Este ano algumas verdadeiros clássicos icônicos da sétima arte completam 40 anos de sua estreia. Nem dá para acreditar. Veja, por exemplo, o atemporal E.T. – O Extraterrestre, sempre associado a um entretenimento exemplar para as crianças. Outro exemplo seria o primeiro Rambo, subtitulado Programado para Matar, que ajudou a cimentar a carreira do astro Sylvester Stallone nos anos 80. Ou ainda quem sabe os cult Blade Runner – O Caçador de Androides e Conan – O Bárbaro. Todos são filmes pop, ainda muito queridos pelo grande público e ainda na boca dos cinéfilos. Fora a surpresa de todos estarem completando 40 anos de lançamento, outra surpresa é perceber que a maioria segue inseridos na cultura popular, seja através de reboots, remakes, continuações ou novas adaptações. Aqui, no entanto, não iremos falar sobre os blockbusters famosos e sim sobre um tipo específico de filme que adoramos e sabemos que vocês também: os filmes de terror! Que igualmente guardam algumas verdadeiras pérolas clássicas da sétima arte. Confira abaixo as produções do gênero mais famosas que entram agora na meia idade – completando 40 anos em 2022.
O Enigma de Outro Mundo
Ícone cult do terror e da ficção científica, é difícil acreditar que o elogiadíssimo The Thing (no título original), de John Carpenter, não tenha sido um sucesso em sua data de lançamento há 40 anos no passado. Muito pelo contrário, o filme sobre um grupo de cientistas baseados no Ártico que presenciam um evento sobrenatural com a chegada de um ser alienígena que consegue imitar a vida na Terra, foi um fracasso de bilheteria e crítica. Logo depois, através do advento das vídeo locadoras, o filme começou a fazer cada vez mais a cabeça do público e mudar a opinião inclusive de uma nova geração de críticos sobre ele. O que nem todos talvez saibam é que se trata de um remake de uma produção dos anos 1950, intitulado O Monstro do Ártico. Há décadas se discute uma possível continuação, mas o mais perto que se chegou foi uma prequel de 2011 que é basicamente uma nova refilmagem.
Poltergeist – O Fenômeno
“Eles chegaram!”. Essa é a frase proferida pela pequena Carol Anne (Heather O’Rourke) nesse verdadeiro clássico dos anos 80 e do cinema de terror. Curiosamente, Poltergeist faz uma boa sessão dupla com E.T. – O Extraterrestre, já que ambos possuem envolvimento do midas da época Steven Spielberg, foram lançados no mesmo ano, e falam sobre famílias dos subúrbios americanos, com filhos pequenos, participando de uma situação incrível. Ao invés da visita de um pequeno ser alienígena, Poltergeist traz como foco de sua narrativa as aparições de fantasmas, espíritos malignos e todo tipo de assombração – com a loirinha Carol Anne indo parar dentro da Televisão, quem poderia esquecer? Poltergeist teve duas continuações ainda na década de 1980, e uma refilmagem em 2015.
Sexta-Feira 13 – Parte 3
Recentemente, fiz uma matéria sobre os filmes de terror slasher que completam 40 anos em 2022. Os anos 80 foram a casa definitiva deste tipo de terror “cortante”, que fez muito sucesso e prosperou na década. Sendo assim, muitos dos filmes que eu poderia apresentar novamente aqui, escolhi deixar de fora para não ficar me e focar em outras produções – afinal não faltam filmes de terror para incluir nesta lista. Caso você queira saber quais são estes slasher é só conferir no link abaixo. Mas existem dois filmes em especial que eu não poderia deixar de repetir, já que fazem parte de duas das maiores franquias de terror do cinema, transcendendo o fato de serem slasher. A primeira é Sexta-Feira 13, sobre assassinatos num acampamento, que chegava ao seu terceiro exemplar há 40 anos. Jason, o assassino do segundo filme, retorna, com o visual um pouco diferente e pega sua famosa máscara pela primeira vez – embora só o faça nos 45 do segundo tempo, tendo passado quase toda a projeção “desmascarado”. O curioso é que este foi o primeiro filme da franquia a não se passar no famoso acampamento Crystal Lake, e sim numa casa nas proximidades.
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Halloween 3 – A Noite das Bruxas
A franquia Halloween é uma das mais famosas do gênero terror no cinema. Em 2022, a nova trilogia chegará ao seu desfecho com Halloween Ends, a ser lançado em outubro. Mas se voltarmos 40 anos no passado, nos depararemos com o filme mais diferente da franquia, o terceiro Halloween. Esse foi outro que incluí na lista dos slasher, apesar de não se enquadrar em tal categoria (mais pelo peso da franquia), mas que preciso repetir aqui. Acontece que após a história de Michael Myers, Laurie Strode e do Dr. Loomis ter chegado ao fim na continuação Halloween II (1981), a proposta do criador John Carpenter foi por uma série de antologia no cinema, em que cada novo filme traria uma história com começo, meio e fim, sem ligação com a próxima. Na estreia desta nova visão, uma fábrica de máscaras do dia das bruxas diabólica, cujo objetivo era eliminar na forma de um grande sacrifício todas as crianças dos EUA. A ideia não deu muito certo, e o vilão da máscara branca precisou retornar.
Creepshow – Arrepio do Medo
Stephen King é um fã de terror. Bem, isso é chover no molhado. A paixão do escritor surgiu na infância, com diversos quadrinhos centrados no gênero, famosos na época. Assim, já adulto e com os pés em Hollywood, King decidiu recriar o estilo de tais revistinhas, mas transformadas em um longa-metragem. Assim, o autor escreveu um filme original, que seria dividido em cinco histórias diferentes, como se fossem saídas de quadrinhos – numa delas inclusive protagonizando. Para dirigir, King convidou o amigo George A. Romero, de A Noite dos Mortos-Vivos (1968). Um pai envenenado voltando do túmulo, um fazendeiro se deparando com detritos alienígenas, monstros em caixas e muitas baratas desfilam em tela nas subtramas. O longa gerou uma continuação em 1987, e em 2019 se tornou uma série de TV.
Tenebre
O terror italiano, também conhecido como Giallo, tem na figura de Dario Argento um de seus mais fortes representantes. O diretor deita e rola em tais tipos de filme, sempre apresentando seu estilo único de contar histórias. Geralmente, a maioria de seus filmes se utiliza dos mesmos elementos: um assassino à solta, um herói trágico e relutante (que invariavelmente entra na história de gaiato), muito sangue falso, cenas de morte sádicas e o clima onírico, que confunde realidade e pesadelo. Aqui, um escritor em Roma começa a ser perseguido por um serial killer, cujas vítimas são as pessoas ligadas aos livros do autor. A curiosidade aqui é a presença do americano John Saxon, que dois anos depois participaria do icônico A Hora do Pesadelo, de Wes Craven.
A Marca da Pantera
Extrema sensualidade e sexualidade são palavras muito utilizadas para descrever A Marca da Pantera. O filme é escrito e dirigido por Paul Schrader, responsável pelo roteiro do clássico Taxi Driver. O que o cineasta cria aqui é uma nova versão refilmada de uma obra de 1942, intitulada Sangue de Pantera. Na trama de ambos, uma mulher vinda de um lugar remoto da Europa é parte de uma intrigante linhagem que sofre com uma espécie de maldição: se transformam em pantera quando sentem muita excitação ou despertam para o sexo. Schrader aproveita os anos 80, uma época sem muito pudor, para caprichar na sensualidade e nudez em suas cenas – já que o filme fala de sexo e na década de 1940 esse era um assunto tabu. Quem protagoniza esta versão é a alemã Nastassja Kinski.
O Enigma do Mal
Por falar em filmes de terror que utilizam de alto teor erótico, este O Enigma do Mal, ou The Entity (no original), é uma espécie de Poltergeist onde o fantasma revolve abusar sexualmente de sua vítima. Já pensou? O fato era parte de um fenômeno da época, relatado por algumas mulheres que se diziam vítimas de uma força invisível. Assim, o autor Frank De Felitta resolveu escrever seu livro, comprado pela 20th Century Fox e transformado num filme dirigido por Sidney J. Furie (Águia de Aço e Superman IV – Em Busca da Paz). Quem topa a empreitada de dar vida à protagonista abusada pelo espírito demoníaco é a corajosa e subestimada Barbara Hershey – que anos mais tarde voltaria a uma polêmica com o filme de Martin Scorsese, A Última Tentação de Cristo.
O Monstro do Pântano
Na lista, voltando 40 anos no passado, já tivemos nomes de verdadeiros mestres do terror no comando dos filmes – nomes como John Carpenter, Dario Argento, George Romero e Stephen King. Agora, outro ícone chega à lista – embora com um de seus filmes mais obscuros. Wes Craven será para sempre lembrado pela criação de clássicos modernos como A Hora do Pesadelo e Pânico; alguns anos antes, porém, o diretor resolvia ingressar em um novo gênero, ou ao menos misturar o terror com esse outro estilo. O Monstro do Pântano é um personagem dos quadrinhos da DC Comics, parte do panteão de terror da editora. Um cientista que se transforma num híbrido humanoide entre um homem e a vegetação do pântano, se transformando numa criatura justiceira.
Amityville 2 – A Possessão
Amityville traz o peso de ser uma das histórias de horror mais tradicionais dos EUA – clamando ser baseada em eventos reais. O filme original de 1979 fez sucesso, e assim há 40 anos era lançada a primeira continuação direta. Produzido pela Dino De Laurentiis Company e com distribuição da Orion Pictures, novamente vemos uma família sendo assombrada ao mudar para sua nova casa. O local, é claro, vem com sua própria maldição. O roteiro foi escrito por Tommy Lee Wallace – diretor de Halloween 3 -, e o elenco conta com Burt Young, o Pauly dos filmes do Rocky.
Cão Branco
Dirigido pelo lendário Samuel Fuller, este thriller é um dos filmes mais provocativos e socialmente importantes da lista. Polêmico em sua natureza, o diretor faz um estudo sobre a ferocidade de um animal e pior ainda, do ser humano. Na trama, uma jovem atriz encontra um cachorro, da raça Pastor Alemão branco, machucado e começa a cuidar dele. Ela descobre depois que ele havia sido treinado por supremacistas brancos para atacar somente pessoas negras. Agora, ela buscará através de todos os treinadores que conseguir encontrar uma forma de “desprogramar” este instinto assassino de seu novo animal de estimação.
Q – A Serpente Alada
Terminando nossa lista com os principais filmes de terror que completam 40 anos em 2022, temos um representante puro do cinema B. Trata-se de uma produção de Larry Cohen, conhecido cineasta do cinema marginal de Hollywood. Aqui o diretor (que também escreveu o roteiro) traz no elenco nomes como David Carradine e Richard Roundtree para contar a história de um ser mitológico e monstruoso que chega na cidade de Nova York. Não é Godzilla, e muito menos King Kong, é a serpente alada Q, do título, uma maravilha da técnica do stop-motion, uma das artes em animação mais tradicionais da indústria. Como não se divertir?