domingo , 22 dezembro , 2024

Mel Brooks está de volta! Relembre as Grandes Comédias do Diretor

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Recentemente o mundo do entretenimento foi pego de surpresa com o anúncio da nova série da plataforma Star+ (Hulu nos EUA): A História do Mundo Parte 2. Os fãs de filmes e séries mais novos podem até ter ficado confusos quanto ao título e se perguntar onde está a parte 1 desse negócio que nunca tinham ouvido falar? Acontece que se trata da continuação de A História do Mundo: Parte 1, de 1981, comédia cult de sucesso dirigida por Mel Brooks. O diretor está por trás da nova produção também, que serve de sequência 42 anos depois – assim como Cobra Kai continua a franquia Karatê Kid lá dos anos 80. Mas se você pegou esse bonde andando, não se preocupe, pois tanto o filme de 1981, quanto a vindoura série (que estreia em março) são formadas por esquetes sem muita ligação uns com os outros. A sacada é a paródia criada em cima de acontecimentos históricos muito famosos de nossa humanidade.

Leia também: ‘A História do Mundo: Parte 2’ | O icônico Mel Brooks volta aos holofotes aos 96 anos!



Os fãs do diretor e de seu tipo de humor não poderiam estar mais eufóricos. Isso porque Mel Brooks não criava nada desde 1995. E resolveu sair da aposentadoria em 2023 aos… 96 anos! Pois é, e você, o que tem feito da vida? Entrando no clima da série em 8 episódios que chega em breve e traz grandes nomes da atualidade protagonizando, como Seth Rogen, Jack Black, Taika Waititi e Zazie Beetz, por exemplo, o CinePOP resolveu apresentar Mel Brooks para uns, e relembra-lo para outros, ao reunir nessa matéria todos os filmes dirigidos pelo ícone da comédia mundial. Confira abaixo.

Primavera para Hitler (1967)

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A estreia de Mel Brooks como cineasta foi neste sucesso que se tornou ícone do gênero da comédia. Além da direção, Brooks também escreveu o roteiro do longa, que traz dois trapaceiros visando dar um golpe elaborado em seus investidores numa peça de teatro da Broadway. Zero Mostel vive Max, um experiente produtor de espetáculos teatrais que se encontra falido, devendo dinheiro para “Deus e o mundo”. O igualmente icônico Gene Wilder (em sua estreia num filme do diretor) é Leo, um contador medroso e cheio de manias, que sonha em trabalhar com arte. Assim, os dois criam uma inusitada parceria. Eles irão criar a pior peça de todos os tempos, um texto realmente de mau-gosto, que enaltece Hitler. O motivo? Querem que a peça seja cancelada logo após a estreia, assim podem embolsar o dinheiro já investido por seus financiadores e se safar da crise. O texto logo foi reconhecido como obra-prima do humor, e realmente ganhou os palcos, inclusive no Brasil. Foi o anúncio da genialidade de Mel Brooks. Primavera para Hitler foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante para Wilder e levou o Oscar de melhor roteiro original para Brooks.

Banzé na Rússia (1970)

O termo “Banzé” foi usado em dois dos filmes de Mel Brooks, e significa algo como barulho, algazarra, zorra. Esse aqui, no entanto, trata-se do filme menos conhecido da filmografia do diretor. Um fator recorrente na obra do cineasta é que Brooks gosta de passear pelos gêneros cinematográficos como um bom cinéfilo. Afinal, todo bom amante de cinema que se preze adora todo estilo de filme. Mel Brooks é assim, e aqui começa a demonstrar isso, ao criar seu próprio épico russo – é claro, tudo na forma de paródia. Curiosamente, a trama é baseada em um livro, que em livre tradução ficou conhecido como ‘Diamonds to Sit On’, algo como ‘Diamantes para se Sentar’. Isso porque o título original do longa é ‘The Twelve Chairs’, ou ‘As Doze Cadeiras’. Na história passada na Rússia Soviética da década de 1920, um aristocrata falido, um padre e um vigarista começam uma caça ao tesouro. Eles estão atrás das citadas doze cadeiras de uma mesa de jantar, já que em uma delas estão escondidas joias valiosas, perdidas durante a revolução. Aqui, Mel Brooks também protagoniza.

Banzé no Oeste (1974)

O ano de 1974 se mostraria um dos mais produtivos da carreira de Mel Brooks. Isso porque foi o único ano em que lançou dois filmes. E os dois se tornaram sucesso de crítica e público, mostrando que o diretor não era fogo de palha, após sua estreia glamorosa. Aqui, a brincadeira é com os clássicos faroestes. Na trama, um rico e inescrupuloso magnata resolve arruinar uma cidadezinha e para isso nomeia um xerife negro, acreditando que a população jamais o aceitaria e o respeitaria. No entanto, Bart (Cleavon Little) se mostra muito eficiente em sua função, e resiste para colocar o lugar nos eixos, declarando guerra ao corrupto vilão. Aqui, Gene Wilder aparece em sua segunda colaboração com Mel Brooks, que também participa como ator em um papel coadjuvante. Uma curiosidade é que esta poderia ter sido a primeira parceria entre Wilder e Richard Pryor, uma dupla muito famosa nos anos 80 – com uma dobradinha de quatro filmes (O Expresso de Chicago, Loucos de Dar Nó, Cegos Surdos e Loucos, e Um Sem Juízo Outro Sem Razão). Acontece que Pryor tinha um comportamento problemático e imprevisível nos bastidores, assim não querendo arriscar por ser um diretor novato, Brooks apostou em Cleavon Little para o papel principal. Banzé do Oeste foi indicado para 3 Oscar: melhor atriz coadjuvante (Madeline Kahn), melhor edição e melhor canção original (‘Blazing Saddles’).

O Jovem Frankenstein (1974)

O segundo filme de Mel Brooks no ano de 1974 se tornou igualmente icônico e pelo título você já pode imaginar o tipo de obra que o diretor homenageia e satiriza aqui. Sim, os clássicos em preto e branco do terror, em especial Frankenstein, de 1931, baseado no livro de Mary Shelley. Quem protagoniza em seu terceiro filme com o diretor é Gene Wilder, no papel do neto do cientista original, que criou um monstro com partes humanas e lhe deu vida. Já deu para perceber que as produções de Mel Brooks não são meramente filmes de comédia, e sim obras de muito prestígio, reconhecidas até mesmo na Academia do Oscar, sempre rendendo indicações. E com O Jovem Frankenstein não foi diferente. O longa recebeu duas nomeações ao maior prêmio do cinema: melhor roteiro adaptado (para Mel Brooks e Gene Wilder em colaboração) e melhor som.

A Última Loucura de Mel Brooks (1976)

É curioso pensar com funcionava a mente dos responsáveis por dar títulos em português aqui no Brasil para as produções de Hollywood no passado. Ainda hoje nos deparamos com certas atrocidades na hora da tradução. Uma das mais curiosas no passado era a que incluía o nome dos atores no título do filme, criando uma metalinguagem existente apenas em nosso país varonil. É só lembrar de Stallone Cobra (1986) – que nos EUA é apenas Cobra mesmo (já que algum “esperto” da época leu o nome do astro acima do título no cartaz e resolveu incluí-lo aqui no Brasil). Pior ainda é esta comédia, que em seu país de origem é chamada Silent Movie, ou “Filme Mudo”. Ok, é sobre isso que a trama fala. Quem estrela é o próprio Mel Brooks, que também escreveu o roteiro e dirigiu. Ele interpreta um diretor de cinema, com uma audaciosa proposta: criar uma superprodução muda, que será o primeiro filme neste estilo silencioso em 40 anos. Por alguma razão, por aqui o título do filme ficou como A Última Loucura de Mel Brooks – que além de tudo não foi a última, mas contou com grandes nomes da época em pontas, vide Paul Newman, Burt Reynolds, James Caan, Liza Minnelli e até a esposa do diretor, Anne Bancroft.

Alta Ansiedade (1977)

Aqui sobrou até para os clássicos do mestre do suspense Alfred Hitchcock. Como um cinéfilo aplicado, Mel Brooks usa muito humor para homenagear o lendário cineasta rotundo, e dedica seu longa a ele, parodiando várias de suas obras mais famosas neste filme, como Um Corpo que Cai, Psicose, Os Pássaros, Intriga Internacional, Disque M para Matar, O Homem que Sabia Demais, entre outros. O mais curioso, no entanto, é que Brooks realizou um trabalho tão bom que muitos fãs casuais de cinema constantemente confundiam este título como sendo uma das obras de Hitchcock, já que até o nome do filme soa como um thriller. O filme era para ser protagonizado por Gene Wilder em mais uma parceria, mas devido a conflitos de agenda o ator precisou se ausentar do projeto. Ao invés de substitui-lo por outro ator, Brooks resolveu ele mesmo protagonizar seu próprio filme no papel do psiquiatra Dr. Richard Thorndyke, um homem com vertigem de altura, metido numa trama macabra de enorme conspiração. Imperdível para ambos os fãs de Mel Brooks e de Alfred Hitchcock.

A História do Mundo: Parte 1 (1981)

Citado no início do texto, esse foi o motivo da matéria. Quando os cinéfilos e até mesmo os fãs do diretor achavam que nunca mais ouviriam falar em um projeto novo de Mel Brooks, eis que o cineasta se prepara para lançar a sequência desta obra e retornar aos holofotes aos 96 anos de idade. Isso é apenas uma desculpa para que possamos falar muito e mostrar para os mais novos o conjunto da obra deste lendário e importante diretor. Aqui Mel Brooks viaja pelo passado da humanidade, desde os primórdios do homem primata, passando pela era bíblica de Moisés e os dez mandamentos, o Império Romano, a Inquisição Espanhola e chegando até a Revolução Francesa em 1799. O longa é formado por esquetes e Brooks aparece em quase todos vivendo diferentes personagens. Outra curiosidade é que esta foi uma nova tentativa de parceria entre Brooks e Richard Pryor (um dos grandes nomes do humor da época). Mas infelizmente, Pryor sofreu um acidente na época que quase o matou, e não pôde participar, sendo substituído por Gregory Hines.

S.O.S. – Tem um Louco Solto no Espaço (1987)

A geração que cresceu nos anos 80 e 90 talvez comece a reconhecer melhor os filmes de Mel Brooks a partir deste item. E se o diretor já havia tirado sarro de faroestes, de clássicos do terror e até mesmo dos thrillers do mestre do suspense Hitchcock, é claro que daria sua própria versão zoada para um dos maiores sucessos dos anos 80, Star Wars. Spaceballs (como é conhecido no título original) é uma sátira sem-vergonha e descarada da trilogia original de George Lucas e conta com nomes muito queridos da época protagonizando, como John Candy e Rick Moranis (as adaptações de Chewbacca e Darth Vader na visão do diretor). O próprio Mel Brooks também participa em papel duplo: como o mestre do bem Yogurt (paródia de Yoda), e o líder do mal, Presidente Skroob (uma versão para o Imperador).

Que Droga de Vida! (1991)

É curioso perceber que em sua época de auge, após ter entregue vários sucessos, o diretor Mel Brooks não foi muito produtivo durante os anos 80, a época mais galhofa do cinema. Nesta década, Brooks lançou apenas dois filmes. Adentrando os anos 90, o diretor estreava na década com este filme sobre um milionário que faz uma aposta em seu trabalho. Um colega afirma que ele não conseguiria sobreviver se fosse desprovido de todo o seu dinheiro. Ele, se achando muito sagaz, pensa o contrário, que consegue se virar do zero nas ruas. Assim, o sujeito começa a penar como sem teto e a reavaliar os valores da vida. Que Droga de Vida! foi muito exibido nas reprises das Sessões da Tarde da vida, mesmo assim ainda é um dos filmes menos falados da carreira do diretor – que novamente estrela em seu próprio filme aqui.

A Louca! Louca História de Robin Hood (1993)

Mel Brooks foi mais produtivo nos anos 90 do que nos anos 80, entregando três filmes no período. O segundo foi esta sátira do clássico Robin Hood, um dos primeiros ícones da sétima arte. O curioso é que dois anos antes, o herói que roubava dos ricos para dar aos pobres havia ganhado uma roupagem moderna, o que incluía seu visual, com o filme Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões (1991), estrelado por Kevin Costner. Assim, muitos acreditavam que esta paródia de Mel Brooks era uma brincadeira com aquele filme. Mas não, o que o diretor faz aqui é uma zoação com os clássicos lá da era de ouro dos anos 20 e 30, estrelados por Douglas Fairbanks e Errol Flynn, onde o herói usava sua roupinha verde e chapeuzinho de pena. Justamente por isso, em inglês o título se refere aos tights, as roupas coladas usadas pelo personagem nos clássicos. É claro, sobrou também para o filme de Costner, em especial à técnica da “câmera na flecha”.

Drácula – Morto, mas Feliz (1995)

Esse foi o último filme lançado por Mel Brooks como diretor. Novamente uma paródia de um grande clássico do cinema, também baseado num livro. Desta forma podemos dizer que o diretor criou suas próprias versões de Frankenstein e também de Drácula, com os filmes fazendo uma boa dobradinha de sessão dupla do cineasta. Quem estrela como a criatura vampira da noite é o icônico Leslie Nielsen, então saído dos sucessos da franquia Corra que a Polícia Vem Aí! e se sentindo muito em casa nesse estilo de comédia pastelão. Mais uma vez, coincidentemente ou não, Brooks realizava uma paródia de um clássico que havia ganhado nova roupagem pouco tempo antes. Foi ninguém menos que Francis Ford Coppola quem tirou do papel Drácula de Bram Stoker, remodelando com novos conceitos o clássico atemporal. Três anos depois era a vez de Mel Brooks, num filme que muitos acharam ser sátira do longa de 1992.

Bônus: Sou ou Não Sou (1983)

Este item foi incluído como bônus por ser o filme mais famoso que Mel Brooks protagoniza, mas não dirigiu ou sequer escreveu, embora muitos possam creditar como sendo um filme seu. Trata-se da refilmagem de Ser ou Não Ser (1942), comédia dramática passada durante a Segunda Guerra Mundial. Mel Brooks protagoniza e estrela ao lado da esposa Anne Bancroft. A trama mostra uma trupe teatral de artistas poloneses sendo ajudada por rebeldes da resistência contra os nazistas a escapar da Polônia e das garras da ocupação alemã.

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Mel Brooks está de volta! Relembre as Grandes Comédias do Diretor

Recentemente o mundo do entretenimento foi pego de surpresa com o anúncio da nova série da plataforma Star+ (Hulu nos EUA): A História do Mundo Parte 2. Os fãs de filmes e séries mais novos podem até ter ficado confusos quanto ao título e se perguntar onde está a parte 1 desse negócio que nunca tinham ouvido falar? Acontece que se trata da continuação de A História do Mundo: Parte 1, de 1981, comédia cult de sucesso dirigida por Mel Brooks. O diretor está por trás da nova produção também, que serve de sequência 42 anos depois – assim como Cobra Kai continua a franquia Karatê Kid lá dos anos 80. Mas se você pegou esse bonde andando, não se preocupe, pois tanto o filme de 1981, quanto a vindoura série (que estreia em março) são formadas por esquetes sem muita ligação uns com os outros. A sacada é a paródia criada em cima de acontecimentos históricos muito famosos de nossa humanidade.

Leia também: ‘A História do Mundo: Parte 2’ | O icônico Mel Brooks volta aos holofotes aos 96 anos!

Os fãs do diretor e de seu tipo de humor não poderiam estar mais eufóricos. Isso porque Mel Brooks não criava nada desde 1995. E resolveu sair da aposentadoria em 2023 aos… 96 anos! Pois é, e você, o que tem feito da vida? Entrando no clima da série em 8 episódios que chega em breve e traz grandes nomes da atualidade protagonizando, como Seth Rogen, Jack Black, Taika Waititi e Zazie Beetz, por exemplo, o CinePOP resolveu apresentar Mel Brooks para uns, e relembra-lo para outros, ao reunir nessa matéria todos os filmes dirigidos pelo ícone da comédia mundial. Confira abaixo.

Primavera para Hitler (1967)

A estreia de Mel Brooks como cineasta foi neste sucesso que se tornou ícone do gênero da comédia. Além da direção, Brooks também escreveu o roteiro do longa, que traz dois trapaceiros visando dar um golpe elaborado em seus investidores numa peça de teatro da Broadway. Zero Mostel vive Max, um experiente produtor de espetáculos teatrais que se encontra falido, devendo dinheiro para “Deus e o mundo”. O igualmente icônico Gene Wilder (em sua estreia num filme do diretor) é Leo, um contador medroso e cheio de manias, que sonha em trabalhar com arte. Assim, os dois criam uma inusitada parceria. Eles irão criar a pior peça de todos os tempos, um texto realmente de mau-gosto, que enaltece Hitler. O motivo? Querem que a peça seja cancelada logo após a estreia, assim podem embolsar o dinheiro já investido por seus financiadores e se safar da crise. O texto logo foi reconhecido como obra-prima do humor, e realmente ganhou os palcos, inclusive no Brasil. Foi o anúncio da genialidade de Mel Brooks. Primavera para Hitler foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante para Wilder e levou o Oscar de melhor roteiro original para Brooks.

Banzé na Rússia (1970)

O termo “Banzé” foi usado em dois dos filmes de Mel Brooks, e significa algo como barulho, algazarra, zorra. Esse aqui, no entanto, trata-se do filme menos conhecido da filmografia do diretor. Um fator recorrente na obra do cineasta é que Brooks gosta de passear pelos gêneros cinematográficos como um bom cinéfilo. Afinal, todo bom amante de cinema que se preze adora todo estilo de filme. Mel Brooks é assim, e aqui começa a demonstrar isso, ao criar seu próprio épico russo – é claro, tudo na forma de paródia. Curiosamente, a trama é baseada em um livro, que em livre tradução ficou conhecido como ‘Diamonds to Sit On’, algo como ‘Diamantes para se Sentar’. Isso porque o título original do longa é ‘The Twelve Chairs’, ou ‘As Doze Cadeiras’. Na história passada na Rússia Soviética da década de 1920, um aristocrata falido, um padre e um vigarista começam uma caça ao tesouro. Eles estão atrás das citadas doze cadeiras de uma mesa de jantar, já que em uma delas estão escondidas joias valiosas, perdidas durante a revolução. Aqui, Mel Brooks também protagoniza.

Banzé no Oeste (1974)

O ano de 1974 se mostraria um dos mais produtivos da carreira de Mel Brooks. Isso porque foi o único ano em que lançou dois filmes. E os dois se tornaram sucesso de crítica e público, mostrando que o diretor não era fogo de palha, após sua estreia glamorosa. Aqui, a brincadeira é com os clássicos faroestes. Na trama, um rico e inescrupuloso magnata resolve arruinar uma cidadezinha e para isso nomeia um xerife negro, acreditando que a população jamais o aceitaria e o respeitaria. No entanto, Bart (Cleavon Little) se mostra muito eficiente em sua função, e resiste para colocar o lugar nos eixos, declarando guerra ao corrupto vilão. Aqui, Gene Wilder aparece em sua segunda colaboração com Mel Brooks, que também participa como ator em um papel coadjuvante. Uma curiosidade é que esta poderia ter sido a primeira parceria entre Wilder e Richard Pryor, uma dupla muito famosa nos anos 80 – com uma dobradinha de quatro filmes (O Expresso de Chicago, Loucos de Dar Nó, Cegos Surdos e Loucos, e Um Sem Juízo Outro Sem Razão). Acontece que Pryor tinha um comportamento problemático e imprevisível nos bastidores, assim não querendo arriscar por ser um diretor novato, Brooks apostou em Cleavon Little para o papel principal. Banzé do Oeste foi indicado para 3 Oscar: melhor atriz coadjuvante (Madeline Kahn), melhor edição e melhor canção original (‘Blazing Saddles’).

O Jovem Frankenstein (1974)

O segundo filme de Mel Brooks no ano de 1974 se tornou igualmente icônico e pelo título você já pode imaginar o tipo de obra que o diretor homenageia e satiriza aqui. Sim, os clássicos em preto e branco do terror, em especial Frankenstein, de 1931, baseado no livro de Mary Shelley. Quem protagoniza em seu terceiro filme com o diretor é Gene Wilder, no papel do neto do cientista original, que criou um monstro com partes humanas e lhe deu vida. Já deu para perceber que as produções de Mel Brooks não são meramente filmes de comédia, e sim obras de muito prestígio, reconhecidas até mesmo na Academia do Oscar, sempre rendendo indicações. E com O Jovem Frankenstein não foi diferente. O longa recebeu duas nomeações ao maior prêmio do cinema: melhor roteiro adaptado (para Mel Brooks e Gene Wilder em colaboração) e melhor som.

A Última Loucura de Mel Brooks (1976)

É curioso pensar com funcionava a mente dos responsáveis por dar títulos em português aqui no Brasil para as produções de Hollywood no passado. Ainda hoje nos deparamos com certas atrocidades na hora da tradução. Uma das mais curiosas no passado era a que incluía o nome dos atores no título do filme, criando uma metalinguagem existente apenas em nosso país varonil. É só lembrar de Stallone Cobra (1986) – que nos EUA é apenas Cobra mesmo (já que algum “esperto” da época leu o nome do astro acima do título no cartaz e resolveu incluí-lo aqui no Brasil). Pior ainda é esta comédia, que em seu país de origem é chamada Silent Movie, ou “Filme Mudo”. Ok, é sobre isso que a trama fala. Quem estrela é o próprio Mel Brooks, que também escreveu o roteiro e dirigiu. Ele interpreta um diretor de cinema, com uma audaciosa proposta: criar uma superprodução muda, que será o primeiro filme neste estilo silencioso em 40 anos. Por alguma razão, por aqui o título do filme ficou como A Última Loucura de Mel Brooks – que além de tudo não foi a última, mas contou com grandes nomes da época em pontas, vide Paul Newman, Burt Reynolds, James Caan, Liza Minnelli e até a esposa do diretor, Anne Bancroft.

Alta Ansiedade (1977)

Aqui sobrou até para os clássicos do mestre do suspense Alfred Hitchcock. Como um cinéfilo aplicado, Mel Brooks usa muito humor para homenagear o lendário cineasta rotundo, e dedica seu longa a ele, parodiando várias de suas obras mais famosas neste filme, como Um Corpo que Cai, Psicose, Os Pássaros, Intriga Internacional, Disque M para Matar, O Homem que Sabia Demais, entre outros. O mais curioso, no entanto, é que Brooks realizou um trabalho tão bom que muitos fãs casuais de cinema constantemente confundiam este título como sendo uma das obras de Hitchcock, já que até o nome do filme soa como um thriller. O filme era para ser protagonizado por Gene Wilder em mais uma parceria, mas devido a conflitos de agenda o ator precisou se ausentar do projeto. Ao invés de substitui-lo por outro ator, Brooks resolveu ele mesmo protagonizar seu próprio filme no papel do psiquiatra Dr. Richard Thorndyke, um homem com vertigem de altura, metido numa trama macabra de enorme conspiração. Imperdível para ambos os fãs de Mel Brooks e de Alfred Hitchcock.

A História do Mundo: Parte 1 (1981)

Citado no início do texto, esse foi o motivo da matéria. Quando os cinéfilos e até mesmo os fãs do diretor achavam que nunca mais ouviriam falar em um projeto novo de Mel Brooks, eis que o cineasta se prepara para lançar a sequência desta obra e retornar aos holofotes aos 96 anos de idade. Isso é apenas uma desculpa para que possamos falar muito e mostrar para os mais novos o conjunto da obra deste lendário e importante diretor. Aqui Mel Brooks viaja pelo passado da humanidade, desde os primórdios do homem primata, passando pela era bíblica de Moisés e os dez mandamentos, o Império Romano, a Inquisição Espanhola e chegando até a Revolução Francesa em 1799. O longa é formado por esquetes e Brooks aparece em quase todos vivendo diferentes personagens. Outra curiosidade é que esta foi uma nova tentativa de parceria entre Brooks e Richard Pryor (um dos grandes nomes do humor da época). Mas infelizmente, Pryor sofreu um acidente na época que quase o matou, e não pôde participar, sendo substituído por Gregory Hines.

S.O.S. – Tem um Louco Solto no Espaço (1987)

A geração que cresceu nos anos 80 e 90 talvez comece a reconhecer melhor os filmes de Mel Brooks a partir deste item. E se o diretor já havia tirado sarro de faroestes, de clássicos do terror e até mesmo dos thrillers do mestre do suspense Hitchcock, é claro que daria sua própria versão zoada para um dos maiores sucessos dos anos 80, Star Wars. Spaceballs (como é conhecido no título original) é uma sátira sem-vergonha e descarada da trilogia original de George Lucas e conta com nomes muito queridos da época protagonizando, como John Candy e Rick Moranis (as adaptações de Chewbacca e Darth Vader na visão do diretor). O próprio Mel Brooks também participa em papel duplo: como o mestre do bem Yogurt (paródia de Yoda), e o líder do mal, Presidente Skroob (uma versão para o Imperador).

Que Droga de Vida! (1991)

É curioso perceber que em sua época de auge, após ter entregue vários sucessos, o diretor Mel Brooks não foi muito produtivo durante os anos 80, a época mais galhofa do cinema. Nesta década, Brooks lançou apenas dois filmes. Adentrando os anos 90, o diretor estreava na década com este filme sobre um milionário que faz uma aposta em seu trabalho. Um colega afirma que ele não conseguiria sobreviver se fosse desprovido de todo o seu dinheiro. Ele, se achando muito sagaz, pensa o contrário, que consegue se virar do zero nas ruas. Assim, o sujeito começa a penar como sem teto e a reavaliar os valores da vida. Que Droga de Vida! foi muito exibido nas reprises das Sessões da Tarde da vida, mesmo assim ainda é um dos filmes menos falados da carreira do diretor – que novamente estrela em seu próprio filme aqui.

A Louca! Louca História de Robin Hood (1993)

Mel Brooks foi mais produtivo nos anos 90 do que nos anos 80, entregando três filmes no período. O segundo foi esta sátira do clássico Robin Hood, um dos primeiros ícones da sétima arte. O curioso é que dois anos antes, o herói que roubava dos ricos para dar aos pobres havia ganhado uma roupagem moderna, o que incluía seu visual, com o filme Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões (1991), estrelado por Kevin Costner. Assim, muitos acreditavam que esta paródia de Mel Brooks era uma brincadeira com aquele filme. Mas não, o que o diretor faz aqui é uma zoação com os clássicos lá da era de ouro dos anos 20 e 30, estrelados por Douglas Fairbanks e Errol Flynn, onde o herói usava sua roupinha verde e chapeuzinho de pena. Justamente por isso, em inglês o título se refere aos tights, as roupas coladas usadas pelo personagem nos clássicos. É claro, sobrou também para o filme de Costner, em especial à técnica da “câmera na flecha”.

Drácula – Morto, mas Feliz (1995)

Esse foi o último filme lançado por Mel Brooks como diretor. Novamente uma paródia de um grande clássico do cinema, também baseado num livro. Desta forma podemos dizer que o diretor criou suas próprias versões de Frankenstein e também de Drácula, com os filmes fazendo uma boa dobradinha de sessão dupla do cineasta. Quem estrela como a criatura vampira da noite é o icônico Leslie Nielsen, então saído dos sucessos da franquia Corra que a Polícia Vem Aí! e se sentindo muito em casa nesse estilo de comédia pastelão. Mais uma vez, coincidentemente ou não, Brooks realizava uma paródia de um clássico que havia ganhado nova roupagem pouco tempo antes. Foi ninguém menos que Francis Ford Coppola quem tirou do papel Drácula de Bram Stoker, remodelando com novos conceitos o clássico atemporal. Três anos depois era a vez de Mel Brooks, num filme que muitos acharam ser sátira do longa de 1992.

Bônus: Sou ou Não Sou (1983)

Este item foi incluído como bônus por ser o filme mais famoso que Mel Brooks protagoniza, mas não dirigiu ou sequer escreveu, embora muitos possam creditar como sendo um filme seu. Trata-se da refilmagem de Ser ou Não Ser (1942), comédia dramática passada durante a Segunda Guerra Mundial. Mel Brooks protagoniza e estrela ao lado da esposa Anne Bancroft. A trama mostra uma trupe teatral de artistas poloneses sendo ajudada por rebeldes da resistência contra os nazistas a escapar da Polônia e das garras da ocupação alemã.

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