Pois é, amiguinhos. 2017 já entrou para a história e ficou para trás. Diversos filmes que anunciamos por aqui ao longo do ano chegaram e fora embora. Tivemos muitos sucessos, produções empolgantes que nos renovaram a esperança, e tantos outros que terminaram não vingando e nos decepcionando. Todo ano é assim, acontece. O que nos deixa mais chocado é como o tempo voa. E assim, num piscar de olhos, 12 meses de filmes se foram, e mais 12 se apresentam, com a promessa de tudo de novo. E aqui vamos nós. Para começar bem o ano, aproveitando as férias para alguns, selecionamos para você o que de melhor os cinemas irão exibir no primeiro mês de 2018. Tem blockbuster, animação da Disney e da FOX, filme brasileiro de ficção, terror, comédia, e claro, filmes do Oscar! Pegue seu caderninho e boa diversão.
04/01
Viva – A Vida é uma Festa
O ano começa animado com a estreia nos cinemas desta produção da Disney / Pixar. Quem já pôde conferir garante que o estúdio emplacou outro golaço com essa animação, que conta pela primeira vez sobre a cultura mexicana e a celebração do dia dos mortos. Na trama, um menino aspirante a cantor adentra o além vida e reencontra seus ancestrais.
Jumanji – Bem-vindo à Selva
Quando o trailer do novo Jumanji estreou na internet sofreu com o grande índice de rejeição por parte dos fãs do original. Mostrando que nunca devemos ser precipitados e julgar um livro por sua capa, o longa vem arrancando elogios de quem já assistiu (tanto público, quanto crítica). Mistura de continuação e reboot, o filme apresenta quatro adolescentes adentrando um vídeo game, e o mundo de Jumanji, e assumindo avatares nas formas de Dwayne Johnson, Jack Black, Karen Gillan e Kevin Hart.
The Square – A Arte da Discórdia
Aqui no CinePOP somos ecléticos e gostamos de todo tipo de filme, basta ser bom. Um dos melhores que o mês de Janeiro trará é esta produção sueca, vencedora da última Palma de Ouro, o prêmio máximo no prestigiado Festival de Cannes, deste ano. Além disso, o filme está entre os 9 pré-selecionados ao Oscar de produção estrangeira. A maioria acredita que será indicado e vencerá o prêmio da Academia. Na trama, o diretor de um museu testa seu público e o limite do que é a arte, em um experimento polêmico, ao mesmo tempo em que se depara com algumas questões de sua vida pessoal.
120 Batimentos por Minuto
Além do hypado Me Chame pelo Seu Nome, outro drama gay de grande relevância irá aportar em nossos cinemas no início de 2018. Sucesso nos festivais em que passou, inclusive alguns no Brasil, 120 Batimentos por Minuto era o selecionado da França para o Oscar 2018, na categoria de filme estrangeiro, mas infelizmente foi cortado da pré-seleção e ficou de fora dos 9 ainda no páreo. Seja como for, este é um drama estarrecedor (que já pude conferir), e fala sobre um grupo de ativistas lutando por ajuda do governo francês no combate a AIDS, que fazia diversas jovens vítimas ainda na década de 1990.
11/01
O Touro Ferdinando
Nova animação da Fox comandada pelo brasileiro Carlos Saldanha, diretor de A Era do Gelo e Rio. Esta é a primeira adaptação na forma de um longa-metragem das histórias do Touro Ferdinando, criado ainda na década de 1930 por Munro Leaf, como livros ilustrados infantis. Na mesma década, um curta foi produzido e levou o Oscar. A história, fiel ao espírito original, apresenta o imponente touro do título, que prefere cheirar flores a lutar. A mensagem pacifista serve como crítica às touradas, cruel evento ainda em vigor na Espanha.
O Destino de uma Nação
Um dos filmes políticos que mais chamam atenção nesta época de prêmios, O Destino de uma Nação é o novo trabalho do cineasta Joe Wright. O ótimo Gary Oldman nunca esteve tão bem, e irreconhecível ele devora a tela. Enterrado em quilos de maquiagem (que deverá vencer o Oscar), ele vive o Primeiro Ministro britânico Winston Churchill, assumindo o cargo no momento mais difícil do país, durante a Segunda Guerra Mundial, onde precisou peitar as forças nazistas e resgatar soldados ingleses encurralados na França. Sim, se você está pensando em Dunkirk, é exatamente o mesmo período apresentado aqui, o que faz uma boa dobradinha entre os longas.
O Estrangeiro
O Oscarizado mestre das artes marciais Jackie Chan está de volta e desta vez com alguns respaldos de prestígio. Primeiro, o do diretor Martin Campbell, que já dirigiu diversos blockbusters de respeito, o principal deles, em minha opinião, sendo 007 – Cassino Royale, o melhor Bond já feito. O segundo, é a presença do próprio Bond em pessoa, Pierce Brosnan, a quem Campbell dirigiu em 007 Contra Goldeneye. Sim, ele fez dois Bond. Chan e Brosnan juntos, dois ícones da ação, sem dúvida criam uma dupla inusitada. A trama fala sobre atentados terroristas e vingança, um tema muito em voga na atualidade.
18/01
Me Chame Pelo Seu Nome
Gravem bem este título, se é que ainda não guardaram. Isso porque podem estar diante do novo vencedor do Oscar de melhor filme. Bem, sem nos precipitarmos muito, é seguro dizer que o longa do italiano Luca Guadagnino (Um Mergulho no Passado) estará entre os indicados. Na trama, Timothée Chalamet interpreta um jovem descobrindo sua sexualidade aflorar enquanto passa uma temporada com os pais no interior da Itália, durante a década de 1980. No local chega um antigo aluno de seu pai, papel de Armie Hammer, por quem o menino desenvolve fortes laços de afeto. Hammer e Michael Stuhlbarg, que vive o pai do menino, entregam seus melhores trabalhos e podem sair com indicações ao Oscar (ao menos um deles), mas a certeza mesmo é a indicação para o protagonista rouba-cenas Chalamet.
Sobrenatural – A Última Chave
Quarto filme da franquia de terror Sobrenatural, iniciada em 2010. Os protagonistas originais Patrick Wilson e Rose Byrne pularam fora após o segundo e a série mudou seu foco, se concentrando na personagem da ótima Lin Shaye, a médium Elise Rainier. Para um remake não declarado de Poltergeist – O Fenômeno (1982), que viveu para se mostrar melhor que o próprio remake (o horrendo filme de 2015), Sobrenatural ultrapassou seu homenageado (que teve “somente” duas sequências). Além de Shaye, quem retorna é o roteirista Leigh Whannell, que interpreta também Specs pela quarta vez, o parceiro da médium. Dessa vez a ação é transportada para a casa da família de Elise.
Correndo Atrás de um Pai
Adiado do ano passado para este, o que nunca é um bom sinal, esta comédia parece ter sofrido diversas modificações, seja na sala de edição ou em refilmagens, desde que seu primeiro trailer caiu na internet em meados do ano passado. Na verdade, até mesmo o título foi modificado – de Bastards (Bastardos) para Father Figures. Na trama, Owen Wilson e Ed Helms (de Se Beber, Não Case) caem na estrada para descobrir qual dentre alguns homens que sua mãe se relacionou é seu verdadeiro pai. A veterana Glenn Close interpreta a matriarca.
25/01
Maze Runner – A Cura Mortal
Terceira parte da aventura juvenil de ficção científica baseada num livro de sucesso. O primeiro filme foi lançado em 2014 e o segundo em 2015. Então você se pergunta, por que esta demora toda para o terceiro. O que acontece é que o jovem protagonista Dylan O´Brien sofreu um grave acidente durante as filmagens e quase perdeu a vida. O filme chegou perto de ser cancelado, mas a Fox, em respeito aos fãs, decidiu peitar a briga e lançar o longa. No meio tempo, O´Brien conseguiu protagonizar o horrendo O Assassino: O Primeiro Alvo, lançado ano passado. Este é o desfecho da saga pós-apocalíptica, e os heróis estão atrás da cura para a mortal doença.
The Post – A Guerra Secreta
Agora a p***a ficou séria! Novo trabalho do cineasta Steven Spielberg (não é pouca coisa), The Post tem a típica cara de produção papa Oscar, e pode ser o grande vencedor da próxima cerimônia dos prêmios da Academia. Pompa para isso o filme e os envolvidos possuem. Ah, esqueci de dizer. No elenco, temos um par de novatos, que estão estreando agora e podem ter seus nomes escritos nas estrelas. Tom Hanks e Meryl Streep. Algo me diz que esses nomes vão longe. A história real fala sobre uma batalha sem precedentes entre jornalistas e o governo norte-americano.
Artista do Desastre
Sabe quando Tim Burton decidiu homenagear o diretor Edward D. Wood Jr., considerado o pior cineasta de todos os tempos, com sua biografia Ed Wood (1994)? Pois bem, agora James Franco faz o mesmo e homenageia Tommy Wiseau, o Ed Wood moderno. Se você não sabe, Wiseau é responsável por um dos piores filmes já produzidos na história do cinema: The Room (2003), inédito no Brasil, o qual produziu, roterizou, dirigiu e protagonizou. Franco faz o mesmo aqui, pulando apenas a etapa do roteiro, e encarna Wiseu de forma tão certeira, que aposto nem mesmo ele esperava a excelência do resultado. Não por menos Artista do Desastre vem emplacando em premiações e promete respingar no Oscar. Já tive a chance de conferir e afirmo, é um filme e tanto.
Sem Fôlego
Cineastas autorais não precisam escrever seus roteiros. O que precisam é imprimir tanto estilo a uma obra, não causando dúvida de que ali está sua assinatura. É o caso com Todd Haynes, cujo último filme foi o elogiadíssimo Carol (2015), com Cate Blanchett. Agora, o diretor retorna numa obra muito diferente, como não podia deixar de ser para um cineasta de seu porte. Misturando cor com preto e branco, Haynes conta a história de duas crianças vivendo em épocas diferentes, e realidades distintas, que irão se conectar por um propósito maior. Esta é uma produção enigmática, da qual o quanto menos soubermos antes de assistir, melhor.
A Melhor Escolha
Aparecendo meio fora do radar, A Melhor Escolha chegou a ser exibido no Festival do Rio deste ano, e conta com três nomes chamativos à frente do elenco: Bryan Cranston, Steve Carell e Laurence Fishburne. Mas o que chama atenção mesmo é o comandante desta obra, o cineasta Richard Linklater, lembra dele? O diretor tem no currículo a trilogia Antes do Amanhecer (1995), Pôr do Sol (2004) e Meia Noite (2013), e parou o mundo do cinema há poucas edições do Oscar com Boyhood: Da Infância à Juventude (2014). Depois de Boyhood ele inclusive chegou a entregar outro trabalho, o ótimo e pouco visto Jovens, Loucos e Mais Rebeldes (Everybody Wants Some!!, 2016), continuação “espiritual” do primeiro sucesso do diretor, Jovens, Loucos e Rebeldes (Dazed and Confused 1993). Em A Melhor Escolha (Last Flag Flying), a amizade de trinta anos de um trio de ex-militares é posta à prova e renovada, quando um deles reúne os amigos para o enterro do seu filho, um jovem militar morto na Guerra do Iraque.
A Repartição do Tempo
Todo mundo reclama da falta de diversidade de gênero dentro do cinema brasileiro. Parece que tudo o que é feito em nosso país são críticas sociais, filmes ideológicos e comédias bobalhonas. Nada contra, amo estes subgêneros, quando bem trabalhados. Mas acredito que a sétima arte de um país inteiro possa e deva ser mais rica, passando suas mensagens dentro de todos os gêneros. A mais nova tentativa de sair da caixinha é A Repartição do Tempo, do diretor Santiago Dellape. Mistura de crítica cômica e sátira à burocracia do país, o longa usa ainda elementos de ficção científica e fantasia. Na trama, um patrão autoritário usa uma máquina do tempo para fazer seus preguiçosos funcionários em uma repartição pública trabalharem mais. O elenco traz os veteranos Tonico Pereira, e o eterno Trapalhão, Dedé Santana.