quinta-feira, março 28, 2024

Os Bad Boys | Conheça a franquia estrelada por Will Smith e Martin Lawrence

Somos Bad Boys, isso não tem nada a ver, cante com a gente esse rap que você vai aprender”… . Calma. Esses são outros bad boys. Embora igualmente tenha sido lançada em 1995, a vergonha alheia conhecida como ‘rap dos bad boys’, “cantada” pelos jogadores Romário e Edmundo, não possui qualquer conexão com a franquia dos policiais Mike Lowerey e Marcus Burnett.

Aproveitando o lançamento do terceiro longa de uma das franquias mais rentáveis (e espaçadas) do cinema de ação Hollywoodiano, Bad Boys para Sempre, o CinePOP resolve recapitular para você todas as missões da dupla vivida por Will Smith e Martin Lawrence no cinema. Além de um spin-off para a TV, que talvez você não conheça. Sem mais delongas, vem com a gente acelerar pelas ruas ensolaradas de Miami.

Os Bad Boys (1995)

Talvez muitos não tenham conhecimento, mas fazer um filme é tão difícil que muitas vezes o resultado que vemos nas telas é um animal completamente diferente da concepção original. Feliz dos casos que dão certo, e muitas vezes se mostram melhores do que a primeira ideia lá atrás. Os Bad Boys é um destes casos. Originalmente, o projeto chamava-se Bulletproof Hearts (algo como ‘corações à prova de balas’) e teria Dana Carvey e Jon Lovitz como protagonistas de uma comédia escrachada – sim, eles já foram populares um dia (muito devido ao Saturday Night Live). O projeto, no entanto, foi cancelado quando o certinho Carvey pulou fora após ficar horrorizado com o comportamento selvagem do produtor Don Simpson numa viagem ao seu lado para Las Vegas a fim de discutir a produção. Assim, o conceito saía das mãos da Disney para a Columbia (hoje Sony). O mega produtor Simpson viria a falecer de overdose em 1996, um ano depois do lançamento de Os Bad Boys.

Jerry Bruckheimer e Don Simpson eram produtores parceiros, uma das duplas mais poderosas de Hollywood, tendo produzido sucessos como Flashdance (1983), Um Tira da Pesada (1984) e Top Gun (1986), por exemplo. E foi justamente a comédia policial estrelada por Eddie Murphy que inspirou a dupla a produzir um buddy cop – filmes de parceiros policiais – muito populares na década de 1980 (como 48 Horas e Máquina Mortífera). Inclusive, quando o projeto foi remodelado de forma representativa, sendo o primeiro buddy cop mainstream com dois protagonistas negros, os astros planejados pelos produtores eram Wesley Snipes e o próprio Murphy. Na abertura do longa, Martin Lawrence brinca ao derrubar um assaltante, dizendo ser Snipes em Passageiro 57 (1992).

Assim, os produtores escalaram não apenas dois, mas três jovens atores saídos da TV para estrelarem a produção. Martin Lawrence, o primeiro nome nos créditos, estava a toda na série cômica Martin (1992-1997), na qual interpretava diversos personagens. Will Smith igualmente fazia enorme sucesso com Um Maluco no Pedaço (The Fresh Prince of Bel-Air, 1990-1996). Os atores, que tinham respectivamente 30 e 27 anos, deram vida aos detetives Marcus Burnett, um pai de família que não está na melhor das fases com sua esposa, e Mike Lowrey – o completo oposto do parceiro: solteiro, “pegador” e endinheirado devido à grana de família. Enquanto Mike (Smith) é o homem da ação, garantindo a adrenalina e destruição na série, Marcus (Lawrence) providencia o alívio cômico. Dinâmica esta repetida por todos os filmes da franquia. No entanto, acima foi mencionado uma terceira parte nesta dinâmica, e ela atende pelo nome Téa Leoni. A loira (que aqui estava morena) lançava na época seu próprio seriado, The Naked Truth (1995-1998), e se mostra uma personagem feminina de forte presença no primeiro filme.

Na trama, uma equipe de criminosos, comanda pelo francês Fouchet (Tchéky Karyo), rouba com a ajuda de um ex-policial a maior quantidade de cocaína já apreendida pela polícia de Miami – e por seus melhores agentes, a dupla Mike e Marcus. A pedido de Mike, uma colega se infiltra para descobrir quem está por trás do roubo, mas termina morta pela gangue, deixando sua amiga Julie (Leoni) como testemunha e alvo dos bandidos. Assim, ela precisa ser protegida pela dupla. Ah sim, e como poderia esquecer. Os Bad Boys marcou o primeiro filme dirigido por Michael Bay, então um bem sucedido diretor de comerciais e videoclipes. Bay já era um profissional que gozava de um status invejável, pagando do bolso para filmar uma cena de ação que o estúdio se recusou e inclusive emprestando seus carrões para algumas das cenas. O diretor se apaixonou por Miami durante as filmagens e investiu em algumas propriedades no local, ficando ainda mais rico.

Bad Boys II (2003)

Não deixe de assistir:

Os Bad Boys (1995) teve um orçamento de aproximadamente US$19 milhões e fez uma bilheteria de US$65 milhões só nos EUA, e US$141 milhões ao redor do mundo, tornando o filme policial um sucesso. O longa não foi um estrondo, mas ganhou status de cult nas locadoras, sendo redescoberto. Assim, com o hiato de 8 anos, chegava aos cinemas a continuação “bombada” de Os Bad Boys. Acontece que a esta altura, Will Smith e Martin Lawrence eram astros de cinema, e não mais da TV, tendo ambos protagonizado enormes blockbusters mundiais, vide Independence Day (1996), Homens de Preto (1997), Um Tira Muito Suspeito (1999) e Vovó Zona (2000).

O diretor Michael Bay igualmente havia se tornado uma estrela, com filmes como A Rocha (1996), Armageddon (1998) e Pearl Harbor (2001). Assim, para reunir este trio, o produtor Jerry Bruckheimer (agora sem a ajuda de seu parceiro falecido) precisou mexer seus pauzinhos e inflar o orçamento para US$130 milhões. Tudo ficou maior: a ação, as explosões, as perseguições, a violência, a censura e até a duração do filme, com 2h30min de projeção. Bay entrega aqui um verdadeiro épico da ação – para o bem e para o mal. Acontece que o diretor já estava muito ciente de seu estilo e de quem era, ou seja, Bad Boys II é mais exagerado em todos os sentidos – investindo mais na ação e se tornando mais cartunesco e caricato.

Curiosamente, Bay quase não dirigiu o filme, já que a continuação foi oferecida antes para cineastas como Tom Dey (Showtime) e a dupla Jonathan Dayton e Valerie Ferris (Pequena Miss Sunshine). Mas, a Sony finalmente deve ter oferecido o que Bay pedia e o diretor retornou para sacudir as coisas e destruir meia Miami e Cuba. Relatos afirmam, porém, que Bay chegou a parar a produção para acertar seu salário, e só retornou quando o dinheiro foi satisfatório a alguém tão talentoso quanto ele. Ou quem sabe tão rentável.

Na trama do segundo filme, temos um vilão verdadeiramente estereotipado, vivido de forma… (digamos com bondade) mais canastrona impossível pelo espanhol Jordi Mollà. No filme ele interpreta o cubano Johnny Tapia, um mega traficante de ecstasy, que “importa” seu produto dentro de cadáveres. Uma das cenas mais repugnantes do filme, envolve uma perseguição onde corpos são jogados a torto e a direito. A interpretação de Mollà faz Scarface, outro cubano que “conquistou o mundo”, vivido por Al Pacino, se tornar contida, por comparação. O segundo filme ainda conta com a adição de Syd (papel da bela Gabrielle Union), a irmã de Marcus, agente secreta infiltrada na mesma organização que a dupla quer desmantelar, e que, obviamente, está tendo um caso escondido com Mike. Fato adereçado no terceiro filme.

O barulho de Bad Boys II foi sentido, e o filme arrecadou só no seu fim de semana de estreia nos EUA, US$46 milhões, com uma bilheteria total de US$138 milhões no país. No mundo, o filme arrecadou mais de US$273 milhões. Mas seriam mais 17 anos até Marcus e Mike darem as caras de novo nas telonas.

L.A.’s Finest (2019)

Essa série podia muito bem ser chamada Bad Girls, mas aí seria muito clichê e poderia ser confundida com alguma coisa mais picante, fugindo do tópico policial. A verdade é que este derivado de Bad Boys é vendido com o mote de ser puro girlpower. O foco aqui é a personagem Syd Burnett, irmã de Marcus, que deu as caras em Bad Boys II. Novamente interpretada por Gabrielle Union – 16 anos depois – a agente da divisão anti-droga está trabalhando agora em Los Angeles, daí o título (genérico, confessamos) “Os Melhores (ou as melhores) de Los Angeles”. Além de Union, quem retorna impulsionando o programa é o produtor Jerry Bruckheimer, novamente responsável pelo projeto atrás das câmeras.

Ah sim, e como o tema desta franquia é o buddy cop, parceiros policiais, Syd é escalada para fazer seu trabalho ao lado de outra policial durona, Nancy McKeena. Para o papel, os realizadores precisavam de uma atriz de renome, e que tivesse conexão com este universo. A escolhida foi a musa dos anos 2000, Jessica Alba – a mulher mais “baixada” na internet em meados daquela década. Hoje, relativamente sumida, aos 39 anos, Alba ensaia um retorno aos holofotes com a série, voltando para a TV quase 20 anos após Dark Angel (2000-2002), série de ficção produzida por outro bamba, James Cameron.

L.A.’s Finest usa diversas referências aos filmes, como o relógio que Mike deu para Syd, e seus episódios possuem títulos de todos os filmes produzidos por Bruckheimer. A série estreou em 2019, e já exibiu sua primeira temporada, num total de 13 episódios. O programa já foi renovado para a segunda temporada, que tem estreia marcada para este ano. Quem sabe algum dos Bad Boys não dê as caras, afinal este ano eles saíram da aposentadoria.

Bad Boys para Sempre (2020)

Comemorando os 25 anos desde o primeiro Bad Boys, o terceiro filme – que soa como uma grande homenagem – finalmente chega às telonas. A produção passou por inúmeros atrasos, pelos mais variados motivos, e perdeu diretores – como Joe Carnahan (A Perseguição, 2011). Ah sim, este é o primeiro filme da franquia que não é dirigido por Michael Bay – e isto, de certa forma, é um alívio. Bay, no entanto, saiu amigavelmente, e inclusive faz uma ponta no filme como o mestre de cerimônias do casamento da filha de Marcus. Bay sequer produz o longa, mas aparentemente ocupará tal função no vindouro quarto capítulo.

Para termos uma ideia da demora, Martin Lawrence anunciou pela primeira vez o terceiro filme em 2013. Quem assume a direção é a dupla de cineastas belgas conhecidos como Adil & Bilall. Os diretores se dizem fãs de Michael Bay e emulam seu estilo em muitas cenas. Mas possuem uma vantagem – ou inúmeras – e acertam ao corrigirem as técnicas mais problemáticas do diretor (como o excesso de cortes por segundo). Na direção da dupla conseguimos dar boas olhadas nos rostos dos atores, sem cortes e correrias.

Além das inúmeras referências aos filmes anteriores, o roteiro de Bad Boys para Sempre – ou digamos, sua fórmula – pega emprestado de franquias como Os Mercenários e Velozes e Furiosos. Do primeiro adiciona uma equipe de novatos para contrabalancear os veteranos. O interessante deste terceiro filme é reconhecer a idade dos protagonistas, agora na casa dos 50 anos, sem tentar forçar a barra, como muitos heróis do cinema faziam no passado. Mike Lowrey está cansado, não possui a mesma velocidade ou agilidade, vive tomando surra dos criminosos, e sequer é tão “quente” quanto no passado (ou quanto acha), passando vergonha ao tentar cantar “as novinhas”, se comportando como o “tiozão”.

A equipe tática da polícia que ajuda a dupla é implantada para quem sabe pegar o gancho na vindoura e já confirmada continuação – o desfecho de Para Sempre deixa uma porta escancarada para isso. No entanto, do trio vivido por Charles Melton (o marrento Rafe – que vive batendo de frente com Mike), Alexander Ludwig (o nerd da informática grandalhão, subvertendo estereótipos e rendendo boas piadas) e Vanessa Hudgens (bem, a jovem sexy), é justamente a última, que por sinal é o terceiro nome nos créditos, a que menos se destaca e consegue sobressair. Por falar em créditos, pela primeira vez na franquia, neste filme o nome de Smith aparece antes de Lawrence.

Ainda falando na nova equipe tática, conhecida como AMMO, a melhor personagem de Bad Boys para Sempre é a chefe da gurizada, Rita, papel da belíssima, carismática e talentosa mexicana Paola Nuñez. Ela é um antigo caso que Mike deixou escapar, e Marcus não o perdoa por isso. Um excelente partido para o policial, os dois vivem em pé de guerra, muito devido ao jeito nada seguro de Mike fazer seu trabalho. Rita ocupa com muita graça uma grande lacuna deixada aberta ao desfecho do terceiro Bad Boys. Ah sim, e a moça é dona de um corte de cabelo bem estiloso.

Os vilões são outro destaque. Os mais cruéis e intensos que a franquia já viu, os antagonistas se mostram uma ameaça real, criando deixas para momentos pra lá de dramáticos, quando sentimos perdas reais que suas ações causam nas vidas da dupla. É tragédia atrás de tragédia para Mike e Marcus neste terceiro filme. E assim como os recentes Rambo – Até o Fim e O Exterminador do Futuro – Destino Sombrio, o México tem grande importância para a trama deste Bad Boys para Sempre. O matador de elite Armando (Jacob Scipio) e sua “patroa”, a poderosa Isabel Aretas (Kate del Castillo), são as ameaças do terceiro Bad Boys, e possuem laços íntimos com a dupla.

Bad Boys para Sempre começou bem sua carreira nos cinemas e já arrecadou para a Sony, com o orçamento mais modesto de US$90 milhões (em relação ao segundo), uma bilheteria de US$120 milhões em duas semanas nos EUA. Ao redor do mundo, o longa já soma mais de US$215 milhões. O que se traduz em definitivamente sinal verde para o quarto Bad Boys. Vida longa para Marcus e Mike.

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