quinta-feira, março 28, 2024

Maze Runner: Correr ou Morrer

Lost encontra Senhor das Moscas

As adaptações literárias juvenis são uma das maiores fontes de ideias dentro dos blockbusters hollywoodianos atuais. Aparentemente chegaram para ficar, e depois de uma recente safra mediana/ruim, a coisa começa a melhorar. Tudo porque os mais novos exemplares apostam na originalidade de suas tramas, ao invés de reciclar temas consolidados – A Hospedeira, Dezesseis Luas e Os Instrumentos Mortais são clones de Crepúsculo; e Divergente, de Jogos Vorazes.

Já com o recém-lançado O Doador de Memórias, algo diferente foi tentado. A aposta é nas ideias e não na ação. Com elementos inusitados para uma produção do gênero, o filme protagonizado por Jeff Bridges e Meryl Streep tenta construir estética e narrativa únicas, ao mesmo tempo em que discute sociedade, governo e o que funcionaria ou não em uma utopia, para os jovens. O que é muito mais do que podemos dizer de obras anteriores, cujo único conteúdo era se a mocinha deveria ficar com fulano A ou B.

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Com Maze Runner ocorre algo similar, e a história aposta num suspense que remete ao seriado Lost. Logo na primeira cena somos jogados sem muita explicação, junto ao protagonista Thomas (Dylan O´Brien), numa nova realidade. O rapaz acorda em uma jaula suspensa do subsolo e é recepcionado por um grupo de meninos da sua idade. Todos adolescentes. No meio de um clarão na floresta, as regras são explicadas para ele. Nesta tribo, cada um possui sua função e eles vivem por suas próprias leis, o que remete ao clássico de William Golding, O Senhor das Moscas.

Infelizmente, o filme não passa tempo bastante estabelecendo seus personagens nessa convivência. Ela serve apenas como apresentação, já que este ainda é um produto mirado aos jovens e precisa suprir sua cota de ação e suspense. Também ficamos sabendo que um labirinto gigantesco cerca a mata, e que todas as manhãs a estrutura monstruosa abre suas portas de forma convidativa, para ao anoitecer fecha-las, aprisionando os infelizes aventureiros que ousaram desbravá-lo.

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O elenco é formado quase todo por novos rostos, alguns mais reconhecíveis, como Will Poulter (O Filho de Rambow e Família do Bagulho), que interpreta o vilanesco Gally (todo filme precisa do seu Draco). Um dos destaques fica com Kaya Scodelario (O Morro dos Ventos Uivantes e A Grande Ilusão), dona de uma beleza hipnótica, interpretando Teresa, a única menina trazida para o experimento (caso não fosse um filme para menores, teria pena dela).

O ponto alto de Maze Runner é conseguir segurar o suspense, deliberadamente revelando mais de suas camadas aos poucos. O clima e a tensão construídos são eficientes e os efeitos, em especial do grande labirinto, são intimidadores. Este é o tipo de filme que eu adoraria na infância, muito mais instigador do que conformista. A graça, obviamente se esvai um pouco quando finalmente descobrimos o que existe no labirinto. No entanto, o verdadeiro ponto negativo da obra (que assola Hollywood) é a desagradável falta de um desfecho, empurrando a possível (inexistente) sequência.

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