quinta-feira, março 28, 2024

Globo de Ouro | Os Filmes e Séries de 30 Anos Atrás no Famoso Prêmio

O Globo de Ouro 2021 está na esquina. A cerimônia do segundo maior prêmio da sétima arte ocorre daqui a cinco dias, em 28 de fevereiro. Um novo lote de produções elogiadas e queridas pelo público ganhará seu lugar ao sol, como parte do seleto grupo de vencedores – sejam elas produções cinematográficas ou televisivas. Bem, hoje em dia esta linha se encontra cada vez mais tênue com o advento das plataformas de streaming.

Tendo este grande e importante prêmio em mente, resolvemos relembrar o passado, já que a história é muito importante, e revisitar os longas e programas de TV lembrados para nomeações 30 anos atrás. Vem com a gente por esta verdadeira estrada da memória – lembrando que muito (ou quase tudo) que aparece no Globo de Ouro, se repete no Oscar.

Leia também: Globo de Ouro | Os Filmes e Séries de 40 Anos Atrás no Famoso Prêmio

Dança com Lobos

Como dito, o Globo de Ouro serve como uma prévia do Oscar, e muitos dos filmes (para não dizer quase todos) presentes na cerimônia voltam a se repetir na festa da Academia. E uma previsão que praticamente sempre acerta é o Globo de Ouro para melhor filme drama seguindo para se tornar a melhor produção do ano no Oscar. Há 40 anos isso ocorreu com Gente como a Gente vencendo os dois prêmios e há 30 anos não foi diferente com a honraria dupla para Dança com Lobos. O épico faroeste dirigido e protagonizado por Kevin Costner (que estava no topo do mundo na época) humanizou os índios (eternos vilões do passado) como nunca anteriormente no cinema. Dança com Lobos foi o grande vitorioso daquela noite levando os Globo de Ouro de diretor (Costner), roteiro e o citado filme drama. O longa ainda recebeu nomeações de ator drama (Costner), atriz coadjuvante (Mary McDonnell) e trilha sonora.

Green Card – Passaporte para o Amor

Embora sejam muito parecidos, o Globo de Ouro e o Oscar também possuem suas diferenças. Aqui temos uma bem curiosa. Essa comédia romântica dirigida por Peter Weir (O Show de Truman) sobre um imigrante (Gérard Depardieu) ingressando num relacionamento arranjado com uma mulher (Andie MacDowell) a fim de conseguir sua cidadania americana, mas descobrindo com ela um amor acidental, não esteve indicada para melhor filme no Oscar, mas no Globo de Ouro foi o vencedor na categoria de melhor produção comédia ou musical. O curioso é que o romance desbancou Ghost – Do Outro Lado da Vida, o único da categoria a emplacar também no Oscar. Green Card, além do prêmio citado, ainda papou um de melhor ator de comédia para o astro francês Depardieu e foi indicado para atriz de comédia (MacDowell).

Os Bons Companheiros

O grande Martin Scorsese é indiscutivelmente um dos melhores diretores que já passaram por esta nossa Terra. Todo cinéfilo sabe bem disso. Mas o cineasta é também um dos artistas mais injustiçados em termos de prêmios. Ele até é lembrado para indicações, mas na hora do vamos ver… . Há 40 anos ocorria isso com Touro Indomável, e há 30 o mesmo se repetia com este Os Bons Companheiros, obra-prima criminal, considerado por muitos seu melhor filme e um dos melhores de máfia de todos os tempos, sendo capaz de rivalizar com os irretocáveis O Poderoso Chefão. Isso que é moral. Os Bons Companheiros também foi indicado ao Oscar, e no Globo de Ouro, com 5 indicações (melhor filme drama, diretor para Scorsese, atriz coadjuvante Lorraine Bracco, ator coadjuvante Joe Pesci e roteiro), terminou a ver navios.

Não deixe de assistir:

O Poderoso Chefão III

Por falar na famosa franquia da Paramount, capitaneada por Mario Puzo e Francis Ford Coppola, o encerramento tardio da saga dos Corleone foi outro que emplacou duplamente – no Oscar e Globo de Ouro. Fazendo dobradinha com o item acima, podemos dizer que a máfia dominou os prêmios do cinema há 30 anos – e algo me diz que não será o último filme do gênero a aparecer na lista. Nem mesmo Sofia Coppola conseguiu estragar o prestígio do longa (brincadeirinha). O Poderoso Chefão III foi indicado para mais prêmios no Globo de Ouro do que o colega gangster acima – foram 7 no total: melhor filme drama, diretor (Coppola), ator drama (Al Pacino), ator coadjuvante (Andy Garcia), roteiro, trilha sonora e canção para “Promise Me You’ll Remember”. Mas igualmente saiu de mãos abanando. Acho que Os Bons Companheiros riu por último no fim das contas.

Ghost – Do Outro Lado da Vida

Sucesso surpresa há 30 anos, o romance sobrenatural Ghost se tornou um verdadeiro fenômeno. O segredo por trás da obra está na mescla muito satisfatória de vários gêneros como romance, comédia, suspense, drama, fantasia e até mesmo certo terror. A história de amor envolvendo um homem assassinado (Patrick Swayze) e sua mulher (Demi Moore) que desafia a vida e a morte comoveu plateias. Chama atenção também o comando de Jerry Zucker, parceiro de Jim Abrahams em comédias paródia besteirol, vide Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu (1980) e Top Secret – Superconfidencial (1984). Ghost foi um dos 5 filmes indicados ao Oscar daquele ano também, mas no Globo de Ouro não levou o prêmio em sua categoria de comédia ou musical, perdendo para Green Card. Dentre suas indicações, além da citada, ainda foi lembrado para atriz e ator em comédia ou musical (Moore e Swayze, respectivamente) e saiu vitorioso na categoria de coadjuvante para Whoopi Goldberg (prêmio que se repetiria no Oscar).

Dick Tracy

Seguindo pela categoria de comédia ou musical, temos agora um filme que igualmente pode recair no gênero dos filmes de máfia – como citado acima. A primeira e única adaptação para o cinema dos famosos quadrinhos clássicos do detetive de queixo quadrado foi a resposta da Disney para o sucesso de Batman, da Warner, lançado no ano anterior. Financeiramente, Dick Tracy não fez o mesmo barulho. Mas em termos de prestígio de prêmios, esta superprodução dirigida, produzida e estrelada por Warren Beatty foi ainda mais longe. Emplacando igualmente no Oscar, Dick Tracy foi indicado para 4 prêmios no Globo de Ouro: filme comédia ou musical, ator coadjuvante (Al Pacino, que vive o vilão Big Boy Caprice) e duas canções interpretadas pela rainha do pop Madonna (igualmente parte do elenco na pele da femme fatale Breathless Mahoney).

Uma Linda Mulher

Este romance que subverte o conto da Cinderela para a Los Angeles de 1990, tendo como protagonista uma prostituta de rua, foi o grande responsável por transformar a carismática Julia Roberts numa estrela de renome internacional. Roberts foi indicada ao Oscar pelo filme, e no Globo de Ouro Uma Linda Mulher emplacou com uma nomeação a melhor filme comédia ou musical. Além deste, o longa foi indicado para ator comédia ou musical (Richard Gere) e ator coadjuvante (Hector Elizondo). Ah sim, Julia Roberts foi eleita a melhor atriz de comédia ou musical daquele ano no Globo de Ouro.

Esqueceram de Mim

Finalizando a categoria dos filmes de comédia ou musical, o Globo de Ouro demonstra que sempre foi mais pop do que seu primo mais sério, o Oscar. Aqui, o que faz sucesso com o público também tem vez – pegada que a Academia tem adotado desde a década passada. O maior sucesso do cinema há 30 anos, o filme sobre o pequeno menino loirinho vivido por Macaulay Culkin, que é esquecido em casa enquanto a família sai de férias, precisando impedir a invasão de dois ladrões, se tornou a maior bilheteria da época. No Globo de Ouro, o longa emplacou na categoria de melhor filme comédia ou musical, e melhor ator na mesma categoria para o então mirim Culkin.

O Reverso da Fortuna

Baseado num famoso livro de suspense, esta adaptação rendeu para o protagonista Jeremy Irons o Oscar de melhor ator há 30 anos. Prêmio que o artista britânico igualmente levou para casa no Globo de Ouro na categoria drama. Na trama, Irons vive um ricaço acusado de tentar assassinar a esposa (papel da notória esnobada Glenn Close), após um incidente que a deixa num estado vegetativo. Ele jura inocência e contrata um advogado para defende-lo. O Reverso da Fortuna foi um dos cinco indicados na categoria de filme drama no Globo de Ouro, e ainda obteve nomeações para diretor (Barbet Schroeder) e roteiro, além das citadas.

Avalon

Finalizando os 10 filmes indicados para produções de drama e comédia ou musical, temos este que se enquadra na primeira categoria. Filme de época, Avalon fala sobre uma família polonesa-judia chegando aos EUA no início do Século XX para tentar prosperar com uma boa vida na chamada “terra das oportunidades”. Avalon, que é o longa menos famoso do bando, foi lembrado para os prêmios de melhor filme drama, roteiro e trilha sonora no Globo de Ouro, mas saiu sem nada.

Outros filmes populares de 30 anos atrás que marcaram presença no Globo de Ouro foram:

 

  • Edward Mãos de Tesoura – o querido filme de Tim Burton recebeu indicação de melhor ator comédia ou musical para Johnny Depp.
  • Tempo de Despertar – curiosamente, o quinto filme a ocupar vaga no Oscar daquele ano só foi lembrado no Globo de Ouro para ator de drama (o saudoso Robin Williams).
  • Meu Querido Companheiro – outra curiosidade, este filme sobre o ápice da Aids nos 80’s rendeu o prêmio de melhor coadjuvante no Globo de Ouro para Bruce Davison (igualmente indicado no Oscar), desbancando os favoritos Al Pacino (Dick Tracy) e Joe Pesci (Os Bons Companheiros) – que levou o Oscar.
  • Lembranças de Hollywood – biografia de Carrie Fisher e seu relacionamento com a mãe, escrita pela própria, obteve 3 indicações no Globo de Ouro: atriz de comédia para Meryl Streep, atriz coadjuvante para Shirley MacLaine e canção (“I’m Checking Out”).
  • Jovens Demais para Morrer – por falar em canção, esta sequência do faroeste Os Jovens Pistoleiros (1988) venceu na categoria com a música “Blaze Of Glory”, do roqueiro Jon Bon Jovi. Mas no Oscar foi desbancada por “Sooner or Later”, cantada por Madonna em Dick Tracy.
  • Cyrano – a adaptação da peça clássica Cyrano de Bergerac, sobre o espadachim e poeta do título, apaixonado por sua prima Roxane, mas dono de baixa autoestima devido ao grande nariz, levou o prêmio de filme estrangeiro para a França. A produção é igualmente protagonizada por Gérard Depardieu.
  • Simplesmente Alice – comédia dramática de Woody Allen, o longa rendeu para sua então esposa Mia Farrow a indicação de melhor atriz comédia ou musical.
  • Minha Mãe é uma Sereia – comédia familiar protagonizada pela veterana Cher, o filme rendeu para Winona Ryder, que interpreta sua filha, uma indicação como coadjuvante no Globo de Ouro
  • Coração Selvagem – o Globo de Ouro de 30 anos atrás foi bom para o cineasta David Lynch. Primeiro por este filme criminal romântico ter indicado como coadjuvante a atriz Diane Ladd (mãe de Laura Dern na vida real – que também está no filme). E segundo… bem, veja abaixo na parte das séries de TV.
  • O Céu que nos Protege – drama sobre um casal tentando revitalizar seu relacionamento em uma viagem, a obra foi indicada a melhor diretor para o italiano Bernardo Bertolucci (Último Tango em Paris) e levou o de melhor trilha sonora.
  • Sonhos – figura carimbada em premiações até sua morte em 1998, o japonês Akira Kurosawa recorta em uma coletânea 8 de seus sonhos mais recorrentes. O filme, um espetáculo visual belíssimo, foi indicado para produção estrangeira no Globo de Ouro, mas terminou perdendo para Cyrano.

Uma curiosidade no Globo de Ouro de 30 anos atrás foi que TODAS as atrizes indicadas na categoria de filme drama não tiveram suas produções lembradas em nenhuma outra categoria. São elas: Michelle Pfeiffer por A Casa da Rússia; Susan Sarandon por Loucos de Paixão; Joanne Woodward por Cenas de uma Família; Anjelica Huston por Os Imorais; e Kathy Bates, que levou o Globo de Ouro (e também o Oscar) pelo suspense de gelar a espinha Louca Obsessão, baseado no livro de Stephen King.

Séries de TV

Na categoria de séries de TV drama, voltando 30 anos no passado, definitivamente nenhuma foi mais marcante do que a inesquecível Twin Peaks. Ainda mais quando falamos em sua estreia na primeira temporada. O cineasta David Lynch revolucionou a TV norte-americana e mundial criando um suspense com boas doses sobrenaturais e muitas pitadas de bizarrice para prender o espectador como nunca anteriormente. E isso falamos numa época antes de fenômenos do tipo, vide Lost e Game of Thrones. Nem mesmo a TV a cabo era popular, e aqui estamos falando da TV aberta. Para os brasileiros, Twin Peaks foi exibida pela Rede Globo aos Domingos após o Fantástico. A série levou o Globo de Ouro na categoria de drama, ator drama para Kyle MacLachlan, intérprete do agente Dale Cooper, e coadjuvante para Piper Laurie, a vingativa Catherine Martell. Das nomeações, a única que não levou foi uma segunda para atriz coadjuvante, com Sherilyn Fenn, a Audrey Horne, também sendo lembrada.

Na categoria de ator drama, Contra Tempos, série famosa sobre viagem no tempo, que ficou no ar por 5 temporadas, indicava seu protagonista Scott Bakula em seu segundo ano no Globo de Ouro.

Outra indicada para série drama, curiosamente, foi a adaptação do clássico vencedor do Oscar No Calor da Noite (1967), filme que traz uma forte carga social e racial. In the Heat of the Night, uma série que talvez muitos não conheçam, durou nada menos que 8 temporadas – de 1988 a 1995.

Pulando para a categoria de série cômicas, a grande vencedora de 30 anos atrás foi a icônica Cheers, programa sobre um famoso bar de Boston que, gerou o derivado Frasier (1993-2004), igualmente elogiado, e revelou talentos como Ted Danson, Shelley Long, Woody Harrelson, Kirstie Alley e Kelsey Grammer. O seriado ficou no ar por 11 temporadas, de 1982 a 1993. Ou seja, em seus anos derradeiros, ainda ganhava prêmios.

Com a vitória de Cheers naquela noite há 30 anos, outra série de humor muito popular se via desbancada. Talvez ainda mais famosa para nós brasileiros, devido à sua exibição constante na TV aberta, Um Amor de Família (Married… With Children) trazia as desventuras da família Bundy, membros da classe-média baixa norte-americana que “vendiam o almoço para comprar a janta”. O patriarca Al (Ed O’Neill) deixou passar a chance de se tornar um jogador de futebol americano bem sucedido ao engravidar sua namorada, a rainha de torcida Peggy (Katey Sagal), ainda no colegial. A solução foi arrumar emprego como vendedor de sapatos num shopping, cargo que ocupou a vida inteira. Os filhos do casal, a típica “loira burra” Kelly (primeiro papel de destaque de uma Christina Applegate bem novinha) e o nerd Bud (David Faustino), complementam esse clã disfuncional que se odeia mais do que se ama, mas permanece unido. Um Amor de Família ficou no ar nada menos que 11 temporadas, de 1987 a 1997, e se tornou um verdadeiro marco da TV americana e mundial no estilo.

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