Recentemente estreou no streaming HBO Max a série documental Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez, rapidamente se tornando o novo sucesso da plataforma. Documentários seriados sobre crimes chocantes e inexplicáveis se tornaram um gênero convidativo para grande parte do público geral, curioso para entender melhor como tudo aconteceu, como se pudessem pela primeira vez ficar por dentro de todos os fatos, através de pesquisas e entrevistas com os envolvidos. Para outros tantos, de gerações mais recentes que eram jovens demais na época do ocorrido, é o primeiro contato com um dos momentos mais impactantes e surreais ocorridos em nosso país – a pura representação da maldade encarnada.
E quando falamos do assassinato da jovem atriz Daniella Perez, morta aos 22 anos, abordamos um dos crimes mais brutais e ainda doloridos da história de nosso país. A morte da atriz está completando 30 anos em 2022, e assim a plataforma de streaming resolveu homenageá-la e dar voz a seus entes queridos para que compartilhem sua dor e o mais importante, as memórias desta estrela que brilhou e se foi rápido demais.
As plataformas de streaming estão cheias de programas do tipo, cada uma delas tem seu próprio repertório intrigante. Mórbido para muitos, curioso para outros e informativo para tantos, este tipo de seriado se propõe a esmiuçar a fundo tais acontecimentos, recolhendo a maior quantidade possível de informação, contando com o distanciamento muitas vezes como aliado – após ter se passado anos e às vezes décadas do crime. Fora isso, têm gerado também séries de ficção baseadas nestes mesmos crimes, por si só um novo subgênero do cinema. Pegando o embalo de Pacto Brutal, trazemos para você alguns dos mais interessantes documentários na forma de série sobre os crimes mais estarrecedores desta nossa complexa raça humana. Confira.
Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez
Começamos a lista, como sempre, com a produção que a inspirou. Aqui, ganhamos depoimentos como o da mãe da vítima, a autora Glória Perez, que havia escrito a novela De Corpo e Alma, da qual Daniella fazia parte e arrancava elogios por seu desempenho. Foi durante o folhetim que Daniella foi brutalmente assassinada por seu parceiro de cena Guilherme de Pádua, que fazia par na novela com ela, e pela esposa dele, Paula Thomaz, enciumada por um possível caso entre os dois. Daniella era casada com o ator Raul Gazolla, que também dá sua versão dos fatos. O programa em cinco episódios traz também depoimentos de colegas de profissão como Maurício Mattar, Fábio Assunção e Eri Johnson.
A Máfia dos Tigres
Por falar em documentários de sucesso, este foi uma verdadeira sensação no início da pandemia. Numa época em que todos precisavam ficar trancafiados dentro de casa com medo do que o mundo exterior ia trazer, a solução foi buscar algo totalmente diferente e inusitado. E para este propósito A Máfia dos Tigres serviu como uma luva. A história é bizarra e alucinante demais para ser descrita, mas fala sobre o dono de um pequeno zoológico de tigres, conhecido como Joe Exotic. Sua trupe de criadores é um verdadeiro hospício e como se não bastasse o perigo extremo dos grandes felinos, as divergências chegam por todos os lados, em especial vindas de uma resgatista de animais deste porte chamada Carole Baskin, uma rixa que escala até chegar perto de assassinato. O documentário da Netflix estreou em 2020 e tem duas temporadas.
A Mente do Assassino: Aaron Hernandez
Outra produção da Netflix, o streaming tem se especializado em programas do tipo. Aqui, nesta série de 2020, o assunto é Aaron Hernandez, jogador de futebol americano profissional, que chegou a assinar um contrato de US$40 milhões com o time New England Patriots. Com um futuro brilhante pela frente, mas vindo de um lar turbulento, o jovem esportista tinha problemas de raiva, drogas e armas – e assim como O.J. Simpson se veria envolvido num caso de assassinato. Hernandez foi acusado e condenado por matar duas pessoas, entre eles seu futuro cunhado, em 2013.
Conversando com um serial killer: Ted Bundy
Esta é outra série de sucesso da Netflix. Lançada em 2019, este programa em 4 episódios ouve do próprio psicopata Ted Bundy através de fitas antigas de entrevistas suas enquanto esperava a execução no corredor da morte. Os EUA é a terra dos serial killer, muitos ficaram notórios pelos crimes cometidos. E um dos mais infames é Ted Bundy, que confessou ter matado 30 mulheres no período de quatro anos, entre 1974 e 1978, em diferentes estados. Conhecido por sua boa aparência, Bundy é “o galã dos assassinos em série”, inspirando confiança e sempre muito charmoso e educado com suas vítimas antes de cometer seus assassinatos. A história do maníaco virou filme no mesmo ano, onde Zac Efron topou o desafio de interpretar o psicopata em Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal.
Conversando com um serial killer: o Palhaço Assassino
Um novo exemplar da série documental, a Netflix resgatou este ano as fitas de outro serial killer muito célebre nos EUA. Conhecido como o palhaço assassino, John Wayne Gacy trabalhava em festinhas infantis vestido de palhaço. O psicopata foi responsável pela morte de pelo menos 33 jovens e meninos, muitos dos quais ele também abusava sexualmente. Gacy também agiu na década de 1970 e sua biografia de crimes inspirou diversos outros documentários e filmes de terror com a figura de palhaços assustadores.
Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração
Não tem jeito, a Netflix domina o mercado também em produções do tipo e pegou para si esse filão como poucas outras plataformas de streaming fizeram. Seguindo a linha de alguns dos assassinos em série mais marcantes da história recente dos EUA, trazemos outro psicopata que agiu durante a década de 70 – ao que parece uma época fértil para esse tipo de loucura e crime. Depois de Ted Bundy e John Wayne Gacy chega a vez de David Berkowitz, conhecido como o “filho de Sam” e o “assassino do calibre 44.”. Berkowitz era carteiro, e ao ser preso por 8 mortes em Nova York, após um ano e alguns meses, botou a culpa no demônio que falava com ele através de um cachorro preto do vizinho e o ordenou matar. O sujeito foi responsável por uma onda de terror na época, e ganhou até mesmo um filme dirigido por Spike Lee, chamado O Verão de Sam (1999). Mas esse documentário em quatro episódios, de 2021, se propõe a teorizar que ele não era o único culpado dos crimes e tinha comparsas que ainda podem estar livres.
Eu Te Amo, Agora Morra – O Caso Michelle Carter
Mudando um pouco de ares para variar, agora deixamos a Netflix e migramos novamente para a HBO Max para este documentário de 2019, de 2h23min de duração. A história deste caso inspirou até mesmo uma série de ficção chamada The Girl from Plainville, da Hulu, que no Brasil chegou através da Starz, e traz Elle Fanning no papel de Michelle Carter. A trama aqui é a seguinte, a jovem loirinha do título teria incentivado (para dizer no mínimo) através de mensagens de celular o amigo / namorado Conrad Roy a se matar. Roy era um adolescente altamente depressivo, que achava estar vivendo um romance virtual com Michelle, e achou que poderia ser sua tábua de salvação. Ao contrário, a jovem o incentivou através de mensagens a cometer suicídio – e terminou presa por um ano.
Morte na Escadaria
Retornando agora para a Netflix e finalizando nossa lista de indicações, temos outra série documental que se transformou recentemente em um seriado de ficção com o vencedor do Oscar Colin Firth e a indicada Toni Collette, criada pelo nosso conterrâneo Antonio Campos, filho do jornalista Lucas Mendes. O assunto de ambas as obras é o possível assassinato cometido pelo romancista Michael Peterson de sua esposa Kathleen. Ela foi encontrada numa poça de sangue em sua casa perto da escada. Ambas oferecem uma olhada única nos bastidores deste caso. O documentário acompanha a linha de defesa dos advogados no caso, enquanto a série disseca a vida do casal.