domingo , 22 dezembro , 2024

Homem-Aranha 58 Anos | Conheça 10 Histórias Essenciais do Personagem

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Agosto é o mês do teioso, que há 58 anos marcava sua estreia nos quadrinhos com a lendária Amazing Fantasy #15. No entanto, de lá para cá o herói passou pelas maiores histórias (e piores também) para se estabelecer no patamar que detém atualmente. Algumas delas foram importantes para sua construção como personagem, outras para a construção de seus inimigos e dos coadjuvantes. Desta forma, vem com a gente conhecer dez histórias consideradas importantes para a mitologia do Homem-Aranha.

10) Amazing Spider-Man #31

Um título que já havia sido mencionado em um artigo passado mas que volta a marcar presença justamente pela sua importância. A edição faz parte das primeiras histórias assinadas pelo lendário Stan Lee e ilustradas por Steve Ditko, ainda nos anos 60. No enredo em questão, Peter está bastante preocupado com a saúde da tia May, que apesar de tentar tranquilizar o sobrinho afirmando estar bem, esconde seu real estado de saúde.



Peter sendo diretamente afetado pelo estado de saúde da tia

Com a cabeça completamente focada na tia, Peter passa a evitar seus colegas de faculdade e estes, por sua vez, sem saber o que se passa com o jovem, começam a se afastar dele. Aqui tem-se os primeiros trabalhos de personalidade real com indivíduos como Harry Osborn (que ainda não possui um laço afetivo com Peter como teria mais tarde) e Gwen Stacy, que começa a mostrar os primeiros sinais de interesse claro no nerd

Claro que há toda uma subtrama envolvendo uma gangue misteriosa roubando produtos químicos (afinal ainda é uma HQ de 1963), mas o que realmente importa aqui é o princípio do trabalho psicológico desenvolvido para o Homem-Aranha, sua característica de auto sacrifício crônico e que se tornaria seu diferencial.

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9) Spider-Man No More

Também chamada de edição 50, ela já contava com uma mudança importante na equipe técnica. Na ilustração já havia saído Steve Ditko e entrado John Romita, sendo que para muitos o traço de Romita é o melhor em questão de flexibilidade e agilidade do personagem, além de que melhor representa o cabeça de teia até hoje. 

Lendário painel feito por John Romita Sr.

A história é o que se pode chamar de “tempestade perfeita”, pois se trata de Peter tendo que enfrentar diversos problemas em mais de uma frente. A começar pela imagem pública negativa que os cidadãos de Nova York tem dele baseados nas matérias do Clarim Diário. Logo depois, Peter descobre que sua tia desmaiou e se culpa por ela ter estado por perto a vida toda mas, quando ela mais precisou, ele não a ajudou. Seu desempenho escolar acaba sendo afetado também e o ápice é assistir ao noticiário com seu eterno adversário J. J. Jameson (sendo praticamente um arquétipo de Hitler nas mãos de Romita) acusando-o de ser uma ameaça pública.

Tudo isso faz Peter duvidar de suas boas intenções e, em um quadro antológico e que mais tarde foi reaproveitado em Homem-Aranha 2 (2004), ele abandona o uniforme em uma caçamba de lixo. O auto questionamento de Peter acerca do que o torna Homem-Aranha apresentado nessa edição é um verdadeiro exemplo de como tornar um personagem tridimensional.

8) The Return of the Green Goblin

O Duende Verde é o maior inimigo do Aranha, tendo ações muitas vezes comparadas ao que o Coringa faz para o Batman. Sua instabilidade mental somada ao desejo homicida e aos vastos recursos que seu alter ego, Norman Osborn, possuem o tornam uma ameaça ainda maior que a de Wilson Fisk pela imprevisibilidade. Como dito anteriormente isso é um resumo de Norman… ou talvez não.

Antes melhores amigos, agora piores inimigos

Nas edições #136-137 de Amazing Spider-Man o roteirista Gerry Conway introduz um herdeiro para a máscara do Duende; trata-se de ninguém menos que Harry Osborn, filho de Norman e melhor amigo de Peter que agora busca vingança pela morte autoinduzida do pai após a “tragédia na ponte de Manhattan”. Devido aos filmes de Sam Raimi é normal associar Harry ao papel de antagonista, mas em 1974 isso foi um grande impacto na lore (mitologia) do herói.

7) Secret Wars #8

Antes um contexto rápido sobre o que foi essa saga. Um ser conhecido como Beyonder colocou os principais heróis e vilões do universo Marvel em um planeta com o objetivo de que eles lutassem até a morte. O vencedor teria seu sonho realizado por Beyonder, não importando qual fosse esse sonho. Esse mega evento teve uma duração de quase um ano (de maio de 1984 até abril de 1985) e teve seu quinhão de consequências.

No caso do Homem-Aranha foi na oitava edição que ele teve seu primeiro contato com o simbionte que lhe concedeu seu famoso traje negro, substituindo o tradicional que estava danificado durante essa saga. Peter então levou o traje eventualmente para a Terra e descobriu que ele possui alguns diferenciais.

O famoso traje negro do simbionte

Para começar ela não rasgava (o oposto da característica mais comum dos seus trajes), ele era capaz de se modificar em roupas civis e de produzir sua própria teia (eliminando a necessidade de portar cartuchos de teia). Eventualmente a roupa simbionte foi ganhando mais autonomia, chegando ao ponto de sair com o corpo do Peter para combater o crime enquanto o mesmo ainda estava dormindo.

Aos poucos essa relação foi causando um desgaste físico e mental no jovem e que culminou na separação de ambos. Essa história tem sua importância não só pela presença do uniforme alternativo mais famoso da Marvel, como também ter sido a primeira aparição (mesmo que indireta) do Venom.

6) Spiderverse

Uma mini saga mais recente, especificamente de 2014, colocou o aracnídeo frente a frente com o vilão Morlun. O detalhe, porém, é que não era apenas esse Homem-Aranha que estava sob ataque do antagonista. A estratégia de Morlun consistia em atacar o Aranha em múltiplas realidades e para isso ele contou com seus familiares para obter sucesso. Visto o tamanho da enrascada, os múltiplos cabeças de teia precisam unir forças de uma maneira inédita.

O multiverso aranha em ação

Em tempos recentes foi o grande momento de brilho do Spiderverse. Em questão de algumas edições havia uma verdadeira reunião envolvendo Spider-Gwen, Miles Morales, Homem-Aranha 2099, Superior Homem-Aranha (Dr. Octopus utilizando o corpo de Peter Parker), Ultimate Spider-Woman (a Jessica Drew) e por aí vai. Bem antes da animação protagonizada por Miles Morales (Homem-Aranha no Aranhaverso, de 2018), nesse mini-arco a Marvel já lançava a ideia de várias possibilidades de Homem-Aranha da mesma forma que o fizera na série animada de 1994.

5) Superior Spider-Man

Por terem sido criados na década de 60, muitos vilões do Homem-Aranha são considerados bobos, de certa forma, apesar de terem tido diversos momentos para brilhar. Um em particular passou por um momento histórico do ponto de vista negativo quando tomou a mão da tia May em casamento. Esse alguém é Otto Octavius, também chamado de Dr. Octopus.

Entre 2013 e 2014, ocorreu o arco do Superior Spider-Man no qual Otto, após se regenerar perante a sociedade, assume controle do corpo de Peter. Ele, porém, sofre bastante influência de traços da memória e personalidade do jovem e passa a focar em usar seu novo corpo e habilidade para aprimorar tudo o que o Homem-Aranha representa. Essa história não tanto sobre Peter, mas sim sobre novos caminhos que um vilão tradicional como o Dr. Octopus pode seguir e principalmente como dessa forma ele modifica o mundo à sua volta, afinal todos continuam achando que ele é Peter Parker.

4) The Wedding!

Casamentos são sempre momentos com grande potencial narrativo em qualquer história, inclusive quadrinhos. Foi assim com Superman e Lois Lane, Batman e Mulher-Gato mais recentemente (ou não, no caso), e o foi com Peter Parker e Mary Jane. Em 1987, o roteirista David Michelinie decidiu que era hora do Aranha enfim se amarrar com a, até então, eterna namorada.

Um momento aguardado

Com a benção de Stan Lee, David dividiu o acontecimento principal em alguns arcos menores que levariam a narrativa até o ápice que era a cerimônia. A escolha editorial por trás desse passo era alavancar as vendas de histórias do Homem-Aranha, que vinham enfrentando uma queda e, para atiçar a curiosidade dos leitores. A Marvel foi lançando ao longo dos meses materiais de divulgação do evento, tais como chamar um famoso estilista para elaborar o vestido de Mary Jane e até mesmo produzindo uma cerimônia de casamento ficcional no Shea Stadium.

Essa foi uma história que finalmente amarrou Peter em um compromisso, já que isso era vontade dos editores desde a época que ele começou a se relacionar com Gwen. O fato do personagem permanecer solteiro por tanto tempo também estava começando a incomodar os leitores. O modo como o marketing da Marvel cuidou do evento serviu de referência para futuros episódios na concorrente, visto que nos meses que antecederam o casamento entre Bruce Wayne e Selina Kyle, a DC Comics elaborou uma estratégia de marketing muito parecida.

3) Kraven´s Last Hunt

Antes de Dr. Octopus ter seu momento de brilho como Superior Spider-Man, um caçador obteve a vitória de uma vida. Em 1987, Kraven conseguiu enfim abater o Homem-Aranha (que ainda usava o traje simbionte) e assumir a máscara do herói. O que se segue porém é uma verdadeira jornada pelo psicológico do caçador russo, revivendo constantemente o fato de sua família ter sido exilada da Rússia após a revolução bolchevique junto a uma implacável sensação de morte iminente. Ao mesmo tempo ele vai assumindo a identidade de seu nêmesis ao combater o crime lançando mão de métodos mortais.

O grande momento de Kraven

Existe esse clima geral para o enredo de que a morte está por perto. Peter se questiona se sua hora estava chegando após perder tantas pessoas, Kraven se questiona se lhe resta pouco tempo para vencer o Homem-Aranha e eventualmente se ele ainda é Kraven e não o próprio Homem-Aranha. Essa não é uma história sobre Peter Parker mas sim sobre Kravinov e sobre o medo. Este último sendo superior a todos e verdadeiramente invencível.

2) Spider-Man: Blue

Melancolia. Esse é a sensação geral que guia o enredo escrito por Jeph Loeb e ilustrado por Tim Sale (mesma dupla que trabalhou em Batman – Longo Dia das Bruxas) tendo como suporte o sentimento de saudade. Essa é uma história que não acontece só nos dias atuais mas é lembrada por Peter por momentos que ele viveu junto a Gwen Stacy devido a proximidade do aniversário de sua morte. 

O manifesto definitivo sobre a relação entre Gwen e Peter

O enredo então atravessa por meio de situações pontuais nos primeiros anos de Parker como herói, quando eles se conheceram na faculdade, primeira vez que ela andou em sua motoneta, quando foram juntos a uma festa e por aí vai, enquanto reveza com momentos do presente com Peter cumprindo suas funções como Homem-Aranha, mas demonstrando uma clara instabilidade devido à melancolia da proximidade de tal data.

Conforme Jeph Loeb confirmou em diversas ocasiões, o “azul” do título (e que predomina como cor em muitos dos quadros da obra) é para simbolizar a tristeza que permeia todos os acontecimentos no presente. Isso serve também de contrapeso à felicidade de Peter no passado durante o seu namoro com Gwen. É com essa sensação que a obra caminha até seu clímax. Ele é elegante, singelo e triste como o jazz, mas também é sincero, maduro e humano como Peter Parker.

1) The Night Gwen Stacey Died

Em 1973, havia a necessidade de que Peter precisava amadurecer. Em algum momento era sabido que o personagem teria que deixar de ser um jovem que vive com a tia e namora a garota dos sonhos. Originalmente foi pedido ao roteirista Gerry Conway que a personagem a morrer fosse a tia May, depois isso mudou para Mary Jane ou Gwen Stacey. Foi decidido pela segunda pois assim Peter não precisaria mais ficar amarrado a um relacionamento e a motivação do Homem-Aranha existir, ou seja, nascida de uma tragédia, seria reforçada.

O que se seguiu foi um episódio marcante para a indústria de quadrinhos no geral pois pela primeira vez um herói não conseguia salvar um ente querido. Pela primeira vez o principal vilão desse protagonista triunfava e era possível vislumbrar que personagens de quadrinho poderiam expressar dor interna da mesma forma que em literatura de alto nível. 

Um divisor de águas

Essa mesma revelação levou ao início de uma nova era dos quadrinhos, a de bronze, em que obras mais maduras ou com ambientações mais urbanas e violentas ganhariam espaço sobre histórias leves e fantásticas. Foi também essa história que definiu como Peter veria a si mesmo como alguém capaz de manter a segurança das pessoas (tanto próximas quanto de Nova York) e se ele seria capaz de deixar alguém se aproximar sentimentalmente de novo.

Também foi um capítulo de encerramento e início para personagens chave. Norman Osborn morreu, mesmo que temporariamente, por seu próprio planador após matar Gwen. Isso deixou o terreno livre para Harry assumir a identidade vilanesca. Gwen teve sua história encerrada e a de Mary Jane pôde realmente começar, tirando-a do papel de coadjuvante para colocá-la ao lado de Peter na tentativa de ajudá-lo. Apesar de já não ter tanto o impacto como na época de lançamento, pouquíssimas histórias podem bater no peito e falar que são o marco zero do fim de uma fase dos quadrinhos e o início de outra, ou que causaram tamanha devastação a seu personagem principal, mas também deixou tamanha possibilidade de um recomeço. 

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Homem-Aranha 58 Anos | Conheça 10 Histórias Essenciais do Personagem

Agosto é o mês do teioso, que há 58 anos marcava sua estreia nos quadrinhos com a lendária Amazing Fantasy #15. No entanto, de lá para cá o herói passou pelas maiores histórias (e piores também) para se estabelecer no patamar que detém atualmente. Algumas delas foram importantes para sua construção como personagem, outras para a construção de seus inimigos e dos coadjuvantes. Desta forma, vem com a gente conhecer dez histórias consideradas importantes para a mitologia do Homem-Aranha.

10) Amazing Spider-Man #31

Um título que já havia sido mencionado em um artigo passado mas que volta a marcar presença justamente pela sua importância. A edição faz parte das primeiras histórias assinadas pelo lendário Stan Lee e ilustradas por Steve Ditko, ainda nos anos 60. No enredo em questão, Peter está bastante preocupado com a saúde da tia May, que apesar de tentar tranquilizar o sobrinho afirmando estar bem, esconde seu real estado de saúde.

Peter sendo diretamente afetado pelo estado de saúde da tia

Com a cabeça completamente focada na tia, Peter passa a evitar seus colegas de faculdade e estes, por sua vez, sem saber o que se passa com o jovem, começam a se afastar dele. Aqui tem-se os primeiros trabalhos de personalidade real com indivíduos como Harry Osborn (que ainda não possui um laço afetivo com Peter como teria mais tarde) e Gwen Stacy, que começa a mostrar os primeiros sinais de interesse claro no nerd

Claro que há toda uma subtrama envolvendo uma gangue misteriosa roubando produtos químicos (afinal ainda é uma HQ de 1963), mas o que realmente importa aqui é o princípio do trabalho psicológico desenvolvido para o Homem-Aranha, sua característica de auto sacrifício crônico e que se tornaria seu diferencial.

9) Spider-Man No More

Também chamada de edição 50, ela já contava com uma mudança importante na equipe técnica. Na ilustração já havia saído Steve Ditko e entrado John Romita, sendo que para muitos o traço de Romita é o melhor em questão de flexibilidade e agilidade do personagem, além de que melhor representa o cabeça de teia até hoje. 

Lendário painel feito por John Romita Sr.

A história é o que se pode chamar de “tempestade perfeita”, pois se trata de Peter tendo que enfrentar diversos problemas em mais de uma frente. A começar pela imagem pública negativa que os cidadãos de Nova York tem dele baseados nas matérias do Clarim Diário. Logo depois, Peter descobre que sua tia desmaiou e se culpa por ela ter estado por perto a vida toda mas, quando ela mais precisou, ele não a ajudou. Seu desempenho escolar acaba sendo afetado também e o ápice é assistir ao noticiário com seu eterno adversário J. J. Jameson (sendo praticamente um arquétipo de Hitler nas mãos de Romita) acusando-o de ser uma ameaça pública.

Tudo isso faz Peter duvidar de suas boas intenções e, em um quadro antológico e que mais tarde foi reaproveitado em Homem-Aranha 2 (2004), ele abandona o uniforme em uma caçamba de lixo. O auto questionamento de Peter acerca do que o torna Homem-Aranha apresentado nessa edição é um verdadeiro exemplo de como tornar um personagem tridimensional.

8) The Return of the Green Goblin

O Duende Verde é o maior inimigo do Aranha, tendo ações muitas vezes comparadas ao que o Coringa faz para o Batman. Sua instabilidade mental somada ao desejo homicida e aos vastos recursos que seu alter ego, Norman Osborn, possuem o tornam uma ameaça ainda maior que a de Wilson Fisk pela imprevisibilidade. Como dito anteriormente isso é um resumo de Norman… ou talvez não.

Antes melhores amigos, agora piores inimigos

Nas edições #136-137 de Amazing Spider-Man o roteirista Gerry Conway introduz um herdeiro para a máscara do Duende; trata-se de ninguém menos que Harry Osborn, filho de Norman e melhor amigo de Peter que agora busca vingança pela morte autoinduzida do pai após a “tragédia na ponte de Manhattan”. Devido aos filmes de Sam Raimi é normal associar Harry ao papel de antagonista, mas em 1974 isso foi um grande impacto na lore (mitologia) do herói.

7) Secret Wars #8

Antes um contexto rápido sobre o que foi essa saga. Um ser conhecido como Beyonder colocou os principais heróis e vilões do universo Marvel em um planeta com o objetivo de que eles lutassem até a morte. O vencedor teria seu sonho realizado por Beyonder, não importando qual fosse esse sonho. Esse mega evento teve uma duração de quase um ano (de maio de 1984 até abril de 1985) e teve seu quinhão de consequências.

No caso do Homem-Aranha foi na oitava edição que ele teve seu primeiro contato com o simbionte que lhe concedeu seu famoso traje negro, substituindo o tradicional que estava danificado durante essa saga. Peter então levou o traje eventualmente para a Terra e descobriu que ele possui alguns diferenciais.

O famoso traje negro do simbionte

Para começar ela não rasgava (o oposto da característica mais comum dos seus trajes), ele era capaz de se modificar em roupas civis e de produzir sua própria teia (eliminando a necessidade de portar cartuchos de teia). Eventualmente a roupa simbionte foi ganhando mais autonomia, chegando ao ponto de sair com o corpo do Peter para combater o crime enquanto o mesmo ainda estava dormindo.

Aos poucos essa relação foi causando um desgaste físico e mental no jovem e que culminou na separação de ambos. Essa história tem sua importância não só pela presença do uniforme alternativo mais famoso da Marvel, como também ter sido a primeira aparição (mesmo que indireta) do Venom.

6) Spiderverse

Uma mini saga mais recente, especificamente de 2014, colocou o aracnídeo frente a frente com o vilão Morlun. O detalhe, porém, é que não era apenas esse Homem-Aranha que estava sob ataque do antagonista. A estratégia de Morlun consistia em atacar o Aranha em múltiplas realidades e para isso ele contou com seus familiares para obter sucesso. Visto o tamanho da enrascada, os múltiplos cabeças de teia precisam unir forças de uma maneira inédita.

O multiverso aranha em ação

Em tempos recentes foi o grande momento de brilho do Spiderverse. Em questão de algumas edições havia uma verdadeira reunião envolvendo Spider-Gwen, Miles Morales, Homem-Aranha 2099, Superior Homem-Aranha (Dr. Octopus utilizando o corpo de Peter Parker), Ultimate Spider-Woman (a Jessica Drew) e por aí vai. Bem antes da animação protagonizada por Miles Morales (Homem-Aranha no Aranhaverso, de 2018), nesse mini-arco a Marvel já lançava a ideia de várias possibilidades de Homem-Aranha da mesma forma que o fizera na série animada de 1994.

5) Superior Spider-Man

Por terem sido criados na década de 60, muitos vilões do Homem-Aranha são considerados bobos, de certa forma, apesar de terem tido diversos momentos para brilhar. Um em particular passou por um momento histórico do ponto de vista negativo quando tomou a mão da tia May em casamento. Esse alguém é Otto Octavius, também chamado de Dr. Octopus.

Entre 2013 e 2014, ocorreu o arco do Superior Spider-Man no qual Otto, após se regenerar perante a sociedade, assume controle do corpo de Peter. Ele, porém, sofre bastante influência de traços da memória e personalidade do jovem e passa a focar em usar seu novo corpo e habilidade para aprimorar tudo o que o Homem-Aranha representa. Essa história não tanto sobre Peter, mas sim sobre novos caminhos que um vilão tradicional como o Dr. Octopus pode seguir e principalmente como dessa forma ele modifica o mundo à sua volta, afinal todos continuam achando que ele é Peter Parker.

4) The Wedding!

Casamentos são sempre momentos com grande potencial narrativo em qualquer história, inclusive quadrinhos. Foi assim com Superman e Lois Lane, Batman e Mulher-Gato mais recentemente (ou não, no caso), e o foi com Peter Parker e Mary Jane. Em 1987, o roteirista David Michelinie decidiu que era hora do Aranha enfim se amarrar com a, até então, eterna namorada.

Um momento aguardado

Com a benção de Stan Lee, David dividiu o acontecimento principal em alguns arcos menores que levariam a narrativa até o ápice que era a cerimônia. A escolha editorial por trás desse passo era alavancar as vendas de histórias do Homem-Aranha, que vinham enfrentando uma queda e, para atiçar a curiosidade dos leitores. A Marvel foi lançando ao longo dos meses materiais de divulgação do evento, tais como chamar um famoso estilista para elaborar o vestido de Mary Jane e até mesmo produzindo uma cerimônia de casamento ficcional no Shea Stadium.

Essa foi uma história que finalmente amarrou Peter em um compromisso, já que isso era vontade dos editores desde a época que ele começou a se relacionar com Gwen. O fato do personagem permanecer solteiro por tanto tempo também estava começando a incomodar os leitores. O modo como o marketing da Marvel cuidou do evento serviu de referência para futuros episódios na concorrente, visto que nos meses que antecederam o casamento entre Bruce Wayne e Selina Kyle, a DC Comics elaborou uma estratégia de marketing muito parecida.

3) Kraven´s Last Hunt

Antes de Dr. Octopus ter seu momento de brilho como Superior Spider-Man, um caçador obteve a vitória de uma vida. Em 1987, Kraven conseguiu enfim abater o Homem-Aranha (que ainda usava o traje simbionte) e assumir a máscara do herói. O que se segue porém é uma verdadeira jornada pelo psicológico do caçador russo, revivendo constantemente o fato de sua família ter sido exilada da Rússia após a revolução bolchevique junto a uma implacável sensação de morte iminente. Ao mesmo tempo ele vai assumindo a identidade de seu nêmesis ao combater o crime lançando mão de métodos mortais.

O grande momento de Kraven

Existe esse clima geral para o enredo de que a morte está por perto. Peter se questiona se sua hora estava chegando após perder tantas pessoas, Kraven se questiona se lhe resta pouco tempo para vencer o Homem-Aranha e eventualmente se ele ainda é Kraven e não o próprio Homem-Aranha. Essa não é uma história sobre Peter Parker mas sim sobre Kravinov e sobre o medo. Este último sendo superior a todos e verdadeiramente invencível.

2) Spider-Man: Blue

Melancolia. Esse é a sensação geral que guia o enredo escrito por Jeph Loeb e ilustrado por Tim Sale (mesma dupla que trabalhou em Batman – Longo Dia das Bruxas) tendo como suporte o sentimento de saudade. Essa é uma história que não acontece só nos dias atuais mas é lembrada por Peter por momentos que ele viveu junto a Gwen Stacy devido a proximidade do aniversário de sua morte. 

O manifesto definitivo sobre a relação entre Gwen e Peter

O enredo então atravessa por meio de situações pontuais nos primeiros anos de Parker como herói, quando eles se conheceram na faculdade, primeira vez que ela andou em sua motoneta, quando foram juntos a uma festa e por aí vai, enquanto reveza com momentos do presente com Peter cumprindo suas funções como Homem-Aranha, mas demonstrando uma clara instabilidade devido à melancolia da proximidade de tal data.

Conforme Jeph Loeb confirmou em diversas ocasiões, o “azul” do título (e que predomina como cor em muitos dos quadros da obra) é para simbolizar a tristeza que permeia todos os acontecimentos no presente. Isso serve também de contrapeso à felicidade de Peter no passado durante o seu namoro com Gwen. É com essa sensação que a obra caminha até seu clímax. Ele é elegante, singelo e triste como o jazz, mas também é sincero, maduro e humano como Peter Parker.

1) The Night Gwen Stacey Died

Em 1973, havia a necessidade de que Peter precisava amadurecer. Em algum momento era sabido que o personagem teria que deixar de ser um jovem que vive com a tia e namora a garota dos sonhos. Originalmente foi pedido ao roteirista Gerry Conway que a personagem a morrer fosse a tia May, depois isso mudou para Mary Jane ou Gwen Stacey. Foi decidido pela segunda pois assim Peter não precisaria mais ficar amarrado a um relacionamento e a motivação do Homem-Aranha existir, ou seja, nascida de uma tragédia, seria reforçada.

O que se seguiu foi um episódio marcante para a indústria de quadrinhos no geral pois pela primeira vez um herói não conseguia salvar um ente querido. Pela primeira vez o principal vilão desse protagonista triunfava e era possível vislumbrar que personagens de quadrinho poderiam expressar dor interna da mesma forma que em literatura de alto nível. 

Um divisor de águas

Essa mesma revelação levou ao início de uma nova era dos quadrinhos, a de bronze, em que obras mais maduras ou com ambientações mais urbanas e violentas ganhariam espaço sobre histórias leves e fantásticas. Foi também essa história que definiu como Peter veria a si mesmo como alguém capaz de manter a segurança das pessoas (tanto próximas quanto de Nova York) e se ele seria capaz de deixar alguém se aproximar sentimentalmente de novo.

Também foi um capítulo de encerramento e início para personagens chave. Norman Osborn morreu, mesmo que temporariamente, por seu próprio planador após matar Gwen. Isso deixou o terreno livre para Harry assumir a identidade vilanesca. Gwen teve sua história encerrada e a de Mary Jane pôde realmente começar, tirando-a do papel de coadjuvante para colocá-la ao lado de Peter na tentativa de ajudá-lo. Apesar de já não ter tanto o impacto como na época de lançamento, pouquíssimas histórias podem bater no peito e falar que são o marco zero do fim de uma fase dos quadrinhos e o início de outra, ou que causaram tamanha devastação a seu personagem principal, mas também deixou tamanha possibilidade de um recomeço. 

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