Ano após ano, o cinema é bombardeado por produções de terror que, muitas vezes, se valem de fórmulas cansativas ou de narrativas previsíveis que não entregam nada de novo ao gênero.
E é claro que 2024 não seria diferente: apesar de títulos que realmente nos encantaram com ótimas narrativas e desfechos sólidos, como ‘A Primeira Profecia’ e ‘MaXXXine’, outras produções falharam miseravelmente em escapar das fórmulas, entregando apenas mais uma reciclagem regurgitada do que já estamos cansados de ver no gênero.
Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando os dez piores filmes de terror do ano até agora.
Confira abaixo as nossas escolhas:
10. OS OBSERVADORES
O problema de ‘Os Observadores’ é ser um filme covarde, pela falta de outro termo que o defina. A interessante premissa, que coloca Dakota Fanning encarcerada ao lado de três estranhos que são perseguidos por criaturas misteriosas todas as noites, parte de similaridades com o subestimado ‘A Vila’. Porém, em seu primeiro trabalho como diretora, Ishana Shyamalan não sabe exatamente o que fazer com um enredo ambicioso, valendo-se de acontecimentos impalpáveis e ocasionais demais para serem levados a sério – e uma conclusão aquém do esperado.
9. A LIBERTAÇÃO
Andra Day, Caleb McLaughlin, Mo’Nique, Glenn Close e vários outros astros estelares foram escalados para o terror sobrenatural ‘A Libertação’ – com direção de ninguém menos que Lee Daniels. Não havia chances de um projeto como esse dar errado, certo? Pois bem, contrariando as expectativas de todos, o longa-metragem pode até ter tentado contar uma história de redenção através de uma roupagem fantasmagórica, mas não acertou nenhuma singela nota que ousou tocar.
8. O POÇO 2
Tudo bem, ‘O Poço 2’ pode não se enquadrar no que normalmente consideramos ser um filme de terror – e sim emerge como uma mescla entre drama, suspense e terror psicológico. E, ainda que alguns fãs do longa original tivessem ficado animados para retornar a esse distópico cosmos, a sequência esbarrou em inúmeras problemáticas do gênero ao repetir fórmulas e frustrar os espectadores por não oferecer nada de novo, nem mesmo nas mensagens que gostaria de lhes passar.
7. SOB AS ÁGUAS DO SENA
‘Sob as Águas do Sena’ parte de uma premissa interessante e teria um potencial bem sólido – caso se mantivesse à absurdez do enredo que se desenrola. Porém, ao transformar o âmago de suspense em uma espécie de plataforma panfletária ambientalista e sem qualquer noção de, bem, absolutamente nada, quaisquer pontos positivos afundam em uma tsunami de fracos efeitos especiais, atuações esquecíveis e uma mensagem “ativista” que não faz o menos sentido.
6. O TARÔ DA MORTE
À prima vista, ‘O Tarô da Morte’ soa como um interessante projeto: na trama, um grupo de adolescentes aluga uma casa para o final de semana e se depara com um estranho jogo de tarô, desenhado com figuras sombrias e que, de imediato, transmite uma atmosfera extremamente agourenta. Após uma sessão de leitura, eles se tornam alvo de uma poderosa bruxa cujo espírito vingativo permanece atado ao baralho – mas nada além da premissa consegue salvar o filme do puro fracasso. Apesar de atuações razoavelmente competentes e de uma estética interessante, a maioria dos diálogos e a reviravolta não sustentem à mitologia criada e, no final das contas, não conseguem alçar voo em meio a tantas inseguranças e restrições estruturais.
5. IMAGINÁRIO: BRINQUEDO DIABÓLICO
“Um dos deslizes principais é o roteiro. Assinado por Jeff Wadlow, Greg Erb e Jason Oremland, a história poderia ter sido mais bem aproveitada caso não quisesse se valer de uma mitologia muito complexa e que envolve muitas subtramas. Afinal, temos explicações constantes de como o amigo imaginário de Alice corresponde a uma entidade cuja manifestação pode caminhar de duas maneiras – uma protetora e outra vingativa, como é o caso de Chauncey. E isso também se relaciona com o laço que une Alice e Jess e os segredos que se escondem no casarão, abrindo espaço para certas pulsões da psicologia que não deveriam existir, restringindo-se, sim, ao sobrenatural e às clássicas histórias de terror pelas quais somos apaixonados” – Thiago Nolla
4. OS ESTRANHOS – CAPÍTULO 1
Funcionando como um reboot da clássica franquia, ‘Os Estranhos – Capítulo 1’ tinha tudo para ser uma revitalização do gênero slasher e nos apresentou um material promocional bastante competente. Todavia, nem mesmo a química de Madelaine Petsch e Froy Gutierrez consegue salvar a produção de um fracasso iminente: segundo nossa jornalista Janda Montenegro, “o roteiro de Bryan Bertino, Alan R. Cohen e Alan Freedland faz os personagens tomarem decisões irracionais mesmo para uma situação de suspense (como decidir deliberadamente ignorar som de passos pela casa, sem sequer checar se é real) para fazer esta primeira parte render mais no enredo da trilogia, e isso também é frustrante”.
3. MOUSE TRAP: A DIVERSÃO AGORA É OUTRA
Desde o princípio, ‘Mouse Trap: A Diversão Agora É Outra’ estava fadado ao fracasso: afinal, ficou bem claro que a produção do filme já estava com a ideia de colocar um clássico personagem do mundo das animações em uma “aventura” de terror assim que sua propriedade entrasse em domínio público. E o resultado não poderia ter sido outro. O longa-metragem é quase parasítico, não justificando sua existência nem mesmo a encargo do puro entretenimento – contando com performances exaustivas e clichês tão gritantes que fica difícil não grunhir de insatisfação quando os créditos finais sobem à tela.
2. URSINHO POOH: SANGUE E MEL 2
“Um dos equívocos mais imperdoáveis cometidos pelo longa é sua previsibilidade – e não estou comentando da “temporada de matança” promovida por Pooh e os outros, mas sim por tentar construir um mistério a ser resolvido que é ridiculamente calculável e ajuda a acabar com a magia promovida conforme nos aproximamos da conclusão. E, como se não bastasse, a adição de Tigrão (Lewis Santer), um dos personagens mais famosos do cosmos do Ursinho Pooh, é desperdiçado e tem protagonismo em apenas uma determinada cena que, de fato, não serve para muita coisa além de aumentar as camadas do slasher” – Thiago Nolla
1. MERGULHO NOTURNO
“Dirigido por Bryce McGuire em sua estreia oficial no circuito de longas-metragens, a inesperada trama acompanha uma família que se muda para uma casa que contém uma belíssima piscina. Lá, o jogador de basebol aposentado Ray Weller (Wyatt Russell) procura construir uma nova vida ao descobrir que sofre de uma doença degenerativa cujas medidas são, àquele momento, apenas paliativas. Entretanto, ele começa a apresentar uma melhora significativa de saúde poucos dias depois, levando-os a desconfiar de uma força maligna que emana da própria piscina e que pode trazer caos e ruína. Apesar do surpreendente escopo narrativo, era notável que o projeto poderia ser um “tiro no pé” – e, infelizmente, foi isso o que aconteceu” – Thiago Nolla