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No último dia 08 de novembro, foram revelados os indicados à 67ª edição do Grammy Awards.
Dentre as principais categorias, a de Gravação do Ano visa sagrar a melhor faixa lançada no período de elegibilidade – e destina-se ao artista, ao produtor, ao engenheiro de gravação e/ou ao responsável pela mixagem. E, dentre os selecionados para a próxima premiação, Chappell Roan, Kendrick Lamar e até mesmo The Beatles competem pelo gramofone dourado.
Pensando nisso, preparamos uma lista especial ranqueando todas as canções nomeadas à categoria em questão.
Confira abaixo e conte para nós qual a sua favorita para conquistar o prêmio máximo da noite:
8. “FORTNIGHT”, Taylor Swift feat. Post Malone
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A track de abertura de ‘The Tortured Poets Department’, “Fortnight”, puxa colaboração de Taylor Swift com Post Malone em uma sólida narrativa sonora movida por uma amálgama do baixo e dos sintetizadores, explodindo em uma melancólica balada. Cada imagem arquitetada é pensada com cautela (com destaque aos versos “todas as minhas manhãs são segundas/ presas em um fevereiro interminável”, em referência ao momento letárgico entre o fim do inverno norte-americano e o começo da primavera).
7. “ESPRESSO”, Sabrina Carpenter
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Para além do óbvio sucesso comercial, cortesia da produção certeira e mercadológica de Julian Bunetta, é notável como a despojada atmosfera lírica e o divertido arranjo instrumental de “Espresso” contribuem para a sólida concepção do lead single – e, em meio a uma entrega teatral e camp, a sensual e empoderada narrativa é apenas a cereja de um delicioso e narcótico bolo sonoro.
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6. “BIRDS OF A FEATHER”, Billie Eilish
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Se de um lado de ‘HIT ME HARD AND SOFT’, Billie Eilish nos mostra a forte presença do dark-pop e do pop alternativo nas bases fundamentais das faixas mais comerciais, de outro, temos ousadias muito sólidas que revelam o domínio da dupla acerca dos arranjos e das harmonias que tenham o poder de dialogar com os ouvintes. Nesse tocante, “BIRDS OF A FEATHER” é uma mistura de ambos, fundindo violão, piano e sintetizadores em uma deliciosa semi-balada que nos rememora Olivia Rodrigo e Melanie Martinez
5. “TEXAS HOLD ‘EM”, Beyoncé
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Além do impecável arranjo instrumental, “Texas Hold ‘Em” é adornado com versos eximiamente assinados em uma colaboração com Elizabeth Lowell Boland, Megan Bülow e Raphael Saadiq que nos transportam para uma pequena cidade idílica do meio-oeste estadunidense em um rodeio musical e vibrante (“um passo para o lado, estamos indo ao bar que sempre achamos legal” volta a mergulhar nos prazeres da vida explorados em ‘Act I’, mas revestidos com uma roupagem diferente e muito bem-vinda).
4. “360”, Charli XCX
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“360”, track lançada como single promocional de ‘BRAT’, parte de uma premissa mais simplificada, por assim dizer, fincada no synth-pop e no industrial-pop e marcada por uma utilização constante de sintetizadores (como se promovesse um ciclo inquebrável de sensações, começando, terminando e recomeçando em uma respiração simbiótica e diabólica).
3. “NOW AND THEN”, The Beatles
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Uma das aparições de maior surpresa na lista de indicados ao Grammy 2025 foi, sem sombra de dúvida, a de The Beatles. A icônica banda de rock inglesa conquistou uma indicação à Gravação do Ano pelo que foi considerada “a última música do grupo”. Restaurada e completada no ano passado, a faixa é arquitetada na quintessência do icônico ato musical ao misturar soft-rock, rock psicodélico e rock clássico – em uma narrativa sonora de tirar o fôlego e que não poderia representar melhor a despedida oficial dos Beatles.
2. “NOT LIKE US”, Kendrick Lamar
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São poucas as pessoas que não conhecem a infame rixa entre os rappers Drake e Kendrick Lamar, que se iniciou na década de 2010 e estendeu-se até os dias de hoje. O conflito entre ambos os artistas chegou a uma espécie de fim com a última “pá de cal” jogada por Lamar no impressionante e chocante single “Not Like Us”: o single, que quebrou inúmeros recordes de vendas (alcançando o primeiro lugar da Hot 100 da Billboard) é uma inflexão do hip-hop e do hyphy pautada em versos tão cínicos e impactantes que chega a ser difícil não ficar boquiaberto. Ora, Kendrick não pensa duas vezes antes de criticar a posição de Drake no cenário rap e hip-hop, chamando-o de “colonizador” e de estar afiliado a um grupo de pedofilia.
1. “GOOD LUCK, BABE”, Chappell Roan
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Chappell Roan finalmente está tendo o reconhecimento que merece, sagrando-se como uma das maiores artistas da nova geração – em um nível que a propulsiona e a prevê como uma artista a níveis de Lady Gaga ou Beyoncé. E, com “Good Luck, Babe!”, a cantora e compositora explora um dos temas mais difíceis de ser analisado no cenário fonográfico: o da heterossexualidade compulsória. Através de uma pungente e ansiosa lírica, movida por uma construção pop e orquestral arrepiante e irretocável do começo ao fim, Roan fala sobre as angústias de uma personagem que não consegue aceitar quem é por quaisquer que sejam as razões. E, para além do enredo indesculpavelmente potente, temos uma rendição performática aplaudível que puxa elementos até mesmo do oitentismo irrefreável de Kate Bush.