Mulher-Hulk já é a nova série de sucesso na Disney+. O novo programa da Marvel Studios estreia episódios inéditos toda quinta-feira, já tendo exibido dois capítulos de um total de nove que fecham esta primeira temporada. É reportado que a estreia de Mulher-Hulk resultou o dobro de audiência do último seriado do estúdio, o adolescente Ms. Marvel (lançado em junho), por exemplo.
Os fãs estão empolgados com as possibilidades desta série cômica e muito girl power, e com as participações especiais que o programa trará de personagens adentrando o MCU, como o advogado cego Matt Murdock (Charlie Cox), que dubla como o vigilante Demolidor. Como todos estão cansados de saber, no papel principal de Mulher-Hulk, a carismática e talentosa Tatiana Maslany, de origem ucraniana, polonesa e alemã. A jovem atriz de 36 anos, é claro, ficou conhecida especialmente pelo trabalho na série Orphan Black, exibida pela BBC America que durou de 2013 a 2017 e na qual Maslany interpretou nada menos que cinco personagens principais, todas clones. Esse alcance e versatilidade marcou a carreira da talentosa jovem atriz e sem dúvida contribuiu para sua escolha no papel de Jennifer Walters.
Como sempre ocorre na maioria dos casos de escalação de atores, Tatiana Maslany não foi a primeira escolha para o papel da mais nova heroína do Marvel Studios. Antes dela, alguns nomes famosos foram cogitados para viver a verdona nas telas – nomes esses que você confere logo abaixo. Conheça.
Alison Brie
A ironia das coisas às vezes chega a impressionar. Alison Brie é uma jovem atriz que coleciona quase 80 créditos em seu currículo como intérprete, sendo um dos mais marcantes sua atuação como a lutadora Ruth Wilder na série GLOW, da Netflix. Curiosamente, a atriz e sua personalidade meiga / irônica foram usadas como molde na hora dos produtores definirem o tipo de artista que estavam buscando para o papel de Jennifer Walters / Mulher-Hulk. Um tipo “Alison Brie” era o que a produção queria para a personagem, e na época muitos fãs da atriz simplesmente perguntavam por que não contratar diretamente a original? E de fato, Brie foi cogitada, porém, sabe-se lá por qual motivo, como sabemos, não ficou com a vaga na série.
Betty Gilpin
Por falar em GLOW, série girl power de muito sucesso da Netflix, aqui temos outra veterana do programa que foi cogitada como a protagonista de Mulher-Hulk. A loira Betty Gilpin era o segundo nome mais importante no programa de luta livre feminina citado. Quem conhece a atriz e seus trabalhos (como o terror A Caçada, 2020) sabe que ela possui um porte físico atlético e voluptuoso, além de suas personagens sempre serem associadas a uma personalidade bad ass. E talvez justamente por isso a loiraça não tenha conseguido o papel, por mais que à primeira vista fosse a mais indicada. Acontece é que os produtores não queriam uma atriz que já parecesse forte e que poderia detonar todos à sua volta antes de se transformar em Hulk. A ideia aqui era por uma mulher mediana qualquer, que após a transformação, aí sim, seria super.
Zoe Chao
Mudanças étnicas e raciais são sempre bem-vindas quando possuem o propósito da inclusão e representatividade de minorias. Ou seja, o que fuja do padrão visual europeu / caucasiano. Por outro lado, é preciso levar em conta que nos quadrinhos e também agora na série, Jennifer Walters é a prima de Bruce Banner, o Hulk, e através do seu sangue vem a transformação da moça em uma gigante verde igualmente. Essa origem do parentesco precisaria ser alterada de alguma forma caso a atriz Zoe Chao, de descendência chinesa, ficasse com o papel. Chao foi uma das artistas consideradas para a personagem, e é conhecida pelos trabalhos em séries como Amor Moderno, Love Life e Depois da Festa.
Gillian Jacobs
Outra jovem atriz loira, Gillian Jacobs está na ativa desde meados dos anos 2000 e foi igualmente uma das finalistas cogitadas para o papel de Jennifer Walters no seriado, antes de Tatiana Maslany finalmente ficar com a vaga. Jacobs já participou de quase 100 trabalhos entre filmes, séries, minisséries e filmes feitos para a TV. Você certamente já a viu em alguma coisa e talvez não lembre. Seu papel mais marcante foi como Britta em mais de 100 episódios da sitcom Comunity que, coincidentemente, também trazia Alison Brie no elenco, e possui 34 episódios dirigidos pelos irmãos Russo, sendo a porta de entrada deles no MCU.
Eva Mendes
Essa ideia é um pouco mais antiga, e partiu de ninguém menos do que o grande Nicolas Cage. Hoje, aos 48 anos, a descendente de cubanos Eva Mendes talvez tenha passado a faixa etária que a Marvel procurava para a personagem Jennifer Walters / Mulher-Hulk. Mas em 2007, quando tinha 33 aninhos, Mendes muito bem poderia ter sido escalada para o papel. Isto é, caso naquela época algum estúdio estivesse disposto a fazer virar realidade o projeto de um filme com a heroína esverdeada. O único que parecia animado com a ideia era Nicolas Cage, o companheiro de Mendes em Motoqueiro Fantasma (2007). Durante a coletiva de imprensa para divulgar o longa do personagem demoníaco e flamejante da Marvel, Cage afirmou que estava interessado em produzir um filme da Mulher-Hulk para Eva Mendes estrelar. Já pensaram?
Mitzi Kapture / Gabrielle Reece
Essa também é mais antiga e uma das mais curiosas da lista. A ideia de levar a Mulher-Hulk para as telas (fosse as telinhas de TV ou telonas do cinema) não é novidade, apesar de só ter conseguido ver a luz do dia este ano. A mais antiga de todas ocorreu no fim dos anos 1980, após o sucesso do seriado O Incrível Hulk dos anos 1970 na rede ABC, que trazia dois atores dividindo o personagem – como sabemos, o grandalhão Lou Ferrigno pintado de verde dava corpo à fúria do monstro do título, enquanto o baixinho Bill Bixby era a sua versão humana na forma de David (e não Bruce) Banner. O seriado durou de 1977 a 1982, e quando chegou ao fim gerou três filmes feitos para a TV: A Volta do Incrível Hulk (1988 – com participação de Thor), O Julgamento do Incrível Hulk (1989 – com participação do Demolidor e do Rei do Crime) e A Morte do Incrível Hulk (1990).
Justamente neste telefilme de 1989, Jennifer Walters / Mulher-Hulk faria seu debute em live-action. Pegando o gancho, uma série solo com a personagem seria lançada pelo mesmo canal logo no ano seguinte, em 1990 – servindo de espécie de continuação/derivado para a série dos anos 70. As coisas realmente estavam acontecendo, e iriam seguir de perto os moldes da série do primo Hulk, com duas atrizes dividindo o papel. De fato, já tinham inclusive o nome da jogadora de vôlei campeã Gabrielle Reece, de 1.85m de altura, para o papel da verdona. E embora fosse anunciado que a atriz Mitzi Kapture, da série Silk Stalkings, fosse interpretar o alter-ego da personagem, Jennifer Walters, é dito também que o projeto foi engavetado em 1991 pelo fato dos produtores não chegarem a um acordo sobre quem viveria a versão humana da protagonista.
Corinna Everson
A época em que a Mulher-Hulk chegou mais perto de ganhar sua própria série de TV antes da que temos agora foi mesmo nos anos 90. Diversas ideias flutuavam no ar neste período, como a que foi citada acima. Outra muita anunciada na época foi a que traria fisiculturista e Ms. Olympia, Corinna Everson. A bela e musculosa não é muito conhecida por seu talento na interpretação, mas em relação ao seu físico musculoso e avantajado não há do que reclamar. Justamente por isso, especula-se que Everson viveria a versão superpoderosa e esverdeada da personagem. Seu trabalho mais conhecido foi ao lado do astro da ação Jean-Claude Van Damme em Duplo Impacto (1991).
O que chama mais atenção nesta investida, no entanto, é o nome que estaria por trás da produção do programa: o diretor vencedor do Oscar Oliver Stone. Um dos grandes nomes do “cinema inteligente” de Hollywood, Stone tem na estante de sua casa as estatuetas de melhor roteiro por O Expresso da Meia-Noite (1978), melhor diretor por Platoon (1986) e melhor diretor por Nascido em 4 de Julho (1989). Segundo Everson, o programa que Stone queria fazer com ela seria uma versão em live-action e animação com a personagem – seja lá o que isso quer dizer. No início dos anos 90, Everson e Stone chegaram a se encontrar com Stan Lee inclusive, que topou a empreitada cem por cento, ficando animadíssimo com o projeto. Ele, porém, nunca sairia do papel.
Brigitte Nielsen
Finalizando a lista, temos ninguém menos do que a ex-senhora Sylvester Stallone. A modelo Brigitte Nielsen tem porte atlético e 1.83m de altura. A loira era figurinha fácil nos anos 80, aparecendo em alguns dos filmes mais inesquecíveis da cultura pop. Seu primeiro trabalho nas telonas, quando migrou da modelagem para a atuação, foi Guerreiros de Fogo (1985), uma adaptação de quadrinhos clássicos na qual Nielsen deu vida à icônica personagem Red Sonja. O filme serviria também como uma espécie de derivado da franquia Conan, contando com o próprio Arnold Schwarzenegger. Depois, como sabemos, ela caiu nos braços de Stallone e estrelou com ele Rocky IV (1985) e Cobra (1986). Finalizando seus trabalhos mais conhecidos, Nielsen ainda viveria a vilã de Um Tira da Pesada 2 (1987), com Eddie Murphy.
De todas as versões, apenas essa com Brigitte Nielsen prometia levar Jennifer Walters / Mulher-Hulk para as telonas, ao invés das telinhas. Essa adaptação ocorreria no início dos anos 90, para aproveitar a popularidade da modelo transformada em atriz, devido aos filmes citados. Mas não apenas isso, Nielsen foi formalmente contratada para viver ambas Jennifer e seu alter-ego “She-Hulk”, chegando inclusive a posar para fotos de divulgação caracterizada como a personagem, como você pode conferir acima. Esta produção seria bancada pela New World Pictures e teria como diretor o saudoso e bagaceiro Larry Cohen, especializado em filmes de terror B dos anos 80, vide A Coisa (1985) e Maniac Cop (1988). Há males que vem para bem, e talvez tenha sido realmente melhor o projeto ser cancelado.