Todos conhecemos e amamos as grandes franquias do cinema. Seja Star Wars, 007, O Poderoso Chefão, De Volta para o Futuro ou até grandes títulos saídos dos quadrinhos como Batman, Superman e Homem-Aranha. No entanto, existem aquelas que são menos tradicionais, tendo iniciado seus trabalhos há menos tempo na escalada do sucesso. Mas isso não significa que sejam menos queridas. É até mais impressionante notarmos que, por exemplo, duas décadas são o suficiente para um filme criar um verdadeiro império bilionário do nada, gerando uma verdadeira legião de fãs. Muitas vezes com uma ideia inclusive bem simples.
Pensando em como algumas ideias se tornaram fontes extremamente lucrativas na sétima arte num período de duas décadas, trazemos para você nossa nova matéria. Aqui, iremos dar uma olhada em algumas produções que nasceram há exatos vinte anos, sejam elas ideias originais, animações, refilmagens ou baseadas em qualquer outra mídia fora do cinema, que viveram para se tornar produtos extremamente famosos e bem sucedidos transcendendo as telas dos cinemas. Muitas continuam dando frutos até hoje, sem data para terminar. Confira abaixo e comente.
Velozes e Furiosos
Quem diria que um filme sobre rachas de carros nas ruas de Los Angeles se tornaria uma das franquias mais ricas do cinema entretenimento atual – e a galinha dos ovos de ouro da Universal Pictures. A franquia lançou seu nono (isso mesmo!) filme este ano, que se tornou um dos grandes sucessos de 2021, como era esperado. Fora isso, Velozes e Furiosos tem também seu próprio derivado (Hobbs & Shaw, 2019) e pretende fazer mais filmes fora da cronologia oficial. Bem, podemos dizer que nem mesmo o astro e dono da franquia, Vin Diesel, imaginava o tamanho que os filmes ganhariam, já que sequer aceitou voltar na continuação + Velozes + Furiosos (2003). E pensar que quando tudo começou, há vinte anos, em 2001, o primeiro filme foi considerado um remake de Caçadores de Emoção (1991) trocando o surfe pelos carros.
Tomb Raider
Uma das franquias de game mais bem sucedidas e querida pelos fãs, a aventureira Lara Croft fez sua transição para carne e osso nas telonas nas formas de ninguém menos do que uma Oscarizada Angelina Jolie (então recém-saída da vitória nos prêmios da Academia). Assim, com uma jovem estrela em ascensão o céu era o limite para esta versão feminina das aventuras de matinê estilo Indiana Jones. Após um início empolgante, mas não fenomenal, há vinte anos, a continuação A Origem da Vida (2003) colocou tudo a perder com um episódio, digamos, enfadonho. Assim, a franquia precisou ter um reboot, saindo das mãos da Paramount para a Warner, e das formas de Jolie para a mignon Alicia Vikander (em 2018). Agora, uma sequência para o filme com a nova intérprete é anunciada.
Legalmente Loira
Quando estrelou essa comédia querida, sobre uma “patricinha” decidindo estudar direito e se tornar uma advogada, Reese Witherspoon já havia entregue bons trabalhos no cinema – vide A Vida em Preto e Branco, Segundas Intenções e Eleição. Com o primeiro Legalmente Loira, lançado há vinte anos, ela mostrava que era capaz de uma boa bilheteria carregando um filme apenas com seu nome. Depois de sofrer com a “maldição” da sequência que põe tudo a perder (também de 2003), a franquia em potencial foi interrompida. Nesse tempo, uma representação musical do primeiro foi lançado em 2007, e uma terceira parte (intitulada Legalmente Loiras – com as primas gêmeas da protagonista) chegava direto em vídeo em 2009. Após reinventar sua carreira na TV com grandes séries (Big Little Lies, Pequenos Incêndios por Toda Parte e The Morning Show), Whiterspoon voltou a brilhar e topou a brincadeira de viver a personagem loira que só se veste de rosa uma terceira vez, num filme prometido para 2022. Aguardemos.
Olhos Famintos
Terror cult que ganhou uma legião de fãs (principalmente os mais jovens que cresceram com o longa original há 20 anos), o filme fala sobre um casal de irmãos vivendo um pesadelo pelas estradas ao cruzarem o caminho com um maníaco num caminhão que se revela uma criatura ancestral e não humana. O longa original é produzido por Francis Ford Coppola, assim como a continuação bem inferior (também lançada… adivinhe… em 2003). Mas polêmicas com o diretor Victor Salva, condenado por pedofilia, atrasaram bastante a produção do terceiro – que caiu rapidamente no ostracismo, após ter sido lançado em 2017. Agora, a opção é pelo reboot da franquia, que ganhará seu mais novo exemplar este ano.
O Senhor dos Anéis
Por anos a trilogia literária do autor J.R.R. Tolkien foi tida como “inadaptável” ao cinema, sendo o máximo que haviam chegado perto uma animação em 1978. Isso é, até a chegada em cena de um diretor chamado Peter Jackson há vinte anos. Em uma aposta arriscadíssima da New Line Cinema, os três filmes milionários foram gravados de uma tacada só para serem lançados por três anos consecutivos. Ambicioso no mínimo, mas se o primeiro não desse certo… Não só deu como se tornou uma das maiores bilheterias do cinema, aumentando a cada novo exemplar da trilogia até 2003, quando ela aparentemente se encerrou. Mas nunca diga nunca, pois o mesmo Jackson tirou da cartola ainda uma nova trilogia, desta vez do Hobbit, dez anos depois. Mais dez anos depois e agora uma série de TV em live-action vai sair do forno trazida pelo Amazon Studios direto na plataforma da Prime Video em 2022.
Harry Potter
Não tem jeito, O Senhor dos Anéis e Harry Potter foram os dois grandes fenômenos do cinema de vinte anos atrás. Não teve para ninguém. Embora as apostas fossem outras (Jurassic Park 3, Planeta dos Macacos de Tim Burton e O Retorno da Múmia), quem emplacou de verdade foram os dois longas citados (e bota longas nisso) que trouxeram de volta em grande estilo o gênero da magia e fantasia para o cinema. Harry Potter também era baseado numa série de livros, mas esta moderna e ainda sequer terminada quando estreou o primeiro longa. Os filmes seguiram de perto os sete livros e foram além, descolando mais um de brinde (ao dividir o último em dois). Fora isso, como todo dinheiro do mundo é pouco, a Warner segue tirando leite da franquia, com uma franquia derivada: Animais Fantásticos, que traz seu terceiro filme para o Rio de Janeiro em 2022.
Shrek
Adentrando o terreno das animações, Shrek foi uma grande aposta da Dreamworks Animation que derrotou a toda poderosa Disney no Oscar daquele ano. A ideia se tornou um sucesso gigantesco ao subverter os clássicos contos de fadas, brincando muito com os clichês do gênero, como por exemplo o herói da história ser um ogro e não um príncipe, e a princesa presa na torre não ser exatamente o que esperamos dela. Com muita acidez, Shrek se tornou figurinha carimbada da cultura pop há vinte anos já. Ao contrário de alguns itens acima, Shrek ganhou uma continuação em 2004 que a maioria considera ainda melhor que o seu original. O que rapidamente deu sinal verde para o terceiro, em 2007. O resultado deste já não agradou tanto, e assim a empolgação pelo quarto e último longa da franquia (2010) não foi das maiores. Há alguns anos um reboot da franquia vem sendo anunciado e em breve deverá ganhar forma.
Monstros S.A.
Monstros S.A. foi lançado há vinte anos e pode se gabar de ser uma das primeiras animações da Disney com a técnica de efeitos 3D computadorizados – depois de Toy Story, Vida de Inseto, Toy Story 2 e Dinossauro. Apesar de não ter levado o Oscar na categoria daquele ano, perdendo para Shrek, Monstros se tornou um grande sucesso igualmente. Assim, os fãs pediam ansiosos por uma continuação trazendo seus queridos personagens do mundo dos monstros. E essa sequência só seria lançada mais de dez anos depois com Universidade Monstros (2013), uma pré-sequência com os protagonistas ainda jovens e estudantes. Mas não parou por aí, já que este ano foi lançada direto no Disney +, Monstros no Trabalho, uma série em dez episódios que, essa sim, continua diretamente a história do original de vinte anos atrás.
Como Cães e Gatos
Ainda seguindo no terreno infantil, a Warner apostou nesta história inofensiva sobre a eterna rivalidade entre cães e gatos, tratada como filme de espionagem. Por mais rasa que seja a ideia, o estúdio apostou na narrativa outras duas vezes (2010 e 2020) após sua estreia há vinte anos – o terceiro filme parecendo uma produção bem pobre e de baixo orçamento.
Pequenos Espiões
Robert Rodriguez começou sua carreira com filmes violentos e sangrentos de ação e terror. Mas quando se tornou pai decidiu arriscar também no comando de produções infantis. Essa foi a primeira, que além de outras coisas testava a tecnologia de efeitos especiais de seu próprio estúdio – onde o céu era o limite para o que acontecia nas telas. Foi graças a Pequenos Espiões que filmes como As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl (2005) e A Pedra Mágica (2009) puderam ser lançados. Ou talvez seja melhor dizer que a culpa foi dele. Seja como for, Pequenos Espiões estreou há vinte anos e gerou nada menos que três continuações – com a última completando dez anos em 2021.
Onze Homens e um Segredo
Tudo bem que a ideia original nasceu lá em 1960, num filme protagonizado por Frank Sinatra e seu grupo de amigos conhecidos como Rat Pack. O legal do conceito de refilmagem é justamente apresentar ao público uma história bem antiga, com décadas de diferença, atualizando-a para os novos tempos. Foi o que a Warner decidiu fazer ao olhar em seu cofre e reimaginar o clássico filme de assalto com George Clooney, Brad Pitt e uma verdadeira constelação de astros. E foi esse remake que gerou duas continuações diretas graças ao enorme sucesso em seu lançamento há vinte anos. As continuações saíram em 2004 e 2007, e em 2018 um derivado protagonizado somente por mulheres e encabeçado por Sandra Bullock e Cate Blanchett olhou a trama sob um novo aspecto feminino.
Bridget Jones
Antes da franquia Onze Homens e um Segredo ser transformada em feminina, existiu outra que já nasceu como representando do mais puro girl power. É seguro dizer que O Diário de Bridget Jones, lançado há vinte anos, transformou a atriz Renée Zellwegger em uma estrela, de quebra garantindo-lhe sua primeira indicação ao Oscar. O papel foi um divisor de águas em sua carreira, e para vive-lo a atriz precisou se passar por britânica e engordar muitos quilos. Na continuação, No Limite da Razão (2004), ela seguiu na mesma linha, mas no terceiro (2016), já com uma idade um pouco mais avançada, ela fez magrinha mesmo (já que seria um pouco mais arriscado tentar o efeito sanfona de sempre).
Mais Um Verão Americano
Esse pode ser um item de bônus na lista, já que se trata de uma comédia cult e pouco conhecida. Mesmo assim, a grande brincadeira foi responsável por revelar muitos nomes hoje conhecidos no cinema, assim como tirar tantos outros do ostracismo. Temos por exemplo gente como Paul Rudd, Elizabeth Banks, Amy Poehler e Bradley Cooper no elenco. A forma como essa comédia continuou foi, não no cinema, mas sim numa série da Netflix em 8 episódios lançada em 2015. Depois disso, dois anos depois, a história continuava numa minissérie na mesma plataforma em mais 8 episódios.