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Los Nobles – Quando os Ricos Quebram a Cara

(Nosotros Los Nobles)

 

Elenco: Gonzalo Vega, Karla Souza, Luis Gerardo Méndez

Direção: Gary Alazraki

Gênero: Comédia

Duração: 108 min.

Distribuidora: Tucuman

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 4 de Dezembro de 2014

Sinopse: 

O poderoso empresário Germán Noble descobre que seus três filhos estão gastando dinheiro de forma descontrolada e são completamente irresponsáveis. Barbara fica noiva de um gigolô de 40 anos de idade, Javi negligencia os negócios da família em troca de suas próprias idéias, e Cha foi expulso da faculdade após ser pego fazendo sexo com uma professora. Então, Germán arma um grande plano para dar aos filhos uma lição antes que seja tarde demais: fingir que sua empresa faliu e que a família está sendo procurada pela polícia. Sem o luxo e o dinheiro com o qual estão acostumados, agora os três jovens terão que aprender a se virar e fazer algo que eles nunca pensavam em fazer: trabalhar.

Curiosidades: 

» Rodado no México.

» Foi o segundo filme mais visto da história do México, com 7,5 milhões de espectadores.

» Após o sucesso, a Netflix encomendou uma série que vai continuar as histórias dos personagens.

 

Trailer:

Cartazes:

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Fotos:

 

Crítica | Canção para Marion

E se acontecer de você vir a garota mais bonita do mundo? Cante para ela! Explodindo carisma e alegria, principalmente do elenco da terceira idade, chega aos cinemas nesta quinta-feira (04.12.14), um dos projetos mais legais do ano, o drama com pitadas cômicas Canção para Marion. A simpatia e a alegria de todos no coral vão gerar lindos sorrisos na maioria dos espectadores. O filme trata de um tema duro, denso, complicado mas a história se desenrola de maneira tão doce e amável que chega bem forte em nossos corações

Entre um cigarrinho e outro, o ranzinza Arthur (Terrence Stamp) vive com sua mulher Marion (Vanessa Redgrave) em uma casa simples num bairro afastado do grande centro. Marion possui uma doença terminal e a única alegria que possui em seus melancólicos dias é cantar e se reunir com o coral da cidade, repleto de outros carismáticos velhinhos. Arthur, a acompanha em todos os ensaios mas faz questão de ser antipático com todos. Quando Marion falece, Arthur começa a tentar se reconstruir com a ajuda de todos que conhecem sua dolorosa história.

Terrence Stamp e seu Arthur, e a eterna dama Vanessa Redgrave e sua Marion possuem uma sintonia afiada em todas as cenas deste belo projeto. Para complementar e ser o chantilly dessa deliciosa história, Gemma Arterton e sua delicada personagem Elisabeth dão o toque, o elo, que a trama necessitava, deixando essa fita bem mais especial. Há carisma em todos os curtos 90 minutos de fita, os diálogos são profundos, as músicas emocionantes. O filme ainda tem o mérito de colocar os artistas para cantar e isso aparecer no filme, diferente do medroso filme de Dustin Hoffman, O Quarteto.

Dentro de nossos corações, alguém sempre vai comandar a festa, vai se unir com nossos sonhos, vai nos fazer crescer e a cada dia que passa vamos desejar nunca nos separarmos. Esse filme retrata bem isso, a reconstrução que o amor pode fazer na vida de uma pessoa. Você não pode perder!

Crítica | Quero Matar Meu Chefe 2

Quero Sequestrar Meu Quase Parceiro Profissional

Nem todo sucesso no cinema precisa de uma continuação. É muito difícil Hollywood aprender essa lição, ainda mais atualmente, com a notória e patológica falta de originalidade. Mas isto não é um artifício utilizado apenas pela maior indústria de cinema do mundo. As continuações muitas vezes são exigidas pelo público, querendo ver suas histórias preferidas continuarem. Por outro lado, muitas sequências surgem sem necessidade ou exigência do espectador.

Obviamente é onde se encaixa este Quero Matar Meu Chefe 2, cuja existência explica-se apenas pelo fator financeiro, do desejo de capitalizar em cima de um sucesso moderado de 2011. A ideia do primeiro filme até era legal, misturando elementos de Como Eliminar Seu Chefe (1980) e Pacto Sinistro (1951) de Alfred Hitchcock. O filme trazia três amigos sofrendo com os mandos e desmandos de seus empregadores, e como pano de fundo apresentava o subtexto da crise econômica americana, na qual ficar desempregado é quase cometer suicídio.

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Além da química entre os três protagonistas (Jason Bateman, Jason Sudeikis e Charlie Day), o que chamava atenção de forma positiva na comédia original era a subversão de algumas personalidades. O galã Colin Farrell, por exemplo, trajava uma caracterização a la Tom Cruise em Trovão Tropical , e a namoradinha da América Jennifer Aniston interpreta uma ninfomaníaca da pior espécie. Tais elementos se mostraram curiosos e deram apoio ao resultado final.

A continuação já começa errada em seu título. Dessa vez, o trio decide iniciar seu próprio negócio. Para isso criam um produto revolucionário, um chuveiro que jorra xampu e condicionador em seu usuário. Tudo o que eles precisam agora é de um investidor, alguém que compre sua ideia e a distribua, enquanto fabricam os pedidos aos montes. E eles encontram, na forma de pai e filho figurões. Christoph Waltz (Django Livre) e Chris Pine (Star Trek – Além da Escuridão) são os novos tratantes, que precisam ser “eliminados” depois de prejudicar os protagonistas.

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O plano agora não é assassinato, mas sequestro. A situação é impulsionada quando o herdeiro do império (Pine) decide colaborar com os infratores inexperientes para destronar o pai. Embora desnecessárias para a trama, o filme reutiliza as presenças de Jennifer Aniston como a dentista Julia, Jamie Foxx como o pseudo-criminoso “Ferra-Mãe” e Kevin Spacey como o encarcerado Harken. Para a sequência, tais personalidades não iriam ficar de fora do filão, apesar de apenas reprisarem gags e ideias recicladas do original.

Aliás, reciclagem é a palavra de ordem aqui. Quero Matar Meu Chefe 2 é uma repetição desavergonhada do original, que espreme toda a graça e o mínimo de diversão presentes do original. Aqui o roteiro investe pesado na idiotice de seus personagens (em especial Sudeikis e Day, que parecem não dar uma dentro) e no humor cansado, como a comédia visual na cena de abertura, na qual através do chuveiro vemos pelas sombras um ato impróprio mal interpretado. Humor datado lá de 2002, com Austin Powers em O Homem do Membro de Ouro.

Crítica | As Aventuras de Paddington

Criação do britânico Michael Bond ganha um gracioso filme em live-action

A primeira aparição do ursinho Paddington foi em 1958. Criado pelo inglês Michael Bond, o personagem se tornou sucesso em seu país, protagonizando uma série de livros infantis. Você muito provavelmente, mesmo que não tenha se dado conta, já deve ter visto a imagem do ursinho de chapéu e casaco de chuva (muito útil, já que suas aventuras se passam na chuvosa Londres). O longa-metragem do simpático ursinho é uma coprodução entre França e Reino Unido.

O curioso é que a campanha de marketing para a divulgação da obra infantil quase saiu pela culatra. O público (em parte os chamados trolls da internet) achou a imagem do ursinho parado encarando, de roupa, chapéu e mala, muito creepy (ou perturbadora) e começou a vender essa ideia. Logo, o ursinho virou um meme, que ao invés de impulsionar sua imagem fofa e inocente, trazia a criaturinha ao lado de massacres e vilões assustadores, tudo para enfatizar sua qualidade desconcertante.

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O resultado do filme, no entanto, não poderia ser mais oposto. A figura de Paddington nos conquista imediatamente. No filme, conhecemos a origem do ursinho nas florestas do Peru, vivendo ao lado da tia Lucy (voz de Imelda Staunton no original) e do tio Pastuzo (voz de Michael Gambon no original). Já o protagonista recebe a dublagem de Ben Whishaw no original e de Danilo Gentili na versão brasileira. Após um acidente, que destrói os sonhos da família se mudar para Londres, o pequeno animal falante precisa viajar sozinho.

Chegando à fria cidade inglesa, o bichinho é tratado como um imigrante pedinte e desabrigado, um dos interessantes paralelos traçados pela obra. As Aventuras de Paddington é um filme infantil com diversas referências espertas o suficiente para trazer sorriso ao rosto dos pais, sem que estes fiquem checando o relógio de tempos em tempos. Não chega a ter a dinâmica a jato de Uma Aventura Lego, tampouco é bobinnho e vazio como Os Smurfs.

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São diversas gags visuais, trocadilhos e tiradas permeando os 95 minutos de exibição. Sozinho na estação de trem londrina, cujo nome serve para seu batismo humano, o urso conquista a família Brown. Levado inicialmente para passar apenas uma noite, a presença do peludo protagonista vai cativando um a um todos os membros desta irregular família. Obviamente, em seu todo, As Aventuras de Paddington possui uma estrutura muito familiar, que remete ao clássico oitentista E.T. – O Extraterrestre. Ou seja, a trama da criatura que chega para preencher uma lacuna ou ajustar uma estrutura.

É nas entrelinhas que o filme ganha, assim como todos que não utilizam a originalidade no roteiro, mas sim a criatividade. Paddington entrega momentos para a criançada, com o ursinho aprontando todas, igualmente satisfazendo os mais velhos com inúmeros detalhes em sua produção, como uma ótima direção de arte, efeitos de qualidade, e atuações mais empenhadas do que esperaríamos para um filme como este. Dentre as quais destacam-se as de Hugh Bonneville (da série Downton Abbey) como o severo e bonachão patriarca Sr. Brown, Julie Walters (Mamma Mia!) como a desmiolada Sra. Bird, e a estrela Nicole Kidman, no papel da eficiente vilã Millicent. Sally Hawkins (indicada ao Oscar por Blue Jasmine) e Jim Broadbent (vencedor do Oscar por Iris) completam o elenco.

Crítica | Caçada Mortal

Liam Neeson volta para o seu chute no traseiro semestral

Liam Neeson é um ator irlandês profissional, treinado por uma companhia de teatro, indicado ao Oscar em 1994 por A Lista de Schindler. Após trabalhos sérios e dramas de época, foi descoberto pela cultura pop (ou redescoberto, se levarmos em conta sua primeira investida com Darkman, em 1990) em Star Wars: A Ameaça Fantasma (1999) e A Casa Amaldiçoada (1999), culminando em Batman Begins (2005). Porém, foi em 2008, aos 56 anos, que Neeson se tornaria um dos mais eficientes protagonistas da atualidade para filmes de ação e suspense comercial.

Foi com Busca Implacável, um dos melhores do pacote, que o ator patenteou seu caminho como o herói (muitas vezes o anti-herói) que todos queríamos ao lado na hora em que “o caldo engrossa”. Na época, sua participação no thriller recheado de adrenalina, produzido por Luc Besson, soou fora de lugar. Hoje, estamos acostumados e felizes em ganhar o exemplar semestral, que traz Neeson distribuindo muitos sopapos. Embora seus personagens em tais filmes não difiram muito um do outro, os roteiros fazem questão de nos surpreender com reviravoltas e situações recheadas de tensão e ação.

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Neste repertório, temos os eficientes Desconhecido (2011), A Perseguição (2012) e o recente Sem Escalas (2014), todos fazendo uso dos principais elementos de filmes assim, grande diversão e forte valor de entretenimento. Neeson já precisou sobreviver às adversidades na natureza gelada, perdeu a memória, teve a identidade roubada e ficou preso num voo comercial com um psicopata. Agora, o durão e novo ator-personagem está do lado oposto da lei, na companhia de criminosos e assassinos em série.

Baseado no livro de Lawrence Block, o ator vive Matt Scudder, policial alcoólatra envolvido numa tragédia durante uma investida contra criminosos. Após a desgraça, o protagonista ganha a vida com serviços particulares, o que o leva diretamente até seu novo caso envolvendo um rico traficante. O sujeito teve a esposa sequestrada e assassinada, e somente Neeson pode encontrar os verdadeiros culpados, já que sua fama o precede.

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Caçada Mortal é meio noir, meio drama e thriller. Possui um teor único em relação aos outros filmes do ator no gênero. É mais cru e realístico, utilizando cenas de violência semi explícitas. Psicopatas trabalham na área, sequestrando, torturando e matando as mulheres ou familiares de criminosos. Ao contrário dos outros da lista recente do ator, o filme quase não utiliza as esperadas cenas de ação, perseguição de carros e tiroteios. Como dito, Caçada Mortal é mais intimista e enquadra-se como suspense investigativo.

A direção é de Scott Frank, do elogiado O Vigia (2007), com Joseph Gordon-Levitt. Embora banhando na estrutura dos clichês do gênero, Caçada Mortal funciona bem na criação do clima e na preparação do que está por vir. Como um satisfatório faroeste, o roteiro vai plantando durante toda a projeção o que personagens de lados opostos em uma disputa são capazes de fazer, para que no final, quando finalmente ganharmos o anunciado embate entre grandes forças em colisão, as apostas sejam muito altas.

Crítica | Homens, Mulheres e Filhos

Novo trabalho do talentoso Jason Reitman tem sabor de filme educativo

Até o momento, o cineasta Jason Reitman continua como um dos talentos mais interessantes saídos do cinema americano na última década.  Talvez seja cedo, no entanto, para saber se o diretor realmente deixará sua marca no mundo da sétima arte com um exímio legado. Até mesmo os grandes, como Spielberg, Scorsese, Hitchcock e Woody Allen possuem suas escorregadas na carreira, o que não diminui o pensamento geral sobre eles. Como Reitman irá se posicionar só o tempo dirá.

O cineasta descendente de indiano M. Night Shyamalan igualmente chegou ao mundo da sétima arte causando estrondo. Seus quatro primeiros trabalhos ainda são cultuados, porém, atualmente o diretor é considerado por muitos um charlatão. Tá certo que mesmo as últimas derrapadas de Reitman não são nem de perto coisas do nível de Fim dos Tempos (2008) ou A Dama na Água (2006). No entanto, é inegável que Reitman vem perdendo, de certa forma, a mão para histórias humanas e de forte teor irônico e amargo.

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Depois de uma ótima largada, com filmes como Obrigado por Fumar (2005), Juno (2007), Amor Sem Escalas (2009) – esses dois últimos com o aval do Oscar – e ouso colocar Jovens Adultos (2011), o diretor parece sem o mesmo gás. Em 2013, lançou o açucarado Refém da Paixão (que estreou este ano no Brasil). Com todo jeito de uma produção baseada em Nicholas Sparks, até mesmo o próprio Reitman andou se desculpando pelo filme, sem necessidade, diga-se. A “culpa” pode estar em suas escolhas de material.

Passando do açucarado para o fragmentado, Reitman escolhe como seu novo projeto este Homens, Mulheres e Filhos. Trata-se de diversas micro-histórias formando a narrativa da obra, todas apresentando a temática “mazelas trazidas por um mundo informatizado e virtual”. Em um aspecto o diretor continua no topo, ainda consegue trazer nomes de respeito, ou simplesmente grandes, para seu currículo. Aqui, o maior deles é o de Adam Sandler, precisando dar mais uma guinada em sua carreira depois de uma deplorável temporada entregando alguns dos piores filmes dos últimos anos.

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Mais uma vez o comediante se sai bem num papel sério (é só checar sua ficha em filmes como Embriagado de Amor, Reine Sobre Mim e Espanglês), fazendo uso de uma atuação contida e minimalista. Na realidade, Sandler é um dos melhores em cena. De barba para compor Don Truby, o ator interpreta um homem cujo casamento está por um fio. Na grande terra das coincidências, ele e sua esposa (vivida por Rosemarie DeWitt) buscam relações extraconjugais através da internet.

Todo narrado por Emma Thompson, temos ainda as subtramas envolvendo uma mãe extremamente controladora e assustada (Jennifer Garner), um jovem casal recém-formado (Ansel Elgort e Kaitlyn Dever – um dos pontos mais interessantes do filme) e uma mãe que perde o controle na divulgação da carreira de modelo da filha (Judy Greer, em outra boa subtrama). Apesar de manter o interesse no percurso, nada é verdadeiramente memorável e a promessa é de esquecermos a obra logo depois. Tudo é aparentemente reciclado e poderíamos fazer comparações com outros filmes de mesmo foco, se subtrairmos o elemento “internet”. Se quiser uma produção muito mais urgente sobre tal tema, opte pelo subestimado Confiar (2011), com Clive Owen.

Crítica | Uma Noite de Crime 2 – Anarquia

Depois do sucesso inesperado do primeiro filme, uma continuação para este instigante argumento era certa: nos Estados Unidos, uma vez por ano, as pessoas estão livres para cometerem crimes e qualquer atividade ilegal, sem cair nas garras do sistema judiciário. Intitulado “Expurgo”, na seara do filme, este foi o caminho que os governantes encontraram para diminuir a taxa de criminalidade durante todo o ano, promovendo um dia de “carnavalização” no país. Durante 24 horas, tudo pode acontecer. Focando um grupo distinto e mantendo poucas relações com a trama do primeiro filme, Uma Noite de Crime 2 – Anarquia toca em temas caros para a política e a vida na sociedade atual: corrupção, pirâmide social, direito de expressão, dentre outras abordagens que tentarei explicitar ao longo do texto.

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O filme começa em 21 de março de 2022, algumas horas anteriores ao expurgo. Funcionárias de uma lanchonete dialogam sobre o que pretendem fazer durante este período de confinamento, enquanto a montagem alternada trata de ir apresentando outros personagens: um casal ansioso para chegar em casa e se proteger da situação, mascarados nas ruas aguardando a liberação para o banho de sangue e violência, um homem misterioso em busca de vingança (seu filho foi uma vítima de atropelamento e, consequentemente, do sistema, que não penalizou o culpado) e um curioso fanático político-religioso que declama preces e rasga o verbo na televisão, denunciando o conceito corrupto por trás do expurgo.

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Assim que o Estado libera a criminalidade por 24 horas, os problemas obviamente começam: uma das garçonetes, destaque do elenco, chega em casa, confina-se com a filha e o pai, mas logo adiante descobre que este será uma das vítimas de uma família rica e eventualmente criminosa (alguma similaridade com O Albergue não é mera coincidência, é referência mesmo). O misterioso homem em busca de vingança segue pelas ruas sedento por sangue, encontra outros personagens em busca de proteção, como o casal apresentado nos primeiros momentos, desesperados, pois infelizmente o carro foi sabotado pelos mascarados que aguardavam a liberação do expurgo. O roteiro, então, trata de reunir estes personagens, criar uma narrativa tensa e com algumas surpresas, dentre elas, uma família disfuncional. O discurso promove uma reflexão sobre uma sociedade onde as máscaras caem (metaforicamente, porque no filme há muitos anarquistas assustadoramente mascarados), através de um processo discursivo baseado numa ficção que representa valores antagônicos ao que ao longo do tempo se convencionou chamar de utopia. Sendo assim, Uma Noite de Crime 2 – Anarquia pode ser considerado um filme no panorama das distopias cinematográficas.

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No que tange aos aspectos técnicos, o filme garante um ótimo espetáculo visual para os amantes do gênero suspense: a montagem frenética, um roteiro que apresenta os seus personagens de forma básica, mas o suficiente para que criemos a sensação de proximidade, e, por conseguinte, a catarse. Por ser uma produção de Michael Bay, que bancou a eficiente refilmagem de O Massacre da Serra Elétrica, o suspense é orquestrado por uma trilha angustiante, bem como um cuidadoso trabalho de som. As atuações seguem o padrão, na medida, com alguns personagens caricatos, mas que não prejudicam a oxigenação da narrativa. A direção de arte e o trabalho de fotografia se preocupam bem em manter o clima, principalmente ao utilizar a paleta de cores selecionadas para o filme de maneira equilibrada, pintando os seus personagens e ambientes de acordo com as cores que lhe são convenientes. A direção e o roteiro continuaram nas mãos de James DeMonaco.  A produção, por sinal, foi realizada com ajuda do sistema de incentivo fiscal da Califórnia, saindo do esquema dos grandes estúdios.

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Duas observações relevantes se fazem necessárias para complementar meu ponto de vista sobre o filme: no caminho para casa, serviços de segurança são oferecidos por transeuntes. Diante disso, um questionamento surge: se o Estado oferece proteção, porque somos obrigados a contratar serviços particulares? Aqui no Brasil, por exemplo, há condomínios ou até moradores  de determinado aglomerado social que contratam seguranças particulares para sinalização de possíveis ataques criminosos. O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, por exemplo, apresenta esta situação de maneira bastante crítica. E não é preciso ir ao cinema para confirmar isso: eu, como cidadão, já fui pagante de segurança da rua onde morava há exatos dez anos, tamanha a onda de assaltos que o local apresentava constantemente naquele período, situação que se agravou, por sinal, nos dias atuais. Atualmente, a revista Veja publicou que no Brasil, o crime mata mais que as mortes da atual onda de guerra da Faixa de Gaza: verdade ou exagero de uma publicação detidamente partidária, o crime é uma realidade cada vez mais assustadora e Uma Noite de Crime 2 – Anarquia questiona o sistema e a relação dos cidadãos com as leis, punição, etc. A outra questão é uma reflexão que parte de um dos personagens do filme, o fanático político-religioso, que afirma serem “os pobres a morrerem e os ricos a lucrarem”.

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Com a queda da criminalidade e a liberação do crime uma vez ao ano, as pessoas se contém durante 364 dias, liberando a sua energia criminosa e a tendência para o crime durante 24 horas, mas neste painel, os pobres, que não possuem dinheiro para se defender, morrem ou são vítimas de assaltos, enquanto os ricos estão protegidos em suas fortalezas. O Estado, normalizando a sociedade ao excluir “itens” que custam caro ao governo, lucra, os ricos lucram e todos os habitantes do topo da pirâmide social se dão bem. A partir daí, a discussão adentra campos como a sociologia, economia, ciências políticas e até mesmo a Psicanálise. Deixo o caminho reflexivo, caro leitor, sinalizado, caso queira trilhar. Aqui, infelizmente, não teremos este espaço, tamanha a densidade deste tipo de argumentação e discurso.

Ao assistir a este filme, um aparente suspense simplório de perseguição e crimes, somos remetidos a várias outras produções que já trataram do assunto, mas há uma relação oriunda dos primórdios do cinema que merece destaque. Metrópoles, do alemão Fritz Lang. A narrativa em ritmo de distopia já questionava parcialmente esta relação de pirâmide social, anarquia e descontentamento, através de enquadramentos oblíquos e jogo de sombras. Na década de 1980, especificamente no último ano, a cantora Madonna, sob a direção astuta de um David Fincher iniciante, recria o clima do filme de Fritz Lang, através do videoclipe da canção Express Yourself, um dos maiores sucessos da sua carreira. Diferente do filme, que promove um final onde as soluções são encontradas e a sociedade entra em equilíbrio, Madonna prefere dar um ar contemporâneo e mais realista, mostrando que a luta de classes é a sina da humanidade, reconfigurando o filme. Percebemos, desta forma, que a temática é retroalimentada constantemente, seja no campo do cinema, do videoclipe ou da televisão: metalinguagem em profusão, promovendo muitas reflexões ao longo da história do audiovisual.

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Uma Noite de Crime possui um argumento astuto e se continuar nas mãos de produtores inteligentes, pode ganhar uma versão anual ou bianual. O tema é reconfigurado na mídia constantemente, basta cada continuação focar em um nicho da sociedade, manter o clima de tensão e debater, mesmo dentro do espetáculo violento, os tais temas caros explicitados na abertura desta reflexão. Produtores: fica a dica. E para aqueles que questionarem as possibilidades de uma narrativa em tom seriado, deixo a indagação: não somos brindados por James Bond, mesmo com algumas atuações vergonhosas e de roteiro forçado, há tantas décadas? E mais: diferente do convencional, este filme consegue ser tão interessante, talvez até melhor que o primeiro filme, algo raro na indústria cinematográfica lotada de continuações pífias e caça-níquéis, principalmente no âmbito do gênero suspense/terror, que geralmente adora ressuscitar assassinos em série mortos, forçar a barra com espíritos que não são exorcizados mesmo depois de vários rituais ou um mentor psicótico que conseguiu realizar a rede de crimes mais inverossímil, rizomática e exagerada da história do cinema: Jogos Mortais, alguém lembra?

Palavras e Imagens

(Words and Pictures)

 

Elenco: Clive Owen, Juliette Binoche, Bruce Davison, Navid Negahban, Amy Brenneman, Valerie Tian.

Direção: Fred Schepisi

Gênero: Comédia Romântica

Duração: 111 min.

Distribuidora: Sony Pictures

Orçamento: R$ — milhões

Estreia: Nas Locadoras – Dezembro de 2014

Sinopse: 

Jack Marcus (Clive Owen, Melhor Ator Coadjuvante, Closer, 2004) é um ex-astro literário que batalha para manter seu novo emprego como professor de inglês em uma escola preparatória. Quando Dina Delsanto (Juliette Binoche, Melhor Atriz Coadjuvante, O Paciente Inglês, 1996), uma pintora e professora de arte abstrata, chega no campus e faz com que as paixões de Jack, tanto por Dina quanto pela arte de escrever se revigorem. Com a avaliação de desempenho se aproximando, Jack tem a ideia de realizar uma competição entre seus alunos e Dina, uma batalha entre palavras e imagens, que ele espera inspirar as crianças e salvar seu emprego.

Curiosidades: 

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Trailer:

Cartazes: 

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Crítica em Vídeo | ‘Boa Sorte’, ‘De Volta ao Jogo’ e ‘O Casamento de Gorete’

Acaba de sair do forno a nova edição do CineAgenda, vídeo apresentado pelo editor Renato Marafon com as estreias deste final de semana (28 de Novembro).

Toda semana, vamos informar sobre os lançamentos e comentá-los.

Boa Sorte

Boa Sorte ‘é a história do encontro de João e Judite. Ele, um adolescente de 17 anos, que se sente invisível. Ela, uma mulher de 30 anos que já experimentou de tudo. Judite não tem muito tempo de vida e os dois sabem disso. Em uma clínica de reabilitação, eles vivem um amor intenso e transformador.

De Volta ao Jogo

O ex-assassino de aluguel John Wick (Keanu Reeves) é forçado a voltar a ação quando um jovem e sádico criminoso aparece em sua vida. John usa então todas as habilidades e crueldade que o tornaram uma lenda do submundo para caçar seu adversário.

O Casamento de Gorete

Gorete, é uma popular apresentadora de rádio, que recebe uma herança de seu pai, há anos ausente em sua vida, porém para receber tal herança, surge a condição de casar-se. Para isso, Gorete e suas duas melhores amigas: Domitila e Marivalda, preparam um torneio para achar o par ideal, por outro lado Gorete nunca conseguiu esquecer o grande amor de sua juventude.

“Nunca usamos Debi e Lóide como referência”, diz Leandro Hassum sobre ‘Os Caras de Pau’

Os atores, produtores e diretor da comédia ‘Os Caras de Pau em O Misterioso roubo do Anel participaram de uma coletiva de imprensa em São Paulo, nesta segunda-feira (1º).

Estavam presentes os protagonistas Leandro Hassum, Marcius Melhem e a bela Christine Fernandes, o diretor Felipe Joffily e os produtores Bruno Mazzeo e Augusto Casé.

Mais divertida que o filme, a coletiva deu espaço para Hassum brilhar com seu humor de sempre. 17 quilos mais magro após uma cirurgia bariátrica, o ator já começou a entrevista com uma piada, dizendo que ele e o Melhem se conheceram há 14 anos em “uma sauna”.

Depois, Hassum demonstrou uma pitada de ciúmes ao pedir para o amigo falar sobre a nova parceria com Marcelo Adnet, em um programa de humor.

Sobre a produção, a dupla revela que a ideia de adaptar a série aos cinemas veio do filho do produtor Bruno Mazzeo, João.

“Tudo começou porque tínhamos vontade de fazer um filme dos Caras de Pau, mas nunca encontramos o caminho ou alguém que topasse. Até um dia que o Bruno nos ligou com a proposta. Na verdade, ele foi um pouco egoísta com a gente. Ele fez tudo isso por culpa do João [filho de Mazzeo], que era o grande fã da série”, brincou Melhem.

Questionados pelo CinePOP se haviam se inspirado em ‘Debi & Lóide‘ para compor seus personagens abobados e brincalhões, Hassum e Melhem negaram.

“Foi legal você falar no Debi e Lóide porque foi uma referência que a gente nunca usou. Risos. Eles na verdade já são inspirados em outros personagens. E a gente usou de inspiração outros comediantes clássicos, que vem lá da ‘Commedia Dell’arte’ (comédia no teatro popular famosa no século XV na Itália), como O Gordo e o Magro, e Dean Martin e Jerry Lewis. Tudo que vem depois é inspirado nesses mestres. Mas Débi e Lóide não. Adoro eles, mas nunca tinha pensado como referência”, afirmaram Hassum e Melhem.

Com muito bom humor, os atores ainda brincaram sobre a operação de Hassum. Questionados sobre os boatos de que a produção do longa teria ficado brava por ele ter emagrecido e atrapalhado a divulgação do filme, negaram.

“Agora quero ser galã”, brincou Hassum. “Mas gente, esse boato é mentira. O filme foi filmado há um ano, não tem nada a ver”, concluiu.

“E uma coisa importante: o Leandro não vai ficar magro, tá, gente? Ele tem os ossos grandes. Não tem como lixar os ossos”, brincou Melhem. “Não vou? Porra. Gastei a maior grana com essa cirúrgia”, completou Hassum, levando todos ao riso.

No longa, Pedrão e Jorginho (Marcius Melhem e Leandro Hassum) são seguranças contratados de um importante museu e acabam envolvidos em uma grande confusão após serem acusados do roubo do anel mais valioso do mundo. A joia é herança de família da socialite Gracinha de Medeiros (Christine Fernandes). Ninguém parece mesmo acreditar na dupla, que passa a ser perseguida por mafiosos portugueses, ninjas implacáveis e toda polícia.

A Imagem Filmes lança a comédia no Brasil dia 25 de Dezembro.

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Crítica | Nós Somos as Melhores

A rebeldia do jovem nasce e cresce na explosão dos sentimentos agudos, na simples e vital inquietação de não poder fazer tudo. Baseado em um quadrinho, situado na década de 80, de Coco Moodysson, o longa-metragem sueco Nós Somos as Melhores fez um grande sucesso em muitos festivais Indie que participou nesses últimos meses. Dirigido pelo cineasta Lukas Moodysson, o filme é um grito da juventude, em plena época do nuggets de torradeira, guiada por uma trilha sonora ligada nos altos decibéis do punk rock europeu. É um filme que deve agradar a todos os públicos, possui ritmo e uma genuinidade transparente que transborda na telona.

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Em uma época em que o Punk domina a programação das rádios no velho continente, duas meninas de 13 anos, com um ar bem rebelde, resolvem formar uma banda de rock and roll e escrever canções sobre situações que vivem no seu dia a dia. Como elas não tem nenhuma instrução musical, resolvem adicionar uma outra jovem, com grande talento no violão, ao grupo. Assim, as 3 meninas embarcam em dias de descobertas tendo sempre a música como plano de fundo.

Nós Somos as Melhores se encaixa naquele tipo de filme que o público logo nota ser atemporal, isso aproxima demais o espectador da história. A cena onde as meninas se metem numa confusão em um festival de música, mostra uma crítica profunda a uma sociedade que limitava sonhos mas que nunca deixava de sonhar. A sociedade se remodela, o método miojo de comunicação instantânea chegou dominando, mas aquele sentimento próprio do ser humano de tentar encontrar seu caminho é algo que está dentro de nós. O filme bate nessa tecla o tempo todo.

Vi är bäst! Foto: Sofia Sabel

Os pensamentos imaturos e o seu modo de expressão viram uma mistura cômica e cheia de atitude na condução de Mooddysson. A fragilidade, oriundo da idade das protagonistas, dá um sobretom verdadeiro às atitudes. Gritando por uma liberdade precoce, elas se sentem livre, vivem essa rebeldia contagiante, abrem um sorriso ao destino e acabam redesenhando sua própria história. Não percam Nós Somos as Melhores! Bravo!

Homem-Aranha 2

(Spider-Man 2)

 

Elenco: Tobey Maguire (Peter Parker/Homem-Aranha); Kirsten Dunst (Mary Jane Watson); James Franco (Harry Osborne); Rosemary Harris (Tia May); J.K. Simmons (J. Jonah Jameson).

Direção: Sam Raimi

Gênero: Ação

Distribuidora: Columbia Pictures

Estreia: 02 de Julho de 2004

Sinopse: Se passaram dois anos, e Peter Parker (Tobey Maguire) encara novos desafios na medida em que luta com ‘o dom e a maldição’, desesperadamente tentando equilibrar sua dupla identidade, como o super-herói ‘Homem-Aranha’ e sua vida como um universitário normal. Atormentado por seus segredos, Peter descobre que seus relacionamentos com todos aqueles que estima correm perigo de se desatarem. Seus sentimentos por Mary Jane (Kirsten Dunst) se tornam ainda mais fortes enquanto ele luta contra o impulso de revelar sua vida secreta e declarar seu amor. Sua amizade com Harry Osborn (James Franco) se complica devido à amargura do jovem Osborn pela morte de seu pai e seu crescente espírito de vingança contra o ‘Homem-Aranha’. Até mesmo a querida Tia May (Rosemary Harris), que tem passado por momentos difíceis desde a morte do Tio Ben, começa a ter dúvidas sobre seu sobrinho.

A vida de Peter Parker está prestes a se tornar ainda mais complicada quando ele encontra um novo inimigo, o Dr. Octopus (Alfred Molina). Peter precisa usar todos os poderes a sua disposição para tentar parar este diabólico maníaco em sua vingança diabólica.

 
Crítica: 9,5

Após uma ansiosa espera e uma grande tortura feita pela equipe de marketing da Sony (você sabe, aqueles trailers que deixam-nos morrendo de vontade de assistir ao filme), chega aos cinemas (uhu!) ‘Homem-Aranha 2’. Sabem o que tenho a dizer? Meu Deus… Que filme!

‘Homem-Aranha 2’ é incrível, estupendo, maravilhoso, blá blá blá.

Se passaram dois anos, e Peter Parker encara novos desafios na medida em que luta com ‘o dom e a maldição’, desesperadamente tentando equilibrar sua dupla identidade, como o super-herói ‘Homem-Aranha’ e sua vida como um universitário normal. Atormentado por seus segredos, Peter descobre que seus relacionamentos com todos aqueles que estima correm perigo de se desatarem. Seus sentimentos por Mary Jane se tornam ainda mais fortes enquanto ele luta contra o impulso de revelar sua vida secreta e declarar seu amor. Sua amizade com Harry Osborn se complica devido à amargura do jovem Osborn pela morte de seu pai e seu crescente espírito de vingança contra o ‘Homem-Aranha’. Até mesmo a querida Tia May, que tem passado por momentos difíceis desde a morte do Tio Ben, começa a ter dúvidas sobre seu sobrinho.

A vida de Peter Parker está prestes a se tornar ainda mais complicada quando ele encontra um novo inimigo, o Dr. Octopus. Peter precisa usar todos os poderes a sua disposição para tentar parar este diabólico maníaco em sua vingança diabólica.

Como o diretor Sam Raimi havia prometido, o segundo filme vai além de tudo o que vimos no primeiro. Os personagem são explorados à fundo, suas personalidades ressaltam na tela, e você torce por eles. Os atores estão incrívelmente à vontade em seus papéis, e a atuação fica mais realista.

E, mesmo conseguindo explorar a trama, o filme ainda tem o dobro de ação que o primeiro tinha, cenas de tirar o fôlego, efeitos especiais incríveis (só que desta vez ainda mais incríveis) e um vilão mais convincente.

A direção de Sam Raimi (‘Homem-Aranha’, ‘Evil Dead’) é maravilhosa, o diretor consegue fazer coisas incríveis com a câmera, deixando o filme ainda mais real e envolvente.


Cartazes:

Fotos:

 

 

 

EXCLUSIVO: Assista a uma cena do romance ‘Uma Promessa’, com Rebecca Hall

O CinePOP divulga, com EXCLUSIVIDADE, uma cena legendada do romance ‘Uma Promessa‘ (A Promise).

Assista, com o trailer:

Baseado no romance de Stefan Zweig, “Journey into the Past”, ‘Uma Promessa‘ conta a história de um jovem diplomata, que ingressa no serviço administrativo em uma usina siderúrgica e por conta do seu bom trabalho, seu patrão, um homem severo e mais velho, o contrata para o posto de secretário particular. Conforme os dias passam, ele conhece e se aproxima da esposa do seu patrão, apaixonando-se perdidamente por ela. Sem revelar seus sentimentos, é mandado para o México, repentinamente, ficando longe da sua amada. Ao anunciar sua partida, a mulher entra em desespero, realizando que ambos se amam. Assim, eles fazem uma promessa de amor: após dez anos, ele irá retornar e eles ficarão juntos.

Patrice Leconte dirige. O elenco conta com Rebecca Hall (‘Homem de Ferro 3’), Alan Rickman (Harry Potter e as Relíquias da Morte) e Richard Madden.

O longa já está em exibição nos cinemas nacionais.

Shia LaBeouf afirma ter sido estuprado

Shia LaBeouf não para de causar… A polêmica desta vez é que ele afirma ter sido violentado sexualmente durante sua própria exibição de arte.

O ator criou uma exibição intitulada ‘#IAmSorry‘ (Eu Sinto Muito), na qual ele ficava sentado em silêncio ao longo de cinco dias em uma sala fechada dentro de uma galeria de arte, no último dia dos namorados norte-americano, que aconteceu dia 14 de fevereiro.

As pessoas podiam entrar na sala para ver o ator em sua “meditação”. Porém, uma mulher aproveitou “a deixa” para abusar do rapaz…

“Eu estava sentado durante o meu trabalho artístico quando uma mulher entrou e começou a chicotear as minhas pernas por uns dez minutos, e depois começou a me despir. Depois ela me estuprou, e foi embora com o batom todo borrado. Seu namorado estava do lado de fora, viu toda a situação, e não se manifestou a meu favor”, afirmou em entrevista ao jornalista Aimee Cliff.

LaBeouf revelou que não se defendeu do estupro devido ao trabalho que estava fazendo, em que prometeu se manter em silêncio.

“Foi traumatizante e doloroso”, concluiu.

O ator se envolveu em outra polêmica recentemente, durante a première de ‘Ninfomaníaca – Volume I‘, no Festival de Berlim. Ele surgiu no tapete vermelho com um saco de papel cobrindo sua cabeça. O saco trazia o seguinte slogan: “Eu não sou mais famoso”.

Durante a coletiva de imprensa, o ator saiu do local antes das entrevistas serem encerradas e soltou a frase: “Quando as gaivotas seguem a traineira, é porque pensam que as sardinhas serão lançadas ao mar. Muito obrigado“.

O ator já havia anuncia em seu Twitter em Janeiro que estava se “aposentando de toda vida pública”. LaBeouf disse que tomou essa decisão “considerando os recentes ataques contra a minha integridade artística”, informação que depende de alguma contextualização.

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Crítica | De Volta ao Jogo

Keanu Reeves segue ensaiando seu retorno

Vocês conhecem Keanu Reeves. De ator juvenil, ele atingiu os holofotes de verdade em 1994, com o hit Velocidade Máxima (antes de Matrix). Obviamente, Reeves já havia aparecido em outras tantas produções, mas foi no filme de Jan de Bont (diretor de fotografia transformado em cineasta) que o ator se tornou um verdadeiro leading man. Daí seguiu protagonizando em filmes de sucesso variados (e fracassos) no terreno do drama, romance, suspense e ficção.

A segunda grande explosão (essa maior), como todos sabem veio com Matrix (1999) e suas continuações (2003). Depois da grande exposição, Reeves foi aos poucos (intencionalmente ou não) se distanciando dos radares, trabalhando apenas em produções independentes (muitas nas quais apenas coadjuvava) e dando origem a diversas especulações sobre sua vida pessoal desapegada e, de certa forma, triste. Todos conhecem o meme do “sad Keanu”.

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Retornando do seu “tempo de descanso”, Reeves lançou ano passado o ambicioso 47 Ronins, da Universal. Além da grande produção, o ator decidiu investir também na direção, estreando com O Homem do Tai Chi, novamente abordando sua forte paixão pela cultura asiática e de artes marciais. Apesar do retorno em grande estilo, nenhum dos dois filmes obteve o sucesso esperado. Agora, Reeves tenta novamente com De Volta ao Jogo, filme mais direto, que aborda um tema clássico: a vingança.

No thriller do estreante Chad Stahelski (supervisor de cenas de ação em grandes projetos, como Jogos Vorazes, Wolverine e Os Mercenários), Reeves é John Wick. O sujeito trágico lamenta a perda recente da esposa, vítima de uma doença fatal. A cena inicial, com o protagonista tendo que reaprender o dia a dia sem a companheira, é digna do mais devastador drama. Para completar o teor melancólico, sua falecida mulher lhe envia do “túmulo” um animalzinho de estimação, na forma de um filhote de beagle – mais gracinha impossível.

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Sabemos que o momento “ternura” irá durar pouco, afinal “John Wick” (título original) é filme de macho. Logo, criminosos russos invadem a sua casa, espancam-no e, se você já viu o trailer sabe o que acontece ao animalzinho. O comandante da operação é o filho de um poderoso rei do crime da cidade, interpretado por Alfie Allen (da série Game of Thrones). Infelizmente para todos os envolvidos, o prejudicado na história é John Wick, o matador mais casca-grossa do pedaço. O sujeito inclusive trabalhava para o pai do vilãozinho. Como ele nunca ficou sabendo do fato não me pergunte.

Agora será um salve-se quem puder, quando Wick desenterrar suas armas do concreto no chão de sua casa e partir para a pura e simples vingança, afinal esses sujeitos tiraram sua última lembrança da esposa. De Volta ao Jogo, como dito, utiliza uma estrutura clássica de roteiro, que é fundação para o gênero do faroeste, por exemplo. A do homem mau, que desistiu da vida ruim, mas é forçado a voltar a ela por uma última vez. Misturada está a trama de vingança, que é tanto utilizada com o “homem comum” (Desejo de Matar), quanto com o “matador aposentado” (o recente O Protetor).

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O filme encontra sua virada na “não seriedade”. De Volta ao Jogo é estilizado, quase ao ponto de não ser levado totalmente a sério. As cenas de ação, com Reeves entrando em boates e matando tanto quanto os “exércitos de um homem só” dos anos 1980, lembram um vídeo game. Reeves se movimenta rapidamente, mas o foco é na camisa branca que nunca é suja de sangue (somente ao final, para ganharmos a gag com a lavanderia).

Os personagens são caricatos, temos o amigo matador veterano (Willem Dafoe), o educado porteiro de um hotel de assassinos (Lance Reddick) e a sexy e letal homicida (Adrianne Palicki). Tudo remete ao universo das HQs, embora “John Wick” seja uma ideia “original”. O resultado final não fica lá nem cá, e o filme não emerge totalmente numa seriedade crua, tampouco é cartunesco o suficiente (embora cambe mais para este lado).

Elsa & Fred

(Elsa and Fred)

 

Elenco: Shirley MacLaine, Christopher Plummer, Marcia Gay Harden, Scott Bakula

Direção: Michael Radford

Gênero: Romance

Duração: 104 min.

Distribuidora: Diamond Filmes

Orçamento: R$ — milhões

Estreia: 27 de Novembro de 2014

Sinopse: 

Em “Elsa & Fred“, Shirley MacLaine e Christopher Plummer, os veteranos astros do cinema, dirigidos por Michael Radford (O Carteiro e o Poeta, O Mercador de Veneza) dão sotaque inglês à comédia romântica sobre o amor na terceira idade e sobre viver bem em todas as idades. Elsa sonha há anos em reviver a célebre cena de Anita Ekberg na Fontana di Trevi, imortalizada na história do cinema por Federico Fellini em “A Doce Vida” (1960). Mas não podia imaginar que seu novo vizinho, o desanimado Fred, pudesse ser o seu Marcello Mastroianni.

Curiosidades: 

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Trailer:

Cartazes: 

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Crítica | Os Amigos

As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável. Exibido no Festival de Gramado do ano passado e com algumas passagens em outros festivais aqui no Brasil, o simpático filme Os Amigos é uma fábula moderna sobre um homem e suas depressões cotidianas causadas por abalos emocionais em muitos campos de sua vida. Protagonizado pelo competente Marco Ricca, e com a maravilhosa Dira Paes como coadjuvante, o trabalho dirigido pela cineasta Lina Chamie é uma jornada inteligente sobre as reflexões que passamos ao longo de muitos momentos de nossas vidas. É o tipo de filme que faz constantes paralelos com a realidade de cada um de nós.

Ao longo dos 90 minutos de fita, acompanhamos um momento de incertezas e depressões sociais na vida do arquiteto Téo (Marco Ricca), um homem solitário que sofre um grande abalo quando sabe do falecimento de seu melhor amigo de infância. Téo é um ser sozinho, divide suas angústias apenas com sua melhor amiga Majú (Dira Paes) que vive tentando arranjar uma companheira para ele. Enfrentando seu passado e tentando achar alguma luz em seu futuro, o protagonista leva o público em uma jornada sobre os momentos de reflexões sobre a vida, situação em que todos nós já estivemos, estamos ou vamos estar.

O roteiro, assinado pela própria diretora, um dos bons destaques dessa produção, teve altas influências do poema Fábula de um Arquiteto, de João Cabral de Melo Neto e do romance Ulysses, de James Joyce. Com essas referências, foi moldada uma história que mais parece aqueles livros adolescentes que falam sobre complexos pensamentos de maneira poética, beirando a trivialidade e deixando o espectador argumentar sobre os inúmeros assuntos colocados à mesa.

Os Amigos não é só um filme só sobre amizade, é um trabalho que busca uma lógica para a arte do sonhar. As cenas do zoológico, os paralelos com o cotidiano agitado do protagonista e os inúmeros raciocínios feitos ao longo da fita, tiram o público da zona de conforto. Para contextualizar alguns pensamentos, a diretora afasta o público da realidade, com cenas que parecem desenhos animados, mas sempre falando sobre ela. É uma criatividade que produz a originalidade. Mais filmes nacionais deveriam seguir esse caminho, o do tentar apresentar uma história original que realmente nos fazem pensar sobre as nossas próprias vidas.

Crítica 2 | Boa Sorte

As Desvantagens de Ser Invisível

Baseado no conto “Frontal com Fanta”, da coletânea “Tarja Preta”, Boa Sorte é a estreia na direção de longas da cineasta Carolina Jabor (filha de Arnaldo Jabor). Adaptado por Pedro Furtado (filho do autor do conto, Jorge Furtado) para o cinema, a trama apresenta o jovem protagonista João (João Pedro Zappa). O rapaz é trancafiado em uma espécie de clínica psiquiátrica por ser considerado “muito diferente” pelos pais (papeis de Felipe Camargo e Gisele Fróes).

Viciado em remédios, daí o título original do conto, João passava seus dias “invisível” aos olhos de todos. No novo lar, descobre a amizade e o amor na forma de Judite (Deborah Secco), uma doente terminal. O chamariz de Boa Sorte é a estrela Global, cujo intensivão metódico no papel incluiu a perda de onze quilos e parte da sanidade, ocasionada por uma grande depressão, como revelou na coletiva carioca do filme. Secco já está bem, e o resultado nas telas é glorificante.

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Com grande desenvoltura, Secco abraça a protagonista e realmente a faz uma personagem única, de forma crua e realística. A entrega é grande e o que recebemos também. A atriz, que é a produtora do filme, mescla doçura, sensualidade, dor e diversão nos elementos que compõem Judite. Seu starpower aliado a uma interpretação de grande qualidade têm tudo para impulsionar a obra junto ao grande público (mesmo que esta tenha precisado ser adiada em uma semana do planejamento original, para não colidir com o rolo compressor chamado Jogos Vorazes).

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Além dos louros para Secco, o texto de Furtado também merece elogios. O jovem, também ator, sabe muito bem o que soa ou não real na hora de criar diálogos e situações. Dessa forma, entrega interações honestas, mas igualmente tempera a produção com momentos líricos e surreais, como quando o trio sai dançando pelos corredores num plano sequência inspirado. Por citar a técnica, outra que deve ser mencionada e louvada é a cineasta Jabor.

Com influências abrangendo desde a nouvelle vague francesa até o cinema independente norte-americano (do qual se diz muito fã), Carolina Jabor entrega um ótimo primeiro trabalho, demonstrando um domínio de veterana. Seus planos para a produção se concretizaram, e a diretora nos oferece uma poesia suja e bela. A fotografia de Barbara Alvarez é baseada no artista americano Ryan McGinley e a trilha sonora que dá o tom, varia de Jorge Mautner até Peaches.

EXCLUSIVO: Entrevista com Jennifer Garner, Adam Sandler e elenco de ‘Homens, Mulheres e Filhos’

O CinePOP divulga, com EXCLUSIVIDADE, um vídeo legendado da comédia dramática ‘Homens, Mulheres e Filhos‘ (Men, Women & Children).

Nele, podemos conferir entrevistas com Ansel Elgort, astro de ‘A Culpa é das Estrelas‘, Adam Sandler (‘Juntos e Misturados), Jennifer Garner (‘Elektra’) e elenco.

O filme recentemente foi exibido no Festival do Rio e estreia nos cinemas nacionais dia 4 de Dezembro. Ansiosos?

Assista:

Homens, Mulheres e Filhos‘ conta a história de um grupo de adolescentes do ensino médio e de seus pais enquanto tentam lidar com as diversas maneiras nas quais a Internet mudou seus relacionamentos, suas comunicações, suas auto-imagens e suas vidas amorosas. O filme trata de questões sociais como a cultura dos videogames, anorexia, infidelidade, busca da fama e a proliferação de material ilícito na Internet. Na medida em que cada personagem e cada relacionamento é testado, podemos ver a variedade de caminhos que as pessoas escolhem – alguns trágicos, outros cheios de esperança – e fica claro que ninguém está imune a esta enorme mudança social que vem através de nossos telefones, nossos tablets e nossos computadores.

Baseado no romance de Chad Kultgen. Kaitlyn Dever, Rosemarie DeWitt, Jennifer Garner, Judy Greer, Dean Norris e Adam Sandler completam o grande elenco.

Jason Reitman (‘Juno’, ‘Amor Sem Escalas’) dirige.

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O Casamento de May

(May in the Summer)

 

Elenco:

Hiam Abbass, James Garson Chick, Cherien Dabis, Alaadin Khasawneh, Nadine Malouf, Elie Mitri, Ritu Singh Pande, Bill Pullman.

Direção: Cherien Dabis

Gênero:  Comédia, Drama

Duração: 99 min.

Distribuidora: Imovision

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 14 de Agosto de 2014

Sinopse:

May Brennan (Cherien Dabis) é escritora e vive uma vida de glamour em Nova York, com a qual a maioria dos escritores sonha. Prestes a se casar, May visita a família em Amã, na Jordânia. Sua mãe (Hiam Abbass), cristã, desaprova o noivo, que é muçulmano, e planeja boicotar a cerimônia. O pai (Bill Pullman), até então distante, ensaia uma aproximação. Todas as reviravoltas familiares farão May reavaliar sua decisão sobre o casamento.

Curiosidades:

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Trailer:

Cartazes:

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Fotos: