Estamos no penúltimo mês de 2025, mas quem está contando. Mal percebemos e o ano simplesmente acabou. Mas calma, ainda temos dois meses para encerrar e fechar de vez as portas. Como sempre, é hora de fazer aquele balanço – ao menos começar. Tudo bem que novembro e dezembro ainda guardam lançamentos que prometem sacudir as coisas. Este mês, por exemplo, temos a volta de uma fada e uma bruxa a um mundo mágico e icônico nas telonas. Temos também uma animação repleta de animais antropomorfos, no qual uma amizade improvável entre uma policial e um golpista irá continuar.

Teremos também alguns filmes brasileiros de bastante prestígio, um que já está chamando atenção para prêmios e outro mais voltado ao entretenimento, na biografia de um dos maiores ícones de nosso país. Teremos também pelo menos três grandes blockbusters que podem se mostrar agradáveis surpresas. Além, é claro, de filmes de prestígio que irão brigar por indicações no Oscar, afinal a temporada da corrida ao maior prêmio da sétima arte já vai começar. Confira abaixo os principais lançamento de novembro nas telonas do país.

06/11

O Agente Secreto

O mês começa quentíssimo com a estreia do que é o filme brasileiro mais badalado de 2025. ‘O Agente Secreto’ é o selecionado para representar o Brasil no Oscar do ano que vem, e espera fazer o mesmo barulho de ‘Ainda Estou Aqui’. Wagner Moura brilha como o protagonista, um homem comum que se vê no meio de uma conspiração e começa a ser caçado. Esperamos que o longa tenha ainda mais indicações do que no ano passado. Wagner Moura, por exemplo, é um dos cotados a indicação de melhor ator.

Predador: Terras Selvagens

Ainda no resquício do halloween, temos um filme de gênero que promete fazer a alegria dos fãs. Porém, este sexto filme solo do alienígena com cara de crustáceo, conhecido como o Predador, está mais para uma aventura repleta de ação e efeitos especiais, do que um filme de terror e suspense propriamente dito. A direção é de Dan Trachtenberg, o mesmo que havia revigorado a franquia com ‘Predador: A Caçada’, de 2022. Apesar deste último ter sido lançado direto para o streaming, foi justamente o sucesso dele que permitiu que ‘Terras Selvagens’ pudesse ter um grande lançamento nos cinemas.

Quando o Céu se Engana

O primeiro fim de semana de novembro também traz comédia para aquela parcela do público que prefere se divertir e dar boas risadas em suas idas ao cinema, esquecendo os problemas na porta. Aqui, Keanu Reeves dá um tempo das matanças de ‘John Wick’ para viver um anjo “estagiário”, encarregado de mostrar para um sujeito “perdedor” que dinheiro não irá resolver todos os seus problemas. Mas será que ele conseguirá provar isso? No elenco, Seth Rogen recém-saído do sucesso da série ‘O Estúdio’, e Aziz Ansari, que além de protagonizar, escreve, dirige e produz o longa.

Honey, não!

Exibido no Festival do Rio deste ano, ‘Honey, não!’ é o mais recente trabalho de Ethan Coen, um dos irmãos Coen, agora em carreira solo. O filme faz parte de sua chamada “trilogia de aventuras lésbicas”, iniciada com ‘Garotas em Fuga’ e que terá como conclusão ‘Go, Beavers’. Parte do cinema B, os dois primeiros filmes tiveram como protagonista a atriz sensação Margaret Qualley. Aqui ela vive uma investigadora, tentando desvendar misteriosos assassinatos. Todos estão ligados a uma igreja muito suspeita, administrada pelo pastor vivido por Chris “Capitão América” Evans. Aubrey Plaza completa o elenco principal.

13/11

Truque de Mestre – O 3º Ato

Foi imensamente reportado que o mês de outubro amargou o pior fracasso nas bilheterias norte-americanas nos últimos 30 anos. Ou seja, desde a década de 90 os números não eram tão baixos. Isso, é claro, reflete no Brasil e no mundo. Mas novembro chega disposto a mudar isso, com potenciais blockbusters que prometem chamar o público novamente às salas de cinema. Depois de ‘Predador: Terras Selvagens‘, temos este terceiro ‘Truque de Mestre’, parte de uma franquia de mágicos golpistas muito querida dos fãs, que não dava as caras nas telonas em dez anos. Todo o elenco está de volta, o que inclui Jesse Eisenberg, Morgan Freeman, Mark Ruffalo, Woody Harrelson, Dave Franco, o retorno de Isla Fisher ao elenco, e as adições de Rosamund Pike, Justice Smith e Dominic Sessa.

Eddington

Se você é fã de terror certamente já ouviu falar de Ari Aster e ‘Hereditário’, considerado um dos melhores filmes do gênero nos últimos dez anos. O diretor, no entanto, resolveu alçar novos voos, abordando um tipo de filme diferente. Seus últimos dois longas lançados não são o que podemos chamar de terror tradicional. Em ‘Eddington’, seu trabalho mais recente, temos a intolerância social abordada em um filme intencionalmente provocador. Quem estrela na rivalidade de dois políticos são Joaquin Phoenix e Pedro Pascal. No meio do conflito temos a vencedora do Oscar Emma Stone, aceitando cada vez mais trabalhos desafiadores em sua carreira.

The Rocky Horror Picture Show

Sabemos que as salas de cinema estão passando pelo seu maior desafio até hoje, e lutando com unhas e dentes para se manterem abertas. As pessoas simplesmente não vão mais aos cinemas como antes da pandemia. Sim, grande parte disso se deve aos streamings e a facilidade de assistir a filmes em casa. Ir ao cinema se tornou um evento novamente. Algo bem esporádico. Assim, os cinemas lutam com todas as armas que têm. Uma que está se mostrando eficiente é o relançamento de clássicos. Só no segundo fim de semana de novembro teremos três. O primeiro é ‘The Rocky Horror Picture Show’, musical cult absoluto que está completando 50 anos em 2025. Com uma pegada de “terror de mentirinha”, bem que o filme poderia ter sido relançado em outubro, para aproveitar o clima do halloween.

Harry Potter e o Cálice de Fogo (15/11)

Dá para acreditar que o quarto ‘Harry Potter’ está completando 20 anos de lançamento? Com certeza não! Isso é apenas mais um sinal do quão velhos estamos ficando. Mas o fato demonstra também o poder e a popularidade desta franquia, de se manter relevante e na boca dos fãs mesmo depois de tanto tempo. Essa é a mais pura demonstração do sucesso e da posteridade, que ecoa através dos tempos. Em vias de estrear a nova série do bruxinho, essa é a oportunidade de revisitar mais um capítulo de sua saga nas telonas.

Wicked (16/11)

Essa aqui é mais recente. O filme ‘Wicked’ foi lançado ano passado e se tornou um dos maiores sucessos do cinema em anos recentes. O filme é baseado em um musical de sucesso dos palcos da Broadway, que reimagina o clássico ‘O Mágico de Oz’ para toda uma nova geração, ou melhor, uma espécie de história de origem para a bruxa má do oeste e o universo e os personagens de Oz. ‘Wicked’ foi dividido em duas partes e a segunda estreia em novembro. Para ir aquecendo os motores, a Universal Pictures resolve relançar o primeiro novamente nas telonas, dando mais uma chance para os que ainda não viram, e para os fãs visitarem novamente este mundo.

20/11

Wicked – Parte II

Como dito, ‘Wicked’ se tornou um dos maiores sucessos de anos recentes no cinema mundial. Filmes como este precisam ser valorizados, pois são os responsáveis por trazer o grande público novamente aos cinemas, e despertar nas novas gerações a mesma paixão que se tinha antes. A verdadeira mágica nas telonas acontece em filmes assim, mirados para todo tipo de público, da criança ao adolescente, o adulto e o idoso. ‘Wicked’ faz bem esse papel, e espera-se que a continuação reproduza a mágica, arrastando verdadeiras multidões para as salas exibidoras novamente.

O Sobrevivente

A missão de ‘O Sobrevivente’ é bem mais difícil do que o protagonista vencer numa competição em um futuro totalitário. Sua missão se estende para além do filme. Já que no mesmo fim de semana de sua estreia (ao menos aqui no Brasil), o filme da Paramount baterá no paredão chamado ‘Wicked – Parte II’. Bem, em sua defesa, podemos dizer que os longas buscam públicos distintos. ‘Wicked’ é mais mirado para as crianças e o público feminino, além das famílias. Já ‘O Sobrevivente’ pegará o demográfico do público masculino, dos adolescentes até os adultos, fãs de ação, suspense e ficção científica/fantasia. O longa é a reimaginação do clássico dos anos 80 com Arnold Schwarzenegger, que é baseado em um livro de Stephen King.

Jay Kelly

O fim do ano também é a época em que começam a pipocar os filmes de maior prestígio, que buscam indicações ao Oscar. Muitos cinéfilos inclusive começam a sair da toca para ir aos cinemas somente nesta época, já que irão encontrar os chamados “melhores filmes do ano”. ‘Jay Kelly’ promete ser um deles. Produção da Netflix, dirigida por Noah Baumbach, o filme traz George Clooney como um astro do cinema, tentando resgatar sua humanidade e se afastar da superficialidade da vida de uma celebridade. Para isso, ele contará com a ajuda de seu assistente, papel de Adam Sandler. É justamente o humorista que vem sendo cotado para indicação por seu desempenho dramático no filme. A parceria entre o diretor e a Netflix já rendeu um sucesso no Oscar em anos recentes, com ‘História de um Casamento’.

Silvio Santos vem Aí

Não é apenas ‘O Agente Secreto’ o único filme brasileiro badalado no mês de novembro. Teremos também a volta do maior comunicador da TV de nosso país, o eterno Silvio Santos. Essa figura maior que a vida merece todas as homenagens possíveis e imagináveis, e temos certeza de que ainda será fruto de muitas produções audiovisuais de nosso país. Só nos últimos anos, essa é a terceira. A primeira delas foi a série da Disney+ ‘O Rei da TV’, que durou duas temporadas, e contou com José Rubens Chachá no papel do “homem do baú”. Depois foi a vez de Rodrigo Faro estrelar o longa ‘Silvio’, que se concentra no sequestro surreal do apresentador em 2001. Agora, é a vez do astro Leandro Hassum encarnar o famoso personagem da vida real em um filme de teor diferente. Assim como ‘Um Lindo Dia na Vizinhança’, com Tom Hanks, um profissional é contratado para “desmistificar” a personalidade de um famoso apresentador icônico.

27/11

Zootopia 2

Como dito, novembro pretende tirar a “zica” de outubro, trazendo algumas produções que poderão figurar entre as maiores de 2025. Além de ‘Wicked 2’ temos também ‘Zootopia 2’, nova animação dos estúdios Disney, que é a sequência do sucesso de 2016. Sim, esperamos quase 10 anos por uma continuação, e isso pode ser crucial para este tipo de filme, pois a geração que cresceu com ele se encontra mais velha, em outra fase da vida, e talvez sem os mesmos interesses de antes. Mas verdade seja dita, funcionou muito bem para ‘Divertida Mente 2’ e ‘Moana 2’, ambos batendo o recorde de US$1 bilhão em bilheterias mundiais. Ambos foram lançados com praticamente dez anos de diferença de seus originais também.

Bugonia

Além do encanto de ‘Zootopia’, o último fim de semana de novembro aqui no Brasil traz também dois filmes bem diferentes, e sem qualquer apelo às crianças ou ao público mais abrangente. Essas são produções de certa forma perturbadoras e questionadoras, mais voltadas ao espectador adulto. Ambas podem concorrer a prêmios. A primeira é este ‘Bugonia’, novo trabalho do grego Yorgos Lanthimos estrelado por sua musa Emma Stone. Dos trabalhos anteriores com o diretor, Stone saiu com uma indicação ao Oscar (‘A Favorita’) e uma vitória no Oscar (‘Pobres Criaturas’). Desta vez ela interpreta uma mulher moderna e empoderada, uma jovem empresária rica e famosa. Ela é sequestrada por dois sujeitos desequilibrados, que vivem suas vidas pautadas em teorias da conspiração. Eles acreditam que a jovem é na verdade um ser de outro planeta. Nas entrelinhas temos uma forte carga política, de lutas de classes, fake news e paranoia.

Morra, Amor

Terminando o mês, quem dá as caras é a vencedora do Oscar Jennifer Lawrence. Meio sumida das telonas, ela aposta em uma produção menor, que fez parte do circuito de festivais. A atriz atua pela primeira vez ao lado de Robert Pattinson, e ambos são dirigidos por Lynne Ramsey, cineasta provocativa de obras polêmicas como ‘Precisamos falar sobre o Kevin’ e ‘Você Não Esteve Realmente Aqui’. Como diz o título desta nova produção, Lawrence e Pattinson vivem um jovem casal, cujo relacionamento sai dos trilhos de uma forma intensa, fazendo sentimentos poderosos como a paixão e o ódio emergirem de maneira igual, chegando a extremos.