscula, permitiu atenção plena à performer, que dividia os holofotes com escolhas estéticas absolutamente incríveis e um corpo de baile que mostrou comprometimento total ao aplicar-se às intrincadas coreografias e à orgânica química de que nutriam com Lipa. Ora, em “Cold Heart”, alguns deles inclusive arriscaram cantar os versos, demonstrando que a música tinha importância considerável para quem eram e para o que representavam.

Porém, o palco também projetou uma espécie de restrição aos movimentos da cantora, visto que ela era obrigada a utilizar sua experiência como modelo para desfilar nos poucos metros de passarela – fazendo o máximo que pôde ao trocar algumas palavras com os espectadores durante “Good In Bed” e “Be The One”. De qualquer forma, foi notável como Dua se sentiu confortável o suficiente para se despir de uma armadura engessada pela indústria fonográfica (talvez vestida para se proteger da dura realidade da fama) e se conectar com o público, agradecendo constantemente a presença dos fãs e vertendo-se em lágrimas pelo carinho recebido em São Paulo.

Foto: g1

Se alguém ainda dúvidas do poder da artista, talvez o show de ontem tenha ajudado a colocar de lado as hesitações quanto a isso. Afinal, Lipa não apenas se sustentou em rendições praticamente iguais às versões gravadas, mas se divertiu com coreografias inusitadas, uma sensualidade empoderadora e trocas constantes de figurinos que foram recebidos com aplausos e suspiros – ainda mais em “Boys Will Be Boys”; um outro aspecto que também merece ser pontuado é o flerte de Dua com uma teatralidade desfrutada na medida certa, sem excessos e sem fazê-la perder sua identidade.

O encerramento do espetáculo não poderia ter sido mais perfeito – com a versão estendida do lead single “Don’t Start Now” e uma última salva para aqueles que foram prestigiá-la – e, agora, ficamos apenas com a memória de um dos melhores shows do ano e a esperança de que, em breve, uma das maiores cantoras da atualidade possa retornar para nosso país.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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