Não existe saco de pancadas melhor na cultura pop
Imagens captadas no set de gravação do próximo capítulo de Indiana Jones deram a entender que os nazistas voltarão a ser os antagonistas da franquia, posto perdido temporariamente em Reino da Caveira de Cristal (quarto capítulo, de 2008) para os soviéticos. Até o momento de fechamento deste texto ainda não há maiores informações sobre a trama, mas essa confirmação não oficial implica uma possível volta às raízes da série estabelecidas em Caçadores da Arca Perdida.
Mas não foi apenas com o velho Indie que os nazis tiveram vida difícil; ao longo da história da cultura pop, principalmente, não faltaram ocasiões em que realizadores tiveram oportunidades de reanimar esse fantasma só para poder manda-lo de volta para a tumba com estilo. Dito isso, seguem cinco momentos em que os soldados de Hitler tiveram derrotas acachapantes.
5) Bastardos Inglórios
Por toda a sua duração a obra de Tarantino se propôs a uma tarefa muito simples: mostrar os nazistas como vilões que fazem jus ao estereótipo formado e um grupo de heróis que se diverte dando o que eles merecem. Uma premissa direta e que ainda assim consegue formar uma história com momentos de tensão bastante efetivos e personagens marcantes.
Porém, o que ficou de fato na memória (ok, talvez depois do sinal de três feito de forma incorreta) foi a conclusão surtada e historicamente alternativa em que Hitler é metralhado pelos homens do tenente Aldo Raine enquanto um cinema cheio de seus oficiais arde em chamas com todos presos dentro. De quebra ainda há a conclusão com o destino de Hans Landa sendo marcado à lâmina.
4) Os Doze Condenados
Filmes de assalto fazem sucesso e não é de hoje. Em 1967 o cineasta Robert Aldrich comandou uma produção que tinha no astro Lee Marvin o papel de um militar responsável por recrutar prisioneiros perigosos, treiná-los e então mandá-los para uma missão potencialmente suicida em que o objetivo é eliminar todo o alto comando alemão que estará reunido em um único lugar.
A obra voltou à boca do público em tempos recentes por ter sido citada pelo diretor James Gunn como uma forte inspiração no seu vindouro O Esquadrão Suicida, uma vez que ambas as produções carregam evidentes similaridades. Esse também é mais um caso em que os nazistas saíram por baixo (literalmente).
3) O Resgate do Soldado Ryan
O épico filme de guerra de Steven Spielberg não é nem tanto uma história focada unicamente na temática Aliados contra o Eixo mas sim um drama pessoal, do personagem vivido por Tom Hanks, que precisa atravessar uma zona de guerra para encontrar o mencionado Ryan unicamente para lhe dar uma má notícia de cunho pessoal.
Um serviço ingrato mas que constrói a simpatia do espectador ao redor dessa figura e de seu destacamento. Evidentemente, no caminho eles irão encontrar com soldados inimigos e a bala vai ser dominante, mas esse não é foco desse filme de guerra em particular; é um enredo sobre companheirismo e não sobre conflito única e simplesmente.
2) Hellboy
No ano de 2004 um ainda em ascensão Guillermo del Toro se propôs a adaptar as aventuras do famoso personagem dos quadrinhos da Dark Horse Comics tendo Ron Pearlman carregado de maquiagem no papel. Essa adaptação é famosa por não ter tido vergonha de transpor para a tela os elementos mais fantasiosos do material base (diferente de um certo grupo de mutantes no ano 2000…).
E tinha nazistas, Rasputin e um demônio como vilões. Olhando para trás é bem curioso como del Toro pegou três elementos que são, historicamente falando, figuras vilanescas ou tão misteriosas que chegam a ser vilanescas na cultura europeia; de alguma forma ele os atou à origem do vermelhão e funcionou, apenas isso. Nenhum outro diretor poderia entregar um embate entre Ron Pearlman e Rasputin.
1) A Queda
Sem dúvidas um dos momentos mais dramáticos da Segunda Guerra foi todo o período pré e de chegada dos soviéticos em Berlim. Inúmeros são os relatos sobre o pandemônio que se instaurou na cidade; uma mistura de medo por parte dos civis, desespero vindo dos oficiais das forças de segurança e negação emanados do próprio líder nazista. Eventualmente a chegada dos russos provaria que todo o temor tinha fundamento mas o breve momento entre a véspera do episódio e o episódio em si é aonde está o pavio.
Provavelmente nenhum filme entendeu melhor esse breve momento do que A Queda e nem concedeu à Hitler um olhar de tamanha fragilidade (graças a atuação histórica e impecável de Bruno Ganz) humana, nem antes e nem depois. Ele também consegue ser um retrato assustador de como um sistema político em colapso é capaz de canibalizar seu próprio povo de forma tão rápida e implacável, não hesitando em mandar crianças para a linha de frente de um combate totalmente desfavorável.