quinta-feira , 21 novembro , 2024

Percy Jackson e os Olimpianos | Quem é Cronos, o grande vilão da saga mitológica?

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O último episódio da 1ª temporada de Percy Jackson e os Olimpianos’ foi ao ar recentemente – e confirmou o que todos já imaginávamos: que Cronos, a personificação do tempo na mitologia grega, é o grande vilão que será enfrentado pelo jovem herói titular (interpretado por Walker Scobell) ao decorrer da narrativa arquitetada por Rick Riordan.

E, nesse escopo mitológico, quem é Cronos?



Antes de mais nada, precisamos analisar sua árvore genealógica: Cronos é o filho mais novo de doze irmãos, todos tidos pela união entre Urano (o Céu) e Gaia (a Terra). Além dele, o casal também deu origem aos doze poderosos titãs que, mais tarde, seriam derrotados por Zeus e seus irmãos: Oceano, Céos, Crio, Hiperio, Jápeto, Teia, Reia, Têmis, Mnemosine, Febe e Tétis. Urano e Gaia também foram responsáveis pelo nascimento dos gigantes de um olho, denominados Ciclopes, e os gigantes de cem mãos, os Hecatônquiros – como aponta a Teogonia de Hesíodo.

Apesar dos vários filhos, Hesíodo também aponta que Urano tinha grande inveja deles, escondendo-os da luz do dia ao colocá-los sob o solo. Gaia odiava o modo como suas crianças eram tratadas e, por essa razão, elaborou um plano para salvá-las, inventando o aço cinza e forjando uma foice afiada, que deveria ser utilizada para cortar os testículos de Urano no momento em que ele copularia com Gaia. Entretanto, seus filhos ficaram temerosos em participar do plano – com exceção de Cronos, que se ofereceu para ajudar a mãe. Mas não se enganem: ele não fez isso por empatia pelos irmãos, e sim por sentir inveja do poder do pai e ódio pela luxúria que destilava.

Quando emasculado, o sangue de Urano que caiu sobre Gaia deu origem às Erínias (ou Fúrias, como também são conhecidas). Após jogar a genitália do pai no oceano – que seria levada ao país conhecido hoje como Chipre e cuja espuma resultaria no nascimento de Afrodite -, Cronos prendeu o pai no Tártaro, localizado nas regiões infernais, ao lado dos Ciclopes e dos Hecatônquiros. Logo, ele se tornou rei do mundo, usurpando os céus e a terra do pai e da mãe, além de ameaçar os irmãos Oceano e Tétis a lhe darem controle sobre os mares – recusando-se a confiar em qualquer pessoa e governando sozinho.

O mais interessante é que, também segundo Hesíodo, esse período de regência una ficou conhecido como Idade de Ouro – em que não havia morte, fome ou dificuldades. As pessoas, conhecidas como a Raça de Ouro, eram felizes e, quando morriam, tornavam-se espíritos para observar e cuidar daqueles que amavam. Certos heróis, que escolhiam não morrer, eram transportados às Ilhas dos Abençoados no fim do mundo – também sob domínio de Cronos.

Pouco depois, Cronos se casou com a irmã, Reia, com quem teve seis filhos: Héstia, Deméter, Hera, Hades, Poseidon e Zeus. Todavia, Urano e Gaia haviam-no avisado de que um de seus filhos iria se voltar contra ele e, por esse motivo, Cronos se transformou em um pai paranoico e muito problemático. Para impedir que fosse destronado, ele engoliu cada um dos filhos à medida que Reia os paria. A titânide, por sua vez, pediu ajuda aos pais, que a aconselharam a viajar para a ilha de Creta, onde deu luz a seu filho mais novo, Zeus – onde conheceu das ninfas Amalteia e Meliae, e encontrou uma pedra especial que Gaia a instruiu a achar.

Cronos, garantindo que nenhum de seus irmãos estivesse planejando para usurpar seu poder, viajava para encontrá-los. Quando voltou para casa, reencontrou-se com Reia, que lhe deu a pedra, como se fosse seu mais novo infante – e que foi engolida sem hesitação pelo amante, que jamais suspeitaria que sua esposa o trairia. Assim que o fez, voltou para Creta, pariu Zeus e os entregou para ficar a cuidados de Amalteia e Meliae. Visitando o filho regularmente, Reia o ensinou sobre o plano que esquadrinhara para se vingar de Cronos.

Zeus, com a ajuda de uma mistura de sulfato de cobre, suco de papoula e xarope de maná preparada por Métis, filha de Oceano e Tétis, fez com que o pai tomasse a bebida e regurgitasse os irmãos um a um. Assim, eles uniriam forças para destronar Cronos do poder e dar início a uma nova era – a era dos deuses do Olimpo.

A batalha travada entre Cronos e seus filhos ficou conhecida como Titanomaquia, uma guerra que durou dez anos e que resultou na derrota do feroz titã – que foi condenado a viajar pelo mundo e a medir a eternidade totalmente isolado. Todavia, em certas tradições, Cronos e seus irmãos foram banidos para o Tártaro; outras, ele ganhou a permissão de viver o resto de seus dias na Ilha dos Abençoados.

Lembrando que a primeira temporada completa está disponível no Disney+.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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E, nesse escopo mitológico, quem é Cronos?

Antes de mais nada, precisamos analisar sua árvore genealógica: Cronos é o filho mais novo de doze irmãos, todos tidos pela união entre Urano (o Céu) e Gaia (a Terra). Além dele, o casal também deu origem aos doze poderosos titãs que, mais tarde, seriam derrotados por Zeus e seus irmãos: Oceano, Céos, Crio, Hiperio, Jápeto, Teia, Reia, Têmis, Mnemosine, Febe e Tétis. Urano e Gaia também foram responsáveis pelo nascimento dos gigantes de um olho, denominados Ciclopes, e os gigantes de cem mãos, os Hecatônquiros – como aponta a Teogonia de Hesíodo.

Apesar dos vários filhos, Hesíodo também aponta que Urano tinha grande inveja deles, escondendo-os da luz do dia ao colocá-los sob o solo. Gaia odiava o modo como suas crianças eram tratadas e, por essa razão, elaborou um plano para salvá-las, inventando o aço cinza e forjando uma foice afiada, que deveria ser utilizada para cortar os testículos de Urano no momento em que ele copularia com Gaia. Entretanto, seus filhos ficaram temerosos em participar do plano – com exceção de Cronos, que se ofereceu para ajudar a mãe. Mas não se enganem: ele não fez isso por empatia pelos irmãos, e sim por sentir inveja do poder do pai e ódio pela luxúria que destilava.

Quando emasculado, o sangue de Urano que caiu sobre Gaia deu origem às Erínias (ou Fúrias, como também são conhecidas). Após jogar a genitália do pai no oceano – que seria levada ao país conhecido hoje como Chipre e cuja espuma resultaria no nascimento de Afrodite -, Cronos prendeu o pai no Tártaro, localizado nas regiões infernais, ao lado dos Ciclopes e dos Hecatônquiros. Logo, ele se tornou rei do mundo, usurpando os céus e a terra do pai e da mãe, além de ameaçar os irmãos Oceano e Tétis a lhe darem controle sobre os mares – recusando-se a confiar em qualquer pessoa e governando sozinho.

O mais interessante é que, também segundo Hesíodo, esse período de regência una ficou conhecido como Idade de Ouro – em que não havia morte, fome ou dificuldades. As pessoas, conhecidas como a Raça de Ouro, eram felizes e, quando morriam, tornavam-se espíritos para observar e cuidar daqueles que amavam. Certos heróis, que escolhiam não morrer, eram transportados às Ilhas dos Abençoados no fim do mundo – também sob domínio de Cronos.

Pouco depois, Cronos se casou com a irmã, Reia, com quem teve seis filhos: Héstia, Deméter, Hera, Hades, Poseidon e Zeus. Todavia, Urano e Gaia haviam-no avisado de que um de seus filhos iria se voltar contra ele e, por esse motivo, Cronos se transformou em um pai paranoico e muito problemático. Para impedir que fosse destronado, ele engoliu cada um dos filhos à medida que Reia os paria. A titânide, por sua vez, pediu ajuda aos pais, que a aconselharam a viajar para a ilha de Creta, onde deu luz a seu filho mais novo, Zeus – onde conheceu das ninfas Amalteia e Meliae, e encontrou uma pedra especial que Gaia a instruiu a achar.

Cronos, garantindo que nenhum de seus irmãos estivesse planejando para usurpar seu poder, viajava para encontrá-los. Quando voltou para casa, reencontrou-se com Reia, que lhe deu a pedra, como se fosse seu mais novo infante – e que foi engolida sem hesitação pelo amante, que jamais suspeitaria que sua esposa o trairia. Assim que o fez, voltou para Creta, pariu Zeus e os entregou para ficar a cuidados de Amalteia e Meliae. Visitando o filho regularmente, Reia o ensinou sobre o plano que esquadrinhara para se vingar de Cronos.

Zeus, com a ajuda de uma mistura de sulfato de cobre, suco de papoula e xarope de maná preparada por Métis, filha de Oceano e Tétis, fez com que o pai tomasse a bebida e regurgitasse os irmãos um a um. Assim, eles uniriam forças para destronar Cronos do poder e dar início a uma nova era – a era dos deuses do Olimpo.

A batalha travada entre Cronos e seus filhos ficou conhecida como Titanomaquia, uma guerra que durou dez anos e que resultou na derrota do feroz titã – que foi condenado a viajar pelo mundo e a medir a eternidade totalmente isolado. Todavia, em certas tradições, Cronos e seus irmãos foram banidos para o Tártaro; outras, ele ganhou a permissão de viver o resto de seus dias na Ilha dos Abençoados.

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