Animação de Bruce Timm apresentou os personagens da DC Comics para toda uma geração
Disponível no catálogo do HBO Max, ambas as animações da Liga da Justiça (incluindo a Sem Limites) representam uma parcela importante da história da DC Comics no início do século XXI. Tais produções não só deram sequência ao trabalho desenvolvido por Bruce Timm e Paul Dini no início dos anos 90 como apresentaram um leque de personagens infinitamente maior ao que foi introduzido até então para uma jovem audiência.
Para o público brasileiro, mais especificamente, tais animações compuseram a grade de programação de muitos no período da infância e adolescência; deixando, por vezes, uma marca indelével deixada por certos episódios. Não existe programa composto unicamente de episódios empolgantes, entretanto os que ficam na memória são geralmente aqueles que, na hora certa, deixam seus melhores momentos marcados para sempre.
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Episódio Piloto
Os primeiros dois episódios de Liga da Justiça são muito interessantes por algumas decisões criativas. Ele não só mostra um primeiro contato entre os heróis, abdicando do caminho de já introduzir a liga como algo estabelecido, como busca uma inspiração inesperada em obras diversas para compor a ameaça da invasão marciana.
O livro Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, é o exemplo que imediatamente vem à cabeça, até pela similaridade entre as armas marcianas e os tripods. Entretanto, é válido também ressaltar a semelhança do enredo em que marcianos se infiltram na política terrestre com o filme Invasores de Corpos (remake de Vampiros de Almas).
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Para o Homem que tem Tudo
Adaptar uma história assinada por Alan Moore em uma animação infanto-juvenil pode parecer uma ideia, no mínimo, inusitada. Isso porque o autor é conhecido por seus trabalhos de cunho mais adulto, no qual ele tende a torcer psicologicamente os personagens com os quais trabalha. Ainda assim, o trabalho de adaptação para o episódio conseguiu se adequar a atmosfera do desenho.
Em ambas as versões, o aniversariante Superman ainda é vítima de Mongul, que utilizando uma planta alienígena prende o herói em um sonho no qual Krypton nunca explodiu e lá ele cresceu e constituiu família. No entanto, enquanto que a versão animada deixou de lado muito da ambientação do planeta alienigena, na história de Moore a sociedade kryptoniana está se desintegrando em um ambiente de violência, fanatismo religioso e poluição.
A conclusão, e também ápice dramático da história, no entanto, se mantém intacto em ambas as versões. Ao se despedir de seu filho imaginário, Superman demonstra uma vulnerabilidade tocante que eventualmente se converte em ódio contra Mongul.
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Invasão Thanagariana
O último arco da fase clássica de Liga da Justiça apresenta a raça da heroína Mulher Gavião como uma ameaça real para a humanidade. Pior do que isso é o golpe sofrido pelo grupo de que a heroína foi uma espiã dos thanagarianos o tempo todo; algo que reverbera principalmente na relação da alienígena com o Lanterna Verde John Stewart.
A conclusão do arco ainda envolve um momento icônico do Batman, no qual ele está pronto para se sacrificar ao lançar a torre de vigilância da Liga contra a base dos invasores na Terra. Um poderoso momento de afirmação dessa versão do herói.