sexta-feira, março 29, 2024

E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 37: Cristiano Requião

Nessa vida temos encontros e desencontros. A internet veio para bagunçar isso tudo e para quem é esperto conseguir se aproximar de ídolos ou apaixonados por cinema que nunca teria a chance de conhecer os pensamentos se a distância entre os dois pontos não existisse, como é agora no planeta internet. Dividir curiosidades sobre o gosto cinéfilo é um grande exercício que todos nós cinéfilos adoramos descobrir. Esse especial chega exatamente para apresentar universos diferentes do seu mas sempre com um grande amor ao cinema como o seu.

Nosso convidado de hoje é cineasta e cinéfilo! Cristiano Requião, profissional de cinema há mais de 40 anos, trabalhou em onze longas-metragens como assistente de direção e diretor de fotografia, além de realizar centenas de filmes institucionais. Durante dez anos trabalhou em um Centro Universitário nos cursos de Comunicação e Propaganda e Publicidade. Retornou ao cinema comercial em 2009 e até hoje dirigiu, roteirizou e fotografou sete curtas e os longas-metragens Outro Olhar e Morrer de Amor.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cine Joia e os cinemas do Estação em Botafogo, os dois. Saem do esquemão de filmes meramente comerciais, exibindo uma variedade maior de gêneros e estilos.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Fazem muitos anos… Mas eu lembro de um filme francês que marcou a minha adolescência. Chama-se Os Aventureiros, do Robert Enrico com Alain Delon e Lino Ventura. Neste filme eu decidi que queria trabalhar em cinema. Não pela narrativa, mas sim pela capacidade de um filme de gerar emoções.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Jacques Audiard e o Sur mes Lèvres de 2001 com uma atriz que eu considero uma das maiores, a Emmanuelle Devos.

Não deixe de assistir:

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Bandido da Luz Vermelha do Sganzerla. Um filme feito na garra e com uma história incrível explorando, na época diversas linguagens.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É quem ama e estuda cinema.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não posso dizer. Vejo acertos fantásticos e equívocos terríveis. Dos cinemas menores com seus donos próximos o resultado tem sido melhor.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Temo que isso ocorra, mas acredito que não. Tem filmes que são feitos e devem ser assistidos nos cinemas. Tomara que sobrem os cinemas independentes, principalmente.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Roubo da Taça do Caito Ortiz. Para que as pessoas cinéfilas e não cinéfilas possam ter certeza que filmes comerciais podem ter um recheio com conteúdo, sejam divertidos e questionadores.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Fosse eu um biólogo ou infectologista poderia responder.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Qualidade é um termo equivocado, a meu ver. Pode significar algo bem acabado e vazio. O cinema brasileiro têm excelentes filmes num determinado formato de produção que lamentavelmente não chega a todos os realizadores.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Com algumas decepções, Júlio Andrade.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Uma ferramenta política com dois gumes.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Estreia do Pedro Mico no antigo Ricamar em Copa. Não havia público, convidados, só alguns apareceram. Para que a sessão não ficasse vazia, nós da equipe fomos a rua pedir para que as pessoas entrassem de graça. Não me lembro sequer da presença da imprensa. Público voluntário na plateia de baixo e no girau equipe e atores. Bastaram aparecer as cenas mais eróticas entre o Pelé e a Tereza Raquel para rolar uma vaia acompanhada de observações a respeito da performance em cena. Depois disso a maior parte das pessoas foi embora.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras…

Uma tentativa pretensiosa de fazer cinema apostando na fama de uma atriz. Um filme risível.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Eu acho que ajuda muito. O que colocamos na tela é um MMC do que vimos e vivenciamos. A gramática cinematográfica é a ferramenta. Quanto mais filmes, desde que selecionados, mais afiada fica a nossa léxica.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não saberia responder, porque não conseguiria também apontar o melhor.

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