quarta-feira , 20 novembro , 2024

Guerra Mundial Z

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EM NOVA AVENTURA ZUMBI, BRAD PITT TENTA SALVAR NÃO SÓ O MUNDO, COMO O PRÓPRIO FILME.

Baseado no sucesso literário World War Z: An Oral History of the Zombie War, do escritor norte-americano Max Brooks, Guerra Mundial Z pega carona na onda do momento: os zumbis. A atual figura mais badalada da cultura pop mundial, vem atingindo, cada vez mais, várias mídias e ganhando novas roupagens, pelas mãos de diversos autores. Desde que Zack Snyder lançou, em 2004, o seu ótimo remake de Madrugada dos Mortos, novas obras não pararam de surgir. Tanto no cinema e TV, como nos livros e HQ’s. O próprio Brooks já havia lançando, anteriormente, O Guia de Sobrevivência a Zumbis, que misturava terror e humor.

Mas foi com World War Z, que a Paramount viu um real potencial dramático, e resolveu investir alto na franquia – valor esse que a empresa não quis divulgar, mas cogitasse que o contrato foi de seis dígitos. Contudo, depois de vários problemas em sua produção, como mudanças no roteiro, regravações de cenas e dificuldades no acabamento visual, o filme é lançado, com mais de seis meses de atraso, apostando em levar muitos fãs do gênero para as salas de cinema. E, provavelmente, irá conseguir, não só pelo seu apelo contemporâneo, como também por outros fatores externos.



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O maior deles, sem duvida, é a presença de Brad Pitt (O Homem da Máfia), como protagonista. Pitt não só atuou, como foi fundamental para que o longa pudesse, enfim, sair do papel. Alocando, até, sua própria produtora e fazendo visitas, através de uma campanha de marketing mundial, com sua imagem. Certamente o sujeito acredita bastante no projeto, e creio que ele seja, realmente, o destaque daqui.

Dirigido por Marc Foster (007 – Quantum of Solace), cineasta de carreira bastante irregular, e roteirizado pelo trio Matthew Michael CarnahanDrew Goddard e Damon Lindelof, que pegaram o argumento inicial de J. Michael Straczynski, e o próprio Carnahan, o filme traz a estória Gerry Lane (Pitt), um funcionário da ONU, que, em troca de proteção para sua família, viaja o mundo todo, ao lado do exercito americano, para de alguma forma, através de sua influência, conseguir um jeito de vencer a pandemia zumbi, que se alastrou pela terra, destruindo completamente os governos e dizimando boa parte da população.

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É, justamente, em cima do drama vivido pelo seu protagonista, Gerry Lane, que a fita se sustenta. E também pela grande presença de Pitt, que carrega toda obra nas costas. Dominando em tela, e emprestando seu carisma e versatilidade para as diversas situações do conto – em momentos tristes e emocionantes com sua família, e em tomadas recheadas de ação e suspense, em relação à aventura zumbi. Porém, no quesito de aprofundar os personagens, o filme para por aí. Todas as pessoas adicionadas (jogadas) na estória são, em seguida, descartadas da forma mais tola possível. E, como o processo de identificação não é criado, o sentimento de perda não advém. Até mesmo a esposa e as filhas de Lane, poderiam ser mais exploradas, mesmo sabendo que Foster gastou todo seu primeiro ato, com ambos.

Logo de início, o diretor constrói bem sua trama, através do drama familiar e os acontecimentos na cidade, e faz com que o espectador tome interesse pela estória e fique curioso em saber o está sucedendo. Com câmeras nervosas, em meio a várias cenas de perseguições e lutas, pela sobrevivência, Foster impetra um excelente começo. E, a partir daí, usando uma narrativa muito semelhante a um jogo de vídeo game, por fazer com que o protagonista realize inúmeras missões, o filme mantém um bom ritmo, até o fim do segundo ato. Onde, perceptivelmente, existe uma grande barriga, que deixa tudo morno e sonolento. Somente, em sua conclusão final, no laboratório, acordamos novamente e continuamos a luta, ao lado de Gerry, na busca pela possível cura – esta, muito curiosa, por sinal.

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Sobre alguns aspectos técnicos, diria que gostei da fotografia de Ben Seresin (Incontrolável), por imprimir uma aparência extremamente áspera e seca, dando um aspecto sem vida aquele mundo. Como se todas as esperanças da humanidade houvessem se esvaído. Também destacaria a direção de arte que, dispondo de apenas algumas locações, conseguiu fazer, através de pequenos detalhes, com que a plateia viajasse por vários países. Já a trilha sonora de Marco Beltrami (Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer) entra e sai despercebia. Servindo apenas para pontuar as cenas de ação e suspense.

Por fim, vejo que esse novo trabalho de Marc Foster não é de tudo ruim. Apesar de possuir alguns problemas, em seus seguimentos, e de ser prejudicado pela sua classificação indicativa – sim, é um filme de zumbi que quase não tem sangue e violência -, o mesmo se foca no ponto da sobrevivência humana e no drama da sua principal figura dramática, vivida por Brad Pitt, que jaz ótimo nesse papel. Está longe de ser algo enfadonho, e explora, mesmo que superficialmente, elementos interessantes que outros contos do gênero não abordam: como o envolvimento político mundial, em meio a todo caos apolítico dos comedores de cérebros.

OBS: Sobre o 3D, o mesmo não tem grande função narrativa, e é muito mal realizado, podendo ser devidamente descartado. Mas, se você se diverte com objetos saltando na sua cara e alguns sustos, poderá curti a proposta aqui apresentada.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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Mas foi com World War Z, que a Paramount viu um real potencial dramático, e resolveu investir alto na franquia – valor esse que a empresa não quis divulgar, mas cogitasse que o contrato foi de seis dígitos. Contudo, depois de vários problemas em sua produção, como mudanças no roteiro, regravações de cenas e dificuldades no acabamento visual, o filme é lançado, com mais de seis meses de atraso, apostando em levar muitos fãs do gênero para as salas de cinema. E, provavelmente, irá conseguir, não só pelo seu apelo contemporâneo, como também por outros fatores externos.

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O maior deles, sem duvida, é a presença de Brad Pitt (O Homem da Máfia), como protagonista. Pitt não só atuou, como foi fundamental para que o longa pudesse, enfim, sair do papel. Alocando, até, sua própria produtora e fazendo visitas, através de uma campanha de marketing mundial, com sua imagem. Certamente o sujeito acredita bastante no projeto, e creio que ele seja, realmente, o destaque daqui.

Dirigido por Marc Foster (007 – Quantum of Solace), cineasta de carreira bastante irregular, e roteirizado pelo trio Matthew Michael CarnahanDrew Goddard e Damon Lindelof, que pegaram o argumento inicial de J. Michael Straczynski, e o próprio Carnahan, o filme traz a estória Gerry Lane (Pitt), um funcionário da ONU, que, em troca de proteção para sua família, viaja o mundo todo, ao lado do exercito americano, para de alguma forma, através de sua influência, conseguir um jeito de vencer a pandemia zumbi, que se alastrou pela terra, destruindo completamente os governos e dizimando boa parte da população.

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É, justamente, em cima do drama vivido pelo seu protagonista, Gerry Lane, que a fita se sustenta. E também pela grande presença de Pitt, que carrega toda obra nas costas. Dominando em tela, e emprestando seu carisma e versatilidade para as diversas situações do conto – em momentos tristes e emocionantes com sua família, e em tomadas recheadas de ação e suspense, em relação à aventura zumbi. Porém, no quesito de aprofundar os personagens, o filme para por aí. Todas as pessoas adicionadas (jogadas) na estória são, em seguida, descartadas da forma mais tola possível. E, como o processo de identificação não é criado, o sentimento de perda não advém. Até mesmo a esposa e as filhas de Lane, poderiam ser mais exploradas, mesmo sabendo que Foster gastou todo seu primeiro ato, com ambos.

Logo de início, o diretor constrói bem sua trama, através do drama familiar e os acontecimentos na cidade, e faz com que o espectador tome interesse pela estória e fique curioso em saber o está sucedendo. Com câmeras nervosas, em meio a várias cenas de perseguições e lutas, pela sobrevivência, Foster impetra um excelente começo. E, a partir daí, usando uma narrativa muito semelhante a um jogo de vídeo game, por fazer com que o protagonista realize inúmeras missões, o filme mantém um bom ritmo, até o fim do segundo ato. Onde, perceptivelmente, existe uma grande barriga, que deixa tudo morno e sonolento. Somente, em sua conclusão final, no laboratório, acordamos novamente e continuamos a luta, ao lado de Gerry, na busca pela possível cura – esta, muito curiosa, por sinal.

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Sobre alguns aspectos técnicos, diria que gostei da fotografia de Ben Seresin (Incontrolável), por imprimir uma aparência extremamente áspera e seca, dando um aspecto sem vida aquele mundo. Como se todas as esperanças da humanidade houvessem se esvaído. Também destacaria a direção de arte que, dispondo de apenas algumas locações, conseguiu fazer, através de pequenos detalhes, com que a plateia viajasse por vários países. Já a trilha sonora de Marco Beltrami (Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer) entra e sai despercebia. Servindo apenas para pontuar as cenas de ação e suspense.

Por fim, vejo que esse novo trabalho de Marc Foster não é de tudo ruim. Apesar de possuir alguns problemas, em seus seguimentos, e de ser prejudicado pela sua classificação indicativa – sim, é um filme de zumbi que quase não tem sangue e violência -, o mesmo se foca no ponto da sobrevivência humana e no drama da sua principal figura dramática, vivida por Brad Pitt, que jaz ótimo nesse papel. Está longe de ser algo enfadonho, e explora, mesmo que superficialmente, elementos interessantes que outros contos do gênero não abordam: como o envolvimento político mundial, em meio a todo caos apolítico dos comedores de cérebros.

OBS: Sobre o 3D, o mesmo não tem grande função narrativa, e é muito mal realizado, podendo ser devidamente descartado. Mas, se você se diverte com objetos saltando na sua cara e alguns sustos, poderá curti a proposta aqui apresentada.

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Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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