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127 Horas

 

 


Sinopse: Aron é um amante de aventuras. Durante uma de suas expedições pelos cânions, ele sofre uma queda e fica com o braço direito preso entre a montanha e uma rocha.

Ao assistir a Quem Quer Ser um Milionário?, muitas pessoas podem ter achado estranho que a otimista fita sobre o garoto indiano era dirigida pelo mesmo sujeito responsável pelos zumbis de Extermínio e pelos drogados de Trainspoting.

127 Horas (127 Hours) chega para preencher esse hiato temático na cinematografia de Danny Boyle. Da mesma maneira que Jamal repassa sua vida enquanto responde às perguntas do game show, Aron reavalia as decisões de sua vida e a forma como sempre tratou as pessoas mais próximas a ele.

Como está sozinho no meio dos cânions, a reflexão de Aron é muito mais profunda; Como o que está em risco é sua vida (e não o prêmio de um programa de televisão), a tensão de 127 Horas é mais próxima dos filmes mais perturbadores da carreira de Boyle.

Muitas áreas técnicas merecem elogios, especialmente a edição e a trilha musical. Mesmo assim, o que há de mais surpreendente no filme é que ele é a primeira oportunidade para James Franco interpretar um protagonista em um filme realmente bom.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)

 

 

127 Horas

 

Felizmente, a badalação em cima de Danny Boyle, depois do premiado e bem sucedido nas bilheterias “Quem Quer Ser um Milionário”, não o fez perder a lucidez. O diretor utilizou sua moral para viabilizar não um filme megalomaníaco ou pretensioso, mas uma nova obra com cara de independente, coerente com o restante de sua carreira.

127 Horas” é baseado na história real de Aron Ralston, montanhista que sofreu um acidente no Grand Canyon e ficou as tais 127 horas com o braço preso por uma rocha. Sozinho no desértico lugar, teve que arrumar soluções drásticas para conseguir sair de lá.

No filme, Aron é interpretado por James Franco (Homem-Aranha), que usou bem a força do personagem e entregou a melhor atuação de sua carreira, num filme difícil, no qual ele brilha sozinho quase que na totalidade dos 94 minutos.

O único “porém” é que, mesmo com tanto tempo para o ator se mostrar, a típica sequência modelada para Oscar precisou se fazer presente, na qual o personagem faz um talk show sobre si mesmo. Inclusão safada, com a óbvia pretensão de dar a deixa para o ator ter seu momento ensadecido e garantir uma vaguinha nas premiações da temporada.

Danny Boyle repete a parceria com o roteirista Simon Beaufoy, que constrói cautelosamente uma narrativa tensa e consegue inserir elementos atrativos numa história que, apesar de impressionante, poderia ser resumida em duas linhas. Ele usa a história do montanhista para refletir sobre o aproveitamento da vida, sobre o que poderia ser feito, mas não foi; e sobre o que Aron ainda gostaria de realizar, mas talvez não tivesse mais a chance de realizar, em decorrência de um único erro.

Isso fica claro pela montagem, recheada de pequenos flashbacks e projeções de desejos de Aron. Pensamentos que muitas vezes se misturam e são jogados numa tela dividida em três partes, numa profusão de imagens simultâneas.

Aproveitando de uma locação esplendorosa, a fotografia de Enrique Chediak (Besouro) e Anthony Dod Mantle (Quem Quer Ser Um Milionário) deita, rola e faz parecer fácil filmar entre fendas estreitas debaixo de um sol escaldante. A variedade dos planos e o primor das imagens é um deleite para os admiradores da boa técnica. Até a inserção de um merchandising descarado é feito de uma das maneiras mais pertinentes que o cinema já viu.

Não é esta a obraprima de Danny Boyle (este adjetivo ainda está nas mãos de “Trainspotting”), mas já é bom saber que o diretor mantém a excelência e a sobriedade. Menos mal.

 


Crítica por:
Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

 

 

72 Horas

 

O novo filme do diretor Paul Haggis tem Russel Crowe e Elizabeth Banks no casting; “72 horas” inicia com a discussão entre dois casais sobre as desavenças de Lara (Banks) com sua chefe. Logo após, Lara é incriminada pela morte de sua superiora. Depois de presa, seu marido (Russel Crowe) tenta de todas as maneiras legais provar a inocência da esposa – que neste ponto já tinha se conformado com seu destino-. O interessante é que Haggis não cria o suspense se ela é ou não culpada. Todos os indícios e provas confirmam a natureza do crime, apenas o marido fiel acredita piamente na inocência da mulher.

Tal confiança na mulher e desgosto pela falta de justiça, o faz planejar a fuga da esposa. O longa mostra as 72 horas que ele tem para por o plano em ação, libertar a mulher e fugir com ela e o filho. O que Haggis nos desperta não é o drama da mulher encarcerada e sim no marido que sofre por estar longe dela e viver com filho solamente sem a amada. O que o motivou é perceber que ela nunca sairia da prisão por meios legais. E ele leva até as últimas conseqüências tal ato.

Primeiro, ele recorre a um ex-detento que já fugiu mais de 7 vezes, para lhe ensinar os truques . Depois de aprendida a lição ele vai para a ação. Russel dá a vida ao tal marido fiel e apaixonado, capaz das maiores loucuras para libertar seu amor. Pensando por este ponto de vista, é até uma história romântica, ele acredita na inocência da mulher até quando ela mesma diz-se culpada. As ações de Crowe foram bem desenvolvidas no roteiro e na direção; sem tirar os créditos do ator.

Lá pelas tantas do filme, vemos algumas seqüências que nos lembram de quem é o filme.

Este é uma adaptação do francês Pour Elle (Por ela), este nome original, mais exemplifica o filme: o homem é um apaixonado que faz tudo pela amada. 72 horas não é um suspense, como eu já vi sendo classificado, é um drama com algumas pitadas de ação; e um daqueles filmes que surpreende com a história e na forma em que ela é contada.


Crítica por:
Thais Nepomuceno (Blog)

 

 

30 Dias de Noite

 

’30 Dias de Noite’. Quase duas horas em uma escura sala de cinema. Macabros e assustadores vampiros (diferentes dos habitualmente mostrados nos filmes) sedentos não só por sangue, mas também por forçar o terror nos olhos de suas vítimas. Como poderia ser melhor?

Para os fãs do gênero, esta produção consegue amedrontar do início ao fim, se sobressaindo como um dos melhores filmes de terror sobre vampiros já produzidos.

Na pequena cidade de Barrow, no Alaska, onde na metade do inverno o sol se põe e não reaparece por mais de 30 dias e noites consecutivos. Da escuridão e das terras geladas da inóspita região surge uma força do mal que espalha terror entre os habitantes do lugar. A única esperança de salvação dos moradores de Barrow é um casal de policiais, um homem e uma mulher divididos entre proteger suas próprias vidas ou ajudar a cidade a sobreviver até o retorno da luz do sol.

O enredo, muito bem amarrado, aproveita estes assustadores 30 dias em que a escuridão impera (junto ao gelo e a baixa temperatura) e cria uma atmosfera escura e tensa, conseguindo deixar o cinéfilo ligado ao belo visual do longa e aos feiosos vilões, sempre manchados com sangue (muito sangue).

Do casal central, quem mais se destaca é a bela Melissa George, que já havia chamado atenção por sua ótima atuação em ‘Horror em Amytiville’. Josh Hartnett, o herói de ‘Pearl Harbor’, está mais apagado, mas ainda assim consegue uma atuação decente.

O único problema do longa é que, ao mesmo tempo que passa o desespero dos protagonista, também acaba ficando monótono em várias partes lentas e desnecessárias, deixando toda a ação para o finalzinho da produção. Mesmo assim, um terror de primeira, que merece ser apreciado.

 


Crítica por:
Renato Marafon

 

 

21gramas

21 Gramas

O cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu tinha uma grande responsabilidade nas costas, superar as expectativas que criou com o seu primeiro longa, Amores Brutos, que concorreu, inclusive, ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Se fosse um artista qualquer, teria tentado uma fórmula completamente diferente para realizar seu segundo filme para não ficar estigmatizado. Mas Iñárritu não é um cineasta qualquer e fez justamente isso, repetiu a narrativa que o consagrou e conseguiu se superar em todos os sentidos.

Em Amores Burtos, um acidente era o ponto de partida para que o diretor conta-se 3 histórias diferentes, em 21 gramas, um acidente une tragicamente a vida de 3 pessoas desembocando em uma só. Tudo é contado de forma fragmentada e não cronológica despertando até certa angústia no espectador acostumado a deixar os neurônios na bilheteria dos cinemas ao ver a maioria das produções atuais. Mas fique tranquilo, esses pedaços são costurados magnificamente, aos poucos tudo se encaixa.

Cristina (Naomi Watts) é uma jovem mãe e dona-de-casa que terá sua vida brutalmente mudada a partir de um acidente, justamente por causa deste acontecimento acaba conhecendo Paul (Sean Penn). A terceira ponta é formada por Jack (Benicio Del Toro) um ex presidiário recuperado através de uma religiosidade irracional. Contar mais do que isto seria estragar o enredo. 21 Gramas (que seria o peso da nossa alma) trata de questões tão básicas como humanas e a principal delas é como enfrentamos a morte. A enxurrada de sentimentos que afloram à flor da pele e com os quais não sabemos lidar. A estética adotada é a do realismo puro, o filme quase todo é feito com a câmera na mão, dando-nos a impressão de sermos quase que invasores daquelas vidas, o aspecto da imagem é todo granulado contribuindo ainda mais para que essa sensação de intromissão da vida alheia seja acentuada.

Um parágrafo a parte merece a interpretação de elenco, tanto o trio principal como o elenco de apoio está excepcional. E se você não estiver muito disposto a refletir sobre as questões existenciais desta obra espetacular pode ver 21 Gramas também, pois além de tudo isto Iñárritu preparou um final supreendente.

Nota:
Crítica por: Andrea Don Site Oficial : —

17 Outra Vez

 

Sinopse: Mike está muito mal de vida: não gosta do seu emprego, está se divorciando e não consegue se relacionar com seus filhos. Uma noite, ele misteriosamente rejuvenesce e volta a ter 17 anos.

A premissa de 17 Outra Vez (17 Again) inverte o mote de muitas outras produções, entre elas De Repente 30 e Quero Ser Grande. Quem curte esse tipo de comédia não tem motivos para não conferir a nova produção. O roteiro explora muito bem situações constrangedoras e ainda atualiza o contexto, comparado aos filmes anteriores. Por exemplo, uma briga de escola logo é repassada entre os alunos por vídeo de celular.

Como a experiência é inversa, com o protagonista voltando a ser jovem, há novas possibilidades de piadas. Agora Mike sente-se muito mais disposto e, como é de se esperar, com fome o tempo todo. Como seu cérebro continua sendo o de um homem de meia-idade, ele não consegue se comunicar com as outras pessoas na escola. Enquanto ele lida com essas dificuldades, a plateia cai na risada.

As fãs do galã juvenil Zac Efron (Hairspray) ficarão satisfeitas logo no começo da projeção, quando se cria uma oportunidade para que o ator dê alguns passos de dança. Depois disso, tudo segue mais dentro dos moldes desse tipo de aventura de troca de idade.

Para o público nerd, o grande atrativo é o personagem Ned – vivido por Thomas Lennon (Eu Te Amo, Cara). Ele desempenha uma função muito comum nesse tipo de comédia desde os anos 80: o melhor amigo nerd. A diferença é que ele tem uma participação mais ativa no desenrolar da história, a começar por uma engraçada investigação sobre o que teria causado a estranha mudança em Mike.

Há um pouco de romance, mas o foco está muito mais na comunicação com os filhos. Por isso, 17 Outra Vez é recomendável como um programa familiar.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (HomemNerd)

 

 

16 Quadras

 

Entre as décadas de 70 e 90, o diretor Richard Donner era um dos grandes nomes por trás dos blockbusters. São dele, por exemplo, Superman, a série Máquina Mortífera, Os Goonies e Ladyhawke – O Feitiço de Áquila. Após anos em marcha lenta (seu trabalho mais recente foi o fraco “Linha do Tempo”, de 2004) Donner tenta revitalizar sua carreira com este “16 Quadras”, estrelado por Bruce Willis (que foi envelhecido para o papel).

Surpreendentemente, a fita funciona como uma boa mistura de suspense e policial até um pouco depois da metade. Infelizmente, porém, perde o ritmo e cai na pieguice perto da meia hora final, resultando assim em apenas mais uma produção mediana.

Willis interpreta o convalescente policial Jack Mosley, que por problemas de alcoolismo foi tirado das ruas para desempenhar apenas funções burocráticas. Isso até ser convocado para escoltar o criminoso falastrão (e irritante) Eddie Bunker (Mos Def, também cantor de hip pop) que precisa sair da cadeia para depor no tribunal. O trabalho é dos mais simples: percorrer 16 quadras, o que tomaria apenas 15 minutos de carro.
Ocorre que o tal preso irá depor justamente contra os policiais corruptos de Nova York, e assim que põe o pé na rua, passa a ser perseguido pelos mesmos – alguns deles velhos conhecidos de Mosley.

O jogo de gato e rato funciona bem nos primeiros momentos da fita, pois Donner recorre a dois recursos que vêm dando certo na série “24 Horas”: a história passa-se praticamente em tempo real e alguns mistérios demoram para ser revelados. No momento final, porém, quando o roteiro expõe mais detalhes, a trama perde veracidade e, conseqüentemente, empolgação. Restará ainda ao espectador agüentar o final piegas, tão comum aos filmes norte-americanos atuais.


Crítica por:
Edson Barros

 

 

15 Minutos

 

15 Minutos é um filme incomum. Ao mesmo tempo que é carregado de ação, tenta desenvolver uma história que envolve mídia, assassinos e justiça. O filme só tenta mesmo, porque depois acaba caindo naquele monte de clichês típicos de filme policial: um detetive valentão, seu “ajudande” inexperiente, assassinos bobocas, emtre outros. Mas mesmo assim consegue criar um clima de tensão e cenas angustiantes (vide a cena em que o personagem de De Niro está preso a cadeira, e aquela onde o personagem de Edward Burns tenta escapar das chamas do apartamento).

Alguns pontos favoráveis do filme: a fotografia, que pode ser meio clichê (N. York angustiante e sombria) mas que funciona muito bem; as cenas de ação, carregadas de suspense e tensão e algumas situações inesperadas, como aquela da explosão no apartamente e o personagem de Robert De Niro que ….. bom… não vou estragar a surpresa.

Pontos fracos do filme: os bandidos, que entregam todo o plano que eles montaram para não serem presos; um deles, o Emil Slovak, é tão caricato que chega a causar um riso involuntário. Ele só fica repetindo: “Eu sou insano, eu sou insano” e isso deixa o filme bobo demais; situações típicas de filme policial, como o chefe de polícia, sempre opressor e nervoso e aquele advogado corrupto, talvez o personagem mais lugar-comum do filme.

A história envolvendo a mídia e os assassinos até que funciona. O problema é que o filme tenta mostrar que tudo o que os bandidos fizeram foi devido à vontade de serem famosos e ricos. Essa situação parece ser muito corriqueira nos EUA. Que eu saiba, nunca algo desse tipo aconteceu por aqui. Um crime não se justifica apenas pela vontade de poder, mas sim por problemas sócio-econômicos, infância conturbada, entre outros. O personagem Emil Slovak chega a citar que teve uma infância difícil e um pai bêbado que o odiava. Mas o filme nunca deixa isso claro para o espectador, o roteiro não desenvolve esse ponto. Parece voltar toda a sua artilharia para a mídia, que, como sabemos, não é a única culpada de crimes como esse. Pode ser que ela seja apenas o gatilho para essa loucura toda que vemos explícita em 15 Minutos.

Mas o filme vale pelas cenas de ação e pela tentativa de iniciar uma discussão tão complicada como essa.

 

 

Crítica por: Diego Sapia Maia 

 

 

15 Anos e Meio

 

Sinopse: Philippe é um cientista renomado, que fez sua carreira nos EUA. De volta para a França por três meses, ele terá a oportunidade de se reaproximar com sua filha adolescente.

Uma comédia francesa para o público jovem, tendo como tema as descobertas da adolescência, com sinceridade quando o assunto é sexo e drogas. Essa descrição cabe tanto para Rindo à Toa quanto para 15 Anos e Meio (15 ans et demi). Se formos comparar os dois, a produção mais antiga sai na frente.

Sendo assim, quais motivos existem para que se assista ao novo filme? O principal deles são as paranoias que Philippe, sempre imaginando que sua filha está na pior situação possível. Nessas viagens, há boas referências a outros gêneros cinematográficos e risadas podem ser esperadas. Outro elemento nesse sentido são as conversas que o protagonista tem com seu amigo imaginário, nada menos do que Albert Einstein (apesar de falar francês).

Voltando á comparação, o conflito de geração é mais forte em 15 Anos e Meio, sendo que aqui esse é o tema central do roteiro. Além de serem de sexos diferentes, Églantine e Philippe ficaram afastados por dez anos e são forçados a viverem juntos novamente. Apesar das tentativas do pai de se aproximar da filha, ela está naquela idade difícil em que qualquer discordância pode acabar virando uma briga feia.

Muitas das piadas dessa comédia estão nas cenas em que se mostra que pais são criaturas programadas para criar situações vergonhosas para seus filhos, de forma que os amigos sempre tenham munição para zoar.

Junte essa história simpática com personagens secundários bem carismáticos e tem-se mais um exemplo de que a cinematografia francesa consegue criar obras leves, sem perder a oportunidade de passar uma mensagem positiva.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)

 

 

13 Fantasmas

 

 


Mas um filme de terror chega as telas, pelas propagandas parecia ser um excelente filme de terror, diga-se. Logo de inicio somos apresentados a um dos fantasmas em uma boa cena que nos deixa com ótimas impressões do que nos espera… um grande fantasma foi capturado!

Como isso é possível ou melhor ainda, para quê? Bem, um “cientista” Cyrus, criou uma casa espetacular e com sua morte, seus parentes ganham o tal lugar, e junto com o advogado somos levados para conhecer sua nova moradia. Assim, junto com Arthur e sua familia, cada um de nós também é inocentemente levado para dentro da casa, e assim como eles também ficamos encantados com o lugar.


A casa, que aos poucos vai mostrando todo o seu mistério e nos deixando cada vez mais intrigados como o seu verdadeiro objetivo, já que de tempos em tempos ela muda suas paredes de lugar, abrindo e fechando aposentos, fora o fato de ser toda de vidro e com escrituras estranhas… chega a quase a ser um personagem coadjuvante.

Mas, tudo bem, vamos falar dos fantasmas, eles lógico são assustadores, tem bons efeitos, mas nem todos são tão interessantes… alguns estão lá apenas para “o objetivo final” mas não chegam nem perto dos moradores (vivos) da casa, outros apenas com um olhar já sabemos que bem, é melhor sair correndo… O filme faz o estilo do antigo terror, com uma boa dose de sustos, é fácil dá alguns gritos, mostrando claramente seus “monstros”. Se você está apenas querendo uma boa diversão sem muito compromisso e dar alguns gritos, então corra para o cinema..


Crítica por:
Márcia Pantoja

 

 

 

12 Horas

 

O que fazer para provar um fato que ocorreu com você e que ninguém acredita? Dirigido pelo pernambucano Heitor Dhalia, “12 Horas”, é um suspense que narra a saga de Jill (papel de Amanda Seyfried), personagem assustada (com um pé na paranoia) que luta Jiu-Jitsu e anda armada por conta de um passado traumático que envolve um serial killer que nunca foi descoberto.
O roteiro é bastante desarmônico e os diálogos muito esquisitos, em alguns momentos tensos você chega até a rir do que é dito por alguns personagens, é uma sensação estranha.

Na trama, conhecemos duas irmãs (Molly e Jill) que vivem em uma casa repleta de trancas. Uma delas é viciada em estudo (Molly), a outra é garçonete em um bar na cidade e no passado fora presa por um sequestrador num buraco (literalmente falando), sendo alimentada com comida de gato. Quando Molly desaparece, Jill está convencida de que o serial killer que a raptou há alguns anos voltou à cidade e assim ela se prepara para capturar seu sequestrador, contando mentiras e mais mentiras para conseguir informações que a coloquem na trilha do criminoso.

O início é caracterizado por um belo climão tenso, imposto pelas imagens, ações dos personagens e música características de um filme do gênero thriller, méritos para Dhalia. Mas, conforme a fita anda, somos levados para um jogo (que parece a princípio ser psicológico) de gato e rato onde as peças demoram para se encaixar. O papel dos coadjuvantes poderia ser um bom fio condutor dessa história, porém, são muito mal aproveitados. Peter Hood (Wes Bentley) e Sharon Ames (Jennifer Carpenter), por exemplo, pouco adicionam ao longa e poderiam facilmente contribuir muito mais. Amanda Seyfried tem atuação esforçada, tenta passar para a personagem toda a aflição de uma mente perturbada, não é um mal trabalho da artista de 26 anos que ficou conhecida no Brasil por seu trabalho em “Mamma Mia!”.

O que incomoda muito na fita é o fato de todo mundo que aparece na frente da personagem principal possuir memória de elefante, enchendo a jovem de informações certeiras. Se ela fosse malandra perguntava logo os números sorteados do próximo sorteio da mega sena.

Mesmo com alguns pontos sem nó, muita gente pode gostar desse suspense que tem uma mão brasileira no comando.

 


Crítica por:
Raphael Camacho (Blog)

 

 

11-11-11

 

Filmes datados geralmente se destinam somente à sua semana de estreia, sendo esquecidos rapidamente após a “profecia” não se cumprir.

Exemplo disso foi o remake de ‘A Profecia‘, clássico de horror de 1976, que aproveitou a cabalística data 6/06/06 para ganhar uma refilmagem mediana.

A estreia foi há seis anos, e o terror caiu no esquecimento semanas após seu lançamento.

Mesmo destino terá este ‘11-11-11‘, cuja interessante premissa não faz jus ao material final.

Depois da trágica morte de sua esposa e filho, o famoso autor norte-americano Joseph Crone viaja dos Estados Unidos para Barcelona, para se reunir com seu irmão e seu pai no leito de morte, Richard. No entanto, o destino tem um plano diferente para Joseph. Ele começa a perceber acontecimentos estranhos e aparições constantes do número 11, o que rapidamente se transforma em obsessão. Isolado em um país estrangeiro, Sadie, Joseph logo percebe que 11/11/11 é mais do que apenas uma data, é um aviso!

Apesar da interessante trama, o terror se perde em sua própria história, acumulando sustos bobos e fáceis até o seu desfecho, que estraga por completo a ideia inicial.

A direção de Darren Lynn Bousman, o mesmo de ‘Jogos Mortais 2, 3 e 4‘, não decepciona, mas não é ajudada pelo roteiro bobo e cheio de furos.

11-11-11‘ é para ser assistindo em comemoração à esquisita data, vai render alguns sustos, mas terá caído no esquecimento até o fim do ano vigente.

 


Crítica por:
Renato Marafon

 

 

9 – A Salvação

 

Sinopse: 9 é um boneco de retalho que acorda em um mundo arrasado. Ele conhece outros semelhantes e descobre que eles são caçados por uma máquina.

Antes de qualquer ponderação acerca de 9 – A Salvação (9), eu convido o leitor a olhar o cartaz do filme. Você realmente acredita que essa produção é voltada para o público infantil? Por ser uma pessoa inteligente, a resposta foi negativa. Pois bem, sua missão é impedir que qualquer pessoa sem-noção leve crianças para o cinema, evitando traumas ao assisir o teor um tanto pessimista desse enredo. Feito isso, a segunda parte da tarefa é convencer todos seus amigos que gostam de boas histórias para ver essa maravilhosa animação.

Para que esse mundo distópico chegasse ao cinema, o diretor Shane Acker produziu um curta-metragem com esse personagem. Quem quiser assistir no Youtube (cuidado, pois há spoilers gravíssimos) poderá perceber que o básico já estava pronto: o visual sombrio e o conflito central. Assistindo aos 10 minutos dessa produção, Tim Burton (Sweeney Todd) ficou empolgado e resolveu ajudar na realização do longa-metragem.

O roteiro então foi muito mais desenvolvido por Pamela Pettler (Casa Monstro) e algumas questões interessantíssimas desse universo foram inseridas no enredo, a começar pelo misticismo covarde de 1, passando pelos instigantes gêmeos mudos 3 e 4, e outros detalhes que não revelarei para manter a surpresa.

O elenco de vozes é grandioso, mas merece destaque o normalmente cômico John C. Reilly (Quase Irmãos) em um papel mais dramático. Não é de hoje que atores prontamente associados à comédia não conseguem fugir do gênero e são condenados a apenas trabalhar nesse tipo de filmes. Quando se aventuram em outras vertentes, o resultado é esquisito – vide o exemplo de John Cleese em O Dia em que a Terra Parou. Como seu rosto não é mostrado e sua voz não é exatamente marcante, Reilly encontrou uma saída inteligente para mostrar outras habilidades dramáticas.

Se ainda não estiver convencido a assistir a 9, veja o trailer.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (HomemNerd)

 

 

8 Mile – Rua das Ilusões

 

Existem poucas pessoas que conseguem dominar todas as faces do entretenimento.

Jennifer Lopez canta, dança e seus filmes são sucesso de bilheteria. Mariah Carey, no entanto, deveria só continuar cantando.

Já Eminem, um dos rappers mais bem sucedidos dos EUA, resolveu entrar na mesma onda, iniciando sua carreira cinematográfica com um filme, digamos, autobiográfico.

E não é que o sujeito acertou em cheio? Além de um ótimo roteiro e elenco, o ator principal, o próprio Eminem, dá um show de interpretação no papel de Rabbit, um rapper excepcional que, para a surpresa de muitos, tem medo de multidões e vive uma vida muito perturbada.

Para piorar, ele namora uma garota que não sabe o que quer da vida (Brittany Murphy), e sua mãe (Kim Basinger) está tendo um caso com um antigo amigo da escola (e muito mais novo que ela).

Todos sabem como o Rapper fala mal de sua mãe nas suas músicas. Assistindo o filme eu percebi claramente o porquê. Mas a história se concentra nas chamadas “batalhas”, onde um rapper disputa frente a frente com um outro pra ver quem e o melhor – e essas, sem duvida, são as melhores cenas do filme.

O diretor Curtis Hanson soube dosar o drama e a música na medida certa, com uma pitada de humor. Mesmo que você não tenha a menor idéia de quem seja Eminem, 8 Mile é um drama urbano excepcional.

Nos EUA, as salas de cinema foram divididas entre os jovens – e fãs do rapper – e um público mais maduro, a fim de curtir uma história bem contada com atores que sabiam o que estavam fazendo.

Afinal, como Madonna – uma outra cantora que se aventurou em filmes – já cantou : “Music makes the people come together” ( “A musica traz as pessoas mais juntas”).

Vá sem medo.


Crítica por:
Ranny de OliveiraSite Oficial : —

 

 

007 – Quantum of Solace

 

Notícias sobre o vigésimo segundo filme da franquia James Bond diziam que este é o filme mais curto de toda a série. Pensei que não ia me contentar com apenas 106 minutos de James Bond, ainda mais depois do superior Cassino Royale e seus 144 minutos.

Os rápidos 106 minutos de pura correria vertiginosa, perseguições nas mais variadas formas possíveis chegam a ser entediante. Martin Campbell está de fora da direção e quem assume dessa vez é o alemão Marc Forster (Caçador de Pipas).

O filme começa exatamente onde 007 – Cassino Royale parou, na Itália, e percorre quase o mundo inteiro, passando pela Bolívia, Haiti, Rússia, Áustria e Inglaterra. Em busca da verdade a qualquer custo, Bond acaba caindo no meio de uma intriga da organização Quantum, na qual seus vilões são eco-especuladores em busca do controle de recursos naturais do planeta.

Na tentativa de seguir a mesma linha realista de Royale, o filme simplesmente não funciona como deveria. Somos apresentados ao mesmo Bond em começo de carreira, despreparado e agindo por impulso atrás de sua vingança pessoal pela morte de Vésper. Por onde Bond passa é deixado um enorme rastro de sangue, fazendo o uso inescrupuloso de sua licença para matar.

No meio do caminho Bond se depara com Camille (Olga Kurylenko), nossa bond girl em perigo, que também está numa cruzada em busca da vingança pelas marcas deixadas por um ditador boliviano.

Bond está mais agressivo e impetuoso, seja atirando em alguém, dirigindo seu Aston Martin (que é logo destruído em minutos na seqüência inicial), pilotando um avião e derrubando helicópteros, ou navegando um barco e destruindo tudo à sua volta. O filme não funciona talvez por isso! James está sempre envolvido em alguma perseguição, seja em terra, água ou ar, o que acaba tornando o filme repetitivo e enfadonho.

Alguns elementos da franquia Bond são trazidos de volta para o filme, como a vinheta inicial do filme com as silhuetas femininas, e as deliciosas agentes que sempre morrem. Strawberry Fields interpretada por Gemma Artenton, é a vítima da vez de James nesse filme. O charme galanteador do agente que acaba levando a “inocente” mulher para cama e por fim, sua trágica morte.

Mas em meio a tudo que acontece de errado no filme, uma seqüência chamou minha atenção: a muito bem editada cena no teatro austríaco é surpreendente, mesclando as cenas do espetáculo teatral e o tiroteio de Bond. Essa cena, no meu ponto de vista, foi a melhor do filme.

Talvez Bond precise sempre repetir a clássica frase “Bond, James Bond” a fim de reafirmar sua identidade no filme, porque se não fosse “M” (Judi Dench) repetindo o nome do agente, eu poderia jurar que estava assistindo mais um filme da franquia Jason Bourne.


Crítica por:
Caio Cavalcanti

 

 

007 – Quantum of Solace

 

Famoso por seus papéis no teatro londrino e em filmes como Munique e Nem Tudo é o que Parece, o ator inglês Daniel Craig conseguiu injetar novas características a um dos mais conhecidos personagens do cinema. Craig é um dos melhores atores a interpretar James Bond. Moderno, ele corre, luta, sangra, executa suas tarefas como um verdadeiro agente secreto e atua. Ele prova estar a altura do personagem, principalmente, em suas cenas de ação.

 

Em 007 Cassino Royale, Bond é um agente recém-promovido ao nível de 00. Arrogante, jovem, em plena forma física e disposto a não seguir as regras.

 

Em 007 Quantum of Solace (Quantum of Solace – EUA/2008 – Aventura/Ação – 108 min.), Daniel Craig reprisa o papel, agora como um agente com sede de vingança. Os primeiros minutos, desta segunda aventura, já começam com uma perseguição de carros em uma tortuosa estrada com curvas e túneis estreitos, a margem do Lago Garda, no norte da Itália. Na verdade, ‘Quantum of Solace’ é a continuação dos acontecimentos das últimas cenas de ‘Cassino Royale’.

 

Por isso, na cena seguinte, encontramos o Sr. White (Jesper Christensen), ainda ferido após Bond o ter alvejado no joelho. Interrogado por Bond e ‘M’ (Judi Dench), ele revela que a organização que chantageou Vesper é mais complexa e perigosa do que eles pensam.

 

Após a MI6 detectar um traidor na corporação, Bond viaja para o Haiti onde conhece Camille (Olga Kurylenko), uma mulher que está disposta a realizar sua própria vingança. Camille leva Bond diretamente a Dominic Greene (Mathieu Amalric), um empresário corrupto que usa sua empresa como fachada para comprar terras pelo planeta e explorar sua riqueza. A nova missão o leva para a Áustria, Itália e à América do Sul. Mas com o governo britânico e a CIA trabalhando contra ele, Bond precisa descobrir logo a verdade, e assim, destruir a Quantum.

 

Dirigido por Marc Forster, o novo filme do agente traz grandes cenas de ação – Bond luta, pilota barco, moto, avião e salta de pára-quedas – que se passam por muitas e belas locação. O deserto de Atacama, no norte do Chile, é um cenário grandioso. Digno dos filmes do agente.

 

A superprodução da Sony Pictures/MGM tem estreia marcada para dia 7 de novembro.

 


Crítica por:
Viviane França

 

 

007 – Operação Skyfall

 

Desde que entrou na franquia, Daniel Craig representou a face da modernidade para James Bond. A face do realismo e da seriedade. Isso significou histórias com um tom crível, e uma trama que poderia de fato estar ocorrendo em algum lugar do mundo, e não algo saído de uma história em quadrinhos.
Com “Cassino Royale” (2006) o que foi orquestrado pelos produtores foi uma espécie de reinício para a franquia nos moldes de “Batman Begins” (que será sempre citado como exemplo eficiente de um reboot), cuja estreia aconteceu no ano anterior. Esses eram os primeiros passos de James Bond com o status de agente 00, tudo com base no primeiro livro escrito por Ian Fleming sobre o personagem. “Cassino Royale”, que tinha o dedo do ótimo Paul Haggis (“Menina de Ouro” e “Crash – No Limite”) no roteiro, e a direção do eficiente Martin Campbell, viria a se tornar um dos melhores e mais prestigiados filmes de 007 de toda a série, subvertendo tudo o que conhecíamos sobre o universo de Bond, e engajando num novo caminho para a franquia.

Após uma grande decepção dois anos depois com “Quantum of Solace” (apenas um exercício técnico de efeitos e cenas de ação), e um hiato de quatro anos, Daniel Craig volta aos cinemas na pele do agente secreto mais famoso do mundo em “007 – Operação Skyfall”. E o que todo mundo quer saber é: Onde se encaixaria num ranking esse terceiro filme com Craig no papel? Bom, é seguro dizer que embora “Skyfall” consiga superar “Quantum of Solace” no gosto dos fãs, dificilmente irá tirar o posto de “Cassino Royale” não só como o melhor filme da era Craig mas também como um dos melhores toda a série. A história aqui começa com a típica cena de ação pré-créditos, numa perseguição que em parte lembra a caçada frenética por um homem em “Cassino Royale”, realizada com menos adrenalina. Essa, aliás, é uma das cenas pré-créditos mais longas de toda a franquia. Logo após um erro realizado pela agência MI6, Bond sai de cena e é dado como morto. Daí temos a costumeira abertura de créditos com a bela música da cantora Adele (que substituiu Amy Winehouse, planejada originalmente), e um design criativo que incluiu a cena do filme que acabou de ocorrer em suas imagens.

Bond retorna devido a um atentado, onde uma bomba explode parte do prédio do MI6, mesmo sem ser requisitado. O que acontece a seguir é uma caça ao terrorista responsável, o que leva o espião a Xangai e logo após para uma ilha particular ao encontro da melhor coisa em “Operação Skyfall”, o vilão Silva – interpretado com empenho pelo ótimo vencedor do Oscar, Javier Bardem. Único em toda a série devido a suas características peculiares, o vilão de Bardem sem dúvidas marca não só a era Craig como o melhor antagonista, mas também a franquia, e consegue arrancar risadas histéricas da plateia em sua primeira interação com o rival protagonista, numa cena com forte teor homoerótico (a melhor cena do filme). Por vezes se deixando levar pelo exagero em seu chamativo personagem, Bardem consegue o equilíbrio entre o humor e a seriedade ameaçadora na pele de um renegado em busca de vingança. E esse é um dos elementos diferenciais (e para alguns, decepcionante) no novo filme do 007.

A trama é basicamente uma busca por vingança da parte de seu vilão, sem os grandes temas que fazem parte da maioria dos filmes (megalomania dos inimigos em planos como financiamentos criminosos ou busca por petróleo, que marcaram os dois últimos filmes). Outro fator determinante aqui é que “Operação Skyfall” é um filme de James Bond sem ação. Algo inconcebível para a franquia até então. Muito se reclamou que “Quantum of Solace” foi apenas uma amontoado de cenas frenéticas de ação, onde não tínhamos tempo para respirar ou para o desenvolvimento de seus personagens. Com “Skyfall” acontece o extremo contrário, e com 143 minutos de projeção ganhamos somente uma cena de ação memorável (ou nem isso sequer), logo na cena pré-créditos. O diretor Sam Mendes sem dúvidas aceitou participar do projeto para deixar sua marca na série, e não apenas para realizar mais um filme padronizado. Justamente por isso “Skyfall” peca em suas cenas de adrenalina, já que essa não é a especialidade do diretor.

O clímax, por exemplo, consegue ser totalmente anticlimático em seu confronto com o vilão. Seja como for, o novo filme consegue manter James Bond fincado em nosso mundo, como foi planejado desde a entrada de Craig na série, mesmo com a adição de Q (Ben Winshaw), o armeiro do agente e criador das diversas bugigangas tecnológicas, e de elementos familiares dos filmes anteriores. Aqui, ganhamos diversas referências a toda franquia, sejam aos filmes clássicos de Sean Connery, ou até mesmo aos da era fanfarrona de Roger Moore. Naomie Harris como a bondgirl boa, de identidade misteriosa, tem pouco tempo em cena, e a estonteante modelo francesa Bérénice Marlohe interpreta a típica bondgirl aliada do vilão, que sabemos que terá um destino cruel. Um toque interessante para os fãs da franquia é que “Skyfall” parece interligar de forma criativa e original essa espécie de trilogia da era Craig aos primeiros filmes lá de 1962, da era Connery, se é que tal paradoxo temporal é possível.

 


Crítica por:
Pablo Bazarello (Blog)

 

 

007 – Operação Skyfall

 

Somos o que somos. Com uma abertura magnífica cheia de imagens psicodélicas que parecem respirar metáforas existenciais do famoso personagem título, “007 – Operação Skyfall” gera altas expectativas antes mesmo do filme começar.

É adrenalina do começo ao fim, perseguições automobilísticas, cenas espetaculares, resumindo: um prato cheio para quem gosta de filmes de espionagem! Com a missão de tornar esse novo filme um dos melhores da franquia, Sam Mendes foi escalado para comandar a festa, fato que acontece, com louvor!

Na trama, acompanhamos logo no início uma missão que não dá certo e onde ‘M’ precisa tomar uma decisão que influencia sua lealdade perante à Bond. Mas quando um passado escondido da chefe da agência vem à tona, o agente 007 precisa se entender com ‘M’ e combater um vilão excêntrico, especialista em computação. Com várias cenas marcantes, tobogãs em escada rolante e uma trilha muito boa assinada pelo craque Thomas Newman, “007 – Operação Skyfall” tem um dos desfechos mais marcantes da história do agente secreto inglês.

Panela velha é quem faz comida boa? A reciclagem na sua profissão dá um olá ao admirável novo mundo. James Bond é um homem que gosta de fazer as coisas pelo modo antigo, mas será que seu tempo não passou? O Highlander britânico, quando forçado a resgatar suas memórias, percebe que precisa se atualizar – mas sempre com charme e elegância, seduzindo lindas mulheres, portando as mais específicas armas e com seu velho rádio de transmissão. Bond volta mais forte, pronto para enfrentar um sarcástico vilão que também esconde um passado.

Não há muitas novidades nas bases que sustentam a trama. A maneira eletrizante e marcante que se apresentam os fatos é que faz a diferença. O filme empolga, é uma volta às origens com muita elegância e inteligência. O clima de suspense insiste em não fugir da telona, o Dom Juan do mundo da espionagem usa e abusa dos seus truques, agora ajudado por um novo e inteligente ‘Q’. Voltar ao passado faz bem, até mesmo para um certo Highlander da terra da rainha.

Em uma Londres chuvosa, com desfiles nostálgicos de modelos de carros clássicos, esse novo filme 007, como sempre (ao longo da franquia que completa 50 anos), conta com um elenco repleto de atores britânicos. Mais uma vez na pele do protagonista, criado por Ian Fleming, Daniel Craig a cada filme que passa fica mais confortável na pele de James Bond, mais uma boa atuação do bom ator. O peixe grande Albert Finney se encaixa muito bem na história, sendo um elo com o passado escondido de Bond. Ralph Fiennes, não entrando em muitos detalhes que podem gerar spoilers, é uma grande aquisição para a franquia. Judi Dench, sempre fantástica, faz a famosa ‘M.’ e tem papel importante nesse novo filme do agente secreto mais famoso do cinema. Mas quem rouba a cena não é um inglês. Sempre com uma entrada dramática, às vezes sarcástico, às vezes misterioso, Javier Bardem faz mais um vilão de maneira espetacular. Bravo! Um dos grandes atores de sua geração, sem dúvidas!

007 – Operação Skyfall” estreia dia 26 de outubro em muitas salas por todo o Brasil. Você merece conferir esse filmaço! Bem perto da nota 10!

 

 


Crítica por:
Raphael Camacho (Blog)

 

 

007 – Cassino Royale

 

 

A canção de abertura da nova aventura de 007 Cassino Royale, interpretada pelo líder da banda Audioslave, Chris Cornell, é apenas um detalhe neste filme repleto de ação, agora repaginado por um novo ator britânico, que durante meses foi implacavelmente perseguido pelos fãs e pela imprensa.

Adaptado do primeiro livro de Ian Fleming com o espião inglês, 007 Cassino Royale, James Bond (Daniel Craig) é um agente recém-promovido ao nível de 00. Arrogante, jovem, em plena forma e disposto a não seguir as regras, ele é convocado pelo MI6 para participar de um milionário jogo de pôquer em Montenegro, onde Le Chiffre (Mads Mikkelsen), um investidor que trabalha com o dinheiro de terroristas internacionais, estará jogando. Para entrar na jogada, Bond conta com a ajuda do Tesouro Inglês que designa sua bela e inteligente agente Vesper Lynd (Eva Green). A ela caberá avaliar e aprovar a liberação da verba para a execução da missão.

Mas porquê tanta revolta com a escolha do novo James Bond? Desde que foi escalado para viver o agente mais famoso do mundo do cinema, muitas mentiras e fofocas sobre o ator foram ditas. Sem o charme de seus antecessores – Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timonthy Dalton e Pierce Brosnan – Craig precisou dedicar-se mais ao papel e provar que era capaz de interpretá-lo. Com o lançamento de Cassino Royale, muitas vozes irão se silenciar. Craig pode não ter algumas das qualidades que foram exigidas por muitas décadas, para vivenciar o agente, mas conseguiu uma grande proeza: dar novo fôlego a uma série que começava, nas palavras do diretor Martin Campbell, a ficar ridícula.

Famoso por seus papéis no teatro londrino e em filmes como Munique e Nem Tudo é o que Parece, este ator inglês conseguiu injetar novas características ao personagem. É um dos melhores atores a interpretar James Bond. Moderno, ele corre, luta, sangra e executa suas tarefas como um verdadeiro agente secreto. E Craig prova estar a altura do personagem, principalmente, em suas cenas de ação. Os primeiros minutos, uma perseguição a pé atrás do terrorista Mollaka (Sebastien Foucan) é arrepiante, digna de um filme de James Bond.

Nota:

Crítica por: Viviane França

 

 

007 – Um Novo dia Para Morrer

 

“Uma relíquia da Guerra Fria”. Num dos últimos filmes do agente James Bond para os cinemas, é desta maneira que a personagem M (interpretada por Judi Dench) define o célebre personagem criado por Ian Fleming e levado às telas pela primeira vez na década de 60. Nascido na época em que o mundo se dividia entre capitalistas (mocinhos) e comunistas (bandidos), os filmes de Bond ainda se situam nesta época, mesmo depois da queda de vários símbolos do comunismo e da hegemonia quase total do capitalismo via globalização.

Tal fato, obviamente, não pode ser considerado um erro ou um defeito da cinessérie. James Bond basicamente é e sempre foi calcado nisso: na defesa do ocidente contra as idéias mirabolantes de algum vilão vermelho e/ou oriental. Mudar essa característica agora descaraterizaria completamente o personagem.

Apesar disso, incomoda (mais pela atual situação política mundial do que pela inserção no filme) o fato de “Um Novo Dia Para Morrer” ter um vilão de origem norte-coerana. Casualidade do destino ou não, em meio à uma perigosa e delicada crise diplomática como essa, a Coréia do Norte certamente seria o país menos indicado a se tornar lar de algum vilão “bondiano”. Mas, dos males deste novo filme, este (acreditem) é o menor.

“Um Novo Dia Para Morrer” é extremamente irritante, chato e confuso. Exagerado, barulhento, mal dirigido, repleto de diálogos terríveis e humor falho, a nova aventura de James Bond decepciona (bastante) aqueles que esperavam por um retorno às divertidas e interessantes tramas das décadas de 60 e 70, simplesmente porque a trama aqui inexiste. O roteiro, como nos filmes de ação mais capengas de Hollywood, é pretexto para se explodir carros e prédios.

A história do filme (que se adequa perfeitamente ao molde dos outros filmes, ou seja: não tem nada de original) é um verdadeiro emaranhado de clichês, personagens inúteis, locações imbecis e nada necessárias e muita bobagem saída das bocas de Pierce Brosnan (Bond) e Halle Berry (Jinx, a principal bondgirl dessa nova produção).

Bond começa aprisionado e torturado na Coréia do Norte, após uma fracassada missão. Depois de vários meses preso, ele é trocado por um terrorista coreano chamado Zao (Rick Yune). Voltando à Inglaterra, 007 tem sua licença para matar revogada e precisa se virar para se vingar e resolver a intriga que deixou em aberto ao ser trancafiado.

Na trilha para resolver o mistério, Bond se depara com um novo-milionário de nome Gustav Graves (vivido por Toby Stephens) que fez fortuna ao descobrir diamantes em algumas minas do globo. Depois de uma investigação em Cuba (onde as pessoas vivem dançando pelas ruas, como num episódio de Os Simpsons), Bond começa a colocar o nome de Graves em jogo, suspeitando que o milionário possa estar envolvido num plano mirabolante que jogará o mundo em guerra (e que ainda envolve troca de identidades, raios solares, satélites ultra-poderosos, palácios de gelo que derretem e uma guerra entre as Coréias). Ele ainda conta com a ajuda de Jinx (Halle Berry), uma agente americana que também está no rastro de Graves, e com o auxílio de Miranda Frost (Rosamund Pike), instrutora de esgrima do excêntrico milionário.

Quase nada fica claro nessa imensa confusão criada pelos roteiristas. O filme simplesmente atropela fatos, como se corresse para que a ação entrasse logo em cena a fim de não fazer a platéia (entorpecida com uma história tão frouxa) dormir.

O personagem Zao poderia perfeitamente não existir. Capanga do vilão, o sujeito não tem a mínima relevância para a trama. Parece existir somente para justificar os gastos com um maquiador (ele tem estranhos fios de metal presos à seu rosto pálido). O mesmo pode ser dito da patética professora de esgrima vivida por Madonna, que aparece numa ponta tão ridícula quanto a participação de Michael Jackson em “Homens de Preto II”.

Além disso, a passagem de Bond por Cuba é justificada da maneira mais imbecil possível: é lá que um dos principais personagens faz a sua troca de identidades numa clínica de terapia genética ultra-moderna (!!!). A mesma coisa cabe às locações na Islândia. Pra que filmar algo lá se a trama não tem nenhuma passagem realmente importante situada no local ?

Tudo vira pretexto para delírios megalômanos do diretor Lee Tamahori, confuso na hora de estruturar seu filme, e imbecil na hora de filmar as cenas de ação. O surfe de Bond num maremoto na Islândia é digno de figurar entre as cenas mais fakes do ano – e 2003 nem bem começou !

A conclusão, passada num avião em chamas, também é irritante, principalmente porque as caixas de som do cinema quase estouram com tantos CABUM! e BANG!. A cena inicial (que envolve hovercrafts e um campo minado) por outro lado, é sonolenta de tão desinteressante.

O filme ao menos parece não se levar muito a sério, e tenta construir piadinhas à todo instante. Mas como rir de cenas tão constrangedoras e trocadilhos tão infames ? Os roteiristas certamente não estavam muito inspirados ao escreverem tamanho engodo (diálogos idiotas e absurdos são bastante comuns por aqui).

A única coisa que vale a pena em “Um Novo Dia Para Morrer” é Halle Berry, que apesar de ter sua participação superestimada por alguns , está mais divertida e charmosa que o restante do elenco (o sujeito que interpreta o vilão não tem um pingo de carisma; Pierce Brosnan parece entediado).

Como M disse, James Bond é mesmo uma relíquia da Guerra Fria. A julgar por este último filme, como tal, o personagem deveria ser mantido num museu e bem longe dos cinemas. Ao menos seríamos poupados de outro filme idiota e irritante.


Crítica por:
Diego Sapia