O ator norte-americano Charles Grodin faleceu ontem, dia 18 de maio de 2021, aos 86 anos. Figura marcante de comédias da década de 80 e 90, Grodin foi indicado ao Globo de Ouro em 1973 na categoria ator de comédia ou musical pelo filme Corações em Alta, e venceu um prêmio Emmy como roteirista de programas de comédia e variedade em 1978 pelo especial de Paul Simon.
Ator e humorista, Charles Grodin iniciou sua carreira nas telas ainda em 1954, numa ponta não creditada na adaptação de 20.000 Léguas Submarinas. Grodin somava 70 créditos em seu currículo, entre participações no cinema, séries e filmes para a TV. Como forma de homenagear este grande artista que marcou os corações cinéfilos, selecionamos os filmes mais importantes de sua filmografia. Você com certeza conhece alguns. Confira.
King Kong (1976)
A versão menos conhecida de King Kong, este é o primeiro remake do clássico absoluto de 1933. O filme foi produzido por Dino De Laurentiis, dirigido por John Guillermin (Inferno na Torre), conquistou as indicações de melhor fotografia e som no Oscar, saindo vitorioso do prêmio de efeitos visuais. Na trama, Charles Grodin vive o ambicioso Fred Wilson, personagem substituto de Carl Denham, interpretado por Robert Armstrong no clássico e por Jack Black no filme de 2005.
Beethoven: O Magnífico (1992)
Filmes de cachorro fazem sucesso com o público, sejam os mais dramáticos ou os mais cômicos. Afinal, quem não gosta de animais bom sujeito não é. Beethoven talvez seja o filme mais famoso da carreira de Charles Grodin e o que mais o marcou. Escrito por John Hughes, o longa apresenta as desventuras da família Newton com seu novo animal de estimação, um São Bernardo gigantesco que leva o nome no título. Grodin vive o patriarca George, o qual ele viria a reprisar logo no ano seguinte em Beethoven 2 (1993).
Fuga à Meia Noite (1988)
Extremamente popular em suas exibições na TV aberta durante a década de 90, este filme de ação e comédia pode ser descoberto pelas novas gerações atualmente, já que se encontra no acervo da Netflix neste momento. Na trama, Robert De Niro interpreta um ex-policial trabalhando como caçador de recompensas, cuja última missão é levar um contador da máfia (Grodin) para a justiça. Muito influente, o roteiro inspirou comédias como Caçador de Recompensas (2010), com Jennifer Aniston, e Uma Ladra Sem Limites (2013), com Melissa McCarthy.
O Bebê de Rosemary (1968)
Clássico irretocável do terror, dirigido por Roman Polanski, este filme trouxe Charles Grodin em um de seus primeiros papeis no cinema. Na história, o ator vive o Dr. Hill, o médico bonzinho que tenta sem sucesso ajudar a protagonista.
Corações em Alta (1972)
Em seu primeiro papel protagonista no cinema, Charles Grodin recebeu uma indicação ao Globo de Ouro pelo trabalho. Na trama, ele vive um homem recém-casado que, ao sair em lua de mel, começa a ter dúvidas sobre seu casamento, enquanto se apaixona por outra mulher. O filme ganhou um remake em 2007, na forma da comédia escrachada Antes Só do que Mal Casado, com Ben Stiller.
A Dama de Vermelho (1984)
Clássico absoluto da Sessão da Tarde no fim dos anos 80, esta comédia é a refilmagem de uma obra francesa, escrita, dirigida e protagonizada pelo saudoso Gene Wilder. Na história, um pai de família casado (Wilder) se vê completamente apaixonado por uma misteriosa mulher de vermelho (Kelly LeBrock) e faz de tudo para conhecê-la. No filme, Charles Grodin tem um dos melhores personagens de sua carreira, Buddy, um dos amigos do protagonistas que, no meio de homens incrivelmente machistas, revela-se gay.
Milionário num Instante (1990)
Pegando carona na trama do clássico oitentista Trocando as Bolas (1983), este filme foi escrito por J. J. Abrams em início de carreira. Na história, um rico executivo (Charles Grodin) perde seu bem mais precioso: sua agenda com todos os seus documentos e contatos profissionais. Quem os acha é o ex-presidiário vivido por James Belushi, que passa a usá-los enquanto finge ser o ricaço.
A Incrível Mulher que Encolheu (1981)
Dirigido por Joel Schumacher e escrito pelo especialista em ficção científica Richard Matheson, esta comédia foi outra que marcou os anos 80. Lily Tomlin interpreta uma dona de casa que começa a encolher sem parar após ser exposta a produtos químicos de limpeza e cosméticos. Charles Grodin vive seu marido desesperado.
O Céu Pode Esperar (1978)
Esse é o filme mais prestigiado da carreira de Charles Grodin. Baseado na peça de Harry Segall, o longa é escrito, dirigido e protagonizado por Warren Beatty e foi indicado para 10 Oscar incluindo melhor filme, saindo vitorioso na categoria de direção de arte. Na trama, Beatty vive um homem indo parar no céu antes do tempo e voltando para a Terra na forma de um milionário que havia sido envenenado por sua esposa e o amante dela, papel de Charles Grodin.
Ardil 22 (1970)
Nesta comédia de guerra, Alan Arkin interpreta um soldado tentando ser declarado louco para poder escapar de seu serviço durante a Segunda Guerra Mundial. Em tela, desfila uma verdadeira constelação de Hollywood, com nomes como Orson Welles, Anthony Perkins, Jon Voight, Martin Sheen, Art Garfunkel e Charles Grodin, que interpreta o Capitão “Aarfy” Aardvark.
Últimos Trabalhos:
O Último Ato (2014)
Retorno de Al Pacino aos bons papeis, o astro vive um ator veterano de teatro precisando lidar com a velhice, ao mesmo tempo em que inicia o relacionamento com uma jovem (papel de Greta Gerwig). Charles Grodin interpreta o empresário do ator.
Enquanto Somos Jovens (2014)
Dirigido por Noah Baumbach (o mesmo de História de um Casamento), Ben Stiller e Naomi Watts interpretam um casal passando pela crise da meia idade e se encantando com dois jovens hipsters e seu estilo de vida (vividos por Adam Driver e Amanda Seyfried). No filme, Charles Grodin vive o pai da personagem de Watts.
O Comediante (2016)
Aqui, Charles Grodin e Robert De Niro se reencontram num filme 28 anos depois de Fuga à Meia Noite. Quem protagoniza é De Niro na pele de um comediante veterano turrão tentando se reestabelecer na carreira. Martin Scorsese é quem iria dirigir o filme e Jennifer Aniston iria coprotagonizar – trabalhos que terminaram nas mãos de Taylor Hackford e Leslie Mann.