Faz uma semana que O Rei Leão chegou aos cinemas e, apesar das críticas mistas, está fazendo uma boa bilheteria. Isso é reflexo da força que a Disney tem junto ao público e como a empresa está sabendo vender seus produtos, mesmo que isso signifique apostar quase exclusivamente na nostalgia e numa possível surpresa da platéia quanto ao nível de avanço da tecnologia.
Fato é que o mercado de Live Actions baseados em clássicos animados parece ter se firmado nos cinemas e isso deve trazer uma enxurrada de filmes nesse estilo nos próximos anos. A Disney tem (mais) uma Mina de Ouro nas mãos e pode usar para conseguir algo que muitos estúdios anseiam mais que tudo: uma segunda chance. Quem não é tão ligado nos estúdios Disney pode não lembrar, mas empresa viveu uma fase sombria dos anos 60 aos anos 80. Lançando animações mais dark e com uma pegada de fantasia mais adulta, a casa do Mickey teve filmes interessantíssimos amargando o esquecimento do público.
A oportunidade de trazer essas histórias em versões Live Action é boa demais para ser desperdiçada, porque além de colocar esses contos no holofote, a Disney pode ganhar muito dinheiro – e até mesmo publicidade – relançando as animações originais em mídias físicas (DVD, Blu-Ray) e streaming. Pensando nisso, o CinePOP separou alguns projetos que poderiam ganhar uma segunda chance com o estúdio. Confira!
O CALDEIRÃO MÁGICO
Também conhecido como “o filme mais sombrio da Disney”, O Caldeirão Mágico chegou aos cinemas em 1985 com uma mistura de aventura e fantasia medieval. A história é realmente muito interessante ao falar sobre Taran, um jovem criador de porcos, que trabalha para um mago e acaba se envolvendo em uma luta contra o maligno Rei de Chifres, que pretende usar o Caldeirão Negro para criar um exército zumbi e se tornar o Rei do Mundo. No caminho, Taran conhece a Princesa Eilonwy e, juntos, eles vivem uma jornada que passa por Elfos, Fadas, Porcos Mágicos. Apesar do visual sombrio, O Caldeirão Mágico fala sobre coragem, amizade, amor e resiliência. É o tipo de filme que, caso fosse lançado hoje em dia, faria muito sucesso por abranger vários públicos e pela chance de trabalhar visuais e figurinos incríveis.
Essa “fase obscura” da Disney foi marcada pela adaptação de muitos contos medievais, como: O Caldeirão Mágico, Robin Hood e a lenda do Rei Arthur em A Espada Era a Lei. O filme é um dos clássicos mais esquecidos da Disney, mesmo sendo muito divertido. A história é aquela que o cinema gosta de adaptar uma vez a cada dois anos, mas com um diferencial muito difícil de ser replicado: a tal da Magia Disney. É uma animação de muito carisma, contando com um mago Merlin atrapalhado e acompanhado da divertida e ranzinza coruja Arquimedes no processo de treinamento do jovem Arthur, que viria a ser rei. E parte desse treinamento é transformar Arthur em vários animais, é bem legal. Nesse caminho, eles se vêem obrigados a enfrentar a terrível Madame Mim. Numa época em que o Rei Arthur vive sendo adaptado como um bravo guerreiro implacável, trazer um pouco de inocência ao conto pode ser bom.
O CORCUNDA DE NOTRE-DAME
A história de Quasímodo é um clássico imortal da literatura e das animações da Disney. Lançado em 1996, O Corcunda de Notre-Dame é uma das histórias mais lindas e bem trabalhadas da casa do Mickey. Com uma trama densa, abordando o abandono, o preconceito e a face não benevolente da Igreja, o filme é um espetáculo! Tudo no desenho é bom. O vilão, Frollo, é um dos mais cruéis e profundos do estúdio, o Quasímodo é um misto de fofura com confusão, medo e coragem, as gárgulas Victor e Hugo – em homenagem ao autor do livro – são bons alívios cômicos e a Esmeralda é tudo aquilo que as empresas buscam numa protagonista feminina: forte, determinada, bonita e socialmente consciente. Isso tudo sem contar a trilha sonora fenomenal. Sério, é um filme que deveria estar nas primeiras posições da fila de espera dos Live Actions.
ATLANTIS: O REINO PERDIDO
Com um ritmo impecável e uma trama baseada no clássico de Júlio Verne, Atlantis conta a história do linguista Milo, que, junto a um grupo de mercenários, se envolve na busca pela cidade perdida de Atlântida. O filme inovou por apostar em sequências de ação no lugar de musicais e também ficou marcado por terem convidado um linguista para criar um idioma fictício exclusivamente para o longa.
É uma história que se passa no início do século XX e que teve todo seu visual baseado no estilo do cartunista Mike Mignola, nome que passou por boas fases dos heróis da Marvel nos quadrinhos, como o Thor e o Doutor Estranho. O potencial desse filme é incrível, principalmente pelo estilo Steampunk do maquinário e do visual Cyberpunk de Atlântida. Seria um espetáculo visual repleto de personagens carismáticos.
IRMÃO URSO
Embalado pela trilha sonora de Phil Collins, Irmão Urso é uma história sobre vingança, redenção, amor e magia nos primórdios da sociedade norte-americana. Em meio a mamutes e geleiras, o jovem Kenai vive seus dias como o caçula de três irmãos enquanto busca entender seu lugar na aldeia. Ansioso para atingir a maturidade e receber seu totem no rito de passagem, o jovem não protege direito os peixes que seriam destinados a sua família e acaba tendo a cesta com os alimentos roubada por um urso. Agora portando seu totem, ironicamente o Urso do Amor, Kenai sai em uma busca para recuperar a cesta, mas acaba envolvendo seus dois irmãos numa luta mortal contra um gigantesco Urso Pardo.
A luta termina com a morte de seu irmão mais velho. Sedento por vingança, o garoto decide ir atrás do animal. Os espíritos ancestrais não gostam do que vêem e decidem dar uma lição nele transformando-o em um urso. Apavorado com sua nova condição, Kenai precisa dar um jeito de chegar à Montanha onde as Luzes tocam o Chão. No caminho, Koda, o bebê urso, aparece e transforma toda a jornada em uma divertida aventura. É um daqueles filmes com visual fantástico e com um poder social de valorizar a cultura dos nativos incrível. Como metade do filme seria estrelado por animais, seria bom que a Disney apostasse em um visual mais voltado para Mogli: O Menino Lobo (2016) , com animais mais expressivos, do que para o realismo exacerbado de O Rei Leão (2019).
Qual animação você gostaria de ver adaptada para o Live Action? Diga nos comentários!
O Rei Leão está em cartaz em todo o Brasil